30 Dias (Dias 01 e 02)

Da série 30 Dias
Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 5733 palavras
Data: 18/12/2025 13:22:58
Assuntos: Anal, Gay, Oral, Sexo

Dia 01

Sou Renan e vim contar a história de como minha vida mudou completamente em trinta dias. Sou um garoto preto de um metro e setenta, olhos verdes e cabelos cacheados, com um princípio de bigode e alguns pelos no peito. Sou o caçula e único homem de uma família de três irmãos; nossa mãe batalhou muito para criar os três filhos. Nossa única obrigação sempre foi apenas estudar; ela nunca permitiu que minhas irmãs fizessem outra coisa além disso, e comigo não foi diferente.

O pai das minhas irmãs faleceu há muitos anos e o meu pai, bem, minha mãe diz que morreu também. Nunca o conheci e nem nunca fiz questão de conhecer. Rayane, minha irmã mais velha, estudou bastante e virou professora de matemática. Rayssa, a irmã do meio, casou com o namorado da escola; ela faz faculdade de enfermagem, mas já atua como técnica em enfermagem no hospital de traumas da nossa cidade.

Quando finalmente cheguei no ensino médio, minha mãe quis que eu fosse para uma escola de tempo integral, conhecidas como as escolas técnicas. Não tinha muitas opções, por isso acabei indo para o curso de edificações. Sempre fui bom em matemática — Rayane me ajudou muito até que peguei gosto — e foi o que me pareceu mais associado ao que eu gostava. A escola que minha mãe escolheu só ofertava vagas para o ensino médio, então, quando entrei, tive que passar pelo terror de ser novato em uma escola nova, porém todo mundo da minha sala estava no mesmo barco, menos os amigos que já se conheciam de fora da escola.

Minha mãe sempre prezou pela nossa educação, então ela procurou a melhor escola pública da cidade, ótimas referências e um sistema que funcionava de fato. Ali eu teria um futuro, querendo ou não. Posso dizer que nunca fui do tipo CDF — super inteligente — porém sempre fui esforçado. Ficar de recuperação ou reprovado não era uma opção para mim, ainda mais que minha mãe e irmãs sempre tentavam fazer meus “quereres”. Posso dizer que tive uma adolescência bem tranquila.

No primeiro dia de aula parecia um peixe fora d’água. Não é que eu não seja sociável, mas um cara preto de um metro e setenta não costuma ser lá muito marcante, só que não liguei. Os professores foram dando suas aulas e aproveitei que não tinha distração para focar toda minha atenção na aula. No intervalo, peguei meu lanche e fui procurar um lugar sossegado para comer e foi aí que vi um cara branquelo de óculos. Ele era bem maior, devia ter um metro e oitenta fácil. — Um e oitenta e três — Anderson tinha um corpo meio cheinho, cabelos pretos lisos e um sorriso simpático. Ele estava jogando Pokémon em um console de Game Boy Advance. Também tinha um, então me aproximei e começamos a conversar sobre o jogo. Descobri que Anderson assistia aos mesmos animes e que gostava das mesmas sagas literárias; nunca tinha feito amizade com alguém tão compatível.

A melhor parte: Anderson era da minha sala. Viramos melhores amigos logo no primeiro dia. Foi coisa de universo, ou nossos santos que “bateram”, ou seja lá a explicação. Só sei que Anderson parecia meu melhor amigo desde sempre. Passamos a fazer tudo juntos: trabalhos da escola, estudar para provas, assistir aos nossos animes favoritos quando saíam episódios novos. Mesmo que ficasse na ansiedade, só víamos episódios novos juntos. Começamos a jogar Magic — jogo famoso de cartas — e, como as cartas eram caras, montamos nossos decks juntos, dividíamos nossas cartas; na realidade, dividia tudo com ele.

O primeiro evento de anime que fui foi com ele e foi lá que dei meu primeiro beijo, graças a ele, que me colocou pilha mesmo quando quis desistir. Éramos populares entre os nerds, afinal éramos caras bonitos e com conteúdo. Mesmo quando arrumamos nossas primeiras namoradas, nossa amizade não se abalou nem um pouco. A namorada dele na época até falava que ele era mais meu namorado do que dela, na zoeira, é claro. Afinal, nós dois sempre fomos apreciadores de hentai — pornô em animação. Uma das certezas absolutas que tinha era a respeito de minha sexualidade, tanto que perdi minha virgindade nas férias do meio do ano.

O que era para ser um ano chato em uma escola nova virou o melhor ano de nossas vidas. Anderson e eu éramos melhores amigos, minhas notas ficaram sob controle o ano todo, estávamos transando com nossas namoradas, até os animes que saíram naquele ano foram bons. Não tinha como querer um ano melhor e tudo prometia ser ainda melhor no segundo ano, mas a vida tinha outros planos para a gente e nossa amizade.

— Como assim ir embora?

— Renan, papai falou hoje que vamos no Natal. Ele conseguiu esse trabalho e fica na mesma cidade da nossa família.

— E a escola, Ande?

— Vou estudar na escola de lá.

— Isso não é justo.

— Quero ficar, mas todo mundo lá em casa vai mudar.

E assim o melhor amigo que já tive na vida foi embora, morar em um interior. Como ambos tínhamos computador, continuamos nos falando e jogando juntos. Ele deixou as cartas de Magic comigo, mas jogar sem ele não tinha a mesma graça. Na escola tinha outros amigos, só que nenhum deles chegava nem perto de ser meu melhor amigo. Fui meio que ficando triste, terminei com minha namorada e foquei só nos estudos mesmo, porém a escola ficou uma merda. Sério, o segundo ano foi o pior de todos.

Anderson também ficou tão triste de ter ido embora, terminado o namoro e praticamente perdendo seu melhor amigo, que seus pais decidiram deixar que ele passasse alguns dias de férias no meio do ano na minha casa. Minha mãe deixou na hora e Ande veio para minha casa. Ele passou vinte dias e nesse tempo parecia que ele nem tinha ido embora. Depois de dois dias já tinha contado a ele todas as minhas novidades e ouvido as dele. As férias daquele ano foram o que eu precisava; ficamos ainda mais próximos.

Só que quando ele voltou para casa, meu ano voltou a ser uma merda. Ter um melhor amigo é para poucos, um amigo de verdade é difícil, mas a vida seguiu. Dessa vez foi um pouco mais fácil: voltei a jogar Magic e até arrumei uns esquemas. Foi quando minha adolescência meio que desabrochou e fiquei um adolescente bonito — só não tinha altura. Com o tempo, Ande também arrumou uma namorada por lá, mas essa louca tinha ciúmes dele jogando comigo pelo computador. Segundo ela: “Ande, você dá mais atenção para ele do que para mim, que sou sua namorada”. Por causa dela, reduzimos ainda mais nossos dias de jogos.

Nas férias do final do ano, ela até ameaçou se separar se ele viajasse para me ver ao invés de ficar com ela e, como um bom otaku, ele escolheu a mulher. Fiquei tão puto de raiva dele que paramos de nos falar. Até devolvi as cartas de Magic que ele havia deixado comigo; aproveitei que um dos primos dele foi na cidade para fazer exames e mandei por ele. Ande ficou puto por eu ter devolvido, já que, como ele mesmo disse, era um presente para mim.

Meu terceiro ano foi mais de boas, pelo menos os seis primeiros meses. Tinha uma namorada nova muito bonita e cosplay de loly — personagens fofas e sexy de anime. Tinha tirado a sorte grande com ela. Tudo ia bem até que, umas semanas antes das férias, chegou uma notificação na minha rede social do Ande pedindo para me seguir. Ponderei um pouco, mas aceitei e o segui de volta. Ele mandou uma mensagem na mesma hora por DM.

— Renan, foi mal, fui babaca com você.

— Foi mesmo. O que aconteceu? Levou um pé na bunda e lembrou que tem amigo?

— Tipo isso. Ela me traiu, mas, em minha defesa, nunca esqueci que tinha amigo.

— Sua sorte é que não sou rancoroso — falei feliz por estar trocando mensagens com meu melhor amigo de novo. — A vaca te traiu?

— Com o “primo” dela.

— Um chifre clichê ainda por cima?

— De boas, já superei. Nosso namoro nem estava essas coisas todas mesmo, e ela já vinha me traindo com geral há um tempo.

— Como descobriu? — perguntei.

— O tal “primo” queria ficar sério com ela, aí me contou.

— Você pelo menos não era amigo do cara, né?

— Adivinha.

— Estou rindo, mas com respeito.

E ali estávamos de novo sendo melhores amigos e dando risadas da desgraça dele. Pelo menos tínhamos aprendido nossa lição: nada de deixar que um relacionamento atrapalhasse nossa amizade de novo — mal sabíamos o que estava por vir. E assim seguimos nos falando todos os dias. Quando faltava menos de uma semana para minhas férias do meio do ano, falei com minha mãe e ele com os pais dele e pronto: lá estavam trinta dias de férias planejadas para mim na casa dele.

— Eu já fui, sua vez de vir — disse ele em uma call que fizemos.

— Se os coroas toparem, eu topo.

Falei com minha namorada que, no início, odiou a ideia de me ter trinta dias longe. Entretanto, como a melhor namorada do mundo, ela foi compreensiva com o motivo da viagem, ou pelo menos quase, já que ela veio com uns papos estranhos.

— Como é?

— Isso que você ouviu, Renan. Se você passar trinta dias fora, vamos abrir a relação.

— Abrir? Você quer terminar?

— Claro que não, mas não vou passar trinta dias sem transar. Não existe essa possibilidade. Então o acordo que proponho é: podemos beijar e transar com quem quisermos durante esses trinta dias, mas nada de segundos encontros ou relacionamentos mais sérios do que um lance casual.

— Tá, me parece justo, mas saiba que não vou ficar com ninguém — falei.

— Mas se quiser, pode ficar.

Tínhamos um acordo. Não estava muito na vibe de um relacionamento aberto, só que não queria terminar, então aceitei. Tipo, não ia precisar saber o que ela fez nesse tempo; a gente colocou essa condição de ser discreto no nosso acordo. Quanto menos meus amigos viessem me encher com isso, melhor para esquecer depois. E seria só sexo, o que queria dizer que ela não ia transar todos os dias em que eu estivesse fora. Até o dia da viagem já estava mais de boas com isso tudo, fora que a ansiedade de poder rever meu amigo era maior que minha preocupação de ser trocado.

Minha mãe me deu um dinheiro para que não ficasse totalmente de favor lá. Até minha irmã mais velha também me arrumou uns trocados a mais. Seria a primeira vez em que viajaria sem minha família e que passaria muito tempo longe de casa. Estava muito animado, mesmo sabendo que seria uma viagem de sete horas de ônibus. Para me preparar, comprei lanches e baixei alguns animes que queria pôr em dia no celular; nem veria a hora passar.

No dia da viagem, minha mãe me deixou na rodoviária mesmo falando que não precisava. Quem visse achava que estava indo embora para sempre, de tanto drama que ela fez. Depois de duas irmãs fortes e que ficaram independentes muito cedo, o super cuidado da minha mãe tinha vindo todo para mim que, diferente de minhas irmãs, não tinha interesse de sair do ninho tão cedo. Minha mãe gostava de cuidar de mim e eu amava ser cuidado por ela.

Entrei no ônibus e fui até minha cadeira. Mandei uma mensagem para o Ande avisando que já estava indo. Tive sorte que ninguém comprou a poltrona do lado da minha, então viajei bem à vontade. Coloquei meus fones de ouvido e coloquei meu anime no celular. A viagem foi um tédio, pelo menos os animes ajudaram, mas passar tanto tempo sentado em um lugar fechado foi muito chato.

Cheguei na cidade do meu amigo às dez da noite. Avisei quando estava perto — acompanhei a viagem pelo Google Maps — pois ele iria me buscar na rodoviária. Peguei minha bagagem e fui para a entrada. Não demorou para que o visse. Ande me abraçou e retribuí; quanta saudade que estava desse moleque. Ele me ajudou com a mala — tinha levado a mala e uma mochila.

— Cara, não acredito que você está aqui — ele disse todo animado.

— Nem eu. Pensei que minha mãe não ia deixar — falei.

— É, também pensei. A tia é jogo duro. Mas fala aí, está com fome?

— Morrendo. Sério, Ande, esse ônibus chegava em todos os lugares, menos aqui — falo fazendo meu drama.

— Odeio ir de ônibus por causa disso. Por mim só ia de carro com meu pai — disse ele.

— Então onde vamos comer? — pergunto.

— Tem uma pizzaria perto da minha casa, você vai adorar.

Ele me entregou um capacete. Passei um tempo olhando para a moto; nunca tinha subido em uma. Minha mãe morreria se soubesse que seu filho está andando de moto. Subi com um certo medo, mas Anderson é um excelente piloto. Fomos para a tal pizzaria que ele falou. O lugar é muito legal, tem umas pinturas na parede para postar foto no Insta; tirei algumas para postar e mandar para minha mãe e namorada. A pizza era meio cara, porém uma das melhores que já provei. Não faltava assunto um minuto sequer. Quando Ande terminava uma história, era minha vez de contar algo.

A gente ria tanto que as pessoas olhavam para nossa mesa o tempo todo. Para deixar a noite ainda mais feliz, quando estávamos saindo, a ex do Ande estava chegando com uns amigos. Ela ficou vermelha de ódio quando nos viu. Nem dei importância e Ande, pelo jeito, também não. Fomos para a casa dele como se não tivéssemos visto ela, o que a deixou ainda mais irritada. Ela traiu meu amigo, não sei o que ela esperava que fosse acontecer.

A casa do Ande é enorme. Tem a garagem, a sala, o quarto dos pais dele e do irmão, a cozinha e o quintal com um alpendre que servia como lavanderia. No andar de cima tem o quarto dele, um quarto de bagunça, uma varanda. A casa tinha três banheiros, pelo que ele me disse: um embaixo, um no andar de cima — que não era no quarto dele — e um no quarto dos pais dele. Mesmo o quarto dele não sendo uma suíte, era conveniente ter um banheiro no andar de cima, que ficava no quarto da bagunça.

— Por que o quarto da bagunça tem um banheiro e o seu não? — perguntei.

— É que lá não tem janela e é mais quente, então prefiro ficar aqui. — A resposta até que fez sentido, fora que Ande é um dos caras mais tranquilos e simples que conheço.

— Onde vou dormir?

O quarto do Ande tem um guarda-roupa; ele até separou um espaço para pôr minhas coisas. Tem uma cama solteirão, a mesa com o PC gamer dele e uma janela grande. Tem um ventilador de teto e um de pé. Ele pegou uma rede com a mãe dele e, enquanto fui tomar meu banho, ele armou ela para mim. O quarto é espaçoso, só que a cidade dele é bem mais quente que a minha. Mal saí do banho e já estava com calor. Dizia ele que de madrugada esfriaria.

Ele colocou o ventilador para mim porque o de teto ventilava a cama dele, mas a gente nem dormiu; ficamos a madrugada quase toda jogando no PC dele. Ande tinha dois controles. Colocamos um FIFA — melhor jogo de futebol no videogame. Umas quatro da manhã foi que a gente foi dormir.

Demorou um pouco para me acostumar e achar uma posição boa na rede, porém, quando o sono bateu, consegui dormir e, como ele falou, já estava fazendo um friozinho gostoso, ainda mais que a rede estava debaixo da janela. A tranquilidade daquele lugar era surreal. Lá em casa esse silêncio na rua quase nunca acontecia, mas aqui parecia que toda a cidade dormia ou pelo menos respeitava o sono dos vizinhos. Seriam trinta dias de paz e diversão, pensei. Mas não poderia estar mais errado. Assim se encerrou meu primeiro de trinta dias na casa do meu melhor amigo.

Dia 02

Fomos dormir muito tarde e isso nos fez acordar tarde, quase na hora do almoço, para ser mais específico. Ande dormia em um sono profundo. Olhei no celular e vi que eram onze e meia. Levantei da rede, tomando cuidado para não fazer barulho, peguei minha nécessaire e fui para o banheiro. Tomei um banho frio, escovei os dentes e troquei de roupa. Deixei as coisas no quarto e meu amigo ainda dormia pesado. Não queria decer sem ele, mas a fome e a sede venceram a timidez, então tive que ir à cozinha.

Na cozinha não tinha ninguém. Agradeci. Fui até a geladeira, peguei uma garrafa de água e, quando fecho a porta da geladeira, vejo um homem definido, com alguns pelos no peito — nada em excesso — cabelos ondulados, rosto quadrado, uma barba rala e, o que mais me chamou a atenção, ele usa apenas uma toalha enrolada na cintura. Meu coração dispara e minha boca fica seca mesmo tendo acabado de beber água. Estou muito constrangido. Ele tem uma cara de poucos amigos. Fico estático sem saber o que fazer. Eis que a mãe do Anderson aparece na cozinha também e tento focar minha atenção nela e não no cara nu no recinto.

— Bom dia, Renan. Dormiu bem? — ela perguntou.

— Bom dia. Dormi sim, obrigado — respondo fingindo que não estou completamente constrangido.

— Esse é o Alisson, irmão do Anderson — ela fala nos apresentando.

— Bom dia — falo com ele tentando olhar apenas para os olhos e não para o peito dele.

— Bom dia — ele responde sem me dar atenção e segue para o quintal.

— Então, está com fome? — a mãe dele pergunta.

— Sim — respondi ainda meio sem jeito.

— Tudo bem. Tem café na garrafa, aqui queijo e presunto, margarina nesse pote e aqui os pães. Pode ficar à vontade, Renan. Se quiser algo, só falar — ela diz sendo muito prestativa.

— Isso está ótimo, obrigado — respondo.

Ela saiu me deixando sozinho na cozinha. Vejo o Alisson passando pela cozinha indo para o quarto dele e, droga, ele de costas é ainda pior. O cara tem as costas largas e uma bunda grande e durinha. O cara deve fazer muito sucesso com as mulheres, pois ele é a definição de um cara gostoso. Não que eu esteja interessado, só que sei admitir quando tem um cara bonito. Estou pensando mil coisas e acabo tomando um susto quando Ande chega à cozinha falando comigo.

— Você está bem, amigo?

— Tu vem sorrateiro e não quer me assustar? — respondo me recuperando.

— Oxe, parece até que está fazendo algo errado — ele brinca.

— Vai se ferrar, Ande — falei rindo para desviar o assunto de uma vez. — Conheci seu irmão.

— Alisson é um babaca. Ele falou com você?

— Sim, sua mãe nos apresentou.

— Ele é um otário. A mãe e o pai estão todos felizes só porque ele achou uma mais otária do que ele para casar.

— Parece que vocês não se dão muito bem, né? — falo.

— Só parece? — Ande fala brincando. — Ele está noivo de uma folgada que vive enfurnada aqui em casa, só que tudo que o Alisson faz meus pais aplaudem. Um saco isso.

— Mas quando ele casar vai embora, vê pelo lado bom — falei.

— O pai deu uma casa para eles já, mas só vão mudar depois que casar. Ela vive aqui, mas o pai dela disse que ela só vai morar com meu irmão quando estiverem casados. Vê se tem cabimento isso.

— Estranho mesmo — respondi.

— Só sei que não vejo a hora deles irem embora daqui. — Ande não gostava mesmo nem do irmão e nem da cunhada.

Depois do café da manhã, fomos jogar mais um pouco. Ande me convenceu com muita luta a ir para a academia junto com ele. Odeio malhar, mas não iria ficar em casa por duas horas sozinho sem fazer nada, então aceitei. Me matriculei para passar o mês treinando com ele. Nem sabia que ele gostava dessas coisas; quando estudávamos no primeiro ano, ele odiava assim como eu.

— Pensei que malhar não fosse seu forte — falei.

— Minha ex me convenceu e até que não é tão ruim. Hoje em dia até gosto. Vem, deixa de ser mole.

Ele falou com a moça da recepção para conseguir um desconto para mim e deu tudo certo. Depois de vinte minutos estava fazendo o primeiro exercício dentro de uma academia na minha vida. Ande já era especialista, me ajudou, e o personal também foi bem de boas. Meu amigo estava mesmo mais malhado. Todos na academia pareciam conhecer ele, principalmente as minas. Ande tinha virado um cara popular com garotas; mais uma novidade sobre meu amigo para pôr na lista.

Enquanto tentava não morrer, Ande paquerava uma mina muito gostosa e mais velha. O filha da puta me deixou com uns pesos morrendo. Se não fosse o personal ter me ajudado, com toda certeza minha vergonha teria sido maior. Ele até diminuiu os pesos; de acordo com ele, tinha que começar devagar. Ande malhou por umas duas horas; já o nerd fraco aqui só aguentou uma hora e vinte minutos. Minha série foi quase café com leite — uma expressão para indicar que algo não vale ou uma pessoa que não está inserida na dinâmica, só está ali.

Quando estávamos saindo da academia, vejo Alisson entrando. Ele está de calção de futebol e uma camisa dry-fit preta. Na real, ele está todo de preto. Ele e Ande só trocam um cumprimento de cabeça rápido e voltamos para casa. Eles são irmãos que malham na mesma academia, porém em horários diferentes. Me perguntei se era de propósito, já que a relação dos dois existia só no nível necessário de convivência.

De volta em casa, tomamos um banho. Ande foi banhar no banheiro da mãe dele e me deixou banhar no banheiro de cima. Tiro minha roupa e meu corpo começa a ficar pesado. Acho que o sangue está esfriando; já penso na dor que vou sentir amanhã por causa da academia. Melhor não pensar nisso agora. Vou para debaixo do chuveiro e deixo a água fria esfriar meu corpo. Meus pensamentos começam a viajar e, quando fecho meus olhos, vejo Alisson em minha mente de toalha. Seu corpo sarado, sua pele branca, seus braços firmes, o bico do peito rosado, o rosto quadrado e másculo, o cabelo, o olhar sério. Meu corpo começa a ficar quente. Sinto o sangue se desviando para o meu membro, que aos poucos vai ficando rígido e ereto.

Estou mesmo tendo uma ereção por causa do irmão do Anderson. Isso não faz o menor sentido na minha cabeça. Desligo o chuveiro e pego meu celular. Procuro um pornô lésbico, que são meus favoritos, e começo a assistir. Quero tirar essa imagem horrível da mente. Só quando vejo uma das atrizes chupando a outra é que finalmente foco ali, no certo. Seguro o celular com uma mão e meu pau com a outra, iniciando um movimento de vai e vem, devagar e depois acelerando. Seguro com força. Estou cem por cento focado nas duas minas gostosas se pegando, uma socando os dedos na outra. Imagino meu pau entrando nela, imagino que deve ser quentinho e apertadinho. Acelerei ainda mais meus movimentos até sentir meu prazer saindo e sujando a parede do banheiro com dois jatos fortes. Fazia tempo que não me masturbava assim.

Deixo o celular na pia, limpo a parede e termino meu banho. Em seguida me visto e vou para o quarto do Anderson. Meu amigo chega depois só de bermuda e sem camisa. Percebo que ele está mesmo mais forte, porém não reparo nele da mesma forma que reparei no Alisson. Deve ser um bom sinal. Cheguei a achar que estava virando gay; isso é impossível. Se tem alguém que gosta de mulher, sou eu, com toda certeza.

Ande me chama para almoçarmos. A comida da mãe dele é uma delícia. Comemos só nós três: ela, Ande e eu. Depois do almoço, a academia cobra seu preço e preciso me deitar. De volta ao quarto do meu amigo, deito na cama dele que é bem confortável. Ande vai para o computador, ele abre um jogo e me chama para jogar, mas antes que perceba, caio no sono da tarde. E que sono delícia. Dormi feito pedra a tarde toda. Quando abro os olhos, vejo Ande dormindo na minha rede. Imaginei que nem ele resistiria ao sono da tarde. Quem dorme à tarde vai entender que não tem hora melhor para tirar um cochilo que depois do almoço.

O quarto está escuro. Vejo a hora no meu celular. De fato, dormi a tarde toda; são quase seis. Levanto com cuidado para não acordar o Ande e vou até a cozinha tomar um copo de água. Assim que chego lá, vejo Alisson e sua noiva sentados à mesa lanchando. Ele está usando uma calça jeans e uma blusa polo branca. A noiva dele é linda: morena, cabelos grandes e lisos. Ela é gostosa que nem ele.

— Boa noite — falo morrendo de vergonha. Vou direto pegar minha água.

— Boa noite — só ela responde. Ele ignora minha existência.

— Amor, a mamãe quer que a gente jante lá hoje.

— Não sei não, Manuela. Por que a gente não fica logo aqui? — ele responde de forma ríspida.

— Ela quer que a gente durma lá — Manuela insiste.

Voltei logo para o quarto, já que o clima não parecia estar nem um pouco bom. Meu amigo já estava acordando. Ele foi atrás de algo para a gente comer, mas preferi esperar no quarto. Aproveitei para verificar minhas redes sociais, meu Insta e tais. Vi que o personal tinha me mandado solicitação. Aceitei e segui ele de volta. O nome dele é Ramon. Ele é branco, alto, forte, parece um alemão, tem olho claro e tudo. Como ele foi gente boa comigo, aceitei e segui de volta. Aproveitei e procurei o Alisson só por curiosidade, mas o Insta dele é fechado e no perfil tem uma foto de casal. Ele até marcou Manuela na bio.

Saí do Insta assim que vi Ande voltando para o quarto. Ele trouxe biscoito e suco. Comemos enquanto assistíamos a um episódio de um anime. Com ele era sempre assim: jogando conversa fora e vendo anime, quando não estávamos jogando.

— Renan, tu não vai acreditar.

— Que foi?

— Sabe a Julia?

— Que Julia? — não sabia mesmo.

— A mina lá que eu estava falando na academia.

— Sim.

— Ela chamou a gente para comer pizza hoje à noite.

— Ande, tu não tem vergonha não? — falei.

— Vergonha de quê?

— Me chamar para eu ser tua vela — ele começa a rir.

— Não vai ser vela. Vai ter uma amiga dela lá também. Vai ser da hora, bora.

Relutei um pouco, no entanto teria uma mina para mim, então aceitei. Na hora combinada, me arrumei e fomos encontrar com elas na praça matriz. Lá tem várias opções de comida. Chegamos mais cedo que elas. Sentamos numa mesa e pedimos uma Coca. Bem, não bebo e nem o Ande, então a bebida oficial dos nerds é o refri. Ficamos debatendo se o Sasuke é ou não mais forte que o Rock Lee na fase do clássico.

— Você só pode estar usando crack — falei. — O Rock Lee sola fácil o Sasuke.

— Renan, o Sasuke é um Uchiha. Se ele usar o Sharingan, é questão de tempo até ele começar a copiar as técnicas do Rock Lee.

— Só que acontece, Ande, que sem os pesos e com o primeiro portão aberto, o Sasuke nem ia ver o Rock Lee. Mesmo com toda a pelação do Sharingan, ele não teria a menor chance. Nem o Gaara acompanhou a velocidade do Lee — falei com propriedade.

Antes que Ande viesse com um contra-argumento, as nossas convidadas chegaram à mesa e ele teve que mudar de assunto. Não queríamos parecer nerds demais logo no primeiro encontro. Tenho que admitir, pensei que seria cilada, mas, Bino, pode ficar tranquilo que ambas são gatas, engraçadas e tudo mais. O papo fluiu bem. Julia não é só um rostinho bonito; ela é muito inteligente e fala muito bem. Parece que tem um bom emprego, é concursada e tais. Verônica, a amiga, também trabalha com ela. Resumindo: elas têm grana, diferente da gente, principalmente diferente de mim, que vim para essa viagem com um capital bem reduzido.

— Podemos esticar em um lugar mais reservado — Julia dá a ideia depois que dividimos a conta igualmente para os quatro. Ainda bem.

— Claro — Ande parece um bicho no cio.

Elas estavam de carro. Fomos de moto seguindo elas até uma casa muito bonita. Era a casa da Verônica. Porra, ela mora numa casa grande, um duplex com garagem e jardim na entrada. Ela deve mesmo ganhar bem no concurso dela. Pelo que entendi, ela mora com a mãe, porém a coroa viajou, o que quer dizer que a casa é nossa. Na sala, um sofá grande branco em formato de L, uma TV gigante na parede e isso é tudo que ganha minha atenção; não ligo para o resto da mobília. Nos sentamos no sofá. Julia nos oferece uma bebida, mas Ande a lembra que não bebemos, mas elas podem.

Julia, sem cerimônia nenhuma, senta no colo do Ande e cola os lábios nos dele. Verônica senta ao meu lado e não perco tempo: puxo ela para um beijo também. O beijo é bom. Meu membro fica duro na mesma hora. Parecia um sonho; ela subiu para o meu colo e sentou bem em cima dele. Lá estávamos: Ande sentado do meu lado com uma gostosa no colo dele e eu com uma no meu.

O beijo já era loucura o suficiente, se não fosse pelo fato de elas começarem a se beijar também. Olhei para o Ande, que sorria como se tivesse acabado de ganhar um presente de Natal. Não que eu estivesse muito diferente, afinal adoro pornô lésbico; duas minas se pegando é um sonho se tornando realidade. Verônica voltou a me beijar, tirou a camisa e tratei de tirar seu sutiã. Seus peitos durinhos e pequenos, do jeito que gosto. Comecei a chupar seus mamilos. Estou concentrado nela, até ouvir Ande gemendo. Não resisto de curiosidade e olho para ele a tempo de ver Julia de joelhos entre suas pernas com a rola dele toda dentro da boca. Caralho, que tesão da porra que essa visão me dá. Verônica faz o mesmo e se ajoelha entre minhas pernas. Mal tiro meu pau de dentro da bermuda e ela já o agarra e põe na boca com tamanha habilidade. A mamada dela é coisa de louco.

Fecho os olhos e jogo a cabeça para trás. Aproveito a boquinha quentinha e molhada dela engolindo meu pau inteiro, indo até o fundo. Acho que nunca recebi uma gulosa assim. Depois de um tempo, percebo uma movimentação. Abro os olhos e agora quem está pondo meu pau na boca é Julia. Verônica se engasga com o pau de dezenove centímetros do Ande. Não olho muito para o pau dele; afinal, o cara é meu amigo.

Julia não tem tanta habilidade quanto sua amiga, mas vou estar mentindo se dissesse que ela não sabe chupar. Posso dizer que ela fez o que tinha que fazer. Depois de um tempo, ela segura meu pau batendo uma punheta para mim, enquanto cai de boca no pau do Ande junto com Verônica. As duas dividem o pau dele com muita sede. Depois de um tempo é minha vez: as duas ajoelhadas na minha frente, uma com a cabeça do meu pau na boca enquanto a outra lambe meu saco. Acho que não somos o primeiro ménage delas, pois as duas conhecem bem o roteiro; a sincronia do boquete delas é quase olímpica.

Verônica sobe no Ande e encaixa o pau dele na bucetinha dela. Meu amigo vai à loucura quando ela desce no pau dele. Julia beija ele e aproveito para chupar ela. Nossa, que bucetinha cheirosa, molhadinha. Modéstia à parte, sei o que estou fazendo; foram anos vendo lésbicas linguando uma vagina. A safada geme feito louca. As duas, na realidade. Quando vejo que ela já está no ponto, fico atrás dela e meto nela de quatro. Meu amigo chupa os mamilos dela enquanto fode a amiga com força.

Ande coloca Verônica de quatro também e mete sem dó nela. As duas estão se pegando enquanto as fodemos. Nunca senti tanto tesão assim. Depois de um tempo, Julia diz que quer uma DP. Me deito no sofá, ela deita em cima de mim com sua buceta no meu pau. Ande vem por trás dela e soca o pau dele também. Ela quase grita de tanto tesão. Nunca tinha sentido um arrepiado no meu corpo como senti ao perceber meu pau roçando no do meu amigo. O atrito dos nossos paus dentro da buceta de uma gostosa foi um esforço real para não gozar ali. Nossa, que coisa de louco.

Verônica sentou na minha cara. Chupei o cuzinho dela enquanto Julia chupava a buceta dela. Nossa, cara, era tanto gemido de todos e o calor do sexo tomando o espaço. Quando viu que ia acabar gozando, Ande saiu de dentro dela e pôs Verônica para chupar o pau dele. Enquanto isso, segurei a cintura da vadia que cavalgava no meu pau e soquei piroca nela até deixar ela doida. Meu amigo colocou sua vadia no sofá de quatro e socou piroca nela também. Depois de um tempo metendo, não tinha mais como segurar. Mandei ela sair de cima, a deixei de joelhos e gozei nos seios dela. A safada ainda colocou meu pau na boca para chupar mais e beber minha porra. Em seguida, Ande fez o mesmo; a porra dele saiu farta, dando um banho em Verônica.

— Cara, que loucura — disse a ele enquanto elas se limpavam no banheiro e nós descansávamos no sofá.

Depois disso ficamos mais um pouco, beijando as duas. Elas trocam de parceiro sem o menor constrangimento e também se beijam bastante. Estava no paraíso. Tinha feito meu primeiro ménage e tinha sido do caralho. Melhor viagem de todas. Quando deu nossa hora, nos despedimos e voltamos para casa feitos dois nerds satisfeitos. Na porta de casa, Ande olhou para mim e falou:

— Tá, o Lee teria uma chance. Mas só se ele usasse sua velocidade logo no início.

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Comentários

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30 Dias é uma história bem gostozinha, para quem curti romance vai ter, para quem curte gente tretosa tem também e essa historia tem um final redondinho, é só aproveitar os trinta dias de Renan.

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Esse foi um dos meus contos preferidos escrito por você, apesar de ter sido um conto bem conturbado!

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Oi pessoas, como estão? Bem eu sei que pela ordem o próximo conto seria O filho do Pastor, mas resolvi pular para o 30 Dias, pois tem uns porém, eu quero fazer algumas mudanças no Judoca, e para funcionar vou precisar mexer no Filho do Pastor também. Sobre o E se... também vai precisar passar por algumas mudanças, por que se não a história não vai fazer sentido, já que eu mantive a versão original do conto Meu melhor amigo. É o preço que eu tenho que pagar por fazer tudo no mesmo universo né.

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