"Sombras no Casamento"
Reginaldo estacionou a moto na garagem do pequeno apartamento que dividia com Carla há cinco anos. O relógio marcava quase meia-noite; ele havia dado três aulas seguidas naquela noite, incluindo uma nova com um aluno gordinho que pagava bem. O corpo ainda estava quente do esforço, os músculos latejando de forma agradável, mas a cabeça pesava.
Ao abrir a porta, o cheiro de cigarro o acertou em cheio. Carla estava sentada no sofá, de pernas cruzadas, olhando para a televisão desligada. O cinzeiro na mesinha estava cheio.
"Chegou tarde de novo", disse ela sem virar o rosto.
"Tive aula até as onze, você sabe disso", respondeu Reginaldo, tirando os tênis e jogando a mochila no canto.
"Aula, aula, aula. Só isso que você tem na vida agora, né?", a voz dela estava rouca, carregada de sarcasmo e cansaço. "Nem lembra mais que tem esposa em casa."
Reginaldo respirou fundo, sentindo o peito apertar. As brigas tinham se tornado rotina. Carla reclamava que ele passava muito tempo fora, que não dava mais atenção, que o casamento estava morno. Ele retrucava que precisava trabalhar para pagar as contas, que ela mesma havia pedido para ele correr atrás de mais alunos quando o salário da academia caiu. No fundo, os dois sabiam que o problema era mais profundo: o desejo tinha morrido. Fazia meses que não transavam. Carla dormia de costas para ele, e Reginaldo já nem tentava mais tocar nela.
"Vou tomar banho", murmurou ele, passando direto para o quarto.
No banheiro, trancou a porta e deixou a água quente cair sobre os ombros largos. Fechou os olhos e, sem querer, a imagem de Tiago surgiu na mente. O aluno novo. Gordinho, pele clarinha e lisinha, olhos grandes que o acompanhavam o tempo todo durante a aula. Na primeira sessão, Tiago tropeçava nos passos básicos de salsa, mas sorria sem parar, o corpo macio se encostando mais do que o necessário quando Reginaldo corrigia a postura. Aqueles olhares tímidos, o jeito de morder o lábio inferior... era óbvio que o garoto estava encantado.
Reginaldo sentiu o pau endurecer só de lembrar. Passou a mão devagar pelo abdômen definido, descendo até o membro já latejando. Imaginou Tiago ajoelhado na sua frente, a boca macia envolvendo a cabeça grossa, os olhos claros olhando para cima enquanto engolia tudo. A fantasia veio rápida, intensa. Ele se apoiou na parede fria do box, bombeando firme, o sabonete facilitando o movimento. Gemeu baixo, mordendo o próprio braço para não fazer barulho. Em poucos minutos gozou forte, o jato quente se perdendo na água que escorria pelo ralo.
Quando terminou, ficou ali parado, a respiração ofegante. Sentiu uma pontada de culpa — afinal, era casado —, mas logo veio outra sensação, mais perigosa: curiosidade. Como seria a pele de Tiago de verdade? Aquela bunda redonda que balançava desajeitada nos passos de dança... será que era tão macia quanto parecia?
Do outro lado da cidade, Tiago estava deitado na cama king size do seu quarto, luzes apagadas, apenas o brilho do celular iluminando o rosto. Ele abriu novamente o perfil de Reginaldo no Facebook. Passou pelas fotos antigas com Carla — ela era bonita, mas nas imagens recentes os dois mal apareciam juntos. Rolou até os vídeos de dança. Colocou o volume baixo e assistiu Reginaldo rebolar, o quadril poderoso, o suor escorrendo pelo peito depilado.
Tiago puxou o short para baixo, a mão já conhecendo o caminho. O pau dele, médio e grosso, pulsava de ansiedade. Ele se imaginava no lugar da parceira dos vídeos, colado naquele corpo bronzeado, sentindo o volume duro roçar na sua bunda enquanto dançavam. Imaginou Reginaldo sussurrando no seu ouvido: “Relaxa, deixa eu te guiar...”
Fechou os olhos e acelerou o ritmo, a outra mão apertando as próprias tetas sensíveis — ele adorava quando alguém chupava ali, era seu ponto fraco. Pensou na voz grave de Reginaldo mandando ele rebolar mais, na mão forte segurando sua cintura. O orgasmo veio rápido, intenso, o gozo espirrando na barriga macia. Tiago gemeu o nome dele baixinho, como uma prece proibida.
Depois, ficou olhando o teto, o coração ainda disparado. Reginaldo era casado. Hétero, provavelmente. Mas aqueles olhares durante a aula... aquele sorriso mais demorado... será que era só impressão sua?
Tiago sorriu no escuro. A próxima aula seria na quinta. Ele mal podia esperar.
Continua...
