Eu mal consegui dormir.
Quando fechava os olhos, a voz dele voltava. Não a voz de antes, do beijo contido, do pedido quase tímido. A outra. O que voltava, insistente, era a outra voz. A que ele usou no fim. Crua. Vulgar. Ela se repetia na minha cabeça como um erro que não para de ecoar. Bruta. Deslocada. Errada demais para ter saído da boca dele — e, ainda assim, impossível de apagar.
E o pior era o corpo.
Mesmo parada na cama, mesmo imóvel, eu sentia como se os toques não tivessem ido embora. A lembrança da mão dele não ficava na memória — ficava na pele. Na cintura. Na parte interna das coxas. No centro quente e sensível que parecia pulsar sozinho, como se meu corpo tivesse decidido continuar a cena sem mim.
Eu virava de um lado para o outro, sentindo ainda a mão dele entre minhas pernas, o peso da palma, o movimento errado e irresistível. Meu corpo reagia sozinho, traidor, como se não tivesse recebido o aviso de que aquilo tinha acabado mal.
Passei a noite inteira nesse vai-e-volta cruel: repulsa e saudade do toque. Nojo da frase e falta do corpo. Vergonha de mim mesma por ainda sentir. E medo. Medo de perceber que aquilo não tinha sido um episódio isolado — tinha sido o começo de um hábito.
Quando finalmente peguei no sono, foi pior.
Sonhei.
No sonho, não havia hesitação. Ele estava atrás de mim, firme, puxando meu cabelo com força suficiente para doer e excitar ao mesmo tempo. Não era delicado. Não era bonito. Não era o Miguel que eu tinha inventado na minha cabeça. Era ele tomado por uma segurança agressiva, olhando para mim como se eu fosse algo a ser usado, não desejado.
O espelho à frente devolvia uma imagem que me humilhava: eu arqueada, exposta, ouvindo aquela voz — a dele — repetir, sem pudor, sem filtro:
“Eu vou te foder.”
“Vou te arrombar.”
“Vou te arregaçar inteira.”
“Vou te encher de porra.”
As palavras vinham pesadas, agressivas, sujas — ditas com uma voz distorcida, exagerada, quase caricata, repetindo ordens que eu sabia que ele nem entendia direito. Coisas que ele tinha aprendido em algum lugar errado. Coisas que eu jamais deveria querer ouvir.
No sonho, meu corpo estava inclinado, vulnerável de um jeito que me expunha inteira. A posição me deixava sem controle do que vinha, sem como antecipar o toque, o movimento, a intensidade. Eu sentia o peso atrás de mim, a presença firme, ocupando espaço demais. Cada avanço arrancava de mim um som que eu não reconhecia como meu — um gemido baixo, quase animal, que saía antes que qualquer pensamento pudesse frear.
Meu corpo se arqueava contra a própria vontade. As costas cediam. O ventre queimava. Havia uma pressão contínua, insistente, que fazia minhas pernas tremerem e meus dedos se contraírem no vazio, buscando apoio em algo que não existia. O contato não era gentil — era invasivo, repetitivo, dominante — e o horror estava exatamente aí: meu corpo gostava.
Eu sentia o prazer se espalhar como um erro químico, um curto-circuito que ignorava toda a minha lógica. Cada movimento fazia o calor se acumular mais fundo, mais intenso, até virar uma urgência quase dolorosa. Meu quadril reagia sozinho, empurrando de volta, acompanhando o ritmo como se tivesse esquecido quem eu era, quem ele era, o que aquilo significava.
E então eu percebi.
Percebi que não estava apenas suportando.
Percebi que não estava apenas sendo tomada.
Percebi que eu estava me entregando.
Foi nesse instante — no exato segundo em que o prazer venceu o nojo, em que meu corpo pediu mais do que minha cabeça podia aceitar — que o susto veio.
A consciência caiu sobre mim como água gelada. A imagem refletida de mim mesma naquele estado, daquele jeito, gostando de ser tratada como algo sem delicadeza, sem romance, sem nome… foi insuportável.
Acordei num sobressalto.
O coração disparado. A respiração descompassada. A camisola colada no corpo.
E o choque imediato: A vulva encharcada. As coxas tensas. A respiração curta demais para uma mulher que só tinha sonhado. Levei a mão ao rosto, tentando me situar, tentando separar sonho, desejo e nojo — tudo misturado num nó impossível de desfazer.
O sonho tinha acabado, mas meu corpo não tinha recebido o recado. As coxas ainda apertadas, o baixo ventre pulsando, como se ele ainda estivesse ali atrás de mim, dizendo aquelas palavras horríveis — e, contra toda lógica, eficazes.
Fiquei deitada, olhando para o teto, com a certeza amarga de que aquilo estava virando um padrão.
Primeiro o toque. Depois a culpa. Depois o corpo pedindo de novo.
Aquilo precisava parar.
Não porque eu não quisesse Miguel. Essa mentira já não colava nem para mim mesma. Mas porque não era isso que eu queria com ele. Não aquele lugar. Não aquela linguagem. Não aquela violência vazia, emprestada, sem alma.
O que me aterrorizava não era o desejo. Era a facilidade com que eu poderia deixá-lo se deformar para caber num papel que não era dele.
Eu não queria sexo casual. Não queria descarga. Não queria brutalidade copiada.
Se fosse cruzar aquela linha — e eu já sabia que a linha estava ali, me esperando — teria que ser outra coisa. Algo que não tivesse nome. Algo que não pudesse ser explicado sem escândalo. Algo maior, torto, inconcebível.
E, se fosse acontecer, eu precisava conduzir. Corrigir. Ensinar. Não para satisfazê-lo. Mas para não perdê-lo.
Quando o céu começou a clarear, eu ainda estava acordada.
Foi quando ouvi a maçaneta girar. Um giro cuidadoso. A porta não abriu — trancada. Um segundo de silêncio. Hesitante. Depois, a batida baixa na porta. Baixa. Contida. Cautelosa demais para aquela hora.
Meu corpo reagiu antes de mim.
— Mãe… — a voz veio baixa, quase um sussurro. — A gente precisa conversar.
Era ele. Meu coração disparou como se tivesse sido pego em flagrante.
— Agora não, Miguel — respondi, controlando o tom. — Depois.
Silêncio de novo. Curto. Tenso. Então a voz dele voltou, mais baixa, quase um sussurro colado na madeira.
— Por favor… abre. Só um pouco. Antes que a Manu acorde.
Foi isso que me quebrou. A imagem da minha filha aparecendo no corredor, perguntando por que o irmão implorava para entrar no quarto da mãe — um quarto onde sempre teve acesso — foi suficiente para me empurrar até a porta.
Eu me sentei na cama, o coração martelando nos ouvidos.
— Miguel… — comecei, mas a voz falhou.
— Eu só quero falar — ele insistiu, ainda baixo. — Juro. Só falar.
Eu sabia que era mentira. Ou, pelo menos, meia mentira. Mas também sabia que mantê-lo ali, do lado de fora, era pior. Mais perigoso. Mais suspeito.
Levantei devagar, como se o chão pudesse denunciar meus passos. A mão tremia quando alcancei a fechadura. Respirei fundo — um gesto inútil — e destranquei.
A porta abriu só o suficiente.
Ele entrou rápido, quase em silêncio, como alguém que sabe que não devia estar ali. Fechei atrás dele imediatamente. Tranquei de novo.
Por um segundo, ficamos parados. Próximos demais. O quarto ainda carregava o cheiro da noite mal dormida, do calor preso nos lençóis, da tensão que não tinha ido embora.
— Fala — eu disse. Seco. Defensivo. — O que você quer?
Ele me olhou com aquele mesmo rosto cansado, olhos fundos, mandíbula tensa — não o garoto da noite anterior, mas alguém que tinha passado horas acordado, igual a mim.
— Eu errei — disse. Sem rodeio. — Eu falei merda.
Meu peito apertou. Não de alívio. De reconhecimento.
— Aquilo não foi você — continuei. — Não do jeito que você é.
Eu desviei o olhar. Não queria ver a reação. Não queria que ele percebesse o quanto aquela frase tinha me atingido.
— Eu fiquei com nojo — completei, baixa. — E com medo.
Ele engoliu seco.
— Eu fiquei com vergonha — respondeu. — Muita.
O silêncio voltou a se instalar entre nós. Mas não era vazio. Era cheio demais. Cheio do que não foi dito. Do que quase aconteceu. Do que ainda estava ali, suspenso.
Eu cruzei os braços, tentando recuperar alguma distância simbólica.
— Isso não pode virar rotina — falei. — A gente precisa colocar limite.
Ele assentiu. Um movimento mínimo.
— Eu sei.
Mas o corpo dele dizia outra coisa. E o meu também.
Ele respirou fundo antes de falar, como se estivesse prestes a confessar um crime.
— Eu não dormi — disse. — Fiquei repetindo o que eu falei… e vendo sua cara depois.
Aquilo me atingiu mais do que eu queria admitir. Porque era exatamente o que eu tinha feito a noite inteira.
— Aquilo não foi só uma frase errada, Miguel — respondi. — Foi você virando alguém que eu não reconheci.
Ele abaixou a cabeça. Os ombros caíram um pouco, como se finalmente tivesse largado a pose.
— Eu achei que… — parou. Recomeçou. — Eu achei que você queria que eu fosse assim.
Meu estômago revirou.
— Assim como?
Ele me olhou de novo. Os olhos não tinham malícia agora. Tinham confusão. Insegurança crua.
— Mais homem. Menos… — fez um gesto vago com a mão. — Menos menino. Eu achei que você ia gostar de ouvir aquilo.
— Por quê?
A pergunta saiu automática. Clínica. Fria. Mas por dentro eu já tremia.
Ele hesitou. Depois falou, rápido, como quem se livra de um peso.
— Porque é isso que todo mundo parece querer. Eu vejo, eu escuto… parece que se eu não falar desse jeito, se eu não for agressivo, eu não tô fazendo certo.
Aquilo doeu num lugar inesperado.
— Então você estava imitando alguém — falei, devagar. — Não me desejando.
Ele franziu a testa.
— Não. Eu te desejo. Muito.
O silêncio caiu pesado entre nós. Não era constrangedor. Era íntimo demais. Eu sentia cada batida do meu coração, cada lembrança do toque dele reagindo dentro do meu corpo como se tivesse memória própria.
— Você me assustou — eu disse, por fim. — Porque até aquele momento… — engoli seco. — Eu estava me sentindo vista. Querida. Desejada de um jeito… bonito.
A palavra soou ridícula assim que saiu. Bonito. Mas era a única possível.
Ele fechou os olhos por um instante.
— Eu não quero que você me veja assim — falei, tentando recuperar algum controle. — Como alguém que precisa disso.
Ele se aproximou meio passo. Não tocou. Mas a distância diminuiu o suficiente para eu sentir o calor dele.
— Então me diz — falou baixo. — O que você quer que eu faça?
Essa foi a pergunta mais cruel de todas. Porque eu sabia a resposta errada. E a certa exigia uma força que eu não tinha certeza se possuía.
— Eu quero que você volte a ser quem estava ali antes — falei. — O garoto que me beijou como se tivesse medo de quebrar alguma coisa.
Ele assentiu lentamente.
— Eu consigo.
Levantei o olhar. Nossos rostos estavam próximos demais outra vez.
— Mas só se você parar de me olhar como se eu fosse um erro — completou.
Aquilo me desmontou.
Porque eu não o via como erro. Via como tentação. Como risco. Como algo que eu desejava controlar — e não conseguia.
— Miguel… — comecei, mas não terminei.
A boca dele encontrou a minha antes que eu pudesse pensar melhor.
Foi um beijo urgente, silencioso, selando algo que já tinha sido decidido antes mesmo das palavras. Não havia delicadeza ali — havia necessidade contida, um acordo selado na respiração compartilhada, no choque dos lábios, no corpo dele reagindo inteiro ao meu toque que não recuava. Eu sentia o quanto ele estava presente, vivo, tomado, e aquilo me dava uma vertigem perigosa.
Era um beijo de promessa.
E de risco.
E foi isso que me fez perceber, com um frio lento descendo pela espinha, que o perigo não estava no que ele fazia errado.
Estava no quanto ele podia fazer certo.
— Eu perdi o controle — ele disse, a voz baixa, tensa, quase rouca. — Porque você me deixa assim.
Eu fechei os olhos por um segundo. Não por cansaço. Por fraqueza.
— Não diga isso como se fosse culpa minha — respondi. — Eu não quero que você vire outra pessoa por minha causa. Eu só quero… você. Do jeito que era. Antes.
Ele deu uma risada curta, nervosa. Não debochada. Desesperada.
— Mas olha o que você faz comigo, Marta.
Antes que eu pudesse reagir, ele segurou minha mão. Não com força. Com decisão. Guiou devagar, como se quisesse que eu entendesse cada centímetro do caminho. Minha pele já estava sensível demais para qualquer toque inesperado.
Minha mão pousou sobre o volume duro por cima do short.
Meu corpo respondeu antes de mim.
O choque do calor. A rigidez evidente. A pulsação viva sob o tecido fino. Não era imaginário. Não era exagero. Era real. Pesado. Urgente.
— Sente? — ele murmurou, tão perto que eu senti a respiração dele bater no meu pescoço. — Sente como você me deixa?
Eu não respondi.
Não porque não soubesse o que dizer. Mas porque, no instante em que meus dedos apertaram de leve — quase um reflexo — toda a minha argumentação desmoronou.
Meu fôlego falhou.
O ar entrou curto, irregular. Meu peito subiu e desceu rápido demais. Eu devia ter soltado. Devia ter puxado a mão de volta. Devia ter feito qualquer coisa que combinasse com a mulher firme que eu fingia ser.
Mas eu apertei.
Um pouco mais.
O corpo dele reagiu sob minha mão, duro como um erro impossível de desfazer. Miguel soltou um suspiro quebrado, contido com esforço, como se estivesse à beira de perder tudo outra vez.
E isso me atravessou.
Porque não era vulgar naquele momento. Não era agressivo. Era cru. Um desejo nu, exposto, que eu mesma tinha alimentado — no sofá, no beijo, na fuga inútil para o quarto.
Minha mão tremia. Não de medo. De vontade.
Eu sentia o sangue pulsar entre as pernas, o eco dos toques da noite anterior acordando de novo, meu corpo traindo cada palavra sensata que eu tinha dito minutos antes.
Ainda assim, eu não disse nada.
Só respirei fundo. Ofegante. Presa entre o que eu queria e o que eu sabia que não devia atravessar.
E ele, percebendo meu silêncio, não avançou.
Esperou.
Como se soubesse que, naquele instante, quem estava realmente à beira de perder o controle…
era eu.
Nossas testas se tocaram.
Muito perto. Perto demais.
Os lábios quase encostavam. O ar entre nós era curto, compartilhado, quente. Falávamos baixo, quebrados, como se qualquer palavra mais alta pudesse nos denunciar ao mundo.
— Se… se a gente cruzar essa linha… — minha voz falhou, mas eu continuei — você me promete que não vai mudar?
Ele não hesitou.
— Prometo.
Engoli em seco. Meu corpo queria correr. Minha cabeça queria fugir. Mas minhas mãos não obedeciam nenhuma das duas.
— Promete que vai continuar sendo… você. — corrigi, mas não era isso. — Que vai continuar sendo meu garotinho?
Ele fechou os olhos por um segundo, como quem aceita um voto.
— Prometo.
Meu peito apertou.
— Que nada vai mudar entre nós?
— Prometo.
Eu respirei fundo, sentindo o coração bater onde não devia.
— Vai continuar me amando?
A resposta veio imediata, quase dolorida.
— Prometo.
Eu precisei de mais. Precisava ouvir com peso.
— Não. — sussurrei. — Jura pra mim, Miguel.
Ele abriu os olhos. O olhar não era de desejo agora. Era de entrega.
— Eu juro.
O silêncio que se seguiu foi espesso. Intenso. Irreversível.
Então ele disse. Simples. Nu. Sem defesa:
— Eu te amo, mãe.
Então a voz veio do corredor.
— Mãe?
O som atravessou o quarto como um balde de água fria.
Meu corpo reagiu antes da cabeça. Afastei Miguel num impulso seco, levando o dedo aos lábios num gesto automático de silêncio. Os olhos dele arregalaram por um segundo — alerta, lúcido demais agora. Apontei para o banheiro da suíte. Ele entendeu na hora.
Sumiu para dentro e fechou a porta sem fazer barulho.
Meu coração parecia querer sair pela garganta.
— Já vou, Manu — respondi, forçando normalidade enquanto ajeitava a camisola com mãos que ainda tremiam.
A maçaneta girou. Manuela entrou, sonolenta, cabelo preso de qualquer jeito, completamente alheia ao terremoto que tinha acabado de acontecer ali.
— Bom dia — disse, esfregando os olhos. — Você sabe onde está aquela blusa preta? A de manga larga?
— Na segunda gaveta do meu guarda-roupa — respondi rápido demais. — E não, você não vai achar de primeira.
Ela fez uma careta.
— Eu sempre acho.
— Acha nada — provoquei, com um sorriso ensaiado. — Você olha e não vê. Igual ao seu irmão.
Eu a acompanhei até o quarto dela, como quem escolta uma bomba para longe do lugar errado. Esperei entrar, fiz mais um comentário qualquer — banal, cotidiano, seguro — e só então voltei.
Fechei a porta do meu quarto atrás de mim.
Encostei nela por um segundo.
Respirei fundo.
O silêncio voltou a pesar.
E eu sabia que nada, absolutamente nada, estava mais sob controle.
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