[M/F] - O tempo e suas marcas - Parte 1: O destino devolve velhos desejos

Um conto erótico de Granada
Categoria: Heterossexual
Contém 1815 palavras
Data: 08/12/2025 23:11:15

Algumas coisas na vida são detalhadamente planejadas, arquitetadas e pensadas. Cada detalhe calculado pra que o resultado seja exatamente o desejado. Outras dependem do destino, do trabalho das engrenagens do acaso para que situações ocorram no tempo certo e com as pessoas certas.

Por muito tempo, ele tentou planejar que seu desejo mais íntimo se tornasse real. Frequentou cada recanto escondido da internet onde um relato pudesse parecer minimamente real. Não conseguiu. Talvez só depois iria entender que era muito novo, desconhecia possíveis consequências. Também não imaginava que ela tinha a guarda levantada, sempre pronta para se defender daquilo que talvez gerasse um trauma. Ficou no passado, tanto tempo atrás que quase se esqueceu do que tanto desejou. Quase. Até o destino resolver trabalhar.

Ele tinha 34 anos. Visitava os pais todo fim de semana para o almoço em família. Honesto, esforçado, percorreu a vida sempre tentando fazer o certo. A convivência sempre foi boa, admirava tanto o pai quanto a mãe pela inteligência e posicionamentos críticos. Criaram ele e sua irmã para questionarem, pesquisarem, compreenderem antes de falarem qualquer bobagem. As pequenas rusgas com o pai, briga de adolescente que sempre tem razão, ficaram no passado. Hoje ele entende porque era mais cobrado na época. O desejo, a atração por sua mão nunca foi uma tentativa de substituir ou de se apresentar como o homem certo para ela. Não, suas fantasias sempre foram em torno de um amor que poderia ser mais. Simplesmente mais.

Sua mãe, hoje com 54 anos, não tinha mais a beleza de sua juventude. Mas só os tolos desejam o passado e ojerizam o presente. As marcas do corpo carregam a sua historia de vida. Porém, nesse final de semana em que ele passaria o almoço apenas com sua ela por causa de uma viagem do pai, esse sentimental carnal estava adormecido.

Adormecido até o celular da mãe apitar o recebimento de uma mensagem e ele sair a sua procura dentro de casa.

A porta do quarto rangia levemente ao se abrir, o som quase abafado pelo barulho da chuva que batia contra as janelas. Ele entrou sem bater, os olhos imediatamente capturados pelo movimento à sua frente. Ela estava de costas, a camiseta justa colada ao corpo, os contornos das costas e da cintura marcados pelo tecido fino. Mas foi o que faltava que o paralisou: a calcinha pendurada em seus dedos, as pernas nuas e, entre elas, o triângulo escuro de pelos que descia em uma linha suave até desaparecer na sombra entre as coxas.

O ar ficou preso em sua garganta. Ele não conseguia se mover, não conseguia piscar. Era como se o tempo tivesse recuado vinte anos, e ele estivesse novamente espiando pela fresta da porta, a curiosidade infantil misturada a um desejo que nem entendia direito. Só que agora não era uma criança. Agora era um homem, e o que via não era um vislumbre roubado, mas a realidade crua e tentadora de um corpo que sempre o havia obsedado.

Ela se virou de repente, como se tivesse sentido o peso do seu olhar queimando sua pele. Os olhos dela se arregalaram, a calcinha ainda pendurada nos dedos, o corpo exposto da cintura para baixo. A vergonha a atingiu como uma onda, corando suas bochechas, fazendo-a pressionar as coxas uma contra a outra em um gesto instintivo de proteção.

Memórias voltam em sua mente como relâmpagos. Ela sempre trancando as portas do banheiro quando ia tomar banho, sempre se trocando atenta a qualquer barulho atras da porta. Na época pensava que a causa era a transição pra vida adulta, os hormônios tomando conta das decisões de seu filho. Algumas vezes pensou em deixar que ele tivesse êxito na empreitada, mas logo varria isso da mente, poderia ser perigoso. Poderia levar a caminhos ruins. Ou muito bons. O que a assustava mais?

— Sai daqui! — ela ordenou, a voz trêmula, mas firme. — Você não pode estar aqui! — Foi sua resposta automatizada pelo passado.

Ele não respondeu. Não conseguia. Estava hipnotizado pela visão daqueles pelos pretos, espessos e cacheados, que emolduravam a fenda úmida entre suas pernas. O cheiro do corpo dela—suor, sabonete, algo doce e terroso—invadia suas narinas, fazendo seu pau latejar dentro da calça. Era como se todos os anos de fantasia tivessem se materializado naquele instante, e ele não conseguia—não queria—desviar os olhos.

— Eu disse pra sair! — ela repetiu, mais alta dessa vez, as mãos tremendo enquanto tentava cobrir-se com a calcinha ainda não vestida. — Isso é errado, você não pode me ver assim!

Isso o arrancou do transe. Ela havia gritado, e aquilo o fez piscar, como se acordasse de um sonho.

— Desculpa — ele murmurou, a voz rouca, grossa de desejo contido. — É que... última vez que te vi assim, eu era criança. — Seu olhar percorreu o corpo dela, demorando-se nos pelos, na umidade que começava a brilhar entre eles. — Agora confirmo como você é bonita.

Ela engoliu em seco, os dedos apertando a calcinha contra a virilha, como se aquilo pudesse apagar o que ele já havia visto.

— Você não pode me ver assim — ela insistiu, a voz quebrando. — Sai. Agora.

Ele não se mexeu. Em vez disso, deu um passo à frente, reduzindo a distância entre eles. O cheiro dela ficava mais forte, mais intoxicante.

— Mas você tá linda — ele disse, baixo, como se estivesse confessando um pecado. — Qual o problema de te ver assim? Ninguém te conhece como eu.

Ela recuou, as costas batendo na parede, o corpo tenso.

— É errado você sentir isso por mim — ela rebateu, o rosto uma mistura de vergonha e raiva. — Você é... eu sou...

— Eu sinto isso desde sempre — ele interrompeu, a voz agora um rosnado suave. — Sempre imaginei como você seria pelada. — Seus olhos queimavam, devorando cada centímetro dela. — Deixa eu ver, por favor.

Ela o encarou, respirando rápido, o peito subindo e descendo sob a camiseta. Por um momento, pareceu que iria gritar de novo, expulsá-lo à força. Mas então, lentamente, como se hipnotizada por sua própria ousadia, ela baixou as mãos. Os caminhos agora poderiam ser muito bons.

Os pelos escuros se revelaram em toda a sua glória, espessos, cacheados, úmidos na base, onde a fenda rosada entreabria-se levemente. Ele pode ver o brilho da excitação ali, o convite silencioso de um corpo que, apesar de tudo, respondia ao desejo.

— Deus — ele sussurrou, os dedos coçando para tocar, para separar aqueles pelos e ver tudo. — Gira pra mim.

Ela hesitou, mas obedeceu, virando-se devagar, as nádegas arredondadas marcadas por estrias finas e a textura irregular da celulite. Ele sentiu a boca encher de saliva. Aquilo não era o corpo liso e perfeito das revistas que ele escondia debaixo do colchão quando era adolescente. Era melhor. Era real. Era ela.

— Você é perfeita — ele murmurou, a voz embargada. — Cada marca, cada detalhe...

Ela tremeu, mas não se cobriu. Deixou que ele olhasse, que memorizasse cada curva, cada imperfeição que o fazia querer mais.

— Agora os peitos — ele pediu, a voz falhando. — Deixa eu ver tudo.

Foi como se ela tivesse levado um tapa. A vergonha voltou com força, e seus olhos faíscaram.

— Chega! — ela gritou, pegando a calcinha e vestindo-a com movimentos bruscos. — Sai daqui, seu doente! — Os caminhos ruins agora pesando mais em suas decisão.

Ele não discutiu. Sabia que havia ido longe demais. Mas quando saiu, levou consigo a imagem daqueles pelos, da umidade entre as coxas dela, do cheiro que o deixaria duro a noite toda.

A casa estava silenciosa quando ele desceu horas depois, o corpo ainda latejando de desejo não saciado. A chuva havia parado, deixando um ar úmido e pesado. Ela estava na sala, enrolada em um cobertor no sofá, os olhos fixos na televisão, mas claramente distante. Ele não disse nada ao sentar-se na outra ponta, o corpo tenso, o pau duro como pedra dentro da calça de moletom.

Não demorou para que ela percebesse. O cobertor que ele havia jogado sobre as pernas era tinha uma função inconfundível.

Ela o observou por um longo momento, os lábios entreabertos, antes de falar:

— Tá assim por causa do que eu mostrei?

Ele não mentiu.

— Sim.

Ela mordeu o lábio inferior, os olhos escurecendo. Por um instante, pareceu que iria se levantar e sair. Mas então, com uma determinação que o surpreendeu, ela disse:

— Deixa eu ver. É justo.

Ele não hesitou. Afastou o cobertor, puxando a calça de moletom e a cueca para baixo em um único movimento. Seu pau saltou para fora, grosso, veioso, a cabeça roxa e úmida já vazando pré-gozo. Ele o segurou pela base, dando uma puxada lenta, os olhos fixos nela.

Ela arfou, os olhos arregalados. Não era a primeira vez que via um pênis—mas nunca um assim. Tão grande, tão homem. O cobertor escorregou de seus ombros enquanto ela se ajustava no sofá, as pernas se apertando sob o tecido.

— Pode fazer o que tá com vontade — ela ordenou, a voz trêmula.

Ele obedeceu, a mão deslizando pelo comprimento, os dedos apertando a cada descida. Um gemido baixo escapou de seus lábios, abafado pelo tecido do sofá.

Ela não tirou os olhos de lá. Não quando a mão dele acelerou, não quando o primeiro fio de pré-gozo escorreu pela cabeça, brilhante sob a luz fraca da sala. E então, lentamente, como se hipnotizada, ela deslizou a mão por baixo do cobertor que a cobria.

Ele viu o movimento, o tecido se mexendo levemente com os dedos dela. Soube, sem precisar ver, que ela estava tocando a si mesma. Que estava molhada. Que estava gostando.

O ar entre eles ficou elétrico, carregado de algo proibido, algo que não podia ser nomeado. Os gemidos dele se misturavam aos suspiros abafados dela, o som úmido de dedos deslizando sobre carne sensível. Ele imaginou como ela devia estar—os dedos afundando entre os pelos, o clitóris inchado sob a pressão, a buceta apertada, faminta.

— Você tá molhada? — ele perguntou, a voz um rosnado.

Ela não respondeu. Mas o movimento sob o cobertor ficou mais rápido, mais urgente.

Ele não aguentou. Apertou a base do pau, os quadris se levantando do sofá enquanto as bolas apertavam, prontas para explodir. Ela o observava, os lábios entreabertos, a respiração ofegante, e foi isso que o levou ao limite. Com um gemido gutural, ele gozou, jatos grossos de porra quente espirrando sobre seu próprio peito, as gotas escorrendo pelos dedos.

Ela não parou. Ele pode ver o cobertor tremendo, os dedos dela trabalhando sem parar, até que um suspiro agudo escapou de seus lábios, seguido por um tremor que sacudiu seus ombros. Ela gozou em silêncio, os dedos pressionados contra o próprio clitóris, o corpo tenso sob o tecido.

Quando acabou, o ar na sala ainda estava pesado, carregado do cheiro de sexo e culpa. Eles não trocaram palavras. Não precisavam.

Porque ambos sabiam que aquilo não era o fim.

Era só o começo.

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