Não Basta Ser Pai 36

Um conto erótico de Xandão Sá
Categoria: Gay
Contém 5359 palavras
Data: 20/11/2025 20:33:33

Por um instante, minha respiração parou, parecia que minha pulsação tinha feito uma pausa. Ouvir Welington dizer, como uma confissão, que estava gostando de mim, explodiu mil significados na minha cabeça. A primeira reação foi de susto, a segunda foi automática:

- eu também!

E ao dizer isso pra Wellington, cujos olhos brilharam quando me ouviu falar, tomei consciência de que algo forte e emocionado vinha do meu íntimo: aquele rapaz não era apenas uma foda boa, uma aventura excitante com todos os componentes eróticos que o proibido estimulava. Não, não era só isso e, agora, a ficha caía como um clarão de um raio deixando tudo à vista. O que eu sentia, ainda que tivesse escondido de mim mesmo desde o primeiro momento, colocando na conta da admiração, agora, sabia que era correspondido, um vínculo emocional se estabelecia entre nós dois como algo sólido e evidente. Algo que trazendo para a racionalidade, estava fora de cogitação. Jamais pensei em colocar meu casamento em questão, nem quando me dei conta que o meu amor por Dan e por Guga eram maiores que nossas relações familiares. Eu não pensava nisso mas a vida real é de viés e a gente sempre pode ser surpreendido.

Depois da gente ter se beijado, rapidamente, entrei no carro de meu irmão e voltei pra casa pensativo, a ponto que Guga percebeu e me perguntou enquanto parava na frente de casa pra eu descer:

- tá tudo bem, Duda? O que é que tá pegando? De repente, você ficou calado...

Pensei em disfarçar e negar qualquer coisa mas meu irmão era meu porto seguro, então despejei a informação que me abalou sobre ele:

- Wellington falou que está gostando de mim e...

- você está gostando dele também...

A maneira como Guga me cortou, completando minha frase, me deixou atônito mas antes que eu dissesse “como assim?”, ele continuou:

- eu já tinha notado no modo como você fala dele que havia uma empolgação e, hoje, vendo vocês juntos dá pra perceber que tem algo rolando. Você cuida dele e fica ligado mesmo quando ele está com os outros, como quando ele estava transando com Otávio ou me beijando e eu sei que não tem ciúme, é diferente, é estar sintonizado nele...

- que loucura, Guga, e agora?

- e agora? Nada, ué. Se pré ocupar é se ocupar antes. Deixa rolar, você e Patty não abriram a relação?! Pode ser que seja só uma paixonite, uma empolgação que o tempo pode desfazer e baixar a bola. Só não faça o que eu fiz: adiar tanto tempo a decisão de dar o fim ao que acabou. Se as coisas entre você e Patrícia deixarem de fazer sentido, e eu acho que ainda fazem, seja sincero com você e com ela.

- é, você tem razão... preciso pensar nisso com calma.

- é isso, maninho, com calma e sem encucação. Você procura explicação demais para tudo. Então, justo agora que você está se permitindo ser um cara mais livre, mais solto, menos certinho, menos preso às regras, não vai voltar atrás. A vida é breve, aproveita...

As palavras de Guga calaram fundo na minha mente e no meu coração. Puxei meu irmão e trocamos um beijo cheio de amor e profunda cumplicidade, a ponto de que me excitou e comecei a ficar de pau duro. Quando a gente tava nesse bem bom, fomos interrompidos pelo farol de um carro se aproximando. Era Juan chegando com Dan. Eles estacionaram e desceram. Eu e Guga fizemos o mesmo, rolou uma rápida resenha ali na porta de casa, os meninos zoaram comigo e com Guga porque a gente tava de pau duro, meu irmão se despediu, foi embora e nós três entramos, direto pra cozinha porque eles queriam fazer um lanche. Dan tava super excitado em me contar o que eles tinham aprontado. Meu filhote amado é uma fonte insaciável de aventura:

- pai, você não acredita. Sabe o Felipe Caldas, aquele repórter e apresentador da TV?

- ahan, sei sim, o que tem ele?

- ele tava lá no cinema cobrindo a pré-estreia e Juan notou que ele tava olhando insistentemente na nossa direção mas como ele tava trabalhando, a coisa parecia que ia ser só isso de troca de olhares, até que ele deu um jeito de se aproximar, usou como pretexto vir nos entrevistar, fez perguntas bobas sobre nossa expectativa em relação ao filme, etc. e no final, microfone desligado, o cinegrafista se afastando, ele foi papo reto, perguntou se a gente curtia, se a gente era um casal e se a gente tava a fim de encontrar com ele depois...

- resultado, tio Duda, que a gente não viu o filme...

Olhei pra Juan e comecei a rir do comentário dele mas não pude deixar de dizer:

- caramba, vocês são terríveis! Não deixam passar nada... mas me digam: como foi isso?

- ah ele falou que assim que acabasse a matéria estava livre e nos convidou pra ir pro apto dele. Por sinal, um apto lindo, perto da Beira Mar, pequeno mas super bem decorado, uma vista linda, foi massa...

- Eu quero saber como foi o lance, a putaria...

- pai, ele é um tesão, tem um pau médio pra pequeno mas bem grosso e na cama ele é versátil mais passivo, enfim, a gente curtiu tudo. Todo mundo comeu, todo mundo deu, mas Juan foi mais ativo, teve uma hora que ficou comendo nós dois, tirando o pau do meu cu, metia nele, voltava pro meu, um tesão, até que a gente engatou num trenzinho, eu comendo ele, Juan me comendo e gozamos...

- só de imaginar fiquei até com tesão

- que delícia sogrinho!

Juan falou isso já botando a mão no meu pau e fazendo um quibe na minha rola. O safado, na ousadia, tirou meu pau pra fora, e eu deixando, é claro. O puto deu uma cheirada e comentou:

- caramba, tio Duda, que cheiro de porra é esse?

- então, meninos, teve festinha aqui em casa, eu, Guga, Otávio e Wellington.

- Não!!!! Aquele que era seu estagiário? Juan, ele é maior gato, um tesão.

- Oxente, Dan, não sabia que você tinha reparado tanto nele assim quando foi lá na empresa. Que safado esse meu filho. Pois ele foi promovido pelo dono da empresa e agora é funcionário...

- ah pai, mas essa promoção...?

- nada a ver, nem pense besteira, ele é um ótimo trainee. Sério, focado.

- pois é, paizão, por isso que fiquei impressionado. Ele não dá pinta nenhuma mas eu tô lembrando que você me contou que vocês tiveram um lance, fizeram uma pegação?

- pois é, ele tá se permitindo, querendo saber qual é... mas o lance inacreditável vocês não sabem qual foi? Ele é sobrinho de Otávio!

- o quê!!!????

- pois é Dan, uma surpresa do caralho. Foi um choque, achei até que a festinha não ia mais rolar, mas, depois de uma boa conversa tudo se ajeitou e eles até se comeram...

- então, ele faz tudo?

- tudo e mais um pouco...

- porra, sogrinho, podia ter chamado a gente!

Olhei pra cara de Juan e devolvi na zoeira:

- vocês lembraram de me chamar quando foram transar com o tal Felipe da televisão?

- ah pai...

- ah, nada... cada um aqui tem sua vida. É bom demais quando a gente pode estar juntos mas a gente também pode nossos próprios lances, né? Agora, deixa eu aproveitar que meu pau ficou mole de novo e ir dormir.

- ah tio, bora pro quarto de Dan curtir...

- ah, meninos, hoje não, tô cansado, foram muitas emoções...

Deixei a frase enigmática no ar como uma brincadeira e subi pro meu quarto. Quando peguei o celular pra botar pra carregar tinha uma mensagem dele: “Cheguei bem em casa, conversei um pouco com tio Otávio no carro, tá tudo bem. Até amanhã, um cheiro!”. Respondi com um emoji de beijinho e me deitei. Minha mente ainda passeou pelos devaneios do que tinha rolado e, ainda que a preocupação com meu casamento passasse pelas minhas reflexões, não chegava a ser uma inquietação. Acho que Guga tinha razão, eu não tinha que ficar antecipando nada, afinal foi só uma frase e eu ainda teria que conversar com Wellington para entender o que ele quis dizer com aquela revelação, estar gostando de mim significava exatamente o que ele.

Não sei exatamente em que momento desliguei, só sei que dormi a sono solto. Acordei no outro dia com o despertador berrando na mesa de cabeceira. Deu uma preguiça da zorra de levantar mas tinha uma agenda cheia, não dava para atrasar. Arrumei forças no cu mas levantei, tomei banho, me vesti e, ao passar em frente ao quarto de Dan, deu vontade de dar uma espiadinha pra ver como eles estavam. A porta estava fechada mas sem estar trancada à chave. Dei uma batidinha leve, ninguém respondeu, então abri silenciosamente, entrei no quarto geladinho, ar-condicionado troando, e lá estava os dois abraçados, de conchinha, na penumbra. Fui até a lateral a cama e dei um beijinho na testa de Dan, fiz um cafuné em seu cabelo que, mesmo sendo um carinho delicado, o despertou. Ele abriu seus olhos lindos com preguiça, reconheceu que era eu e estendeu os braços, me puxando para um abraço:

- bom dia paizão...

- bom dia meu amor, passei só pra dar um beijinho no meu filhão

Disse isso enquanto abraçava seu corpo quentinho e cheiroso. Dan aprendeu comigo e com a mãe dele a tomar banho antes de dormir e passar uma colônia. Ainda tinha um cheirinho de lavanda em seu cangote onde dei um cafungada e uns beijinhos.

- me acordou pra me dar leitinho

Disse Dan com a cara mais safada do mundo, já metendo a mão nas minhas calças, tentando abrir a braguilha pra pegar meu pau. Óbvio que reagi ficando de pica dura mas tentei resistir:

- filho, o pai precisa ir trabalhar. Não posso atrasar. Dona Dalva já deve ter preparado meu café...

- só uma mamadinha, vai...

Dan era arteiro, danado, falou isso já tirando meu pau pra fora e abocanhando a cabeça da rola. Sua boca quentinha me deu um choque gostoso. O quarto tava frio e seus lábios envolvendo meu cacete com uma textura morna e macia. Gemi alto com a mamada que o putinho do meu filho começou a dar. Tão alto que o safado do meu genro acordou, esfregou os olhos e já foi se botando.

- eita, sogrinho, veio dar de mamar pros filhotes.

Juan falou isso vindo quase que por cima de Dan e já chegando junto com sua boca gulosa, indo direto pro meu saco. Puta que pariu, dois putinhos jovens safados saboreando meu cacete logo de manhã cedo é muito foda. Acariciei os cabelos de ambos, enquanto os dois duelavam pelo meu pau e por meus ovos. Os putos se beijavam com minha rola no meio a ponto de que adverti pra não melar minhas calças:

- não vão deixar minha roupa toda babada, viu seus putos?!

-ahan

Responderam os dois de boca cheia mas logo Dan, decidiu dar outro rumo aquele ménage matinal. Largou meu pau pra Juan mamar sozinho e foi para trás de seu namorado, fazer um cunete naquele rabo moreno musculoso. O namorado do meu filho tem uma bunda colossal. Quando a língua de Dan começou a trabalhar no cuzinho dele, Juan gemeu forte, de boca cheia, pois respondeu ao estímulo abocanhando ainda mais meu cacete.

Dan alinhou sua pica no cu babado de Juan e meteu. A socada foi tão forte que Juan gemeu de dor largando minha pica:

- porra, Dan, vai devagar caralho, meu cu tá doendo de ontem.

- quem mandou sentar e rebolar na rola grossa do Felipe? Agora, aguenta...

Puxei a cabeça de Juan de volta pra meu pau e voltei a socar naquela boca gostosa. Segurei ele pelas têmporas e acelerei as metidas. Fodi a boca de Juan indo até a garganta e voltando. Ele engasgava, ficava com os olhos esbugalhados e, quando eu tirava a rola da goela dele, voltava toda babada, com fios grossos de cuspe ligando meu cacete a sua boca. Bati com a pica na cara dele e anunciei:

- quer leitinho, Juan? Pede porra pro tio, pede!

- me dá leite, tio Duda, vai. Dá leitinho pro teu genrinho.

Dan ficou enciumado e reclamou:

- ei, eu também quero!!!

- então chega junto aqui, filhão, que tem leite pros dois!

Acelerei a punheta enquanto Juan passava a linguinha safada no meu saco e Dan abria a boca esperando uma jatada de porra. E foi a ele que dei os primeiros jatos. Como eu gozo muito, deu pra dividir direitinho minha gala com os dois putinhos, tirei da boca de Dan e botei na boca de Juan, soltando porra pra todo lado que eles colheram com avidez. Gozei tão forte que minhas pernas tremeram e eu tava de pé, não levei nem 3 minutos entre Dan começar a mexer no meu pau e eu dar porra pra ele e Juan. Foi, de fato, uma rapidinha. Meu pau foi amolecendo na boca de Juan até eu puxar delicadamente pra fora. Deixei os fodendo enquanto fui ao banheiro de Dan lavar minha rola e ver se tinha algum estrago na roupa. Por sorte, apenas uma discreta gota de porra caiu sobre a calça na coxa esquerda, que prontamente limpei com a toalha de rosto. Terminei de me ajeitar, enxuguei algumas gotas de suor da testa, lavei o rosto, me sequei e voltei para o quarto. Os dois agora tinham invertido as posições. Juan estava comendo Dan de frango assado. Dei um beijinho nos dois e saí sob protestos. Eles queriam que eu tirasse a roupa e deitasse com eles na cama. Juan ainda reclamou:

- vai ficar me devendo uma rolada, viu sogrão!

Só ri e saí, balançando a cabeça. Pelo visto, aqueles dois ainda iam foder por uns bons minutos. Desci e encontrei Dalvinha na cozinha que, toda sorridente, foi assar queijo coalho que eu adoro comer no café da manhã. Tomamos café juntos conversando abobrinhas quando já perto de acabar meu café, para minha surpresa, Juan e Dan chegaram na cozinha, de cabelos molhados. Fiquei ainda alguns minutos na resenha enquanto eles começavam a comer e a falar dos planos do dia.

Chequei a agenda, me despedi do trio da cozinha e fui embora. No caminho, recebi um áudio de Well, falando sobre uma reunião que teríamos do projeto novo, uma fala super profissional, feita provavelmente já no escritório e sem nenhuma menção ao dia anterior. Ele me surpreendia com o auto controle.

No escritório a gente se encontrou, uma breve troca de olhares mais sugestiva quando não tinha ninguém por perto mas sem nenhum tipo de busca de intimidade. Perto da hora do almoço, perguntei onde ele ia comer e falou que a turma do escritório ia para uma padaria embaixo do prédio que servia um ótimo buffet de almoço. Pensei em me juntar a eles mas, nesse momento, a secretária do nosso diretor me passou uma ligação dele, me convidando pra ir almoçar com ele numa churrascaria sofisticada que fica ali mesmo na Aldeota. O boss queria trocar umas ideias sobre alguns projetos e negócios e lá fui eu.

O almoço foi intenso, meu diretor tem uma mente incansável, a cabeça dele não para, até que, depois de traçar cenários de negócios para os próximos anos da empresa, ele largou a novidade: ia tirar 15 dias pra viajar com a esposa pra uma estação de esqui e, nesse período, eu ficaria como adjunto dele na presidência. Era a primeira vez que eu responderia pela empresa na ausência do CEO. Aquilo me trouxe um frio na barriga, misto de excitação com um pouco de medo, mas eu sabia que era, acima de tudo, uma demonstração de confiança. O outro líder, que vinha substituindo o dono da empresa nos seus eventuais afastamentos e impedimentos, dessa vez ficaria com outros encargos. A novidade trouxe também um certo receio de causar alguma indisposição com o colega mas ao chegar na empresa ele mesmo veio repercutir a decisão do CEO e me parabenizar, reforçando que eu tinha chegado com méritos naquela posição e se dispondo a me dar todo o help que eventualmente eu precisasse.

Quando Wellington entrou na minha sala no meio da tarde, compartilhei a notícia com ele que me deu parabéns enquanto eu dizia que meu desejo naquele momento era agarrar ele ali mesmo e dar um beijo. Os olhos dele brilharam mas, seguro e centrado como sempre, apenas sorriu e disse:

- melhor não, né Dr. Eduardo.

Sorri de volta e sondei sobre a disponibilidade dele para mais tarde:

- está livre hoje?

- oh... infelizmente, não. Minha mãe pediu pra ir com ela no shopping mais tarde. Ela precisa trocar de óculos, mas se o convite ainda estiver de pé amanhã...

- claro que sim, hoje você paparica minha sogra e amanhã você é meu...

- sogra?!

Well falou isso bastante surpreso mas no meio do olhar de susto tinha alguma coisa excitada e feliz em ter ouvido aquilo.

- sim, sogra...

Wellington me abriu um sorriso lindo que me deixou de pau duro na hora. Ele percebeu e, num gesto de radical ousadia para o comportamento sempre safado dele, veio até mim, deu uma patolada super rápida no meu pau e sussurrou baixinho enquanto se virava pra sair da sala:

- safado...

Fiquei divagando sobre nossa situação por alguns minutos e, pelos caminhos tortuosos do pensamento, me lembrei de Patty, me dando conta que ela não dava notícias desde o dia anterior, o que não é muito do feitio dela. Peguei meu celular e mandei uma msg pra ela:

- kd vc?

Demorou uns segundos, ela visualizou e respondeu:

- muita correria, mais tarde te ligo. Bj

Voltei a me concentrar no trabalho e segui imerso nos projetos e planilhas até a hora de ir pra academia. Quando cheguei lá, encontrei com o gostoso do segurança que me cumprimentou com um aceno de cabeça e um sorrisinho maroto. Corri pro vestiário antes de pensar e fazer alguma besteira e quando cheguei lá encontrei com Thiagão, o personal amigo de meu irmão que transamos no feriadão na serra há dois meses. Ele abriu o maior sorriso quando me viu e disparou a falar comigo com o jeitão malandro dele:

- fala, Duda, quanto tempo cara. Que conta de bom? Tá mantendo o shape, hein, tô gostando de ver.

- fala, Thi, pois é cara, maior correria. E a Serra, hein, nunca mais...

- tive lá no final de semana mas como não vi o carro de Guga no condomínio, imaginei que vocês não tinham ido. A gente precisa marcar de novo uma resenha...

Thiago falou isso piscando o olho enquanto terminava de botar sua farda de personal. Naquele horário, academia cheia, nem dava pra apimentar a conversa, muita gente ao redor mas, mesmo assim, ele chegou perto enquanto eu calçava os tênis e confidenciou o que tinha aprontado:

- ah, cara, deixa eu te contar uma, conheci o Abdul, o entregador de pizza, garoto bacana, trouxe meu pedido direitinho!

Ao ouvir Thiagão falar isso com a maior cara de safado, deu até comichão no saco, a menção aquele garoto gostoso dava tesão mas eu tava ali pra treinar. “Foco, Eduardo, Foco”: disse a mim mesmo! Mesmo assim, não resisti e devolvi a provocação:

- tava boa a pizza?

- tava, nunca tinha comido calabresa árabe... muita boa.

Nos entreolhamos, ambos segurando a vontade de gargalhar. Que filho da puta, tinha transado e dado, chupado, sei lá mais o que com o garoto gostoso, mas desfiz o clima de insinuação e provocação chamando de volta pra realidade:

-bora treinar, Thiago que o de hoje ainda não tá pago!

Saímos juntos para o salão de musculação e Thiago sumiu na direção da recepção. Comecei meu treino e só voltei a vê-lo cerca de meia hora com a senhora que ele estava fazendo personal. Trocamos olhares algumas vezes mas não interagimos mais. Terminei meu treino cerca de hora e meia depois, peguei minha mochila no armário e decidi tomar banho em casa. Na saída encontrei meu irmão que tava chegando, nem sempre ele ficava naquela unidade. Falamos rapidinho, marcamos de fazer algo no fim de semana, ele perguntou por Wellington, comentei que ia vê-lo amanhã e noite, nos despedimos e fui pra casa.

Estava jantando quando Patty finalmente ligou. Ela estava num restaurante acompanhada de pessoas do trabalho dela e foi muito sucinta. Disse que estava numa correria muito grande, que tinham acontecido algumas coisas novas mas que preferia deixar pra conversar quando retornasse a Fortaleza, não era assunto para tratar numa vídeo chamada feito em local público. Aquilo acendeu um alerta na minha cabeça. Achei Patty distante, parecia querer encerrar logo a chamada. Ela sequer perguntou pelo filho...

Mandei msg para Wellington para saber como estava a saga do óculos da mãe. Ele respondeu com uma foto dela provando óculos, uma mulher bastante jovem, não devia ter 50 anos ainda. Ela não parecia muito com ele. Deve ter puxado ao pai... Trocamos meia dúzia de frases bobas e me despedi dele, no dia seguinte a gente se falava melhor.

Tava me sentindo entediado e, ao mesmo tempo, preocupado. Decidi ocupar minha mente vendo alguma coisa na TV. Zapeei pelas plataformas de streaming mas nada me animou. Peguei meu iPad na mochila e subi pro quarto. Resolvi procurar alguma coisa numa comunidade do Telegram sobre filmes e séries LGBT que eu tinha descoberto, quando procurava conteúdos com essa temática e achei um filme muito interessante, Tensão Sexual, de um diretor argentino, Marco Berger. O filme é incrível, são várias pequenas histórias em que o tesão e o desejo gay aparece latente ou quase explícito mas sempre no limiar de acontecer uma transa que não acontece. Fiquei super excitado com o filme e descobri que o cineasta é especialista em filmes gays. Comecei a ver outro filme dele, Taekwondo, e o tesão bateu tão forte que comecei a pegar no pau, já na intenção de bater uma e gozar gostos. Foi quando ouvi barulho, devia ser Dan chegando. Hesitei por um momento entre ir ao encontro dele e ficar curtindo meu tesão solitário mas a vontade de ver meu filhote foi maior, eu tava com tesão, deu vontade de arriscar uma putaria com meu putinho, então me levantei, de cueca mesmo e fui atrás dele.

Ouvi vozes e percebi que Dan não estava só, tinha alguém na sala com ele. Imaginei que fosse Juan e comecei a descer a escada quando vi que não era Juan mas Alfredo Jr. o filho do nosso vizinho da frente. Aquele que Dan tinha pegado fazendo banheirão no shopping. Quando eu pensei recuar e voltar pro quarto ele me viu e falou comigo, meio assustado:

- Oi tio Duda...

- Oi Alfredinho...

Desci o restante da escada quando percebi o olhar intenso de Dan e me dei conta que eu estava apenas de cueca e camiseta. Imediatamente levei as mãos à frente da cueca para cobrir a visão do meu pau, que ainda tava um tanto excitado.

- Desculpa os trajes, não esperava encontrar ninguém, desci pra pegar água...

Meti a desculpa na cara dura, notando que Alfredo Jr não tirava o olho do meu corpo, enquanto Dan sorria com os olhos de me ver constrangido e sem saber o que fazer. Como dei a desculpa de estar com sede, pedi licença e fui à cozinha. Enchi um copo com água pra voltar pro quarto e, ao voltar pra sala, os dois interromperam a conversa que estavam tendo em voz baixa. Ambos me olharam de um jeito estranho e resolvi perguntar:

- algum problema?

Os dois se entreolharam e, na sua habitual impetuosidade, Dan escancarou:

- Júnior tava querendo saber como foi essa história do senhor com tio Alfredo. Pronto, falei!

Mais uma vez Dan havia falado demais e isso me exasperava. Pra ganhar tempo, decidi responder com outra pergunta:

- que história, Dan?

- ah pai, cê sabe! Que você e tio Alfredo ficaram...

Dan falava como se eu e Alfredo se pegar fosse coisa de adolescente como ele. Nem parecia ter 18 anos, meu filho pra algumas coisas eram imaturo até dizer chega.

- Daniel !!!!!!!!!!!!!!

Subi o tom porque a imprudência de Dan me irritou mas ele não se abalou:

- ah pai, que drama! Assumi pro Junior que o vi no Iguatemi, começamos a falar sobre isso, o tipo de caras que a gente curte, ele prefere os mais velhos, terminei falando do lance da gente e Junior confessou que também tem vontade de ficar com o pai

- Dan !!!!!!!!!!!!!

Agora foi Alfredinho que se estressou com a boca de caçapa de Dan e, pelo visto, eu ia ter que intervir, embora não fosse meu plano para aquela noite ter tal conversa, mas as circunstâncias forçavam ter que sentar e esclarecer tudo.

- Alfredinho, o que você quer saber exatamente?

- eh... ahh.... tio Duda... assim, o Dan me falou que meu pai e o senhor tiveram um lance...

Olhei para a expressão ansiosa de Alfredinho e vi que tinha muita coisa ali: medo, desejo, culpa, tesão, tudo misturado com toneladas de ansiedade... Tomei uma decisão arriscada e pedi que eles esperassem um minuto. Subi até meu quarto, peguei o celular e liguei:

- Alfredo, tudo bem?

- tudo... algum problema Eduardo?

- não, quer dizer, mais ou menos... você pode vir aqui em casa agora?

- agora?... é... são quase dez da noite... tá, tudo bem, posso sim, Aline tá viajando então tem como eu dar essa fugida...

- pois venha que tô te esperando.

Desligamos e fiquei pensando que Alfredo podia estar pensando que eu tava chamando ele pra fazer sacanagem, cheguei a rir imaginando a cara de susto dele quando encontrasse Alfredinho na sala, mas minha intuição dizia que era o momento de resolver esse rolo e colocar as coisas nos seus devidos lugares. Voltei para a sala e encontrei os dois olhando pra mim com cara de cachorro que caiu do caminhão da mudança. Alfredinho, por conta de tudo que significava a própria questão e a do pai. Dan, porque sabia que ia tomar um esporro meu, por ter sido um bocão irresponsável.

- Então, Alfredinho, acho que pra gente ter essa conversa e esclarecer todos os pontos, é necessário que a gente reúna todos os envolvidos: eu, Dan, você e... (magicamente, a campainha tocou e eu levantei pra abrir a porta, anunciando para eles a quarta pessoa): teu pai.

Alfredo entrou na sala e ao ver seu filho ficou embasbacado. Os dois se olharam e seus olhares revelava um misto de surpresa e confusão. Ambos não sabiam o que dizer e fazer. Antes que pudessem manifestar qualquer reação, adotei a tática de tomar a dianteira e conduzir a situação sem espaço para qualquer contraponto:

- Alfredo, senta aí.

Indiquei a ele a poltrona do outro lado do sofá, onde já estavam sentados Alfredinho e Dan, enquanto me sentava na poltrona oposta:

- Precisamos ter uma conversa e eu quero pedir de antemão que ninguém me interrompa até que eu exponha toda a situação que nos envolve.

Alfredo e o filho me olhavam com ansiedade e algum temor mas prossegui, me dirigindo a Alfredinho que é quem tinha pedido explicações:

- Tudo começou quando, há alguns meses, quando fui chamado ao colégio de Dan porque ele tinha sido flagrado transando com um funcionário da escola no depósito de material esportivo da quadra de esportes. Até então, eu nunca tinha considerado a possibilidade de que Dan pudesse ser gay. O choque foi grande mas na hora em que o vi assustado e com vergonha do que tinha feito, minha única preocupação foi dar apoio e proteger meu filho. Por circunstâncias que não cabe explicar agora, esse apoio evoluiu para um envolvimento mais íntimo até que Dan e eu transamos. Claro que rolou conflito, culpa, o caralho a quatro mas continuamos a fazer sexo. Dan me fez acordar para um desejo que eu não reconhecia em mim até então. Foi tudo muito rápido, confuso, quase uma alucinação mas, fato é que nos envolvemos e o vínculo entre nós dois mudou e cresceu tanto a ponto que deixamos de tomar certos cuidados. Um belo dia, quando Patty se acidentou no passeio ciclístico, seu pai veio aqui nos avisar porque tanto meu celular quanto o de Dan estavam no silencioso e aí Alfredo nos viu, transando, aqui, nessa sala... ele deu um tempo, até pra se refazer do próprio susto, tocou a campainha e nos avisou do acidente. Um tempo depois, Alfredo me disse que precisa muito falar comigo, marcamos um papo aqui em casa e um dia, aqui nessa mesma sala, ele revelou que tinha nos visto mas antes que eu entrasse em pânico, ele confessou que ele tinha ficado muito mexido porque ele também tinha desejos por você.

Nesse momento, Alfredinho olhou para o pai que baixou a cabeça e voltou a olhar pra mim, completamente siderado.

- A conversa sobre nosso tesão em nossos filhos nos excitou e terminamos fazendo umas coisas, a gente se pegou, rolou uns amassos, etc... acho que fui o primeiro homem que seu pai teve alguma coisa... mas enfim, passamos algumas semanas, Dan te viu no banheiro do Iguatemi fazendo pegação e creio que deve ter sido esse o motivo que meu filho te procurou, não sei exatamente o que rolou entre vocês mas o fato é que isso nos levou a ter essa conversa. Agora que as coisas estão claras, imagino que vocês tenham muito o que conversar.

Nesse momento vi que os olhos de Alfredinho boiavam de lágrimas prontas para escorrer como cachoeira e foi ele que tomou a iniciativa ao se dirigir ao pai:

- pai...

- filho, acho que Duda disse tudo. A gente precisa conversar!

Alfredo falou isso se levantando e estendendo a mão pro filho que se levantou e foi abraçado pelo pai. Os dois choraram abraçados por alguns segundos até que Alfredo se afastou um pouco e se dirigiu a mim:

- meu amigo, obrigado. Vou indo pra casa com Alfredinho. A gente precisa de um momento só nosso.

- Claro, Alfredo. Chamei você porque sabia que era a oportunidade não só de esclarecer as coisas mas de derrubar as barreiras entre vocês dois. Espero que vocês se entendam!

- com certeza, não tenha dúvida disso. Bora, filho...

Os dois saíram e me voltei pra Dan:

- não é pelo fato de que aparentemente terminou tudo bem que vou perdoar a sua impulsividade. Você precisa aprender a se controlar e a ser mais responsável, sobretudo com a vida dos outros.

Dan me ouvia com lágrimas nos olhos e um cara de arrependimento que não tinha tamanho.

- bora dormir que hoje já deu...

- pai...

- amanhã a gente conversa!

Minutos depois, já deitado e pronto pra dormir, ou batidinhas na porta, Dan me chamando mas ele nem esperou eu responder, foi abrindo e entrando. Ele estava inconsolável.

- pai, me perdoa...

Abri os braços e ele se deitou me abraçando. Deixei ele chorar fazendo um carinho em seus cabelos sedosos e dando beijinho em sua cabeça até que ele se acalmou.

- pai, eu sei que sou impulsivo. Tô arrependido. Não tinha o direito de me envolver com a vida dos outros desse jeito...

- não, não tinha e espero que você aprenda. A situação poderia não ter terminado bem. A gente não pode brincar com a intimidade a privacidade dos outros. A vida de ninguém pode ser objeto de um capricho nosso. Se você queria transar com Alfredinho, não precisava usar desse tipo de esquema, de revelação...

- não foi isso, pai. É que quando eu vi ele falando que curtia caras mais velhos, eu senti que tinha alguma coisa a ver com o pai dele, aí eu resolvi falar pra ajudar ele...

- eu sei, Danzinho, mas mesmo assim você podia ter criado um problema sério entre osok, pai, eu entendi e juro que nunca mais faço isso, até porque eu trouxe Junior aqui em casa por outra razão...

Olhei para ele tentando entender a pausa cheia de reticências que Dan deixou no ar...

- ah pai, ele queria dar pra você, ficou louco quando eu falei que você tem um pauzão grosso e goza igual um chafariz...

- Dan!!!!!!!!!! você não tem jeito!!!!!!!!!!

Reclamei com meu filho mas nem tive resposta. Ele balbuciou algo incompreensível porque já tinha se metido embaixo do edredon e tava tirando meu pau da cueca pra meter na boca...

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Foto de perfil de Xandão SáXandão SáContos: 39Seguidores: 214Seguindo: 116Mensagem Um cara maduro, de bem com a vida, que gosta muito de literatura erótica e já viu e viveu muita coisa para dividir com o mundo.

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