E TODO O AMOR VALEU A PENA? – parte 5

Um conto erótico de André
Categoria: Heterossexual
Contém 5591 palavras
Data: 17/11/2025 20:03:29
Última revisão: 17/11/2025 20:16:46

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Continuava sentado naquela sala escura, me lembrando de tudo, eu viajava no tempo, parecia que já tinham se passado muitos dias que estava ali, mas não, tinham se passado poucas horas e meu peito continuava a apertar mais a cada vez que eu respirava, parecia que aquela dor nunca mais iria passar.

Eu novamente me perguntava o porquê de tudo ter acontecido daquela forma, nós dois tínhamos tudo para sermos muito felizes e envelhecer juntos, mas o destino não quis assim.

O que eu iria fazer da minha vida?

E foi somente pelos meus filhos que eu não dei cabo de tudo.

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Dois dias depois da confusão na chácara, eu já estava mais calmo, estava conseguindo raciocinar um pouco mais.

Ela ainda não tinha voltado para nossa casa, ficou na casa da Jaqueline, minha filha levou roupas e suas coisas de higiene.

Mas meus filhos estavam perdidos no meio daquele turbilhão, conversaram muito comigo e com ela também, pediram para que nós dois conversávamos, ter essa conversa não queria dizer que era para voltar com nosso casamento, mas para colocar tudo na mesa, esclarecer todos as dúvidas e principalmente decidir com calma o que iríamos fazer de nossa vida.

Então aceitei, disse que era para ela vir até nossa casa para conversarmos. Eu disse que não queria ninguém além de nós quatro dentro da casa, aquela conversa, seria para pôr um ponto final nas discussões.

Nossa casa tinha um quintal com um bom tamanho e nos fundos, fizemos um jardim bem bonito, e junto com a cozinha construímos uma área gourmet, com churrasqueira e uma mesa grande e algumas poltronas daquelas para relaxar, tudo isso para reunir a família e amigos.

Coloquei duas poltronas frente a frente, ficaríamos os dois ali fora, combinamos um horário, eles foram até a casa da tia para trazer a mãe até nossa casa.

Enquanto estava ali sentado, tomando um chá bem gelado

Estava um dia quente e se eu fosse tomar cerveja como de costume, iria beber demais e alcoolizado não iria raciocinar direito. Optei em me manter o mais sóbrio possível.

Fiquei ali pensando nas coisas que aconteceram durante todo esse tempo, eu nunca fui santo, errei muito, de certa forma eu não atrai fisicamente, foram alguns beijos e a vontade enorme de ter entrado na casa da Leninha, mas eu à trai com muitas atitudes, tive vários erros que desgastaram nossa relação, e aos trancos e barrancos já estávamos quase completando trinta anos de casados.

Sei que se não tivesse descoberto a traição, iriamos envelhecer juntos, eu tinha desconfianças, mas não tinha como enfrentá-la mais do que já tinha feito, então eu tinha aceitado em continuar com tudo e enterrar essas dúvidas definitivamente, acho que de certa forma eu tinha medo de descobrir a verdade, isso iria abrir uma ferida que seria muito difícil de cicatrizar.

Mas agora essa ferida estava totalmente exposta, e eu não tinha a mínima ideia de como tratar e fechá-la, achava que somente com o tempo iria conseguir.

No horário combinado, os três estavam lá, quando eu à vi chegando e vindo em minha direção, senti um grande frio na barriga, chegou a doer. Me levantei e fiquei ali parado esperando.

Meus filhos vieram ao lado dela, era evidente o medo que os três estavam sentindo, a dúvida de como eu iria reagir e me portar era visível em seus olhos, eu estava fazendo uma força sem igual para me controlar e consegui, no início e durante o relato da sua história agi friamente, acho que eles se assustaram com a forma que agi.

Nos sentamos e ficamos frente a frente, a tensão era enorme.

Eu fiquei olhando para seu rosto, queria olhar em seus olhos, mas ela ficou olhando para baixo o tempo todo, apertava as mãos, mas não tinha coragem de me encarar.

Meus filhos foram para dentro, ficaram os dois sentados na cozinha com a porta de vidro fechada, eles queriam ficar nos vigiando, mas queriam também nos dar privacidade.

Aguardei vários minutos, esperando-a tomar a iniciativa de começar a contar o que tinha acontecido, mas ela não conseguia, eu via algumas lágrimas pingando em suas mãos, ela não iria conseguir falar, pelo menos naquele momento, então eu fiz a grande pergunta, o porquê?

“Mas meus caros leitores, antes de começar a contar sobre nosso diálogo, quero deixar claro que nunca foi minha intenção querer saber de detalhes de como foram suas transas, se não tinha gozado ou quantas vezes tinha gozado, se o cara era mais dotado do que eu, nada disso. Saber destes detalhes seria uma grande tortura, e eu não queria de forma alguma ser ainda mais do já estava sendo, isso só iria me trazer mais tristeza e raiva de tudo. Eu só queria saber a verdade, o porquê de nunca ter tido a coragem de ter me contado e o principal o porquê ter feito o que fez.”

- Marcela, estou vendo que você não vai conseguir começar a falar e me contar tudo, se ficarmos aqui esperando você tomar coragem ficaremos até amanhã sentados aqui.

- Primeiro de tudo, eu quero te afirmar que de forma alguma eu irei te agredir, acho que posso até levantar o tom da voz, não sou de gelo, mas agredir nunca farei, isso você pode ter certeza, em quem eu deveria bater já bati e espero que ele esteja com muita dor e com vergonha dos machucados e com os roxos que o rosto vai ficar.

Quando parei um pouco ela levantou os olhos levemente, mas logo baixou novamente e disse baixinho.

- Sei que você nunca iria me agredir, sei que você não é um homem violento e principalmente covarde, eu só aceitei vir aqui te encontrar porque confio no seu caráter, sei que vou ouvir palavras duras e até mereço ouvi-las.

- Marcela, eu quero saber como aconteceu, o porquê aconteceu, onde aconteceu e quantas vezes, com quem já sabemos, e o principal: por favor não quero detalhes, mas quero saber de todo o resto.

- Por favor me conta tudo, não engane novamente, não tenho como afirmar, mas se aconteceu com outras pessoas eu também quero saber, vamos jogar limpo sermos honestos um com o outro.

Devagar ela começou a responder minhas perguntas.

- Não aconteceu com outras pessoas, existiram oportunidades, chegou bem perto, mas não aconteceu, foram somente em alguns dias enquanto estava lá em Palmas.

Ela esperou um pouco, ficou se mexendo na cadeira como se precisasse de uma posição confortável para tomar coragem.

A partir de agora será quase um monólogo, quando começou a falar contou quase tudo de uma vez, eu fiquei quieto e deixei ela falar a vontade, teve muitos momentos que quis interromper mas me contive.

MARCELA:

Quando fomos na primeira vez, eu e minha mãe, ficamos na casa da Jaqueline, conhecemos o casal de cunhados dela e o casal de filhos, que são a Elizabeth e o Carlos Eduardo, que todos chamam de “Betinha” e o “Cadu”.

Eles são um pouco mais novos que eu, ela uns três ou quatro anos mais nova e ele acho que seis anos mais novo, os dois muito bonitos, ela um pouco mais alta que eu e ele bem mais com certeza devia ter mais de 1.80m, e já naquela época os dois eram ratos de academia, então tinham corpos muito definidos.

Quando te contei que conheci a praia artificial e algumas outras coisas, foi com eles dois que fui até lá, eles eram muito legais, fomos durante o dia, me mostraram onde iam se divertir a noite, mas os passeios foram durante o dia e foram bem poucos mesmo, não aconteceu nada demais, achei tudo muito legal, te contei na época que tinha adorado.

Na segunda vez, e como iríamos ficar mais tempo, ficamos hospedadas na casa dos cunhados, a Betinha ficou na casa do namorado para ceder o quarto para nós.

De início achei estranho ficar na casa deles, pensei que iriamos tirar a privacidade deles, eu achei que ficaríamos na casa da minha irmã, que estava sendo vendida, mas lá já estava sem todos os móveis, algumas coisas minha irmã já tinha trazido para Londrina e outras ele pediu para eles venderem por lá mesmo.

Os primeiros dias foram estranhos, eu ficava o dia todo sozinha com os meus sobrinhos, só tinha a empregada. A Jaqueline e a cunhada, ficavam quase o dia todo na rua correndo atrás da venda da casa e de todas as outras coisas que precisavam resolver, o Cadu estava viajando, chegou depois de uns quatro dias que já estávamos lá, ele estava de férias ou tirou alguns dias de folga do trabalho, isso eu não sei ao certo, ele chegou dizendo que ficaria a disposição de nós quatro e fez a maior festa com os priminhos.

Ele sempre foi muito respeitoso comigo, não fazia gracinha, procurava ajudar com as crianças, conversávamos bastante durante a tarde, quando os pequenos dormiam, as vezes colocava algum filme para assistir e passar o tempo, em geral filmes de ação, igual aos que você também gosta, nessas tardes, fomos criando um certo entrosamento em relação a muitos assuntos, era legal conversar com ele.

Como te disse da outra vez, eles tinham uma excelente condição financeira, com isso ele tinha viajado bastante, já tinha ido para exterior algumas vezes, contava que as cidades mais legais foram Londres e Amsterdã, contou muitas coisas que tinham acontecido nessas viagens, mas nunca falava como se quisesse se mostrar ou querer impressionar, eram somente simples conversas entre duas pessoas que de certa forma estavam entediadas de ficar ali dentro de casa

Eu não estava deslumbrada com aquele estilo de vida, mas imaginava eu e você podendo fazer algumas daquelas viagens, sabia que seria quase impossível, mas sonhar não custa nada.

Já tinham se passado uns dez dias que estávamos lá e em uma sexta feira a Betinha o namorado e o Dudu iriam em um aniversário de um conhecido, seria em uma balada famosa, me chamaram para ir junto com eles, para eu poder me distrair um pouco, de início eu recusei o convite, mesmo estando com muita vontade de ir, comentei com minha irmã e ela disse que não tinha problema nenhum eu ir, que ela dava conta das crianças.

Então fomos, o lugar era muito bonito, ficamos em um camarote reservado para o aniversariante, tinha muita gente bonita, eu estava meio deslocada, não conhecia nenhum dos amigos deles, mas todos me trataram super bem, e aos poucos fui me enturmando, eu não estava bebendo nada alcoólico, mas conforme as horas foram passando e acabei tomando um drinque, me soltei um pouco mais e fui com as meninas na pista dançar, dançamos algumas músicas e quando voltamos para o camarote, alguém tinha pedido champanhe e tomei duas taças, estava bem geladinha e refrescante, um tempo depois descemos outra vez e o namorado da Betinha e o Cadu foram junto.

Dançamos algumas músicas, voltamos ao camarote e tomei mais duas ou três taças, eu já estava ficando de pilequinho, não bêbada, mas estava bem solta, já conversava bastante e interagia com os novos amigos.

Em um determinado momento fui ao banheiro junto com uma menina da turma deles, quando estava voltando, no caminho encontrei o Cadu, ele também estava bem alegre devido as bebidas e em um impulso me puxou para a pista e ficamos dançando somente nós dois, sem nenhum tipo de intimidade, só ficamos perto um do outro, ele não chegou tão perto e muito menos tentou alguma coisa, só quando subimos novamente ele me segurou pela mão.

Não sei ao certo quanto tempo depois descemos novamente, os quatro, a Betinha estava dançando abraçada com o namorado e o Cadu bem ao meu lado, em uma música um pouco mais lenta ele me puxou e começamos a dançar abraçados, mas com uma certa distância, mas eu já meio tonta e desinibida acabei me soltando um pouco, devagar ele foi me puxando cada vez mais, não demorou eu estava com minha cabeça encostada em seu peito, ele acariciava meus cabelos e sem eu me dar conta me deu um beijo, fiquei meio estática, mas logo em seguida me soltei e rolou o segundo beijo, dançamos mais um pouco, subimos e bebi mais um pouco, não estava exagerando na bebida mas estava consciente que deveria parar, mas não sei o porquê, não queria parar.

No camarote não rolou nada, só ficamos um ao lado do outro conversando normalmente, não sei dizer ao certo quando mas um tempo depois fomos embora, já estávamos cansados, era bem de madrugada, no carro logo que entramos ele me beijou novamente, eu não ofereci nenhuma resistência, pelo contrário eu queria muito e nos beijamos bastante e ficamos muito excitados, me perdoe, mas eu estava encantada com ele, um cara bonito, cheio de presença, não estava me forçando a nada, com isso relaxei cada vez mais.

Estava quase chegando no condomínio que eles moravam e ele parou o carro embaixo de uma árvore e sem falar nada me puxou e começamos a nos beijar mais forte aindaNesse momento ela parou de falar um pouco, as lágrimas que não paravam de descer pelo seu rosto aumentaram, em nenhum momento levantava a cabeça, respirou bem fundo, bebeu pouco de chá e voltou a contar, começou a contar de uma forma que me arrepiei todo, conforme ela foi falando, mesmo que de forma reduzida, me senti pequeno, reduzido a nada.

...

André, te juro que não há um só dia que me arrependa de tudo o que aconteceu, não me orgulho de forma alguma pela merda que eu fiz, pelo contrário me acho um monstro por tudo o que aconteceu a partir daquela noite.

Antes de continuar, novamente te peço perdão por tudo, combinamos que vou contar tudo, eu só não vou contar detalhes, nunca imaginei isso, seria ainda mais ultrajante, mas preciso confessar tudo de uma forma até mesmo que resumida, sei que você vai me odiar ainda mais, mas não vou esconder mais nada de você.

(detalhe: infelizmente não foi isso que aconteceu)

No carro, os beijos foram esquentando cada vez mais, eu estava de vestido, não era muito curto, mas ajudou muito para o que veio a seguir, ele me puxou para sentar em seu colo e em poucos minutos estávamos transando, não pensei em nada e acho que ele também não, eu não estava raciocinando direito e me deixei levar pelo calor do momento, e quando vi estávamos os dois ofegantes no banco do carro, a transa foi rápida, porém muito prazerosa.

Logo que terminamos me deu uma grande crise de choro, pedi para ele me levar embora, eu não conseguia nem olhar para seu rosto, quando chegamos entrei direto para o banheiro, tomei um banho demorado, por mais que me esfregasse ainda me sentia suja.

Não conversamos nada, eu não o acusei de nada e ele não me cobrou nenhuma explicação, os dois estavam errados, claro que eu muito mais que ele.

No dia seguinte acordei com uma baita ressaca, a Jaqueline até me chamou a atenção, eu tentava disfarçar o incômodo que estava sentindo, demorou para eu encontrar com ele na casa, quando aconteceu ele me tratou da mesma forma de sempre, e acho que para me deixar mais a vontade saiu e ficou o dia todo na rua.

Naquela noite eu não tive coragem de ligar para vocês, a vergonha era imensa, eu realmente não estava me sentindo bem por causa da ressaca e quando você ligou a Jaqueline acabou dizendo que eu estava com virose, mas como as crianças começaram a chorar eu acabei atendendo, na hora que escutei as vozes de vocês me senti ainda pior.

Durante todo o fim de semana praticamente não nos encontramos, na segunda feira quando percebi que estava sozinha, tentei ficar o maior tempo possível no quarto, mas as crianças quiseram sair e brincar no jardim, não teve como não encontrar com ele.

Eu estava com muita vergonha e parecia que ele também, me pediu desculpas por tudo, disse que não estava pensando direito, que tinha bebido um tanto e com isso perdeu totalmente a inibição e não conseguiu se controlar, disse que desde a primeira vez que nos vimos me achou muito bonita, se sentia muito atraído e muito excitado somente por estar por perto, que adorava conversar comigo, sabia que era errado, mas não se arrependia e mesmo sendo rápido tinha sido muito bom.

Eu estava morrendo de vergonha, mas não podia culpá-lo de nada, na verdade a mais errada de toda a história era eu, combinamos não falar mais a respeito e que nunca mais poderíamos repetir aquilo que aconteceu.

Mas não foi isso que aconteceu, você melhor do que ninguém sabe que eu não tinha transado com outro homem, eu perdi a virgindade com você e até aquele dia você tinha sido o único, quando ficava sozinha ficava pensando a respeito, pensando em experimentar novamente, mas agora com mais tempo e que fosse em uma cama, naquela hora eu não percebia o quanto estava errada.

Com todos estes pensamentos, nós dois acabamos transando novamente, não tinha nenhum tipo de sentimento por ele, somente atração e tesão, me desculpa mas naquele momento eu precisava experimentar e saber como era outro homem, foi tudo muito diferente de fazer amor com você, com ele foi somente sexo, e para ser muito sincera não foi ruim, foi tudo muito diferente, mas foi bom, tentamos esconder o que estava acontecendo.

Transamos mais algumas vezes, sempre durante a tarde quando não tinha ninguém em casa além da empregada, que ficava o tempo todo com suas tarefas, achávamos que ninguém iria descobrir, eu iria guardar esse segredo para sempre, nunca iria contar para ninguém, seria um segredo meu, não queria envolver mais ninguém naquela sujeira toda, eu sabia que era errado, mas acabava cedendo.

Na última sexta feira antes de virmos embora, a Betinha foi lá na casa dos seus pais me convidar para ir conhecer a Ilha Canela, dizendo que era um lugar muito lindo, da outra vez eu não consegui ir, estava curiosa, a Jaqueline apoiou o passeio, ela disse que no sábado cedinho iria me buscar.

O Cadu não estava na casa e quando chegou e ficou sabendo do passeio, comentou que gostaria de ir junto, ligou e combinou com a irmã de nos encontrarmos no Deck, onde saem as lanchas e barcos que faziam o transporte até a ilha, fomos em uma lancha de um amigo deles, foi um dia muito legal, o lugar era paradisíaco, passamos quase o dia todo por lá.

Eu e o Cadu tentávamos manter uma distância confortável e não dar bandeira do que estava rolando entre nós dois, mas conforme o dia foi passando e a bebida subindo, relaxamos, tanto que a Betinha em um determinado momento, veio conversar comigo;

- Marcela, olha eu não tenho nada a ver com sua vida, talvez nem deveria me intrometer, mas o que está rolando entre você e meu irmão pode dar uma grande confusão, cuidado.

Ela iria continuar, mas tentei cortar dizendo.

- Betinha não está acontecendo nada, para com isso, seu irmão se tornou um amigo, conversamos muito, só isso e mais nada.

- Para com isso Marcela! Não estou te chamando atenção. Como eu disse não quero me intrometer na sua vida você é dona do seu nariz, mas você é casada, está hospedada na casa dos meus pais, se descobrirem vai dar uma grande confusão, eu sei que vocês dois não querem nada sério e estão curtindo juntos, mas como disse isso pode dar uma grande confusão.

- Betinha pode deixar, vou parar com tudo, vou conversar com ele, sei que se minha irmã descobrir, eu tô ferrada, sei que estou errada, afinal sou casada e mais velha que ele, mas acabou acontecendo, não planejamos, só rolou!!

Mas as minhas palavras foram somente da boca pra fora, só para ela parar de me perturbar.

Em um determinado momento do dia ele veio conversar comigo, dizendo para irmos embora, que ainda estava cedo, assim poderíamos ir à um motel, lá poderíamos ficar mais à vontade sem correr o risco de sermos pegos, eu acabei concordando.

Ele foi conversar com a irmã, era claro que ela estava dando uma grande bronca nele, depois ele confirmou que ela falou um monte, mas concordou em nos dar cobertura.

Essa ida ao motel despertou desconfiança na mãe dele e na minha irmã, demoramos para chegar em casa, com certeza os dois com cara de culpados, tanto que a Jaqueline chegou a me perguntar se estava acontecendo alguma coisa entre nós dois, claro que neguei veemente. Eu logo descobri que ela não acreditou em nada do que disse.

Faltando dois dias para virmos embora, em mais uma tarde fomos para o quarto dele, seria nossa despedida, sabíamos que elas iriam demorar, teríamos pelo menos umas três horas sozinhos, mas não foi isso que aconteceu, elas armaram uma armadilha, saíram enrolaram um pouco e em pouco menos de uma hora voltaram, nos deram um grande flagra.

Foi um escândalo, o flagrante foi constrangedor demais, foi uma gritaria, nós dois tentando colocar as roupas, a mãe gritando com ele e comigo e a Jaqueline chorando de vergonha e em seguida não se conteve, se aproximou de mim, sem falar nada me deu um grande tapa no rosto, aí sim ele gritou me chamando de vagabunda e de mais algumas coisas que sei que mereci, esse tapa e as palavras dela até hoje ardem.

No outro dia eu e ela sentamos para conversar, contei tudo para ela, mais uma vez me xingou e disse que quando chegássemos em Londrina, uma das primeiras coisas que iria fazer era sentar com você e contar tudo.

Eu caí de joelhos aos seus pés, eu implorava para ela não fazer aquilo, que ela iria destruir meu casamento, que eu correria o risco de perder meus filhos, implorei muito, chorei aos seus pés, ela estava impassível, seus olhos estavam vermelhos de raiva.

Depois de pedir muito, explicar tudo o que poderia acontecer, ela aos poucos foi concordando em não contar nada, quando chegamos eu estava morrendo de medo de olhar para você, tinha medo de você perceber alguma coisa, eu sabia que quando ficássemos sozinhos, você iria querer transar, afinal foram quase trinta dias longe, mas estava apavorada de você perceber alguma coisa, com isso acabei inventando que estava passando mal, que estava com virose, acho que o estado de nervo era tanto que acabei tendo alguns sintomas mesmo.

Os dias, os meses e os anos foram passando e eu carregando o segredo, ela sempre me cobrava, dizendo que você merecia saber, por mais que doesse e que corresse o risco de nosso casamento acabar, eu deveria contar, algumas vezes durante todo esse tempo eu ensaiei te contar, mas fui muito covarde e não falei nada, eu achava que o segredo estaria guardado para sempre, você não sabia de nada, apesar de termos nossos problemas e conflitos, vivíamos bem, não tinha o porque revelar tudo aquilo, só iria trazer mais sofrimento para todos nós.

O Segredo estava guardado até o babaca do meu irmão se intrometer e ir contar tudo, não tenho certeza como ele descobriu, eu acho que foi em uma vez que a Jaqueline estava me cobrando de te contar, ele deve ter escutado e guardou aquilo com ele, esperando o momento certo para te atingir e o filho da puta conseguiu, ele sempre teve raiva de você por ter apanhado tantos anos atrás.

Não sei como vai ser nossa vida e nosso casamento daqui para frente, mas por favor me perdoa, eu te amo muito, muito mesmo, sei que não vai ser fácil para você, mas eu te imploro para tentarmos, eu tento imaginar o que você está pensando e dor que está sentindo com tudo isso que te contei, sei que você é um homem muito acima de qualquer coisa, se você aceitar que eu fique ao seu lado, prometo que vou tentar te fazer feliz para sempre, e principalmente sem mentiras.

Ela parou de falar e chorava de soluçar, durante todo o tempo que ela contou tudo eu não perguntei nada e nem tentei interromper, tinha muitas perguntas para fazer mas na hora só consegui fazer duas.

- Me fala uma coisa, olha para mim, olha nos meus olhos e me responde.

- Foi bom? Foi tudo aquilo que você esperava?

Eu achei que ela não iria responder, mas de certa forma foi muito corajosa, levantou a cabeça e balançou a cabeça afirmando o óbvio.

- Fala Marcela, eu quero ouvir da sua boca, foi bom? Valeu a pena?

- Foi bom sim, foi totalmente diferente de quando eu e você fizemos, não é questão de valer a pena, mas não vou mentir para você, foi bom sim, me arrependo muito de tudo, mas não tenho como negar isso.

Aquelas palavras acabaram comigo, eu estava tentando ser forte, mas quando eu a ouvi falando aquilo eu quebrei, comecei a chorar, coloquei as mãos em meu rosto e chorei como a muito tempo não chorava.

Ficamos os dois calados por bastante tempo, quando eu tinha conseguido me controlar melhor eu fiz outras perguntas que a pegou de surpresa, mas ela não fugiu e respondeu.

- Marcela, me fala outra coisa, teve mais outras vezes com outro homem?

- Com o Daniel, o que aconteceu entre vocês dois? Fale a verdade para mim.

-Não aconteceu mais nenhuma vez, foi somente lá em Palmas.

Ela respirou fundo e começou a falar sobre o Daniel.

- Com o Daniel, não aconteceu quase nada e já que estou sendo sincera eu vou te contar tudo.

- Eu peguei carona com ele uma vez quando perdi o ônibus, não sabia o horário que ele saia, foi por muito acaso, tive sorte, porque sem a carona chegaria muito atrasada, na outra semana aconteceu novamente, desta vez ele começou a se insinuar, não sei o porquê, mas acabei relaxando, já tinha escutado por alto você e outros amigos falando dele, tinha curiosidade sobre o que falavam, se seria verdade mesmo, e com ele conversando bastante e se insinuando fui relaxando, as caronas não sei ao certo quantas vezes aconteceram, não foram muitas, não, mas teve um dia que foi diferente. ele me levou perto do trabalho e nos beijamos, o jeito dele falar e agir mexeu comigo, eu e você não estávamos tão bem, e acabei me deixando envolver.

Nesse ponto eu já estava quase explodindo.

- Te juro que não transamos, mas iria acontecer, tudo se encaminhava para isso, já tínhamos nos acariciado dentro do carro, mas era muito arriscado, então estávamos combinando de sair durante o dia e irmos para um motel, fazendo assim talvez não levantaria suspeitas e no dia que tínhamos meio que combinado tudo, iríamos acertar naquela manhã, sobre horários e onde nos encontrar, você me esperou e percebeu que tinha alguma coisa errada acontecendo, a partir daquele dia não peguei mais carona com ele, nos afastamos totalmente, eu enfim enxerguei a grande cagada que iria fazer.

Nessa hora eu não aguentei, me levantei e ficando bem perto do seu rosto eu gritei.

- Puta que pariu Marcela! Você só pode estar de brincadeira, você iria dar essa sua buceta pro cara que se dizia meu amigo? Iria para o motel com ele só porque nós dois não estávamos tão bem, ou que estava curiosa sobre o tamanho do pau dele, queria ter certeza se era grande ou não, queria saber se ele iria te arrombar? Vai se foder Marcela, olha o absurdo que você está falando, aliás mais um dentro de tantos outros que escutei até agora.

Ela se assustou, deu um pequeno grito, colocou as mãos na frente do rosto, ela achou que eu iria lhe bater, até meus filhos vieram rapidamente para perto pedindo para eu me acalmar, mas eu nem conseguia escutar os dois e com muita raiva continuei gritando com ela.

- Você não tem vergonha na sua cara, olha o tanto dos absurdos que você me contou, fazem algumas horas que você está aí contando essa sua historinha de princesa, história de uma princesinha muito puta que deu a buceta e com certeza o cu também lá para o garotão bonitão e novinho, vai se foder e tomar no meio do seu cu!!!

Nessa hora minha filha tentava me segurar, colocava as mãos em meu peito e acariciava meu rosto tentando tirar minha atenção e concentrar meu olhar para ela e pediu.

- Pai calma por favor não fala assim com ela, por favor vamos apenas conversar, por favor fique calmo”.

Mas não atendi o seu pedido e continuei gritando.

- Você conseguiu acabar com tudo, acabou com todo o respeito que eu tinha por você, não vou te falar nem metade de tudo o que estou com vontade de falar, você não merece nenhuma lágrima minha.

- Mas vamos fechar com chave de ouro, eu quero saber, nas carícias com o Daniel, você chupou o pau dele dentro do carro, chupou ele e o deixou gozar na sua boca?

Ela não teve coragem de me responder direito, só balançou a cabeça positivamente.

- Saia daqui, sai da minha frente sua puta, você não merece estar embaixo deste teto, não merece os filhos que tem, eu não quero te ver na minha frente, a não ser no dia que fomos assinar nosso divórcio, e não pense que vai ser fácil, vou fazer de sua vida um inferno, você não tem ideia do que fez comigo, e do que eu sou capaz de fazer, a minha vontade de verdade era dar um tiro na sua cara, só não faço porque iria acabar é com a minha e com a dos meus filhos, vai embora, some da minha frente, sua puta, sua lazarenta, biscate, é isso que você é uma grande biscate!!!!

Meu filho ainda tentou proteger a mãe.

- Pai, por favor não fala isso, não faz assim, olha do que você está xingando, sabemos que ela errou muito, mas não merece ser ofendida e humilhada dessa forma, ela foi sua mulher durante tantos anos, esteve ao seu lado nos tempos difíceis, te apoiou muito, por favor não faz isso.

Mas acabei perdendo a paciência com ele também.

- Vai se foder você também, você sabe o que ela fez comigo? Parece que você não escutou tudo o que eu falei e que ela acabou de confessar aqui na nossa frente, não é possível que você não tenha enxergado quando ela confirmou que chupou o pau do meu amigo deixou ele gozar na sua boca e sei lá mais o que, tudo durante o dia no meio da rua, dentro de um carro? Você escutou que ela já tinha aceitado e combinado de ir para o motel dar a buceta pra ele?

Esperei por uma resposta que não veio, só o silêncio e com isso continuei.

- Quem foi ofendido e humilhado aqui não foi ela, pode ter certeza disso, quem foi humilhado, ridicularizado, reduzido a nada fui eu, ela está se fazendo de arrependida porque foi desmascarada, se aquele corno filha da puta do seu tio não tivesse falado, ela nunca iria contar, iria levar o segredo para o túmulo, você ainda acha que devo calar minha boca? É isso mesmo que estou escutando seu moleque, faz um favor, tira ela da minha frente, não me interessa para onde ela vai, se vai para o inferno ou para puta que pariu, só quero que seja para muito longe de mim.

Ele saiu chorando junto com a mãe, minha filha também chorando, ficou ali junto comigo, não me criticou e nem criticou a mãe, só ficou me abraçando, tentando me acalmar.

Tudo parecia sem sentido para mim, descobrir que fui traído a 20 anos, foi um choque muito grande, meu sentimento foi que sempre vivi em uma mentira, conversei com muito com minha filha, ele sempre foi uma mulher muito centrada, em nenhum momento tentou passar pano para os erros da mãe.

- Sabe pai, eu sinceramente não teria ideia do que fazer da minha vida se eu estivesse no seu lugar, não tenho como dizer para você fazer isso ou aquilo, dizer que você deve perdoar e tentar retomar o casamento de vocês ou se divorciar de vez, ela errou muito, aparentemente se arrependeu dos erros, pelo menos é o que parece, eu vi sinceridade quando ela fala que se arrependeu muito de ter feito o que fez lá em Palmas, diferente do que ela fez com o Daniel, não percebi que ela tenha se arrependido, acho que porque não “consumou” a traição, ela beijou, acariciou e mais algumas coisas, mas não transou, acho que ela considera a verdadeira traição se tivesse transado, não concordo com isso e sei que o Sr. também não.

- Eu só acho que o Sr. deve tentar se acalmar, você está nervoso demais, esperar mais alguns dias para tomar a decisão sobre tudo, agora você está pensando em uma coisa e enxergando as coisas de uma forma, mas quem sabe daqui alguns dias com a cabeça mais fria, consiga ver de outra forma, reafirmo que não estou dizendo que você deve retomar o seu casamento, mas você deve fazer o que tiver que ser feito de cabeça fria.

E foi o que eu fiz me afastei quase que por completo, tentava me distrair, sair de casa um pouco para não ficar remoendo tudo o que eu escutei naquela tarde.

Duas semanas depois, conversei com minha filha e pedi para ela marcar um novo encontro com a Marcela, precisávamos decidir nosso futuro e finalizar tudo.....

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Comentários

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Ela não se arrependeu do que fez, mas se arrependeu de ter sido burra a ponto de ser descoberta. E outra coisa, como vai ser o encontro com o tal Daniel a partir de agora??

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Esse filho aí também tem que se foder. Onde já se viu defender uma vagabunda dessas. Se ele tentasse ficar neutro até entenderia, mas tentar defender mostra que oc aráter dele é tão toto quanto o dela.

A puta não se arrepende de absolutamente nada. E pode apostar que teve mais.

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Essa mulher não se arrepende de nada, se fosse esse o caso não faria o que diz que fer com um amigo e vizinho, garanto que tem mais coisa, quando abre a porteira passa boi passa boiada não tem como segurar. Kkkk

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Meu amigo, que coisa pesada! Senti toda dor do corno... a humilhação, cara. O amigo com aquela risada safada sabendo que a adultéra chupou o pau dele e engoliu o gozo. Que safada, vagabundo, tudo de pior!

E é mais bizarro ainda ela não considerar traição. Que louca! Espero que o corno não seja manso e jogue duro. E se o filho quiser ficar do lado da mãe, que elw vá pra PQP tambem!

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