VOCÊ DECIDE - O Novato do Colégio ou o Mecânico da Esquina ???

Um conto erótico de Cl@r@
Categoria: Heterossexual
Contém 941 palavras
Data: 17/11/2025 08:49:00

Eu odeio espelhos.

Eu tenho 18 anos, mas meu corpo parece que parou nos 13. O espelho do meu quarto é meu inimigo número um. Eu fico de lado, usando a luz fraca do abajur, e é sempre a mesma decepção.

Eu sou o que eles chamam de "magrinha". Loirinha, pele branca que nunca pega cor, e reta. Completamente reta. Onde eu deveria ter peito, eu tenho dois nada. Onde eu deveria ter bunda, é só... osso. Eu me sinto uma folha de papel. E por causa disso, eu sinto uma vergonha que queima, que me faz querer usar dois moletons mesmo no calor.

Meu quarto é meu esconderijo. É o único lugar onde a curiosidade ganha da vergonha.

Tudo começou com a minha escova de cabelo. Eu sei, é patético. O cabo emborrachado, grosso. Eu me trancava no banheiro, ligava o chuveiro no máximo só pelo barulho, e tentava descobrir o que meu corpo podia fazer. Era desajeitado, estranho, mas era um começo.

Semana passada, eu juntei coragem. Criei um e-mail falso, usei um cartão de crédito pré-pago que eu disse que era para jogos, e comprei um. Um vibrador. Quando a caixa chegou, sem identificação, meu coração quase saiu pela boca.

Ele é prateado, liso e frio. Não parece nada com o que eu imaginava. É clínico. Mas quando eu o ligo, e aquela vibração começa... é a única hora do dia em que eu não odeio meu corpo. É um toque que não julga, não espera curvas que eu não tenho. É meu. É meu segredo.

Mas o problema é que eu não posso viver trancada no quarto. Eu tenho que ir para a escola. E para isso, eu tenho que passar pela rua.

A rua é o território dele.

O cara da oficina na esquina. Ele deve ter uns 30, talvez 40. Eu não sei o nome dele. Ele está sempre lá, a regata suja de graxa, limpando as mãos num pano imundo. Toda vez que eu passo, ele para o que está fazendo.

"Bom dia, princesa."

A voz dele é oleosa, grudenta, igual à graxa nas mãos dele.

"Tão magrinha... vai voar se ventar." E ele ri.

Meu estômago vira um nó de nojo. Eu aperto o passo, finjo que não ouvi, sinto os olhos dele nas minhas costas. É humilhante. Eu me sinto suja.

Mas... e essa é a parte que eu odeio admitir, até para mim mesma... tem uma coisinha escura e feia dentro de mim que registra: Ele me viu. Ele me notou. No meio de todo o nojo, tem essa faísca horrível.

E agora, tem o Lucas.

Lucas é novo na minha sala. Ele sentou atrás de mim na aula de biologia há duas semanas. Ele não é oleoso. Ele é... desajeitado. A mochila dele é velha, o cabelo está sempre meio bagunçado.

Primeiro, ele me pediu uma caneta.

Na semana passada, ele perguntou se eu podia emprestar minhas anotações.

Ontem, ele me esperou na saída.

Meu coração disparou. Eu achei que ele ia perguntar da prova, mas ele só ficou ali, mudando o peso de um pé para o outro.

"Ei, Clara," ele disse. A voz dele é meio estranha. "Eu sei que a gente não conversa muito. Mas... sei lá. Você tem um jeito quieto. Eu gosto."

Eu fiquei parada. Eu senti duas coisas de uma vez só, tão fortes que eu quase fiquei tonta.

A primeira foi raiva. Uma raiva quente. "Você gosta? Agora? Onde você e todo mundo estavam nos últimos cinco anos em que eu era invisível? Você só gosta porque é novo e não sabe que eu sou a ‘reta’, a ‘sem graça’?"

Mas por baixo da raiva, veio a segunda coisa. A mesma vibração do meu brinquedo prateado, mas não entre as minhas pernas. Foi no meu peito. Uma vibração quente, que subiu pela minha garganta e me deixou sem ar. Excitação.

Ele... gosta de mim? De mim?

Agora eu estou aqui, deitada na minha cama, no meu quarto seguro. O vibrador está frio na minha gaveta. E o celular acabou de brilho na minha mão. É uma mensagem.

É o Lucas.

"Cinema sexta? Pensei naquele de terror novo que saiu."

Eu estou olhando para a tela. Pela janela aberta, eu consigo ouvir o barulho de metal da oficina fechando. O cara da rua. O garoto da escola.

Eu me sinto num penhasco. Meu corpo, esse corpo que eu sempre odiei, de repente virou o centro das atenções. De repente, ele tem... poder? E eu não faço a menor ideia do que fazer com isso.

Eu quero me descobrir. Eu preciso. Mas como? O toque seguro e solitário do meu quarto, ou o toque arriscado e confuso do mundo lá fora?

🗳️ A Votação

Essa sou eu, Clara. E agora, meus leitores, eu não sei o que fazer. O que deve acontecer no próximo capítulo da minha vida?

Comentem abaixo com a escolha de vocês:

A Tentativa Segura: Eu preciso de alguém paciente. Eu vou responder "sim" para o Lucas. Vou ao cinema com ele, mesmo morrendo de medo do que ele pode esperar de mim ou de como vou agir.

O Limite do Perigo: Eu preciso entender esse poder. Eu não vou sair com o cara da oficina (Deus me livre), mas amanhã, quando eu passar por ele, eu não vou baixar os olhos. Eu vou encarar. Só para ver o que acontece.

A Exploração Interna: Eu não estou pronta. Eu vou ignorar o Lucas e o cara da rua. A validação tem que vir de mim. Eu preciso aprender a gostar de mim mesma primeiro, antes de deixar qualquer um deles chegar perto.

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