Minha Historia, Parte X

Da série Minha Historia
Um conto erótico de Nandinha1994
Categoria: Trans
Contém 3047 palavras
Data: 27/11/2025 16:50:12

E agora?

A Natalia sabe!

Eu tinha feito planos para aquela noite, (não, não esses planos), eu iria dormir de lingerie, iria passar hidratante, colocar uma camisola pra lá de sexy que tinha achado, preta um tecido levinho, mesmo com o impacto da Natalia, decidi manter a ideia original, que diferença iria fazer?

Enquanto eu passava o hidratante, minha cabeça estava a mil quilômetros por hora pensando, principalmente tentando entender como ela soube, na brincadeira mais cedo como Rodrigo, no Pedro e no caminho que eu estava pegando, a cada dia a Fernanda ficava mais evidente e o meu lado masculino começava a se ofuscar, no início era Fernando e às vezes a Fernanda, agora era a Fernanda o tempo todo e o Fernando só quando precisava.

Assim que terminei o ritual, vestir aquela camisola o contato daquele tecido na minha pele, ainda um pouco sensível em algumas partes depois da depilação, absorvendo o hidratante, valia cada segundo,

Tudo, dor da depilação, o constrangimento quando a Natália disse que tinha me reconhecido, a euforia e excitação ao provocar o Rodrigo, poder experimentar essas sensações e o medo de ser reprovada pela minha escolha, essa mistura de emoções, essa química toda, era por isso que eu fazia tudo aquilo.

Liguei uma música no Notebook e logo apaguei, a verdade que eu estava meio altinha, bebemos muito, não faço ideia que horas eram, quando dormi, mas esqueci de desligar o meu despertador do celular, quando bateu 6:30 da manhã ele tocou, era a primeira noite que eu dormia intencionalmente no quarto da Fernanda, meu quarto, quando acordei levei aquele tempinho para me localizar, para entender o que era aquilo colado no meu peito a pressão do sutiã, (sim eu ainda estava usando o adesivo).

Me acomodei na cama e dormi novamente, voltei a acordar com um telefone tocando, era 8:20 não tenho como esquecer, porque era a Natália me ligando, no telefone do Fernando é claro.

Natalia: oi Fer!

Eu -oi Nati

Natalia: então a gente precisa conversar e vai ser agora de manha, estou curiosa para saber sobre isso.

O que eu podia dizer, não, (claro que podia), mas uma parte de mim queria aquilo, compartilhar com alguém tudo que estava acontecendo comigo.

Eu -então, se quiser venha aqui, estou sozinho em casa!

Natalia -eu já estou a caminho, vou levar pão para nos tomar café, acordei com fome!

E desligou, levantei da cama, com o sol alto e forte, o dia não estava frio, abri as janelas do quarto, a verdade que ele tinha passado anos fechado, então por mais que eu tinha limpado e organizado ainda tinha cheiro de coisa fechada, de mofo, naftalina, essas coisas.

Como não sabia quanto tempo Natalia iria levar para chegar, não tomei nem banho, só lavei o rosto, coloquei o moletom direto por cima da lingerie e calcei o tênis e cruzei o pátio correndo até meu quarto para pegar um abrigo e uma roupa que não cheirasse a fumaça de charuto.

Coloquei café a passar e comecei a juntar as roupas sujas do meu quarto e do quarto da Fernanda para colocar a lavar, podia fazer isso sem muita preocupação porque estava sozinho mesmo e minha tia não iria aparecer aquela semana.

Abri o resto da casa para aproveitar o dia lindo, quando voltei para cozinha tocou o interfone, era Natalia, engoli seco e fui receber ela.

Eu - Oi!

Ela -oi

Eu -entra, vamos para a cozinha!

Ela já conhecia minha casa, muito bem, ela estava normal, me tratando normalmente como sempre, sentamos servimos café e começamos a conversar, até que ela;

-me conta o que está acontecendo Fer!

Eu - por onde começo!

Ela -pelo começo ora!

Contei do princípio para ela, praticamente como se ela estivesse lendo esta história, (não economizei nos detalhes, claro).

Uma cafeteira, dois copos de suco de laranja e uma água com gás depois, ela me olha e diz exatamente assim;

-NOSSA!

-Nossa Fer, não sei o que te falar, tu nunca tinha pensado ou imaginado, sentido algo nesse sentido?

Eu -claro que não, tu me conhece a quanto tempo, desde que vim morar aqui!

Ela -Nossa!

Natalia se mostrou uma pessoa com a mente muito aberta e uma amiga de verdade, uma amiga próxima, então ela deu gole no copo de suco e abriu um sorriso no rosto.

Ela -quero ver!

Eu -quer ver o que?

Ela- quero ver a Fernanda, quero conhecer ela!

Eu -não, de jeito nenhum!

Ela -claro que sim, se vamos ser amigas, tenho que conhecer ela!

Ela -vai lá, que eu limpo as louças que sujamos e coloca mais café para preparar!

Claro que a Fernanda estava louca para isso, uma chance de interagir com alguém era tudo que ela queria, mas e quanto a parecer ridícula ou ridículo o que é pior, bom, isso poderia servir para continuar naquele caminho ou abandonar a ideia de vez.

Eu -tá bom, me espera aqui, vou demorar!

Como se ela não soubesse disso!

Subi correndo, tranquei a porta do quarto por dentro para evitar surpresas, tirei a roupa a lingerie, e fui para o banho, tinha a esperança que o adesivo de silicone se mantivesse colado mesmo com banho, era essa a promessa que se colado da forma correta ele resistia até a agua salgada.

Bom, resistiu, então sai do banho, peguei uma calcinha e um sutiã, bem simples, daqueles do dia a dia, que ficou ótimo com o enchimento, formava o decote, uma calça jeans com a cintura alta daquelas que esticam, cor clara, mas fica bem justa, muito justa, certeza que era da minha irmã.

Uma botinha coturno preta, com cadarços, com salto grosso e generoso em altura, uma blusinha de mangas longas, tentei caprichar nos detalhes da maquiagem, sem borrar ou exagerar, um batom escuro mas marcante nos lábios, coloquei a peruca, tentei fazer um rabo de cavalo, isso ajudava a disfarçar que se tratava de uma peruca e uma jaquetinha branca e não podia esquecer duas borrifadas do meu perfume.

Pronto, lá estava ela me olhando no espelho de novo, Fernanda, aos meus olhos, perfeita a calça ajudava com a ilusão de eu ter quadril.

Abri a porta do quarto e comecei a descer a escada, vi a sombra dela projetada nas portas do salão de festas, ela estava parada em frente a porta que dava acesso a cozinha e sol batia na porta e projetava uma na parede onde ficava o salão de festas e a porta que levava para o quarto no segundo piso.

Fiquei parada, tomando coragem então a Natalia falou em tom alto;

-Saia dai, eu ouvi o som do salto descendo as escadas!

Vamos lá é agora, pensei comigo mesmo e sai para fora e fiquei parada olhando para ela, timidamente levantei a mão a acenei, com um sorriso meio apagado, (acreditem eu estava em pânico), ela veio vindo na minha direção enquanto dizia;

-Minha nossa, como é possível isso!

-você quer que eu acredite que você está fazendo isso a tão pouco tempo assim?

-não, você é uma prima do Fernando!

Mas conforme ela se aproximada e o efeito da luz do sol diminuía conforme os olhos se acostumaram;

-É você mesmo eu não acredito!

Eu -sim sou eu mesma!

Fiz questão de frisar, com a voz meio embargada tentando ser o mais suave e feminina possível.

-Vem aqui, deixa eu ver de perto, sai desse sol, isso não é possível!

-você tem peitos!

-e quadril!

Eu envergonhada falei que aqui era só ilusão, a calça o adesivo de silicone, tudo não passava de um jogo de imagens que era só eu, fingindo ser outra pessoa.

Então ela me interrompeu e disse;

-você se sente bem assim?

Eu -sim, me sinto livre!

-Então é isso que importa!

-E eu ganhei outra amiga!

Passamos horas conversando, claro que rolou uma sessão experimenta tudo que tinha no guarda roupas, pude ver a Natalia de lingerie e ali eu vi que tinha entrado em um caminho sem volta, porque ela era linda, tinha um corpo incrível, mas a única coisa que eu sentia ao ver ela ali usando uma calcinha e sutiã na minha frente brincando comigo, “que como eu conseguia caminhar em cima daqueles saltos”, era apenas inveja do corpo dela, eu queria aquilo para mim.

Descobri na Natalia uma pessoa incrível, ainda somos amigas até hoje mesmo estando distantes, na intimidade ela era outra pessoa, desbocada, desinibida, ousada, safada, ardilosa, aprendi muitos truques com ela.

Comecei a descobrir isso quando ela estava fechado o corpete, lembram que eu disse que tinha achado um junto com as lingeries, pois não era um eram dois, estavam um dentro outro, um o que estava por fora estilo europeu, com renda e estrutura em couro com amarração nas costas e ajustes na frente e nas laterais e o outro em couro liso, algo estiloso e ousado, Natalia disse que até sairia com ele na noite.

Ela estava fechando o espartilho em mim, apertou tanto aquilo que eu pensei que ia colocar os pulmões pela boca, mas o resultado foi pra lá de incrível, apertou minha cintura que saltou um quadril gigante em mim, até minha bunda aumentou, meu peitos, parecia que eu tinha peitos, ela disse, vamos elevar o nível do jogo com o Rodrigo;

Eu - oque?

Ela -Pega a tua bota de salto fino aquela com cano bem alto e coloca.

Claro que fiz o que ela disse, eu mal conseguia caminhar pelo salto é claro e pelo o tanto que aquilo me apertava, mas ela tirou algumas fotos minha fazendo poses eu parecia a estrela da capa de um filme pornô.

-Manda pro Rodrigo!

Disse ela, eu claro que disse não tá doida, tira o rosto, recorta e manda, vamos deixar ele maluco quando ver isso, se ontem ele já não parava de falar em você, imagina quando ver isso.

Claro que mandei a foto!

Então chegamos em um assunto sério, o que eu pretendia fazer dali pra frente, falamos sobre o que isso significava na minha vida, imaginamos o que podia acontecer, tinha minha tia, principalmente meu pai.

Ela me olhou nos olhos e me disse,

- tu sabe que a partir de hoje

- tem uma amiga para o que der e vier né

- vou estar sempre contigo,

- não tenho muito a te oferecer,

- mas se o pior acontecer e teu pai te coloca para fora de casa, precisamos de uma faxineira lá em casa.

E caiu na risada, mas ela estava falando sério, ela esteve comigo sempre, em todos os momentos bons e ruins que se seguiram dali pra frente, foram muitas noites conversando por mensagem, por ligação no skype, muito choro, meu, dela, de nos duas quando as coisas ficavam difíceis ou davam errado.

Já passava do meio dia e ela queria comer alguma coisa, alertei que não sabia cozinhar nada, só coisas prontas, então ela;

Natalia - vamos buscar, dá para pedir e retirar em um monte de lugar!

Eu -tá vai e eu fico arrumando a mesa!

Natalia - nada disso, vamos junto, vou levar a Fernanda ver a cidade!

Eu - de jeito nenhum!

Natalia - dentro do carro, ninguém vai ver!

Eu - teu carro esta lá fora, alguém pode me ver quando for até lá, não, não, não

Ela ficou me olhando com aquela cara de mandona, que acabei concordando,

-mas não vou sair assim de espartilho calcinha e botas!

Natalia -ahh está tão dominadora assim, parece aquelas dominatrix!

Ela sabia bastante sobre isso, muito mais, mas é outra história, para outro dia!

Natalia -esse corpete é com renda, coloca um casaco, um jeans e um sapato e está pronta!

Eu - então solta um pouco isso aqui se não não vou comer, não entra nada!

Natalia -para com isso, entra sim, tu vai ficar a cara da Thalía quando era mais jovem, até o cabelo está igual.

Ela estava certa, fiquei a cara da Thalía mesmo, vi umas fotos, a Nati me mostrou na verdade, estava muito igual, jeans, sapato de salto alto, corpete e casaco, com rabo de cavalo.

Quando estava abrindo a porta da garagem para ele entrar no carro e abrir a porta para que eu fosse direto, perguntei você pediu né só chegar lá e você pega,

- sim, sim, só ir lá pegar!

E foi até o carro, destravou as portas e gritou, pode vir, era a primeira vez que eu caminhava a luz do dia, como Fernanda e usando salto alto, tenho certeza que só foi bonito na minha lembrança.

Quando cheguei no carro, a porta não abria e me desesperei, porque podia vir alguém na rua, era meio dia, só nós estávamos de férias, o resto do mundo continuava a girar, a Natalia ria, nem era coisa dela, só eu que estava nervosa e não puxei a maçaneta.

Quando entrei no carro, ela fechou os vidros e disse;

- toma, coloca estes óculos escuros, vai te fazer sentir mais confiante!

Partimos em direção ao centro da cidade, buscar comida em um restaurante que ficava do lado da catedral, segundo ela a comida era ótima.

Quando chegamos, ela só achou vaga no estacionamento oblíquo na praça central, (famosa praça da cuia), que fica em frente a catedral, nem preciso falar que era movimentado, pessoas caminhando pela praça em seus intervalos, que iam ou vinham, há bancos, cartórios, tabelionatos, lojas, hotéis, fórum tudo ali perto.

Ela olhou pra mim rindo e disse;

-viu você está se saindo bem, espera aí que já volto!

Eu fiquei ali como um peixe em um aquário, parecia que todo mundo que passava por ali me olhava, (mas era só coisa da minha cabeça, algo normal quando estamos fazendo algo que julgamos errado), claro que alguns homens, como o que entrou no carro ao lado, quando me viu com o celular na mão, os óculos escuros ajudam a disfarçar e olhar ele, ficou me olhando acho que esperando que eu olhasse de volta, deu a legítima secada.

Ele não via muito de fora, só que era uma mulher de óculos com rabo de cavalo, talvez conseguisse ver os detalhes do busto, o pequeno decote realçado pelo corpete.

Então a Natalia voltou, com a comida;

-esta ai ainda, ninguém te sequestrou!

-viu o mundo não arranca pedaço, apostou que ainda ganhou alguns olhares.

Eu -um tenho certeza que sim!

Natalia -viu, e você gostou pelo jeito!

Voltamos para casa, almoçamos, aquele dia foi maravilhoso de tanta formas, ela me incentiva a todo momento, prometeu que no dia seguinte iríamos furar as minhas orelhas, questionei sobre andar por aí com dois brincos, ela me ofereceu uns brincos que ela tinha chamados pontos de luz que dá para cobrir com base ou um adesivo.

Que eu deveria deixar o cabelo crescer, me recomendou alguns shampoos e cremes que iriam ajudar, que eu tinha refletir se era aquilo que queria mesmo.

Perguntei, como assim porque, ela falou que eu já devia ter lido nas coisas que busquei sobre o assunto em hormônios, claro que já, mas aquilo é um passo muito grande pelo menos naquele momento.

Como disse, o dia estava perfeito, nunca pensei que me sentiria tão bem estando como Fernanda ainda mais com outra pessoa, mas as 17 horas eu tinha aula da escola, quando eram umas 15:40, subimos para ela me ajudar a tirar o corpete, se eu tinha me impressionado com as marcas da cinta modeladora.

O corpete então, ele realmente remodelou meu corpo, claro que começou a voltar ao normal imediatamente depois de tirar, mas era como se eu saísse de uma forma.

Ela saiu do quarto, fiquei de lingerie e coloquei a roupa do Fernando por cima, tirei a maquiagem e peruca, pronto eu voltei a ser o garoto, quando desci ela estava sentada mexendo no telefone e voltou a expressar seu espanto;

-realmente é extraordinário, demais mesmo, como pode ocorrer essa transformação!

Conversamos mais um pouco, até que o Pedro mandou mensagem que estava a caminho, naquele dia eu teria duas aulas junto, ela disse que iria embora me deixar à vontade, mas que voltaria no dia seguinte.

Me recomendou que me comportasse com o instrutor da autoescola, e assim fiz, claro que ele falou do perfume, rolou aquelas conversa com duplo sentido que vinha acontecendo entre nós, mas sempre que chegava em um ponto que deveria avançar de nível ele puxava o freio de mão, como disse antes, talvez pelo fato dele ser meu instrutor, afinal era o trabalho dele, tem gente que preza pela ética.

Quando voltei para casa mais tarde, falei com meu pai por telefone, coisas corriqueiras, como estavam as coisas lá, aqui, tudo normal.

Fui ao meu quarto, o do Fernando, e peguei outra muda de roupa, caso ele precisasse se fazer presente, peguei as roupas na máquina coloquei para secar e fui para o quarto da Fernanda.

Quando voltei havia uma mensagem no celular da Fernanda, era o Rodrigo, caminhando pelas paredes com a foto que eu tinha mandado para ele, que me queria, que estava afim de mim, que não parava de pensar, que queria me ver, só faltou falar que me amava.

Mas naquele dia a conversa parou ai, eu estava pensando em como o dia tinha sido, na nova amiga, então lembrei da outra amiga que conheci na clínica de depilação a Patrícia, mandei uma mensagem com o número da Fernanda, meu perfil ainda não tinha nome.

Mandei só um olá, mas não demorou ela respondeu e de cara, é você a garota que conheci lá na Ale, que ia se depilar, conversamos por horas, até pegar no sono praticamente, contei tudo e ela me disse outra coisa, que me marcou, “o universo sempre dá um jeito de colocar as coisas na sua verdadeira vontade”, para ela tudo que acontecia comigo era o meu destino acontecendo como se uma força maior puxando as cordas.

Nunca fui de acreditar em muita coisa, mas vamos e viemos, 30 dias atrás eu nem sonhava que estaria dormindo de calcinha e sutiã e desfilando por aí de salto alto, então quem sou eu.

Peguei no sono, acordei com na quarta feira, tinha desligado o alarme no dia anterior, já eram por volta de 9 horas da manhã, quando estava indo para o banho, o telefone da Fernanda tocou, era a Natália.

Continua…..

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 3 estrelas.
Incentive Nandinha1994 a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de Nandinha1994Nandinha1994Contos: 10Seguidores: 8Seguindo: 0Mensagem Sou uma trans, hoje com 30 anos criei este perfil para compartilhar minhas fantasias, "historias", sempre gostei de escrever mas nunca compartilhei com ninguem, só recentemente mostrei alguns dos meus textos e fui incentivada a publicar em algum site ou blog.

Comentários