Cuckold: conhecendo o amante da minha esposa (3ª parte)

Um conto erótico de Lael
Categoria: Heterossexual
Contém 3834 palavras
Data: 27/11/2025 11:31:27

Corri e fiquei na ponta da escada, encostado no corrimão do andar de cima, no escuro, olhando para baixo. Carla caminhou da sala para a cozinha, tirando a jaqueta. De longe, à primeira vista, parecia a mesma de sempre: postura ereta, elegante mesmo voltando de uma transa. A única coisa fora do lugar eram os cabelos negros, normalmente impecáveis, agora meio bagunçados. Eu estava vendo minha esposa pela primeira vez após ela dar para outro e estava estranhamente excitado. Sentia uma forte angústia, mas tesão também, um tesão doentio, que me deixava com vergonha e confuso ao mesmo tempo.

Carla voltou para a sala e começou a subir a escada. Eu me escondi rápido em meu quarto. Ouvi os passos dela, depois entrou em nosso antigo quarto. Logo o barulho do chuveiro. Fiquei no corredor uns minutos, com uma vontade louca de ir lá e implorar que contasse cada detalhe, cada gemido, cada posição. Mas, certamente, levaria um fora seco, de ouvir um “não é da sua conta” cortante. Dei meia-volta.

Deitei, mas dormir era impossível. Quarenta minutos depois fui até a porta do quarto dela, estava entreaberta, uma fresta de luz do abajur escapando. Empurrei devagarinho.

Carla dormia de bruços, de lado na cama. Camisola branca fina, quase transparente, subida até a cintura. Uma perna dobrada, a outra esticada, abrindo o suficiente para eu ver a calcinha branca de algodão, não a de renda sensual que ela tinha usado mais cedo. Cheguei bem perto, o tecido marcava o contorno da boceta ainda meio inchada. Eu conseguia ver o volume dos lábios, o reguinho afundando um pouquinho no meio.

O rosto dela estava virado pro lado esquerdo. Dormindo profundamente, lábios entreabertos, uma expressão de quem estava exausta e agora descansava satisfeita. Eu fiquei ali parado, imaginando que o cara deve ter esfregado o pau naquele rosto lindo, ela mamando, olhando pra cima enquanto o cara segurava a nuca dela e fodia a garganta. Imaginando aquele mesmo rosto suado, gemendo alto, enquanto levava vara de quatro, de ladinho, cavalgando e gritando. “Será que o tal de Maike conseguiu comer até o cu dela? Não, acho que não, ela até curte, mas acho que não ia liberar para ele já na primeira vez. Agora, a boceta, certamente, foi fodida por um bom tempo, a demora para voltar e o jeito de cansada dela, devem ter sido umas 3, e ela deve ter gozado muito, afinal de contas são mais de 4 meses sem”. Pensei ali parado na frente da cama e com uma vontade imensa de pular para cima dela, beijá-la, chupá-la, fodê-la e tomar o que é meu de volta.

Mas ao invés disso, voltei pro meu quarto, fechei a porta sem barulho, tirei a cueca com raiva. Deitei de costas, peguei o pau já latejando e comecei a bater com força, sem dó. Segurei o máximo que consegui, não queria que acabasse rápido. Quando gozei, foi violento: jatos grossos que sujaram barriga, peito, até o pescoço. Fiquei ali ofegante, porra escorrendo, olhando pro teto. E não entendia nada.

Claro que eu sabia que existem muitos homens que curtem ao menos fantasiar sua companheira com outro, mas, particularmente, nunca pensei que isso pudesse ser excitante para mim. No entanto, lá estava eu naquela noite, tendo tocado 2 punhetas para “comemorar” meu primeiro chifre.

Acordei cedo no sábado. Meu corpo pesava como se tivesse levado uma surra, mas era a cabeça que doía mais.

Levantei, fui pro banheiro. Liguei o chuveiro quente, entrei debaixo da água e deixei escorrer. Ali, sozinho, veio o choro. Tive certeza que tinha perdido Carla de vez. Quinze anos jogados fora por causa de uma burrice minha. Chorei pelos filhos. Chorei pela Carla que eu amava, pela mulher que ainda era minha de papel, mas que agora tinha outro. Demorei uns vinte minutos ali até me recompor. Decidi: fingiria que nada tinha acontecido. Não demonstraria fraqueza para ela.

Desci para cozinha, senti o cheiro de café fresco no ar. Carla já estava lá, acabando de tomar. Trocada para correr com uma calça legging estampada em verde piscina mesclado com preto, colada como uma segunda pele, marcando cada curva das coxas longas e da bunda média que eu conhecia tão bem. Em cima, uma blusinha rosa, de alcinha fina, deixando os ombros à mostra e os seios médios delineados. Os cabelos negros presos num rabo de cavalo alto. Ela me viu e disse um "bom dia" meio envergonhada.

— Bom dia — respondi seco, sem olhar nos olhos, e me sentei à mesa.

Ficamos em silêncio. Quando Carla se levantou para pegar o celular no balcão, virei o rosto e não resisti: olhei direto para a boceta dela marcada na legging apertada. O tecido fino desenhava os lábios cheinhos, o rego sutil no meio, e meu pau deu um pulo imediato. Pensei de novo que ali, poucas horas antes, outra pica tinha entrado, socado fundo, feito ela gozar. Imaginei o pau do Maike esticando aqueles lábios, escorregando no molhado dela, batendo no fundo enquanto ela gemia.

Carla partiu para a sua corrida. Concluí que se a vida fosse ser aquilo nos próximos meses ou anos, teria que me adaptar ou acabaria definhando na tristeza. Peguei o celular, abri o Tinder de novo. Passei horas ali, deslizando perfis, mandando mensagens para quem parecia promissora. Depois de uns matches ruins, veio Fernanda, de Mairiporã — cidadezinha entre São Paulo e Bragança, perfeita para um pulo rápido. Branca, pele clara com sardas leves no nariz, loira natural com cabelos ondulados até os ombros, olhos castanhos claros, rosto arredondado, uma boca gostosa. Tinha 28 anos, corpo atlético de quem faz crossfit: 1,68m, coxas grossas e firmes, bunda redonda, seios grandes. Nas fotos, usava biquíni ou legging de academia. Conversamos rápido, fluiu: ela queria para aquela noite ainda. Marcamos num motel na estrada entre as cidades.

Após o almoço, avisei Carla:

— Vou sair à noite. Não tenho hora para chegar.

Ela parou de lavar a louça, virou devagar, com um ar surpresa no rosto. Os olhos verdes piscaram rápido, mas se recompôs:

-Não é nenhuma conhecida nossa, né?

-Não. Marquei pelo Tinder.

— Ah. Tudo bem. Só seja discreto, como eu fui, e use preservativo, pois essas de aplicativos de encontros...

Ela voltou para a louça, fingindo normalidade, mas notei os ombros tensos e uma respiração mais acelerada.

Na hora de sair, desci bem arrumado, perfume leve e me despedi. Carla ficou na sala, fingindo ler uma revista velha de moda, folheando páginas, pareceu não se importar ou pelo menos disfarçou.

Cheguei próximo ao motel por volta das 21h, Fernanda já esperando no carro dela. Ela era ainda melhor ao vivo. Conversamos um tempo para quebrar o gelo dentro do meu carro, até que nos pegamos e entramos. Mal fechamos a porta, ela atacou me beijando com vontade. Tirei a blusa dela, revelando o sutiã preto rendado segurei aqueles seios grandes, aréolas rosadas grandes. Abaixei a calça jeans dela, calcinha fio dental sumindo no rego da bunda. Ela era depilada total, boceta lisinha, lábios grossos já inchando.

Começamos na cama: ela de joelhos, chupando meu pau com maestria, olhos fixos nos meus enquanto sugava as bolas uma por uma. Mas aí veio: enquanto ela chupava, fechei os olhos e pensei em Carla. No chifre que ela me botara um dia antes. Para minha raiva e confusão, o tesão de corno voltou. Meu pau inchou mais, fiquei feroz. Joguei Fernanda de barriga para cima, abri as pernas brancas e mergulhei na boceta dela: senti um cheiro forte de excitação, gosto levemente salgado. Chupei com maestria, a língua girando e às vezes sugando aquele clitóris, dedos enfiados fundo em sua boceta, curvando pra acertar o ponto certo. Ela gemeu rouco no começo, depois gritou alto.

-Puta que pariu! que língua gostosa! - Suas coxas tremiam, as unhas cravadas no meu ombro. Gozou berrando, o corpo arqueando e a boceta pulsando.

Após uns minutos, enfiei meu pau de uma vez, socando forte. Pensei em Carla de quatro pro professor, gemendo pra outro, e acelerei: estocadas fundas, brutas, segurando os seios grandes dela, apertando os mamilos até ela uivar. Acho que no meio de toda aquela loucura, ela até se esqueceu qual era o meu nome, por isso, começou a me chamar de “cara”.

-Cara!! Como você pode foder tão gostoso assim, cara? Como você pode ser tão bruto...selvagem assim, cara?! Vai caralho, me quebra, caraaaaaaa!!

Ela gozou novamente com as paredes da boceta apertando meu pau. Após uma surra de pica nela, gozei urrando, estava de camisinha, claro.

Suada, vermelha e extasiada, Fernanda disse:

-Olha, se todo date fosse assim, acho que eu já tinha me amarrado com um.

- Os caras deixam a desejar? – Perguntei ainda ofegante.

-Não todos, a maioria é razoável, mas tem uns que putz...

-Faz tempo que você usa o Tinder?

-Há alguns meses, acho mais prático quando bate o tesão. Não quero relacionamento agora, tive um bem tóxico que terminou no ano passado.

-Entendi.

Um tempo depois, voltamos a foder e novamente fiz a loirinha berrar de maneira estridente e ainda consegui comer seu cuzinho rosado, enterrando 19cm nele e gozando ferozmente.

Voltei para casa tarde, o corpo satisfeito, mas a cabeça confusa de novo com esse tesão que vinha do nada. Carla já dormia ou fingia.

No outro dia, fomos a um churrasco num sítio. Foi aniversário de casamento de Sandra, e Jones, amigos nossos. Foi divertido, mas eu não parava de olhar para Carla, pensando na transa dela com o professor. Um lado meu desejava ter visto como foi cada detalhe, porém outro, sofria com a iminência dela acabar se apaixonando pelo cara, pois, ali, no meio da festa, minha esposa parecia feliz como há tempos eu não via.

Já à noite, estava vendo um filme largado no sofá da sala, luz baixa, quando Carla desceu as escadas. Ela estava com uma camisola preta, alcinha fina, tecido acetinado que grudava no corpo, comprimento até o meio da coxa, decote profundo mostrando o colo perfeito e a sombra entre os seios. Pernas longas à mostra, pés descalços. Linda pra caralho, como sempre, só que agora parecia ainda mais poderosa.

Ela parou na minha frente, braços cruzados de leve.

— Posso falar com você um minutinho?

Pausei o filme na hora.

— Claro.

Ela respirou fundo, sentou na poltrona de frente pra mim, cruzando as pernas. A camisola subiu um pouco mais, mostrando a coxa inteira.

— Eu e o Maike… a gente pretende continuar. Uma, no máximo duas vezes por semana. Como agora estamos de férias da universidade, provavelmente vou para São Paulo à tarde, passo umas horas com ele e volto antes do jantar.

Senti o peito afundar. Fechei os olhos um segundo, engoli seco.

— Carla… (minha voz saiu baixa, rouca) por que a gente simplesmente não se separa logo? Isso tá me matando.

Ela baixou o olhar pro chão, pensativa, depois me encarou de volta, com voz também baixa, quase um sussurro:

— Você sabe muito bem o motivo. A Maísa. E…também não sei se tá te matando tanto assim. Ontem você se esbaldou com outra, voltou bem tarde.

Eu só suspirei longo, pesado.

-Bom, você já disse o que queria e aceito, contrariado, mas aceito, só reforço que se um dia, aparecer qualquer boato… qualquer olhar diferente de alguém conhecido…nos separemos no mesmo dia, então seja discreta, vamos ver onde isso vai dar.

Carla concordou balançando a cabeça e depois me deu boa noite. Levantou-se e se encaminhou para as escadas, meus olhos me traíram e ficaram nela, até sumir.

Na quinta, seguinte, Carla foi se encontrar com seu amante pela 2ª vez. Passei por toda aquela monta russa de sentimentos novamente, só que agora no serviço.

Quando entrei em casa, por volta das 18h20, o carro dela já estava na garagem. Carla estava na sala, de banho tomado, cabelo ainda úmido. Vestia um vestido leve de algodão branco, daqueles de alcinha fina e comprimento até o meio da coxa, sem sutiã. sem nada por baixo que desse pra perceber. Um sorriso tranquilo de quem tinha passado a tarde inteira gozando.

Ela me viu e o sorriso nem diminuiu.

— Oi… cheguei há uns quarenta minutos.

A voz saiu leve, quase cantada, como se estivesse flutuando.

Eu parei no meio da sala, olhando aquele corpo que eu conhecia milimetricamente. Imaginei-a com Maike, sendo despida devagar, deitada, de quatro, de lado, cavalgando, gemendo alto, gozando várias vezes, o cheiro de fêmea tesuda dela passando para ele, levando rola sem camisinha até ficar toda melada de porra. Imaginei sua boca no pau dele, chupando com vontade, talvez recebendo jatos quentes na língua.

Meu pau endureceu na hora, latejando contra a calça social. Fiquei ali parado,

Ela passou por mim em direção à cozinha:

— Vou fazer um chá. Quer?

-Não, obrigado, vou tomar um banho.

Acabei novamente me masturbando pensando nela com outro. Depois, toda a tristeza voltou.

Nas duas semanas seguintes foi a mesma coisa, uma semana ela foi duas vezes pra São Paulo (terça e sexta). Na outra, só uma (quinta). Sempre voltava com o mesmo brilho.

Eu, para não enlouquecer, continuei no Tinder. Peguei três mulheres diferentes:

Uma mulata maravilhosa de 27 anos de São Paulo, casada; uma morena de 34 de Campinas, divorciada, que me chamou de “gostoso safado” o tempo todo; e uma estudante de 25 de Atibaia que quase me matou de tanto cavalgar. Sempre de camisinha, sempre motel, sempre gozava feito um louco duas ou três vezes, e depois voltava para casa vazio.

Aí chegou a última semana de férias da faculdade. Decidimos viajar em família: seis dias em Recife, hotelzinho pé-na-areia que a gente já conhecia. Maísa e Diego piraram de felicidade. Só tinha um problema: o nosso quarto tinha uma de cama de casal. Ou seja: eu e Carla na mesma cama, depois de meses dormindo separados.

Primeira noite já foi um inferno. Carla tomou banho, colocou um baby-doll azul claro, shortinho de algodão por baixo, deitou do lado dela da cama e, antes de apagar a luz, falou baixo, mas firme:

— Thiago, só pra deixar claro: a gente vai dormir na mesma cama, mas não me toca. Nem de brincadeira. Eu não quero.

Foi mais um duro golpe para mim.

Os seis dias foram muito agradáveis, gosto de ser paizão e me envolvo mesmo com eles, faço palhaçadas e os dois se divertem, até Carla baixa a guarda e ri, mas por dentro, eu estava ferido.

Voltamos de Recife no domingo à noite. Mal guardei as malas, já abri o Tinder e marquei com uma morena ao estilo cabocla de 30 anos de Extrema (motel na saída da Fernão Dias, terça à tarde).

As aulas recomeçaram, na semana seguinte e já na segunda-feira, Carla me avisou:

—Quarta só dou as duas primeiras aulas. Depois vou encontrar o Maike num motel perto da universidade. Devo chegar umas 23h30, no máximo.

— Ok — respondi seco, engolindo o nó na garganta. Naquele momento caiu a ficha: aquilo agora seria a nossa rotina para sempre.

Naquela quarta, eu não aguentei de tanto nervoso e por volta das 21h30, comecei a tomar umas doses de uísque. Às 23h30 já estava com a cabeça girando, Carla tinha acabado de entrar. Esperei mais uns dez minutos, subi a escada cambaleando. A luz do quarto dela estava acesa, porta entreaberta. Escutei o barulho do chuveiro parar. Entrei sem bater.

Carla saiu do banheiro nua. O corpo ainda molhado, gotas escorrendo pelos seios, barriga lisa, coxas. A boceta depiladinha dos lados, lábios inchados, claramente recém-fodida.

— Thiago? — ela estranhou.

Eu não respondi. Só olhei aquela boceta que menos de uma hora antes tinha outro pau dentro e perdi a compostura.

Caí de joelhos na frente dela, meio torto, abracei a cintura, beijei desesperadamente o ventre quente, desci a boca tentando chegar na boceta, cheguei a sentir seus pelos. Ela empurrou meu ombro com força.

— Para com isso! Você agora deu de beber?

Levantei cambaleando, agarrei-a pelos braços, joguei-a cama e pulei por cima. Chupei seus seios rapidamente. Beijei sua boca com desespero. Ela resistiu uns segundos, mas depois cedeu ao beijo, a boca se abrindo, língua encontrando a minha. Durou uns 10, 15 segundos. Depois ela virou o rosto, empurrou mais firme.

— Para! Isso é loucura… eu não quero fazer isso!

Parei na hora, ofegante, envergonhado, mas com o pau latejando, tão duro que doía. Levantei, a bermuda de tactel marcando o volume inteiro. Ela viu, arregalou os olhos. Eu saí do quarto sem dizer uma palavra.

No dia seguinte, Os dois envergonhados pelo que ocorrera. Só um “bom dia” baixo de cada um.

À noite, após voltar da universidade e se trocar, ela sentou do meu lado no sofá, de pernas dobradas, vestindo um shortinho jeans e camiseta azul larga.

— Sobre ontem… — começou, voz baixa.

Eu cortei rápido:

— Bebi demais. Não sabia o que estava fazendo. Desculpa.

Ela ficou quieta um segundo, depois perguntou, direta:

— Você teria coragem de querer sexo comigo sabendo que pouco tempo antes, eu tinha transado com outro por horas? Sem camisinha? Ele é saudável, faz exame todo ano… só comigo ele transa sem preservativo.

Fiquei espantado com aquilo. Saber que outro cara enchia minha esposa de porra me deixou zonzo. Engoli em seco, mas disfarcei:

— Claro que não! Exagerei na bebida, entrei no quarto errado, te vi pelada e… perdi a linha. Me desculpa um milhão de vezes, Carla, sei do nosso trato, mas tava tão bêbado que acho que não sabia que era você...vi uma mulher nua...linda e quis fazer amor, isso não se repetirá. Sei bem das regras que você criou.

Ela me olhou longamente:

— Ainda bem! Porque sexo entre a gente acabou de vez.

Foram mais duas semanas assim, só que ao invés de se encontrarem às quartas, passaram a se ver às sextas, justamente quando nem ela nem Maike tinham aulas no período noturno. Carla tinha pegado umas aulas de manhã naquele semestre e na sexta estava livre e o professor viria de São Paulo, exclusivamente para fodê-la. Aquilo foi mais um dos baques, a coisa parecia estar ficando séria mesmo.

Entretanto, Carla ainda tinha mais uma bomba para lançar:

-Sabe, Thiago, apesar de todo cuidado que tenho antes de entrar ou sair em um motel aqui na região, sempre me abaixando, reconheço que é meio arriscado uma hora me verem com ele na estrada indo ou voltando até o meu carro. Então, pensei na chácara de Vargem.

Meu estômago virou do avesso. Há uns sete anos, eu comprei uma chácara perto de uma cidadezinha bem próxima chamada Vargem, era para ser mais um negócio de ocasião, comprar barato e revender depois. Mas acabamos gostando tanto, que mandei reforma-la, mobiliá-la e por uns 5 anos, íamos sempre para lá com os filhos, mas depois enjoamos e passamos a ir cada vez menos. Pretendia vende-la no futuro.

— Como assim “pensou na chácara”?

— É perfeita. Sem caseiro, afastada, ninguém passa por lá. A gente chega às 19h em ponto, e quando for umas 22h30, no máximo 23h já estou aqui. Muito mais seguro que motel.

Fiquei olhando pra ela, sentindo o sangue latejar nas têmporas.

— Você quer levar o cara pra foder na nossa chácara, onde vivemos tantas coisas? Na cama em que transamos tantas vezes?

—É um imóvel vazio que a gente nem usa mais. Levo lençol, toalha, tudo. Depois lavo ou jogo fora. Ninguém vai saber de nada.

— Tá ficando louca? Você tá tão apegada nesse cara que agora quer trazer ele cada vez mais perto! Primeiro motel pertinho da universidade, agora já quer foder na nossa chácara que nem fica tão longe daqui! Qual será o próximo passo, trazê-lo para trepar aqui depois que nossos filhos dormirem? No nosso quarto?

Com uma calma e seriedade irritantes, Carla respondeu:

-Não seja baixo. Estou sendo racional e tentando cumprir com o que você mesmo exigiu. Uma hora, um conhecido, um ex-aluno me vê entrando no carro com o Maike à noite e nos segue ou deduz que é estranho e aí é questão de dias para a fofoca se espalhar. Lá, ele pode chegar com o carro dele e eu com o meu, quando acabarmos, fazemos a mesma coisa.

— Então continua em São Paulo! Motel lá, apartamento, sei lá!

— Eu não quero pegar estrada toda sexta à noite. É cansativo e arriscado dirigir nessa Fernão Dias.

Respirei fundo, batendo o pé:

— Não. A chácara não entra nessa. Ponto final.

Carla me encarou uns segundos, depois deu de ombros, voz gelada:

— Tá bom. Então a gente segue nos motéis da região e reza pra ninguém ver nunca. Você decide. Parar de transar com ele é que não vou.

Coloquei a mão na testa, respirei fundo e disse olhando para o nada.

-Estamos em agosto, essa merda de casamento de mentira não chega até dezembro, ou melhor, é capaz de eu não chegar até lá.

Carla finalmente demonstrou alguma empatia e mudou de feição e tom de voz:

-Por que está dizendo isso? Está escondendo algo? Fala? – Perguntou aflita.

-Não, mas minha cabeça não aguenta mais.

Carla decidiu me deixar em paz pelo menos naquela noite.

Eu fiquei na sala, coração disparado, imaginando-a chegando às 19h na chácara, acendendo a luz da sala, os dois se agarrando, ela gemendo na cama em que transamos muitas vezes, o cara a enchendo de porra, tomando banho no nosso chuveiro… e voltando pra casa às 23h com aquele mesmo sorriso de quem gozou muito.

E a pior parte: meu pau estava duro só de pensar na cena.

No dia seguinte, ficamos calados durante o café, até que eu disse seco:

— Pode usar a chácara.

Ela virou devagar, sobrancelha erguida:

— Como é?

— Você ouviu. Pode usar a chácara às sextas. A partir da semana que vem, se quiser.

— Ontem você quase me comeu viva por causa disso. Por que mudou da água pro vinho?

Respirei fundo, fingindo naturalidade:

— Pensei melhor. Você tem razão: motel aqui perto é risco grande. A chácara é nossa, ninguém aparece, é mais seguro pra todo mundo. Só isso.

Ela continuou me olhando, tentando ler alguma coisa no meu rosto.

— Tá… — disse devagar. — Obrigada. Sério. Vai facilitar muito. Vou avisar o Maike hoje mesmo. A gente combina de chegar lá umas 19h, saio de casa dizendo que vou encontrar a Ju e a Patrícia pra jantar. Volto no máximo às 23h.

Ela nem imaginava o que tinha passado pela minha cabeça a noite inteira. E aí, no meio da insônia, veio a ideia maluca:

Se eles forem pra chácara toda sexta, eu posso chegar depois, escondido. Só preciso ir lá antes e descobrir um jeito. E aí, vendo com meus próprios olhos, eu finalmente vou saber o que sinto de verdade: será a dor vai ser maior que o tesão ou o contrário? Vou querer matar os dois ou vou querer entrar no quarto e participar? Vou decidir de uma vez por todas se continuo casado ou se boto um ponto final nisso tudo?

Uma cópia da chave da chácara estava no meu bolso. E a ideia maluca já tinha virado plano.

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Foto de perfil de Lael Lael Contos: 286Seguidores: 760Seguindo: 12Mensagem Devido a correria, não tenho conseguido escrever na mesma frequência. Peço desculpas aos que acompanham meus contos.

Comentários

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Esperava uma coisa e aconteceu outra..

A falta de diálogo entre o casal está de mais, são 15 anos juntos e a dificuldade de um ser sincero com o outro é impressionante. Mesmo ambos tendo aceitado a proposta absurda que estão vivendo é visível que existe uma barreira entre eles. Sério quantos casas existem por aí que tem dificuldade de conversarem com sinceridade ?

Ela é a grande icoguinita do conto, ela ainda ama ele ? As vezes dá a impressão que sim, mas ao mesmo tempo parece que ela está gostando cada vez mais desse colega de trabalho ao ponto de trazer ele pra chácara que pertencia a família, uma atitude dessa muda muito o jogo.

Porém é visível que ela tem um certo receio em se separar, mas esse receio é amor ? Costume ? Alguma estratégia de vingança da parte dela que ainda precisa de tempo ?

Ela quase se entregou pra ele, parece ter gostado e achou interessante o avanço dele e se preocupou se ele faria algo com ela, mesmo sabendo que antes ela teve relação com outro cara, mas ao mesmo tempo ela rejeitou ele na viagem, local que poderia ser propício para uma volta dos dois.

Eu não sei se ela planeja uma vingança contra ele, ou se ela está dividida entre o ex marido e o novo amante.

A forma que ele vai flagrar os dois vai ser muito importante, ele pode se tornar um cara patético e por tudo a perder se humilhando ou sei lá... tá complicado.

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Ela transa sem preservativo e cobra dele para usar, sob o argumento que o amante é saudável e transa somente com ela sem preservativo. Quem garante que ele não fica com outras e fala,a mesma coisa. Aparentemente ela ainda gosta do marido e não quer se separar, pois quando ele fala em separação ela sente, e mesmo assim transa sem proteção, podendo pegar uma doença e futuramente, caso, reconciliar transmitir pro marido.

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Muito bom excelente narrativa

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