Consequências de uma traição - 3

Um conto erótico de Nicolas
Categoria: Heterossexual
Contém 3406 palavras
Data: 27/11/2025 10:31:38

Consequências de uma traição - 3

Só consegui dirigir uns quatro quarteirões antes de as lágrimas começarem a cair e eu ter que parar. Chorei, solucei, bati no painel, chutei o chão e, no geral, fiz uma ótima imitação de uma criança de seis anos fazendo birra. Durou uns dez minutos, com raiva, mágoa e tristeza misturadas; e quando passou, enxuguei o rosto, liguei o carro e dirigi direto de volta para Sorocaba, o que, por incrível que pareça, consegui fazer sem atropelar ninguém nem nada no caminho.

Já passava das 2h30 da manhã quando cheguei lá, me joguei na cama e consegui dormir. Depois, participei das sessões do dia seguinte como se estivesse sonâmbulo, embora não pudesse dizer nada sobre, e dirigi devagar de volta para casa. Não havia motivo para pressa...

As roupas dela tinham sumido, assim como os cosméticos, as bolsas, calçados e outras coisas. Ela também levou alguns dos nossos CDs, mas não muitos, e nenhum móvel ou aparelho de som. Presumo que ela fosse morar com o Alec, embora não tivesse dito nada. E nem uma única foto, nenhuma das muitas fotos nossas, as fotos do casamento, da lua de mel e as fotos com nossas famílias, que estavam espalhadas pela casa.

Não sei por que ela se deu ao trabalho, mas me deixou um bilhete. Uma frase, que nem valeu o tempo gasto para escrevê-la.

Nicolas: Sinto muito... Sempre vou me importar com você, Jane.

Então... esse foi meu primeiro pesadelo. Detalhes suficientes para você? Espero que sim, porque não há muito mais que eu possa te contar. Exceto algumas das consequências — acho que você também pode se interessar por isso.

A raiva surgiu lentamente e de forma instável, à medida que o choque diminuía. Começou a fazer um pouco mais de sentido para mim: minha amada esposa, o amor da minha vida, havia me abandonado, se apaixonado por outro e ido morar com ele. Um cara que conheceu numa boate, e dançou com ele, com a minha permissão, "MINHA". Talvez tudo isso seja sim, em parte, MINHA CULPA.

Eu sabia desde a primeira noite que, depois do que tinha visto, nunca mais conseguiria dormir no nosso quarto. Sem nem olhar muito ao redor, transferi todas as minhas roupas e pertences para o quarto de hóspedes, a cama de casal lá seria grande o suficiente para mim.

Foi só no domingo à tarde que voltei ao quarto principal e olhei em volta. Na minha mente, eu ainda conseguia vê-los nus na cama, os travesseiros encostados na cabeceira. Eu conseguia ver as velas no criado-mudo e sentir o cheiro de sexo no ar.

É claro que tudo aquilo havia desaparecido. Jane trocara os lençóis e arrumara a cama, guardara as velas, e tudo estava como se nada tivesse acontecido.

E aí eu meio que perdi a cabeça. Não me orgulho muito do que fiz em seguida, embora eu imagine que tudo isso faça parte da minha forma de lidar com a situação. O aspecto limpo e intocado do quarto me enfurecia, eu queria vê-lo novamente como era antes.

Comecei a ficar com raiva, muita raiva e comecei a chorar. Peguei as velas, coloquei-as nos criados-mudos e acendi-as. Abri a cama, puxei o lençol de cima e arrumei os travesseiros como os tinha visto naquele dia.

E então, ainda chorando, ainda gritando de raiva, fiquei de pé ao lado da cama e com a visão da buceta dela bastante usada naquele dia, me masturbei nos lençóis. É loucura, eu sei, mas eu queria que eles estivessem cobertos de esperma e com cheiro de sexo. Se não do sexo deles, então do meu.

Quando terminei, simplesmente apaguei as velas, saí do quarto e fechei a porta. Foi assim que criei meu altar para minha esposa infiel e vadia. E nas próximas semanas fiz algumas adições ao altar, sobre as quais falarei em breve. Mas depois de duas ou três semanas, a diversão acabou ou a loucura se esvaiu de mim, não sei ao certo. E por mais de cinco meses não abri a porta nem coloquei os pés naquele quarto uma única vez.

Como eu conseguiria sobreviver às primeiras semanas? Eu ia trabalhar e voltava para casa. Não contei a ninguém o que tinha acontecido, exceto ao Davi. Ele veio aqui no sábado à tarde, sentei com ele, ofereci uma cerveja e contei toda a história, cada palavra que eu conseguia me lembrar.

Ele olhou para mim em choque, em absoluto espanto. Tudo o que disse foi "Jesus Cristo" algumas vezes, balançando a cabeça. E quando terminei, ele simplesmente continuou sentado ali, balançando a cabeça ainda mais.

—Aquela... vadia. - disse ele lentamente, por fim. —E ela acha que está apaixonada por esse idiota?

—É o que ela diz. Ele é o amor da vida dela, aquele por quem ela esperou a vida toda, mesmo que não soubesse disso antes. Enquanto eu sou... sei lá, o Sr. Lento e Constante, o confiável, mas chato, que ela só pensava amar.

Ficamos sentados mais um pouco, e ele disse:

—Eu ia te perguntar o que você ia fazer. Mas ainda é muito cedo para isso, que tal irmos bater umas bolas de squash?

E foi assim que Davi me ajudou a superar isso. Jogamos squash. Assistimos a jogos de futebol na TV. Videogame, treinamos. Tomamos algumas cervejas, embora eu nunca tenha ficado bêbado, por mais estranho que pareça, eu nunca quis. Tivemos muitas conversas longas, durante as primeiras semanas, sobre Jane e eu e sobre o que eu queria fazer agora. Às vezes, falávamos sobre ele e Kátia, uma mulher com quem ele estava saindo casualmente.

Decidi ficar com a casa, eu conseguia pagar o financiamento com o meu salário e não queria me mudar. Mas decidi não entrar com o pedido de divórcio. Que se dane ela: se ela quiser casar com aquele idiota, que entrasse com o pedido e pagasse as contas do advogado. Para mim, tanto fazia. Cancelei todos os cartões de crédito e pedi alguns novos.

Conversar com Davi também me ajudou a entender que eu precisava me manter ocupado, precisava encontrar maneiras de não ficar sentado em casa sozinho, encarando as paredes. Eu praticava karatê há anos, uma ou duas vezes por semana, e tinha chegado à faixa marrom, mas era só brincadeira. Agora eu levei a sério: comecei a frequentar quatro ou cinco aulas por semana e a treinar sparring sozinho no quintal.

O karatê era perfeito, me fazia focar e ser disciplinado, concentrar-me no que estava fazendo e em nada mais. As aulas de noventa minutos eram oásis, sem nenhum pensamento sobre Jane (bem, depois de um tempo, pelo menos).

E, sem dúvida, que ótima maneira de extravasar minha raiva! Poder socar, chutar, bater no meu oponente ou até mesmo no ar vazio, provavelmente não preciso dizer quantas vezes imaginei o rosto debochado do Alec recebendo meus golpes. E quando cheguei ao quarto nível da faixa preta (existem doze níveis, mas quase ninguém chega ao topo), pude começar a quebrar tábuas com a mão; isso foi muito satisfatório.

######

Então agora você sabe o que eu sei. E para mim, foi mais do que suficiente para me deixar infeliz, mas nem de longe o bastante para realmente entender.

Quer dizer, como é que uma mulher feliz no casamento se apaixona por outro homem? Eu sei que acontece, mas COMO acontece? A Jane não era infeliz comigo, e eu continuo sem acreditar que ela estivesse por aí procurando alguém.

Mas aquele filho da puta do Alec conseguiu entrar na cabeça dela, e aí ele a manipulou, e de alguma forma a fez acreditar que eles eram almas gêmeas, destinados a ficar juntos. Como Romeu e Julieta, Tristão e Isolda, (Eu lia muitos livros na faculdade.)

E agora, oito meses depois, eu estava começando a sentir que o pior já tinha passado e que eu poderia começar a pensar em uma nova vida sem a Jane. E AGORA ela me diz que quer voltar para mim?

Eu realmente esperava que, depois do dia em que Jane veio aqui, tudo tivesse acabado. Eu tinha escutado o que ela queria e tinha dado a minha resposta. Eu não tinha exatamente deixado ela contar todo o discurso dela, mas azar o dela, né?

Mas nem uma semana se passou quando minha mãe começou a me perturbar de novo. A essa altura, eu já não atendia o telefone, então só me comunicava por mensagens. "Ela está arrependida do que fez, Nicolas, de verdade. Você devia ouvir como ela fala de você! Você tem que dar outra chance a ela." Essa era a essência da mensagem, embora minha mãe encontrasse várias maneiras de expressá-la.

Liguei para ela no sábado de manhã, pouco antes de sair para a aula de karatê, para que ela não pudesse me manter na linha. "Mãe, sou eu. Por favor, me escuta, tá bom? Eu NÃO vou, repito, NÃO vou voltar com a Jane. Acabou. Pensar nela, falar sobre ela, vê-la, tudo isso só me faz sentir pior. Você é minha mãe e deveria estar do MEU lado, certo? Então, por favor, não mencione mais a Jane."

Houve um longo silêncio; então ela disse, com uma voz meio magoada: "Bem, é claro que estou do seu lado, Nicolas. É só que a Jane é tão..."

"Tenho que ir, mãe... tchau!" Eu a interrompi para dizer essas palavras e desliguei o telefone. Minha mãe nunca ia entender.

A semana seguinte foi ótima, principalmente por causa do karatê. Eu estava me preparando para um torneio amador em São Paulo, então ficava depois da minha aula normal todas as noites para uma hora extra de instrução, e meu professor quase me deixou exausto. Eu chegava em casa, me sentindo esgotado, mas ótimo, jantava, assistia a um jogo com Davi ou lia um pouco e ia dormir.

Então, no sábado, quando cheguei em casa depois da aula de karatê, por volta das 14h, a amiga da Jane, Ângela, estava sentada na minha porta da frente. Por um instante, pensei em passar direto de carro, mas depois pensei: dane-se, não dá para ficar evitando as pessoas para sempre.

Ela me deu um sorriso simpático quando me aproximei e disse:

—Ei, Nicolas, paga uma cerveja para uma garota?"

—Claro, Ângela, se você não se importar de ficar perto de um cara suado enquanto bebe.

—Acho que consigo lidar com isso. - disse ela com outro sorriso.

Entramos e tomamos uma cerveja, conversando sobre nada em particular. Como eu disse, Ângela era alguém de quem eu sempre gostei. Ela era baixinha, curvilínea e morena, o oposto da Jane, mas, assim como Jane, era extrovertida e divertida. No início do nosso casamento, Jane e eu tínhamos esperança de que talvez Ângela e Davi ficassem juntos, porque gostávamos muito dos dois, mas eles não se deram bem. Eles se provocavam de forma amigável, mas nunca namoraram.

De qualquer forma, eu não me importava de ter Ângela por perto, ela era engraçada e bonita, mas não tinha a menor expectativa de que algo mais aconteceria. Não havia a menor possibilidade de essa visita surpresa ser sobre outra coisa senão Jane. Quando terminamos a cerveja, eu comentei algo a respeito.

—Por mais que seja um prazer te ver, Ângela, deve haver um motivo para sua visita. Quer me contar qual é?

Ela corou e olhou para baixo por um instante.

—Você deve estar pensando que é sobre a Jane, Nicolas, mas não é. Eu também gosto de você, sabia? Sempre achei que éramos amigos também, não só da Jane. E senti sua falta. Quando a Jane... quando ela... foi embora, acho que senti que devia me afastar, por lealdade a ela ou algo assim.

Agora ela estava olhando diretamente para mim.

—Mas finalmente pensei, dane-se, o Nicolas também é meu amigo, por que diabos eu não posso ir vê-lo? Então aqui estou eu."

Olhei para ela com desconfiança.

—Então, isso não tem nada a ver com a Jane? Você não está tentando me convencer a voltar pra ela?

Ângela pareceu um pouco desconfortável, mas sustentou meu olhar e disse:

—Não, Nicolas, não é nada disso. Eu só esperava que pudéssemos... passar um tempo juntos, sabe. Como fazíamos antes.

Não vou dizer que acreditei nela. Eu simplesmente não sou tão confiante assim, sabe. Talvez eu tenha sido um dia, mas não desde o primeiro pesadelo. Mas não insisti mais.

—Tudo bem, Ângela. Que tal eu tomar um banho rápido e depois a gente vai almoçar?

######

E assim começou umas semanas realmente estranhas, mas muito agradáveis. Ângela veio mais duas vezes na semana seguinte, e também saímos para jantar e assistir a um filme no fim de semana seguinte. Fiel à sua palavra, ela não mencionou Jane em nenhum momento, nem se intrometeu nos meus sentimentos ou na minha vida amorosa (que, claro, era inexistente) mas ela não sabia. E eu fazia questão de deixá-la na dúvida.

Agíamos praticamente como amigos, quase como eu e o Davi, eu acho, só que a Ângela era mais bonita e cheirava muito melhor. Ela gostava de vôlei, então assistimos a alguns jogos na TV, e a pedido dela, mostrei alguns dos golpes de caratê que eu estava aprendendo. Contei a ela sobre o torneio que se aproximava e sobre algumas coisas aleatórias do meu trabalho, e ela pareceu bastante interessada.

E conversamos sobre outras coisas também, como o trabalho dela e a vida familiar dela enquanto crescia. Fomos nos conhecendo melhor. E aos poucos, fui ficando um pouco menos desconfiado.

Não, não é isso. Deixe-me tentar de novo. Comecei a suspeitar menos de que Ângela estivesse vindo me ver para me convencer a voltar com Jane. Mas, ao mesmo tempo, fiquei mais desconfiado: quer dizer, se ela não estava fazendo isso, então o que ela estava fazendo? Eu gostava de estar com ela, mas por que ela estava passando tanto tempo perto de mim?

E o que complicava tudo era que ela era linda e sexy. Tinha uma ótima aparência, um cheiro agradável e estava gostando muito da minha companhia. Sou apenas humano e não ficava com uma mulher havia quase dez meses. Comecei a perceber que os sentimentos que eu tinha por ela eram muito mais do que simples amizade; mas não sabia se eram apenas desejo ou algo muito mais complexo.

Antes que eu pudesse entender o que sentia e o que fazer a respeito, as coisas chegaram a um ponto crítico de uma forma que eu não esperava. Ângela me convidou para jantar em seu apartamento numa sexta-feira à noite, e eu presumi que seria algo informal, como já tínhamos feito várias vezes antes.

Mas quando cheguei lá, a mesa da cozinha estava coberta com uma toalha e velas, as luzes estavam baixas, e a própria Ângela estava deslumbrante. Nada de jeans e moletom, ela usava uma minissaia preta, meia-calça e um suéter que se ajustava ao corpo e realçava seu decote. Seus cabelos estavam soltos, caindo sobre os ombros.

—Nossa, Ângela, você está incrível! Tem alguma festa chique para a qual vamos e você se esqueceu de mencionar? Se tiver, você vai ter que espantar os caras a pauladas!

Ela corou e pareceu muito satisfeita, mas tudo o que disse foi: —Obrigada, Nicolas. Eu só queria me arrumar um pouco hoje à noite, só isso.

No início, fiquei inquieto, com a certeza de que algo estava acontecendo e com dificuldade em acreditar que a conclusão mais óbvia: Ângela estava tentando me seduzir. Talvez fosse realmente a mais correta. Conversamos nervosamente por alguns minutos, mas depois nos acalmamos, jantamos e aproveitamos a companhia um do outro.

Normalmente, eu e ela preferíamos cerveja, mas naquela noite ela tinha aberto uma garrafa de vinho tinto. E não era nenhuma garrafa com tampa de rosca, mas sim uma daquelas garrafas de Chateau de uns R$200,00. Para mim, estava ótimo, mas estou longe de ser um especialista.

Lavamos a louça juntos, como sempre fazemos quando jantamos, e notei que Ângela estava muito perto e conseguia encostar o quadril no meu com frequência, enquanto agia como se nada estivesse acontecendo.

Então ela me levou para a sala de estar, colocou uma música e nos sentamos bem perto um do outro no sofá. Eu sabia que precisava dizer alguma coisa, então simplesmente falei.

—Ângela, estou me divertindo muito, mas preciso saber o que está acontecendo, tá bom? Estamos fazendo coisas de amigos há algumas semanas, mas isso é..."

Ela me interrompeu colocando um dedo nos meus lábios. —Não fale, tá bom, Nicolas? Só relaxa. Eu esperei muito tempo para fazer isso.

Observei-a atentamente, com certa surpresa. Ela parecia nervosa, mas determinada, enquanto se inclinava e me beijava suavemente. O beijo foi delicioso, e eu não tinha pressa nenhuma de interromper.

Quando ela se afastou, deu-me um sorriso tímido e depois voltou para me dar outro. Desta vez, não demorou muito para que seus braços me envolvessem com força e nos beijássemos apaixonadamente.

Como eu disse, a Ângela é linda e tem um corpão; e como eu disse, fazia muito tempo que eu não transava; e como eu disse, eu estava me sentindo cada vez mais carinhoso e com tesão por ela; e como eu disse, ela estava usando uma roupa sexy; e como eu disse, a gente tinha acabado de jantar romanticamente à luz de velas e tomado muito vinho; e como eu disse, ela estava me seduzindo com muita intensidade.

Então não me venha com essa conversa fiada, tá bom? Eu tinha uma garota linda e disposta nos meus braços, e aproveitei. Eu a abracei, a beijei, acariciei suas costas e disse em voz baixa o quanto ela era linda, e depois de um tempo, deslizei a mão até o seu seio. Enquanto eu o acariciava, ela gemeu e se aproximou mais de mim, então concluí que estava indo bem.

Em poucos minutos eu já estava praticamente deitado no sofá com a Ângela em cima de mim, e as preliminares estavam indo muito bem. Eu tinha deslizado minha mão delicadamente por baixo da saia dela e estava me entretendo acariciando sua bunda, que estava bem à mostra de cada lado da calcinha fio dental. Ângela respirava fundo, entre beijos, e pressionava os quadris com firmeza contra minha ereção inconfundível.

Para ser sincero, não posso dizer que não estava pensando na Jane. Eu sabia muito bem que a única outra mulher com quem eu tinha estado assim em muitos anos era a Jane, e nem mesmo o prazer e a excitação que eu sentia com a Ângela conseguiam afastar completamente a minha esposa infiel dos meus pensamentos.

Mas, por outro lado, os pensamentos sobre Jane também não me atormentavam. Eu estava muito concentrado em Ângela e no prazer que estávamos proporcionando um ao outro, e ansioso pelos próximos passos que pareciam óbvios. Parecia que só havia duas perguntas: aqui no sofá ou no quarto? E, eu ia lamber ela primeiro, ou iríamos direto para a foda?

Para minha alegria, não havia resposta errada para nenhuma dessas perguntas!

Então imagine minha surpresa, é um clichê, quando alguém diz "imagine minha surpresa", mas infelizmente se encaixa perfeitamente neste caso, imagine minha surpresa quando Ângela de repente se afastou de mim e me lançou um olhar triste, com os olhos cheios de lágrimas.

Antes que eu pudesse dizer uma palavra, ela já estava de pé, parada sobre mim, dizendo: —Nicolas, eu... eu... eu sinto muito, eu simplesmente... não consigo, eu não consigo fazer isso.

Desconcertado, sem saber se havia deixado passar algum sinal de problema, levantei-me e a abracei delicadamente, dizendo: —Está tudo bem, Ângela, desculpe, acho que nos precipitamos.

—NÃO! — ela gritou, afastando-se de mim. —Não, Nicolas, não foi você, não foi nada que você fez... fui eu, eu nunca quis dizer isso...

Ela parou de falar e começou a chorar. Olhando para mim através das lágrimas, disse:

—Você poderia ir embora, por favor? Me desculpe! — E chorou ainda mais, cobrindo o rosto com as mãos, parada ali no meio da sala de estar.

Tentei mais uma vez abraçá-la, mesmo que fosse só para confortá-la, mas ela balançou a cabeça agitada e correu para o banheiro, trancando a porta. Sem saber o que fazer, simplesmente esperei alguns minutos. Como ela não saiu, fui até a porta, bati de leve e disse:

—Me desculpe, Ângela.... Vou embora agora, está bem?

Sua voz tímida ecoou pela porta. —Sim, Nicolas... me desculpe! A culpa é toda minha!

Completamente perplexo, peguei meu casaco e fui para casa.

Continua.

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Comentários

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Cara... Que capitulo!

Inacreditável!

Será verdade? Será que não? Nada do que eu posso falar... E tudo isso pra sua proteção!

Quem será a pessoa com quem o narrador fala? Conosco? Com um juiz?

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Vinix, juro que não entendi?

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Eu continuo achando que o segundo pesadelo não tem haver com eles terem voltado a ser um casal e ela tê-lo traído novamente. Nesse capítulo tem a seguinte frase: "E agora, oito meses depois, eu estava começando a sentir que o pior já tinha passado e que eu poderia começar a pensar em uma nova vida sem a Jane. E AGORA ela me diz que quer voltar para mim?". Ou seja, faz 8 meses que ele não sabe nada dela? Se ela ainda está morando como Alec? Nada de nada. Será que ele não teve contato com ela durante esse tempo todo? É uma passagem de tempo muito grande !!!

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Que loucura o que deu nessa mulher kkkkkk nota mil parabéns amigo

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Jane, com ajuda de Angela, está tentando mostrar para Nicolas que, dependendo das circunstâncias, o amor pode ser deixado de lado pela paixão sexual. O que ela não contava é que Angela fosse se envolver e abortado o plano...

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O problema, Himerus, é que, mesmo que eles se envolvessem, não haveria traição. Eles não estão mais juntos. E há um bom tempo.

No caso da Jane, ela deixou bem claro que estava apaixonada pelo "ator". Só se ela esperasse que o Nicolas e Ângela se apaixonassem também. O que, para mim, não faz sentido.

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Pensei numa tentativa de igualar os atos de Nicolas com Jane, visto que eles estão casados no papel ainda. E uma vez igualados, Nicolas pode aceitar facilmente o retorno com Jane.

Porém, sendo isso ou não, parece-me fato que eles voltarão pois o protagonista trata como um segundo pesadelo.

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Bom, agora não estou entendendo mais nada.

Vou ter que esperar a próxima parte !!!

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Agora tudo complicou. Ângela estava claramente tentando seduzir Nicolas com segundas intenções. Lembro também que Nicolas e Jane não se divorciaram e, para todos efeitos, continuam casados. Então, será que é tudo uma armação para foder com nosso protagonista? Muito estranho!

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