Foi na livraria do shopping que o passado se materializou. Entre prateleiras e livros, um ex‑aluno dela surgiu com o sorriso fácil de quem reencontra uma professora querida.
— Professora! Não acredito… quanto tempo! — disse o rapaz, já adulto, pouco mais de trinta anos.
Ela riu, surpresa:
— Nossa, que coincidência… você por aqui!
— E então, se formou? perguntou ela.
— Sim, terminei a faculdade respondeu o rapaz.
— Está trabalhando? ela quis saber.
— Sim, já faz alguns anos respondeu ele.
— E casou? perguntou, curiosa.
Ele balançou a cabeça, sorrindo:
— Não… nunca. Acho que não me dou bem com as da minha idade… talvez eu goste de mulheres mais velhas, disse o rapaz, rindo.
Ela o observou por um instante e comentou:
— Você está diferente… mais forte, parece que treina.
Ele sorriu, animado:
— É, comecei a treinar mesmo. Até fiz uma tatuagem pra marcar essa fase. Quer ver? disse o rapaz, levantando a camiseta para mostrar o desenho próximo ao abdômen.
— Doeu pra fazer? ela perguntou, curiosa.
— Quase nada, respondeu o rapaz, rindo.
Foi então que ela se aproximou mais. Tocou a tatuagem com leveza e, em seguida, acariciou o abdômen dele com carinho, olhando fixamente para o desenho como se buscasse algum sentido oculto. O rapaz, em silêncio, mordiscou os próprios lábios, como quem pensa em algo que não deveria ser dito.
Nesse instante, percebi algo nela. O vestido tinha estampa avermelhada, mas justamente na região dos seios havia um espaço branco entre os desenhos. Com a excitação, os mamilos ficaram duros e marcaram o tecido, e o branco destacou ainda mais o contraste. Eu sabia como eles ficavam enormes quando excitados, apesar dos seios pequenos, uma contradição que chamava atenção. E vi que ele também notou. O olhar dele desceu, fixou por um instante e voltou como quem guarda uma imagem na memória.
Para mim, não havia mais inocência. Aquilo não era só conversa, não era só lembrança de sala de aula. Era proximidade, intimidade, e agora também desejo.
Quando finalmente nos despedimos, ele disse:
— Foi ótimo te rever, professora. Quem sabe marcamos um café qualquer dia, disse o rapaz, sorrindo.
Ela sorriu, sem negar, apenas deixando no ar.
Saímos da livraria. Caminhamos lado a lado, mas não trocamos palavras.
Dentro de mim, a dúvida não calava: será que ela desperta desejo nesses homens mais jovens? Será que aquele rapaz, que um dia a chamava de professora, agora pensa em foder a xota dela?
E então a lembrança me golpeou: eu vi seus mamilos duros, enormes, mudando a anatomia do vestido. O tecido branco entre as estampas avermelhadas destacava ainda mais, como se fosse feito para revelar. Não era imaginação minha o jovem percebeu tudo. Vi o olhar dele descer, fixar e voltar. Ele deve ter pensado coisas, deve ter imaginado como era, aquela contradição de seios pequenos com mamilos grandes.
O silêncio entre nós pesava. Eu não sabia se era cumplicidade ou apenas normalidade. Mas para mim, cada gesto, cada olhar, cada detalhe se transformava em ameaça.
E enquanto avançávamos pelo shopping, percebi que o verdadeiro peso não estava no ex‑aluno, nem nela… mas na incerteza que me acompanha, cada vez mais forte, como uma sombra que não se desfaz.
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