O primeiro amor, puro e verdadeiro.

Um conto erótico de Lobo Romântico
Categoria: Heterossexual
Contém 3109 palavras
Data: 26/11/2025 11:40:45

O primeiro amor, puro e verdadeiro.

Capítulo 1: O Mundo Antes de Você

​O sol de Itinga da Serra parecia ter uma cor diferente em 1996. Talvez fosse a poeira suspensa nas tardes quentes do interior da Bahia, ou talvez fosse apenas a minha visão de menino de nove anos, que enxergava o mundo como algo vasto e eterno, limitado apenas pelas esquinas da nossa rua.

​Naquela época, a vida tinha um ritmo marcado pelo sino das escolas. Eu vivia a minha rotina engomada de aluno de escola particular, com a mochila pesada e o uniforme impecável. Do outro lado da moeda, e da mesma calçada, estava ela. Ela estudava no prédio escolar municipal, aquele casarão antigo que via entrar e sair centenas de crianças com seus uniformes diferentes dos meus.

​Éramos vizinhos de rua, mas, de certa forma, habitávamos planetas ligeiramente distintos que orbitavam o mesmo sol escaldante do sertão.

​A rua era o nosso território neutro. Era ali, entre o fim da tarde e o grito das mães chamando para o jantar, que as barreiras das escolas se desfaziam. Não importava a etiqueta na camisa ou o nome no boletim; quando a bola rolava ou a brincadeira de esconde-esconde começava, éramos apenas crianças da mesma Itinga, correndo contra o tempo antes que a noite caísse.

​Eu lembro-me de ter dez anos e de achar que sabia tudo sobre aquela rua. Conhecia cada pedra solta do calçamento, cada vizinho que reclamava do barulho e cada atalho para fugir das obrigações. Mas eu ainda não a conhecia de verdade. Eu a via, claro. Ela fazia parte da paisagem da minha infância como as árvores ou os postes de luz. Mas eu ainda não tinha olhado para ela com os olhos que mudariam a minha vida.

​Aquele era o meu mundo antes dela: completo, barulhento, empoeirado e feliz. Eu só não sabia que, em breve, aquela felicidade de menino ganharia um nome e um rosto, e que a velha Itinga da Serra ficaria pequena demais para o tamanho do que eu estava prestes a sentir.

Capítulo 2: O Ritual da Tarde

​Naquela idade, a amizade era um bando. Éramos muitos, correndo e gritando, mas no meio daquela multidão de crianças, havia um fio invisível que já me puxava na direção dela. Havia um "carinho legal", como a gente dizia, algo que não tinha nome, mas tinha peso.

​Nós estudávamos à tarde, sob o sol forte que castigava o asfalto de Itinga. E foi nesse horário que eu criei o meu primeiro ritual de devoção, mesmo sem saber que o estava fazendo.

​Muitas vezes, eu saía de casa um pouco antes do necessário. Não para chegar mais cedo à escola, mas para parar na esquina ou no portão e esperar. A desculpa oficial, se alguém perguntasse, era que eu estava esperando "as meninas" — ela e a irmã mais velha. A irmã servia como o escudo perfeito, a guardiã que tornava aquele encontro casual algo aceitável, apenas "coisa de vizinho".

​Mas o meu coração sabia a verdade. Eu esperava por ela.

​E quando ela aparecia, o calor da Bahia parecia dar uma trégua. Ela tinha a pele parda, dourada pelo sol da nossa terra, e uns olhos escuros e profundos que pareciam esconder segredos que eu queria desvendar. O cabelo liso emoldurava o rosto de menina, mas era o sorriso que desarmava tudo. Era um sorriso irradiante, capaz de iluminar até as tardes mais cinzentas de chuva, ou de competir com o brilho do sol nas tardes de verão.

​Aqueles minutos de caminhada até a escola — eu com o uniforme da particular, ela indo para o prédio municipal — eram a melhor parte do meu dia. A gente falava sobre tudo e sobre nada, com a inocência de quem tem dez anos e o mundo inteiro pela frente. Ali, caminhando lado a lado com ela e a irmã, eu me sentia importante. Eu era o guardião da caminhada, mas, no fundo, era eu quem estava sendo guiado pelo sorriso dela.

Capítulo 3: A Ironia do Altar e a 5ª Série E

​O destino, às vezes, tem um senso de humor peculiar.

​Ainda na fase das brincadeiras de rua e das festas da escola, houve um dia que ficou marcado na minha memória como um prenúncio, ou talvez uma piada do acaso. Era uma daquelas festas tradicionais — provavelmente um São João, tão sagrado na nossa Bahia —, e organizaram um casamento na roça.

​Ela, com a sua beleza natural realçada, foi escolhida para ser a noiva. O noivo, porém, era um amigo nosso. E eu? Eu fui convocado, ali no meio da rua, para ser o padre. Aceitei o papel "numa boa", sem deixar transparecer qualquer ciúme de menino. Vesti a batina improvisada e realizei a cerimônia, abençoando a "união" da garota de sorriso irradiante com outro rapaz. Ali, diante de todos, eu celebrava o amor dela, mesmo que de brincadeira, mantendo-me a uma distância segura, no papel de quem apenas observa e cuida.

​Os anos giraram a ampulheta. Chegou 1998. Já tínhamos doze anos e a infância começava a dar lugar a algo novo.

​As barreiras das escolas diferentes caíram. Fomos matriculados no mesmo Colégio Estadual da cidade. Aquele prédio maior, com gente mais velha e corredores mais longos, podia ser assustador, mas o destino tratou de compensar a ironia daquele casamento antigo.

​Quando as turmas foram formadas, lá estava a surpresa: caímos na mesma sala. A famosa 5ª série E.

​Lembro-me da sensação de ver que, daquela vez, eu não precisaria de esperar no portão ou contar com a sorte para vê-la. Agora, as nossas rotinas estavam entrelaçadas pela grade curricular. O cheiro de giz, o barulho das carteiras arrastadas e as lições no quadro negro tornaram-se o cenário diário do nosso convívio.

​Eu não era mais o padre, e ela não era a noiva de outro. Éramos apenas dois colegas de classe na 5ª série E, sentados sob o mesmo teto, respirando o mesmo ar, prontos para viver o capítulo mais importante da nossa juventude.

Capítulo 4: Balas Icekiss e a Festa de Julho

​Se na rua eu era apenas mais um menino, no campo e na sala de aula as coisas eram diferentes. Em 1998, eu já tinha descoberto o meu talento: a bola nos pés. Modéstia à parte, eu jogava muito. Tinha aquela habilidade natural de quem nasceu com o futebol na veia. Essa confiança estendia-se para a sala de aula da 5ª série E, onde o meu lugar cativo era no "fundão". Ali, entre piadas e a proteção da última fileira, eu me sentia seguro.

​Meu pai tinha um comércio na cidade, o que me dava certas vantagens logísticas, como o acesso facilitado a guloseimas. E foi justamente essa moeda de troca que mudou tudo.

​Uma amiga nossa, vizinha da mesma rua, mas mais velha e esperta nas artes do cupido, fez-me a proposta irrecusável:

— Se você me der umas balas Icekiss, eu ajeito aquela menina para você.

​O acordo foi selado com o sabor gelado daquelas balas. E a diplomacia das Icekiss funcionou rápido. Não demorou para que a própria, a menina do sorriso irradiante, viesse até mim. Sem rodeios, com uma atitude que fez minhas pernas de jogador tremerem mais do que em final de campeonato, ela disse:

— Quero. Agora escolha o local, a data e o horário.

​Estávamos em julho de 1998. A cidade respirava a ansiedade das festas de aniversário do município. A tradição mandava: três dias de festa — sexta, sábado e domingo. O cenário estava montado.

​Marquei o encontro para a sexta-feira, dia 5 de julho. A expectativa era enorme, mas o ritmo do interior tem suas próprias leis. A festa começou tarde demais, os desencontros aconteceram, e o "nós" ficou para depois.

​Tentamos no sábado. Mas aí entrou em campo um zagueiro difícil de driblar: a mãe dela. Uma grande pessoa, que gostava muito de mim e da minha tia, mas que naquela noite estava "no pé", vigiando a filha como um falcão. Nada feito.

​Restava o domingo. A última chance.

​Cheguei à praça com o coração na boca, procurando por ela na multidão. A música tocava alto, as luzes piscavam, e então eu a vi. Mas ela não estava me esperando no canto combinado. Ela estava dançando. E estava dançando com outro moleque.

​O mundo parou por um segundo. O jogador confiante, o garoto do fundão, o filho do comerciante... todos eles desapareceram. Só sobrou um menino de 12 anos sentindo uma pontada aguda no peito que ele nunca tinha sentido antes. Ciúme. Um ciúme amargo, que não tinha a doçura de nenhuma bala Icekiss.

​Virei as costas. Não quis brigar, não quis cobrar. Apenas não a vi mais naquela noite. A festa continuava para todos, mas para mim, tinha acabado ali.

Capítulo 5: O Silêncio na Sala e o Grito na Varanda

​A segunda-feira amanheceu com aquele gosto amargo de domingo mal resolvido.

​Segui o meu hábito sagrado: às 07:30 estava a caminho da escola, arrastando os pés e o orgulho ferido. Eu tinha ensaiado mil cenas na minha cabeça. Talvez eu a ignorasse, talvez eu fizesse cara de poucos amigos, ou talvez esperasse uma explicação sobre a dança com o outro moleque.

​Mas quando entrei na sala da 5ª série E, a carteira dela estava vazia.

​Passei a manhã inteira, até às 11:30, olhando para aquele lugar vago. O ciúme deu lugar a uma interrogação. Onde ela estaria? Será que não foi por minha causa? A culpa e a raiva misturavam-se na minha cabeça de doze anos.

​A resposta veio no caminho de volta para casa. Encontrei a irmã mais velha dela no centro da cidade. A expressão dela não era de festa. Ela contou-me o que houve: no trajeto para a escola, naquele chão irregular de Itinga que conhecíamos tão bem, ela se desequilibrou no meio-fio. O paralelepípedo, pedra dura e impiedosa, não perdoou. Ela tinha caído e quebrado a perna.

​O meu coração apertou. Toda a raiva da festa evaporou na hora. Fiquei triste, imaginando a dor dela, o gesso, a dificuldade. O "jogador de futebol" dentro de mim sabia o que significava uma lesão, mas a dor de saber que ela estava machucada era pior do que qualquer canelada.

​Os dias passaram arrastados. A preocupação venceu o orgulho e eu comecei a rondar a rua dela, como fazia nos velhos tempos, mas agora com um peso diferente no peito.

​Numa dessas tardes, passei na porta da casa dela. A irmã estava sentada na calçada, simpática como sempre, a eterna guardiã. Ao me ver, ela sorriu e fez a pergunta que eu tanto esperava e tanto temia:

— Você não vai entrar para visitá-la?

​Eu parei. Fiz menção de aceitar. Mas antes que eu pudesse dar o primeiro passo em direção à porta, uma voz ecoou lá de dentro. Não era um sussurro, nem um pedido. Era uma sentença, gritada com a força de quem sente dor ou raiva, ou as duas coisas juntas:

​— EU NÃO QUERO VÊ-LO!

​A frase pairou no ar quente da tarde. A irmã ficou sem graça. Eu fiquei paralisado. A perna quebrada a impedia de sair, mas a voz dela tinha me atingido em cheio, mais forte do que qualquer pedra de paralelepípedo.

Capítulo 6: O Vento de São Paulo e o Ciúme Disfarçado

​Diante daquele grito vindo de dentro da casa, fiz a única coisa que um garoto confuso e ferido podia fazer: virei as costas e fui embora. Não pedi explicações, não insisti. Apenas saí, carregando o silêncio que se instalaria entre nós pelos anos seguintes.

​O tempo em Itinga passou como costuma passar no interior: devagar na rotina, mas rápido quando olhamos para trás. Deixamos de ser crianças de 12 anos. O corpo mudou, a mente mudou, e a distância entre nós cristalizou-se. Éramos estranhos que sabiam tudo um do outro, mas que não se falavam.

​Foi nessa época de hiato que os ventos do sul trouxeram novidade.

​Uma moça de São Paulo veio morar na cidade. Ela trazia consigo aquele ar diferente da capital, um sotaque carregado e uma postura que chamava a atenção. Por coincidência — ou conspiração do destino, já que em cidade pequena tudo se conecta —, tínhamos parentes em comum.

​Mais uma vez, a família entrou em cena como cupido. Uma prima minha, vendo a situação, resolveu dar um empurrãozinho:

— Vou ajeitar ela pra você.

​E ajeitou.

​Foi com essa garota de São Paulo que as coisas avançaram. Ficamos a primeira vez. Foi uma descoberta, um passo em direção à vida adulta, algo novo e excitante que me distraiu daquela velha história mal resolvida da minha rua.

​Mas, como dizem, as notícias voam. E a notícia de que eu estava com a "paulista" chegou aos ouvidos dela.

​Depois de tanto tempo de silêncio, a voz dela ressurgiu. Não foi para me dar parabéns, nem para perguntar como eu estava. Foi um aviso, seco e direto, carregado de uma proteção que beirava a possessividade:

— Essa garota não é mulher pra você.

​Aquela frase me pegou de surpresa. Depois de anos de afastamento, depois do "não quero vê-lo", ela ainda se importava? Senti uma pontada, sim. Não de dor, mas de satisfação. Era uma pontinha de ciúmes vinda dela. Aquele comentário ácido era a prova de que, apesar do tempo e da distância, eu ainda ocupava algum lugar no pensamento dela. O "nós" não estava totalmente morto.

​Porém, a vida não é um roteiro simples. Enquanto ela reaparecia com o seu ciúme disfarçado de conselho, a moça de São Paulo já estava envolvida. Ela gostava de mim. E eu, no meio desse fogo cruzado, via-me dividido entre a novidade que me queria bem e o passado que, de repente, resolveu reivindicar o seu território.

Capítulo 7: O Monte, a Descida e o Som do Forró (Revisado)

​O calendário virou para 2002. Tínhamos dezesseis anos e vivíamos o auge da nossa juventude. Mas não era só a nossa idade que estava no auge; era a era de ouro do forró.

​O interior da Bahia pulsava num ritmo diferente. Não havia silêncio nas nossas noites; havia os paredões de som e as caixas estourando os sucessos que definiam a nossa geração. Era o tempo de Calcinha Preta transformando romances em novelas cantadas, de Limão com Mel fazendo todo mundo chorar e se apaixonar com aquela poesia melosa, e do furacão Calypso começando a varrer o país. Se você não estava sofrendo por amor ou dançando agarradinho, você estava vivendo errado.

​Eu tinha um grande amigo, meu braço direito, que assistia de camarote à minha vida amorosa e ria das minhas confusões sentimentais. Foi nesse cenário, regado a muito forró eletrônico, que apareceu ela. A vizinha que veio de Petrolina, cobiçada por muitos, a novidade da rua.

​Chegou a Semana Santa. Em Itinga, a tradição era sagrada: subir o Monte. Mas a profanação vinha logo em seguida, quando o som ligava.

​Subi com os amigos, na resenha. A mágica aconteceu na volta. Diante da descida íngreme, a garota de Petrolina olhou para mim e pediu ajuda.

— Me ajuda a descer?

​Estendi a mão. Descemos o monte de mãos dadas, sob os olhares de inveja de metade da cidade. Mas o ponto alto não foi a descida. Foi a noite.

​A brisa fresca da noite trouxe o som que vinha dos bares e dos carros. Provavelmente tocava "Toma Conta de Mim" ou alguma daquelas faixas da Calcinha Preta que falavam de amor rasgado. O clima era perfeito. Encontramo-nos novamente, longe da vigilância do pai dela.

​Ali, embalados pelas vozes de Daniel Diau ou Batista Lima que ecoavam na cidade, ficamos. Foram algumas horas juntos, dançando ou apenas conversando perto do som, sentindo aquela adrenalina que só quem tem 16 anos e está com a garota mais bonita da festa conhece. Eu estava vivendo o meu momento de glória, com a trilha sonora perfeita ao fundo, enquanto a minha história mal resolvida com a vizinha da infância continuava lá, em silêncio, esperando a música mudar.

Capítulo 8: Caminhos Paralelos e o Acordo de Paz

​A noite no Monte e a garota de Petrolina foram apenas um episódio, uma daquelas chamas rápidas da juventude — intensas, mas breves, como as músicas de forró que tocavam nas rádios. Foi só uma ficada. A vida real, no entanto, exigia mais do que aventuras de feriado.

​Com a "menina do gesso", a minha eterna vizinha, o afastamento tornou-se a nova regra. O tempo tratou de colocar cada coisa no seu lugar. Eu comecei a namorar sério outra pessoa; ela também encontrou o seu par. Aquela tensão elétrica de "será que vai, será que não vai" dissipou-se, dando lugar a uma maturidade que chegou de mansinho.

​Com o tempo, as mágoas do passado — o ciúme da festa, o grito da varanda, as indiretas — foram esquecidas. Voltamos a nos falar. Não como os apaixonados que nunca fomos de fato, mas como os velhos conhecidos de rua que éramos. Conversávamos com o respeito de quem sabe que o outro tem compromisso. Havia carinho, sim, mas era um carinho domesticado, guardado dentro das linhas do "somos apenas amigos".

​Era uma trégua silenciosa. Olhávamos um para o outro e víamos o reflexo de quem fomos aos 10, aos 12, aos 16 anos. Mas as nossas mãos já estavam ocupadas segurando outras mãos.

Capítulo Final: O Adeus a Itinga e o Presente

​A vida em Itinga da Serra ficou pequena para os nossos sonhos. Como acontece em tantas histórias do interior, a estrada chamou.

​Eu formei a minha família, construí a minha base e fui embora da cidade. O destino também a levou para longe, para outra cidade, outros ares. Os nossos mapas, que um dia se resumiam à mesma rua e à mesma escola, agora tinham quilômetros de distância.

​Nunca mais nos encontramos. Não houve uma despedida de cinema, nem promessas de retorno. A vida apenas seguiu o seu curso natural, como um rio que se bifurca e nunca mais se toca.

​Hoje, sou um homem feliz. Amo a minha família, a vida que construí e a pessoa que me tornei. Não há arrependimentos, apenas memórias.

​Ao olhar para trás, entendo finalmente o título da minha própria história. Aquele amor foi "puro e verdadeiro" justamente porque não precisou de um final feliz convencional para existir. Ele vive na poeira daquela rua, nas balas Icekiss trocadas, na espera do portão da escola e no ciúme bobo de uma festa de julho. Ele viveu no tempo certo e ficou lá, guardado num canto especial do coração, onde a inocência nunca envelhece.

​Ela foi o meu primeiro amor. E eu serei eternamente grato por ela ter feito parte do meu mundo antes de tudo mudar.

​FIM.

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