Primo, eu ainda te amo! | Capítulo 01: Me tira daqui!

Um conto erótico de Th1ago-
Categoria: Gay
Contém 3237 palavras
Data: 23/11/2025 21:01:45

Eu não sei exatamente em que momento da minha vida eu perdi o controle das coisas. Às vezes acho que foi quando decidi me afastar achando que estava fazendo a coisa certa. Outras vezes penso que talvez tenha sido bem antes disso, quando eu ainda tinha XVI anos e acreditava que amor era suficiente para manter duas pessoas unidas. A verdade é que… eu realmente não sei como cheguei até aqui.

O que eu sei é que estou sentado na primeira fileira, bem no meio, no casamento do homem que sempre foi, e ainda é, o amor da minha vida.

O final da tarde pinta o céu em tons rosados e dourados, como se fosse uma cena de novela. O sítio está decorado com flores demais. Rosas, lírios, glicínias penduradas. Um exagero branco e perfumado que invade meu nariz toda vez que o vento passa. A maioria das pessoas ao meu redor respira fundo, fecha os olhos e comenta como o cheiro é suave, delicado, romântico.

Pra mim… é enjoativo.

A náusea sobe lenta, pesada, como se cada pétala estivesse me lembrando que eu não pertenço a esse lugar. Não hoje. Não desse jeito. Meu olhar se levanta quase sem permissão, atraído como um ímã para o altar. E lá está ele.

Caíque: Meu primo, meu começo, meu fim, meu quase-tudo, meu tudo que nunca deixou de ser.

Ele está absurdamente lindo, mas não é uma beleza fabricada, é aquela beleza quieta, masculina, natural. A pele morena ganha um brilho quente com o sol descendo. A barba por fazer realça o maxilar. O terno cai perfeitamente no corpo forte, moldado ao longo dos anos como se ele tivesse sido esculpido para causar exatamente esse efeito nas pessoas. Ou só em mim.

Eu sinto meu estômago embrulhar. Aperta. Torce. Dói. Uma dor conhecida, mas que eu finjo que não sinto há anos.

Ele está ajeitando as mangas do paletó, um gesto simples, normal. Mas quando vejo seus dedos, aqueles mesmos dedos que um dia seguraram meu rosto com tanta delicadeza eu sinto minha garganta fechar. E é ali, naquele instante, que meu corpo começa a falhar.

Sabia que dizem que quando alguém está prestes a morrer, a vida inteira passa diante dos olhos dessa pessoa?

Eu juro… juro que talvez eu estivesse morrendo mesmo. Porque, durante aquela cerimônia, tudo passou pela minha mente. Tudo. Como se alguém tivesse apertado “play” sem minha permissão.

A primeira lembrança é o nosso primeiro beijo.

Eu tinha XV. Ele tinha XVII.

Estávamos sozinhos em nosso quarto, depois do jantar. Eu ainda sentia cheiro de churrasco no ar. Ele se aproximou devagar, como se estivesse com medo de quebrar alguma coisa em mim — ou nele. Minha respiração travou quando ele encostou a testa na minha. Depois a ponta do nariz. Depois a boca.

Foi leve. Tremido. Foi perfeito.

Eu voltei tão rápido daquele beijo na época quanto volto agora, sentado aqui, no casamento dele. Eu pisquei.

Caíque ainda estava no altar e a noiva começava a caminhar.

A segunda lembrança veio ainda mais forte: foi quando fizemos amor pela primeira vez.

Eu não sabia nada. Ele também não sabia muita coisa. Mas nós sabíamos o suficiente para sentir. Para querer. Para entender que aquilo era nosso. Tão nosso que parecia errado existir um mundo onde aquilo não pudesse continuar.

E existiu esse mundo. E ele venceu.

A voz do celebrante começa a ecoar pela cerimônia, mas eu quase não ouço nada. É como se eu estivesse muito longe, assistindo tudo de fora do meu próprio corpo. Talvez eu realmente não tenha sido feito para amar ninguém. Talvez eu tenha sido feito apenas para amar ele. E isso, no fim, nunca seria suficiente.

Eu sinto meu peito apertar quando a noiva chega ao altar e segura a mão dele. Ele sorri. Aquele sorriso que sempre me desmontou. E ali, naquele exato momento, eu sinto como se estivesse aplaudindo a minha própria ruína.

O amor da minha vida está se casando.

E eu apenas observo. Por alguns segundos, eu sinto que estou despencando dentro de mim.

E então, de repente, algo me atravessa — uma lucidez estranha, amarga.

Mas… peraí. Acho que eu avancei demais na história, não avancei?

Talvez eu esteja tão desesperado tentando entender onde tudo deu errado que comecei pelo fim. Ou pelo que parece ser o fim. Mas, se eu realmente quiser que alguém entenda… ou se eu mesmo quiser entender o que levou dois garotos apaixonados a se transformarem em dois estranhos em lados opostos de uma cerimônia…

Então eu preciso voltar. Preciso voltar para onde tudo começou. Para o começo de verdade. Para o dia em que eu conheci Caíque.

Eu não nasci no Rio de Janeiro, pelo menos não nesse Rio de cartões-postais e prédios altos. Eu nasci no interior, daqueles interiores onde as pessoas se conhecem desde sempre e onde a vida parece seguir um único caminho, traçado antes mesmo da gente aprender a falar.

No lugar onde eu cresci, todo mundo tinha o mesmo futuro garantido:

trabalhar na fazenda dos pais. E ponto.

Eu sempre ouvi isso como se fosse uma cerca cercando meu destino.

Uma cerca da qual eu queria desesperadamente pular por cima. Enquanto a maioria dos meninos sonhava com cavalos, tratores e a rotina repetitiva do campo, eu sonhava com outra coisa. Com computadores, telas, códigos, cidades grandes, bibliotecas, escolas reais.

Sonhava com vestibular, com faculdade, com tecnologia, com uma vida onde minha cabeça pudesse ser maior do que o tamanho da cidade. E eu repeti isso tantas vezes, tantas, mas tantas, que meus pais começaram a perceber que aquela obsessão não era uma fase, era o meu jeito de respirar.

E é verdade, eu perturbei. Perturbei muito. Até que, um dia, minha mãe olhou pra mim com aquele olhar cansado, e disse:

— Alec… eu não tenho como te dar isso aqui.

E foi então que ela falou com a pessoa que sempre teve um pouco mais da vida do que nós: o irmão do meu pai e a mulher dele, tia Helena.

Minha tia Helena era uma mulher elegante, inteligente, sempre ocupada, dona de uma carreira que eu nem entendia direito na época. Ela trabalhava com publicidade, era respeitada, vivia em um bairro bom do Rio. casada com meu tio Marcelo, advogado, um daqueles homens que sempre estão de terno, sempre resolvendo alguma coisa importante.

E foram eles que aceitaram me receber.

Aceitaram abrir a casa deles para que eu pudesse estudar em uma escola boa na capital. Para que eu pudesse, finalmente, ter uma chance de escolher meu futuro.

Eu tinha XV anos quando arrumei minha mala, XV anos quando deixei o interior pela primeira vez, XV anos quando entrei naquele carro e vi minha cidade encolher pelo retrovisor até chega a rodoviária.

E foi aos XV anos, carregando meus livros e minha esperança, que eu conheci ele. Caíque.

O filho dos meus tios, meu primo, meu destino.

Era ali que a minha história realmente começava. Até então, tudo o que eu sabia sobre a família do meu pai parecia distante demais, quase como se pertencesse a outra vida. Eu nunca tinha conhecido minha tia Helena pessoalmente, muito menos o meu primo Caique.

A gente só se via por chamadas de vídeo rápidas, quase sempre enquanto eu ajudava meu pai com algo na fazenda e minha mãe gritava de longe que a internet estava péssima, ou quando a tia Helena atendia de dentro do carro, reclamando do barulho da cidade grande.

Meu pai sempre dizia que a fazenda não podia ficar sozinha, que aquilo tudo ali era responsabilidade de gerações, e que abandonar o interior por alguns dias era um risco. Já minha tia detestava qualquer coisa que lembrasse mato, estrada de chão ou cheiro de curral. No fundo, eu sentia que existia mais do que isso. Parecia haver uma implicância antiga entre os dois, uma mágoa silenciosa que eles nunca explicavam direito. Depois que minha avó morreu, os dois irmãos simplesmente deixaram de se visitar. Eu cresci ouvindo histórias soltas, fragmentadas, mas nunca entendi de verdade o motivo de tanto afastamento.

Enquanto eu andava o quintal enorme da casa dos meus tios, tentava processar tudo isso. A viagem havia sido longa e a sensação de novidade pesava nos meus ombros. Quando a porta abriu, tia Helena me recebeu com um sorriso tão largo que quase iluminava a entrada inteira.

— Alec! Meu amor, deixa eu te ver! — Ela me puxou para um abraço apertado, daqueles que quase tiram o ar. — Como foi a viagem? Tua mãe me disse que o ônibus atrasou…

— Foi tranquila… um pouco cansativa, mas tudo bem.

Ela segurou meu rosto entre as mãos, como se quisesse confirmar que eu estava mesmo ali. Depois, me puxou para dentro, animada.

A casa era enorme. Parecia mais uma mini mansão do que uma residência normal. A sala tinha pé-direito alto, janelas gigantes de vidro e uma escada branca que se dividia em duas logo na entrada. No fundo, dava para ver a área externa, a piscina brilhando sob o sol forte, as bordas cercadas por um jardim impecável. Eu nunca tinha estado em um lugar tão grande.

— Vou te mostrar seu quarto daqui a pouco, mas antes… — Helena sorriu, virando o rosto para o quintal. — O Caíque está lá fora. Ele estava ansioso pra te ver.

Ansioso pra me ver? A frase mexeu estranho dentro de mim, como se fosse um peso gostoso, uma curiosidade queimando no estômago.

Atravessamos a sala enquanto eu tentava não parecer totalmente deslocado naquele ambiente tão luxuoso. Mas assim que chegamos perto da porta de vidro, ouvi o som de alguém mergulhando. Quando olhei, o Caíque surgiu da água.

Ele saiu da piscina devagar, passando a mão pelos cabelos molhados, só de sunga preta. A água escorria pelo corpo, desenhando os músculos definidos do peito e da barriga. Ele tinha aquele físico de quem já fazia academia há anos, mesmo sendo só um adolescente. Não parecia nem um pouco com os meninos da minha escola.

Quando ele me viu, abriu um sorriso largo, um sorriso cheio de confiança que quase me desmontou.

— Aí sim, chegou! — Ele veio caminhando sem nem pegar a toalha e me puxou para um abraço totalmente inesperado.

O corpo dele, ainda molhado, grudou na minha roupa, me deixando encharcado. Eu congelei. Meu rosto queimava tanto que parecia que eu tinha sido jogado dentro da piscina também.

— Seja bem-vindo, primo. — Ele disse aquilo no meu ouvido, rindo baixinho enquanto se afastava.

Eu fiquei sem saber onde colocar as mãos ou os olhos. Meu óculos estava todo respingado, minha camiseta grudava no peito, e o cheiro de cloro misturado ao perfume dele parecia me cercar por todos os lados.

Caíque era exatamente como aparecia nas chamadas de vídeo… só que muito pior. Pior no sentido de perigoso. Bonito demais. Confiante demais. Tinha aquele ar de garoto que aprontava, que sabia que era desejado por todo mundo, e que não fazia esforço nenhum para disfarçar.

Quando ele pegou a toalha, pude observar melhor. Caique era moreno, com o cabelo preto cortado baixo, sobrancelhas grossas e olhos escuros que pareciam brilhar com uma confiança natural. O tipo de garoto que chamava atenção sem esforço, com o corpo já definido de academia mesmo sendo tão novo, carregando um ar de provocação em cada gesto.

Eu, por outro lado, devia parecer ainda mais deslocado naquele cenário. Branquinho, magro, usando óculos de armação redonda, o rosto marcado por algumas sardas que sempre ficavam mais evidentes no sol. O cabelo era loiro-escuro puxado para um ruivo discreto, aquela cor que ninguém sabia definir ao certo. Usava uma camisa quadriculada azul e branca, fechada até o colarinho porque era o jeito que eu me sentia confortável. A mochila caída no meu ombro tinha vários pingentes — um chapéu de caubói minúsculo, uma ferradura, um cavalinho — lembranças da fazenda, onde eu tinha vivido a vida inteira.

E ali estávamos nós: dois primos completamente diferentes, se encarando pela primeira vez. Quando Caique sorriu de novo, daquele jeito meio divertido, meio provocante, senti meu coração tremer dentro do peito como se estivesse tentando sair pela boca.

Tia Helena antes que pudesse dizer qualquer coisa sobre a recepção molhada do Caíque, foi interrompida pelo celular dela que começou a tocar. Ela olhou a tela, suspirou e atendeu de imediato, caminhando um pouco para o lado. Parecia mais uma das ligações intermináveis de trabalho que ela mencionava com orgulho e irritação ao mesmo tempo.

— Oi amor… Não, eu enviei o documento ontem… — Ela me lançou um sorriso rápido, daqueles que dizem desculpa, vida corrida, e voltou a falar com o meu tio. — Está bom, estou indo pra sala agora.

Quando desligou, respirou fundo e veio até nós, ajeitando o cabelo preso em um coque firme.

— Alec, querido, me perdoa, mas eu preciso resolver umas coisas urgentes. — Ela tocou no meu braço com carinho. — Caique, mostra o quarto dele, por favor. Leva ele lá em cima, apresenta tudo direitinho.

Caique ergueu as sobrancelhas, como se tivesse acabado de receber uma missão chata.

— Tá, mãe. Deixa comigo.

Tia Helena deu um último sorriso e desapareceu para dentro da casa, passos apressados ecoando no mármore do corredor.

Assim que ela sumiu de vista, Caique virou pra mim com um sorriso malicioso.

— Antes do quarto… bora pular na piscina de novo.

Eu estremeci, segurando a mochila com as duas mãos.

— Não, não… eu tô de boa. Já tô todo molhado, mas… não precisa.

— Ué, exatamente por isso — ele respondeu, dando um passo pra perto. — Você já tá molhado mesmo.

— Eu tô… não sei… — eu comecei, mas minha voz saiu pequena demais.

Caique aproximou-se devagar, com aquele jeito confiante que eu ainda não sabia se admirava ou se me deixava nervoso demais. Ele estendeu a mão e puxou a alça da minha mochila, deslizando-a pelo meu ombro até tirá-la de vez. Sem cerimônia, jogou a mochila sobre uma cadeira próxima, como se fosse a coisa mais natural do mundo mexer nas minhas coisas daquele jeito.

Antes que eu entendesse o que estava acontecendo, ele estava bem na minha frente. Senti o calor do corpo dele, apesar de estar molhado, e o cheiro de cloro misturado com um perfume leve… amadeirado, marcante.

— Relaxa — ele murmurou, segurando a barra da minha camisa quadriculada. — Vem logo.

Meu coração quase saiu pela garganta quando ele começou a levantar minha camisa devagar. Eu tentei dizer alguma coisa, protestar, mas a voz não saía. A camisa subiu, revelando meu abdômen pálido, e por um segundo — um único e longo segundo — a cena congelou.

Os olhos dele me encararam como se tivessem esbarrado em algo que ele não esperava ver. Não sei se foi surpresa, curiosidade ou só uma faísca de alguma coisa que eu não tinha coragem de nomear. Mas eu senti. Eu juro que senti.

E eu também congelei.

Em vergonha, em nervosismo, em… outra coisa.

Mas então ele piscou, desviou o olhar rápido demais, como se tivesse percebido que o momento tinha sido estranho demais. E voltou ao tom brincalhão de antes.

— Bora, fresquinho — disse, passando a camisa por cima da minha cabeça e jogando-a de lado.

Antes que eu pudesse reagir, ele pegou meu pulso com força — não machucava, mas dominava. Fez um gesto rápido, puxando-me em direção à piscina.

— Caique, espera! — protestei, tropeçando atrás dele.

Ele riu.

— Depois você agradece.

Em dois passos ele me segurou pela cintura, num movimento tão firme que meu corpo colou no dele por um instante. Senti o calor, o cheiro, a respiração… e, antes de qualquer pensamento se formar direito, ele se impulsionou para frente.

E nós dois caímos na piscina.

A água nos engoliu de uma vez só. O som do mergulho, o choque gelado, a sensação de flutuar por um segundo.

Quando eu emergi da água, não foi com graça nenhuma. Eu subi praticamente engasgando, o ar preso na garganta, a respiração falhando enquanto minhas mãos batiam na superfície sem direção alguma. O cloro queimava meu nariz e minha boca, e meu peito parecia pequeno demais pra tanta água entrando de uma vez. Tossia, cuspia, tentava achar apoio, mas não encontrava. Eu não conseguia nem fingir que estava bem.

Caique surgiu do meu lado com um sorriso ainda brincalhão.

— Tá vendo? Não é nada demais, é só um mergulh...

— Eu não sei nadar! — consegui soltar, engolindo outra golfada de água logo em seguida. — Caique… me tira daqui!

A expressão dele mudou em um segundo. O sorriso sumiu, a surpresa tomou lugar, e então o instinto fez o resto. Ele avançou em minha direção com firmeza, agarrando meu braço e puxando meu corpo contra o dele. Eu me senti bater no peito dele, quente mesmo molhado, forte, sólido, enquanto minha respiração falhava em soluços aflitos.

Ele colocou a mão na minha nuca, empurrando minha cabeça pra cima, mantendo meu rosto longe da água, quase colado ao pescoço dele. Com a outra mão, segurou minha cintura, prendendo meu corpo com tanta força que eu quase não conseguia me mexer — mas, pela primeira vez desde que tinha caído na piscina, isso me deu segurança.

— Calma — ele disse, a voz baixa, ainda ofegante do susto. — Eu tô aqui. Respira.

Eu tentava, mas só saía mais tosse. Meus olhos ardiam, provavelmente vermelhos como fogo, e eu devia estar parecendo um gato jogado dentro de um balde. Mas ele não tirou os olhos de mim. Era como se estivesse avaliando cada movimento meu, cada respiração, cada tremida.

Eu senti o corpo dele encostado no meu, peito contra peito, barriga contra barriga, a mão quente na minha nuca, os dedos entrelaçados um pouco nos meus fios molhados. Ele me segurava com tanta força que parecia que eu ia deslizar se ele afrouxasse só um pouquinho.

E então, sem avisar, ele aproximou o rosto do meu para verificar se eu estava melhor. Eu me vi tão perto dele que enxerguei pequenas gotinhas presas nas pontas dos cílios, o brilho escuro dos olhos dele, a curva da boca ainda ofegante.

Me senti exposto, vulnerável… e completamente preso. Meu rosto devia estar vermelho, não só pelo desespero, não só pela água, mas por tudo. Por ele. Pelo jeito como me segurava. Pelo jeito como me olhava. Pelo fato de que, mesmo naquela situação ridícula, um pedaço de mim queria continuar ali.

Caique franziu as sobrancelhas, mas o tom dele não era de preocupação… parecia mais um tipo estranho de curiosidade, como se estivesse tentando entender algo em mim.

— Tá melhor? — perguntou, sem soltar minha cintura.

— Eu… acho que sim — respondi, a voz baixa, rouca, e ainda meio tremida.

A distância entre nós era mínima. Dava pra sentir a respiração dele bater no meu queixo, lenta, constante, firme. Eu me forcei a desviar o olhar, mas por algum motivo ele não desviou. Ficou me observando como se tivesse encontrado algo que não sabia que estava procurando.

E naquele instante, com meu corpo inteiro grudado no dele, encharcado, vulnerável e confuso, eu tive certeza de uma coisa:

Era ali que tudo começava.

O caos, o sentimento, a queda sem volta.

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Fala galera, geralmente posto meus livros no Wattpad, mas esse estou fazendo o testa de publicar aqui. Percebo que a Casa dos contos está meio morta, então estou fazendo um teste. Se tiver comentários e curtidas continuarem atualizando aqui também, caso contrário, encerrarei a conta aqui e ficarei por lá e no grupo do Telegram apenas. Por isso, comentem para eu saber se estão lendo e gostando. 💙

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Comentários

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Uma história que pode ser linda mas pelo visto e pelo que você explicou não teremos continuação. Acho lamentável esse tipo de coisa. Já parei de seguir alguns autores que começam o conto aqui apenas para promover e o final você tem que procurar em outros sites que cobram. Lamentável.

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