Memórias pós-guerra: A promessa

Um conto erótico de O Bem Amado
Categoria: Heterossexual
Contém 2486 palavras
Data: 10/10/2025 23:16:58

No seu leito de morte minha mulher me fez jurar que traria nosso único filho de volta da guerra a qualquer custo e eu não tive como negar-lhe esse juramento. Eu que outrora também fora um combatente enfrentando os horrores que uma guerra pode causar tinha que empreender uma viagem para o outro lado do mundo, procurar por meu filho e trazê-lo de volta para casa são e salvo. Foi uma viagem extenuante por ar e por terra até chegar ao meu destino onde o que se via era apenas morte e destruição; acabei descobrindo que meu filho havia perecido em combate e que junto com seus companheiros teve o corpo esquartejado e depois queimado; ao mesmo tempo fiquei sabendo que ele havia plantado sua semente que germinou sob a forma de uma linda menina de nome Moira que vivia com sua mãe Ravena num velho casarão que pertencera à sua família e que agora se transformara em uma hospedaria.

Ravena era uma mulher de uns quarenta e poucos anos, dotada de uma beleza clássica e formas esguias que aquela guerra transformara numa figura esmaecida, sem brilho no olhar e sem esperança no coração; me apresentei a ela como pai de seu falecido marido e perguntei se gostaria de vir comigo, pois poderíamos unir nossa dor e mitigar nossa solidão. De início ela recusou resistindo por um bom tempo, até eu adotar uma postura mais acolhedora justificando que caso aceitasse ela e sua filha deixariam para trás todo aquele sofrimento; pensando em sua filha ela acabou aceitando impondo apenas uma condição: caso não se habituasse com seu novo lar eu a deixaria retornar sem oposição; aceitei sua condição de no dia seguinte voltei ao comando militar conversando com o adido diplomático explicando a situação de Ravena e sua filha.

Depois de assuntar com seus pares o burocrata expediu um salvo conduto provisório acompanhado de uma carta solicitando a concessão de cidadania para mãe e filha; três dias depois estávamos de volta ao meu país e uma semana após nossa chegada Ravena e Moira obtiveram cidadania. Fomos para a minha pequena propriedade rural que eu deixara aos cuidados de Miguelita e seu marido; depois das apresentações deixei que Miguelita cuidasse de instalar mãe e filha e procurei seguir com a vida. Fui até a colina onde enterrara minha mulher e lhe pedi desculpas por não cumprir a promessa que lhe fizera, mas também lhe contei sobre sua neta.

Os dias se seguiram entre atribulações, erros, acertos e alguma alegria, mas eu percebia uma ponta de felicidade no rosto de Ravena atestando que ela estava se sentindo bem junto de mim; entretanto, com o passar do tempo, ela começou a exibir um comportamento insinuante que me deixou inquieto, pois embora viúva de meu filho também era uma mulher dotada de atrativos capazes de chamar a atenção de qualquer homem, grupo no qual eu estava incluído, e isso começou a frutificar um desejo proibido dentro de mim. Uma manhã enquanto Moira estava na escola rural convidei-a para irmos até as margens do rio que serpenteava ao redor da propriedade e ela não escondeu a alegria aceitando o convite.

Ficamos sentados na relva conversando sobre sua vida anterior e de como ela se sentia agora; Ravena disse que todo o sofrimento e toda a perda que tivera durante anos foram compensados pelo meu surgimento em sua vida; suas palavras vinham acompanhadas de um sorriso lindo e um olhar intrigante; repentinamente ela se levantou afirmando que estava com calor e sem a menor cerimônia tirou a roupa pondo-se nua diante de mim. Fiquei extasiado com a beleza de Ravena cujo corpo até então oculto por roupas largas de despojadas se apresentou esbelto e curvilíneo dotado de detalhes anatômicos que se destacavam pela exuberância.

Com um sorriso brilhante ela correu em direção ao rio e mergulhou nadando por alguns minutos antes de emergir me chamando para acompanhá-la. De início tentei declinar do convite sem ofendê-la, entretanto Ravena não se conformava insistindo para que eu nadasse com ela; em poucos minutos eu estava nu dentro do rio nadando ao lado dela. Quando decidimos sair do rio corremos até a relva nos deitando sobre ela rindo a toa sem saber do quê ao certo; em dado momento ela se virou para mim e acariciou meu rosto com a palma de sua mão comentando como eu lembrava meu filho, seu marido; sorri um tanto encabulado me sentindo indefeso diante de uma mulher tão linda dotada de uma sensualidade tão natural quanto instigante.

Ravena continuou olhando para mim acariciando meu rosto e instintivamente começou a aproximar seus lábios dos meus ensaiando um beijo; por um momento senti minha mente enevoar e logo depois fiquei fora de mim quando senti o toque macio dos lábios de Ravena colando-se aos meus; selamos um primeiro beijo tímido e incerto, porém o que se seguiu foi uma espiral avassaladora de beijos quentes e profundos com nossos corpos se colando um ao outro em uma clara manifestação de nosso desejo ardente. Em dado momento Ravena veio sobre mim esfregando sua vulva contra o membro cuja rigidez era tal que cada pulsada parecia doer deliciosamente.

Eu a abracei com força apertando seu corpo contra o meu enquanto acariciava sua pele úmida e arrepiada descendo com as mãos até apertar suas nádegas com volúpia arrancando um gemido engasgado pelos beijos seguido de um olhar arrebatador; depois de me fitar ela ergueu seu corpo procurando se sentar sobre o meu com o cuidado de cingir o bruto esfregando-o contra sua vulva quente e muito molhada; sem tirar os olhos do meu rosto Ravena gingou a cintura sacolejando a pélvis de modo a permitir que o membro fosse lentamente engolido por sua gruta até obter êxito em tê-lo dentro de si o que foi celebrado com um gemido alucinado seguido de um sorriso exultante.

Ravena então tomou minhas mãos nas suas e as trouxe até seus seios lindos cujos mamilos intumescidos eram mais um convite à luxúria; eu os apertei entre os dedos sentindo sua textura e turgidez com ela reagindo com suspiros prolongados que logo se transformavam em gemidos exasperados ao mesmo tempo em que iniciava movimentos pélvicos ora engolindo, ora cuspindo o membro numa cadência lenta, mas profunda o suficiente para me impor um retesamento muscular que logo era derrotado pelas contrações esfincterianas operando como mordidas no membro que resultavam em um êxtase alucinante e indômito.

Estávamos envolvidos em uma cumplicidade tanto de corpo como de alma; uma experiência que nos remetia a uma completude afastando toda culpa, recato ou vergonha que pudessem nos distanciar um do outro; naquele momento com aquela mulher de beleza exuberante não passava por minha mente que outrora ela fora esposa do meu único filho, do mesmo modo em que não havia remorso sob a forma de uma traição velada da memória de minha falecida esposa; o que havia era um casal desfrutando de todo o prazer que seus corpos clamavam e que os unia em uma cópula voraz com ela sobre mim experimentando um primeiro gozo que pelos gemidos soava como uma redenção. Uma brisa morna soprava sobre nossos corpos que ainda estavam dominados por um desejo delirante e infindável que somente viu seu fim quando um forte espasmo anunciou a proximidade de meu clímax que sem aviso eclodiu em um jorro inundando a gruta de Ravena cuja reação era gemer enquanto apertava seu ventre contra o meu como se desejasse que permanecêssemos engatados um ao outro para sempre.

Ela se inclinou sobre mim compartilhando nossas respirações acentuadas e nossos acelerados batimentos cardíacos que pareciam possuir uma sincronicidade única; nesse clima trocamos mais beijos e Ravena pousou sua cabeça sobre meu peito sussurrando algo inaudível; dormitamos e quando o sol começou a bater em retirada voltamos à realidade sabedores de que precisávamos voltar para casa; nos vestimos e caminhamos lado a lado sem trocarmos uma palavra sequer, como se o silêncio fosse uma espécie de bálsamo capaz de amenizar o sentimento de culpa que, pouco a pouco, germinava em nossas almas. Naquela noite, jantamos em silêncio e nos recolhemos sem despedidas sob os olhares atentos de Miguelita e também de Moira.

Dormi pouco e antes do sol raiar já estava de pé preparando um café na cozinha pensando em tudo que acontecera no dia anterior e buscando uma razão que pudesse explicar porque eu me envolvera com minha nora sabendo que além de impróprio também era profano. Ao encher a caneca de café senti uma presença e quando me voltei lá estava Ravena com um olhar enigmático e uma expressão indecifrável; pensei em uma centena de palavras e frases, porém não as proferi optando apenas por encará-la com um sorriso discreto entre os lábios. Foi então que ela me pediu para levá-la até a cidade e eu aquiesci sem perguntas. No trajeto permanecemos em silêncio aparentando um distanciamento imperioso naquele momento.

Na cidade ela me pediu para irmos até a igreja onde entramos comigo procurando um assento enquanto ela caminhava até o altar onde se pôs de joelhos em contrição murmurando orações; um bom tempo depois ela se levantou e veio sentar-se ao meu lado; sem me encarar Ravena disse que viera até ali buscando uma penitência para o que fizéramos no dia anterior e que por mais que ela buscasse o que encontrava era apenas o prazer que desfrutara junto comigo; ela prosseguiu afirmando que chegou a pensar em um afastamento, porém não encontrava razão para fazer isso e que ao final de tudo restava apenas uma certeza: que o desejo que sentia por mim era tão intenso que a deixava devastada.

Entre lágrimas Ravena acabou desabafando que Moira fora fruto de uma única noite em que partilhara seu leito com meu filho e que o fizera por comiseração, pois ele havia confidenciado a ela que sempre nutrira um forte desejo por sua mãe, minha esposa, e que jamais fora correspondido sendo o motivo essencial para seu alistamento militar; ao ouvir aquelas palavras experimentei uma repulsa inicial pelo meu próprio filho, mas Ravena percebendo minha reação aproximou-se um pouco mais pousando suas mãos sobre as minhas esperando que eu a fitasse; e quando assim o fiz ela suplicou por perdão em nome do pai de sua filha.

E nos deixando levar por uma amálgama confuso de sentimentos desaguamos em beijos acompanhados por gestos carinhosos. Dentro da caminhonete voltando para casa, ela aninhou sua cabeça em meu ombro me fazendo compreender a necessidade que ambos tínhamos por uma proteção mútua, pois éramos frutos de nossa própria desilusão. Desviei o caminho até chegarmos a um pequeno lago de águas mornas próximo da propriedade onde convidei Ravena para descansar sobre a frondosa sombra de um carvalho; sentei-me sobre um encontro de raízes e ela veio se aninhar entre minhas pernas; tudo voltou à tona com apenas um carinho dela em meu rosto e logo estávamos aos beijos eloquentes com o desejo ardendo em nossos interiores. Naquela situação fui eu que tomei a dianteira cuidando de deixá-la nua para apreciar seu corpo passeando as mãos por sua pele quente e acetinada que me enlouquecia, embora a lembranças de suas palavras sobre meu filho e minha esposa ainda operassem um sentimento confuso dentro de mim.

Com o desejo a flor da pele tomei-a no colo e ela enlaçou meu pescoço com seus braços numa doce aceitação do que estava por vir; levei-a para a caçamba da caminhonete e depois de deixá-la confortável sobre uma lona dobrada tirei minhas roupas e cobri seu corpo nu com o meu; o calor de seu corpo aquecia meu desejo enquanto eu tomava suas mamas em minhas mãos sorvendo avidamente os mamilos intumescidos ouvindo-a gemer acariciando meus cabelos; estávamos colados um ao outro e eu pude sentir quando ela, com delicadeza, abriu suas pernas aconchegando o membro entre elas me deixando açodado pela sensação do bruto roçando sua gruta quente, úmida e convidativa que não tardou em consumar uma penetração doce e ao mesmo tempo repleta de eloquência.

Executávamos movimentos cadenciados envolvidos em uma absoluta cumplicidade onde desejo e paixão se mesclassem com perfeição; nossos beijos eram mais intensos e nossos corpos se moviam como se quisessem se fundir um ao outro; Ravena fez questão de alertar cada vez que experimentava um novo orgasmo como uma forma de estímulo que me impelia a prosseguir sem receio e hesitação. Com o passar do tempo os orgasmos concedidos a Ravena eram uma espécie de prêmio para mim que encontrara nela a mulher com quem sonhara em passar o resto de meus dias e que naquele momento se transformava em realidade. O suor já prorrompia por todos os poros de nossos corpos provocando um atrito eletrizante somado a minha boca ávida alternando entre beijos e sugadas nos mamilos apertando as mamas num gesto de posse que era celebrado por Ravena com doces sorrisos.

Sem a intenção de chegar ao fim daquele interlúdio carnal e emocional mudamos de posição com ela se pondo de quatro sobre a lona balançando seu traseiro roliço em um luxurioso convite para que eu a possuísse; tomei posição e depois de pincelar a gruta com a glande estoquei enfaticamente estufando mais uma vez sua vulva ardente, concedendo uma onda de prazer renovada e tão veemente que os gemidos se sobrepunham um ao outro. A medida em que avançávamos naquela cópula monumental renasceu dentro de mim o desejo de ter Ravena como parte de minha vida fazendo também parte do meu leito … e pensando assim atingi o clímax com uma ejaculação abundante encharcando a vulva e ampliando ainda mais o prazer que ela desfrutava naquele momento.

Deitados sobre a caçamba da caminhonete nos abraçamos e eu criei coragem para pedir que ficasse ao meu lado como minha mulher e ela com os olhos marejados e um sorriso exultante, aceitou me fazendo a pessoa mais feliz do mundo naquele momento único e especial. Voltamos para casa e Ravena se incumbiu de contar para Moira sobre nossa intenção enquanto eu fazia o mesmo com Miguelita que, afinal, também fazia parte daquela família. Moira não escondeu sua felicidade com nossa decisão e correu para me abraçar. E naquela mesma noite compartilhamos o quarto que passaria a ser nosso leito conjugal e me extasiei com Ravena me cavalgando sobre a cama me chamando de “amor” e também de “seu homem”.

Na manhã do dia seguinte fui até a cozinha onde Miguelita preparava um café; ela estendeu a caneca fumegante para mim com uma expressão enigmática. Eu me sentei diante dela e criei coragem para perguntar o que achava da minha união com Ravena; Miguelita respirou fundo, me deu as costas olhando pela janela sobre a pia e depois de um breve silêncio disse que eu precisava ser feliz, pois não merecia sofrer ainda mais, e assim me contou seu segredo: que o desejo de meu filho por minha esposa sempre fora correspondido por ela que jamais se perdoou pela omissão.

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