O carro estacionou diante de um prédio baixo, de fachada amarelada e descascada. A placa na entrada estava torta, e a luz do hall piscava como se estivesse prestes a queimar. Não era exatamente o que eles tinham imaginado quando falavam em “eurotrip”, mas já tinham se acostumado com a imprevisibilidade.
— Bem-vindos ao nosso palácio de hoje — Rafa anunciou, desligando o carro com um suspiro teatral. Clara gargalhou, jogando os cabelos para trás.
— Palácio do mofo, talvez. Léo desceu do carro em silêncio, segurando sua mochila contra o peito. Estava acostumado a ser o alvo das piadas, mas dessa vez achou graça da expressão no rosto do irmão, que parecia tão cansado quanto ele. Murilo foi o primeiro a disparar escada acima, dois degraus de cada vez.
— Quarto andar, sem elevador. Quero ver vocês reclamando agora! — a voz ecoava pelo vão do prédio. — Esse moleque não tem limite — Rafa resmungou, mas sorria de canto. Quando chegaram ao apartamento, a surpresa foi ainda maior. A sala tinha um sofá-cama gasto, encapado com um lençol florido; a cozinha era do tamanho de um guarda-roupa; e o quarto mal comportava uma cama de casal. Caio largou a mochila no chão, chutou os tênis para o canto e se jogou no sofá com um estalo das molas.
— Tá ótimo. A gente só precisa de teto e banheiro.
— E onde a gente coloca as malas? — Clara perguntou, abrindo os braços. — No teto também?
— Ah, relaxa, princesa — Murilo entrou de novo na sala, já conectado no celular. — O importante não é onde a gente dorme, mas onde a gente se perde. Clara rolou os olhos.
— Lá vem filosofia de bêbado. Enquanto ela reclamava, Rafa abria a geladeira. Dentro, apenas uma garrafa de água aberta e um ketchup com validade vencida.
— Fantástico — ele murmurou. — Gourmet do lixo. Os cinco riram. Léo se aproximou da janela e puxou a cortina empoeirada. Do quarto andar, conseguia ver a rua iluminada por letreiros coloridos. O cheiro de comida frita vinha de uma lanchonete na esquina. Era estranho, mas excitante: cada cidade era uma incógnita. Caio se aproximou por trás, apoiando o queixo no ombro dele.
— Tá com cara de quem já tá cansado da aventura, hein? Léo deu um passo para frente, disfarçando o arrepio que sentiu.
— Só tô pensando… — Pensando no quê? — Caio insistiu, voz baixa. — Que você queria estar em casa? Léo desviou o olhar, meio envergonhado. Rafa chamou a atenção dele do outro lado da sala.
— Não liga pro Caio, ele gosta de te provocar. Caio riu, sem negar.
— E você gosta, moleque. Tá escrito na tua cara. Antes que Léo pudesse retrucar, Murilo levantou a cabeça do celular. Os olhos brilhavam.
— Achei. — Ele ergueu o aparelho como se tivesse encontrado um tesouro. — Balada a cinco minutos daqui. Lúmina Club. Olha essas fotos: telão 360, área externa tropical, bar neon… É gigante. Clara se aproximou, pegando o celular da mão dele.
— Se for um buraco fedido com filtro bonito, vou te matar. — Confia — Murilo sorriu, satisfeito. — Essa noite vai ser insana. Rafa cruzou os braços, pensativo.
— Não era pra gente descansar hoje? — Descansar é pra velhos — Caio rebateu, passando o braço pelos ombros de Léo e puxando-o contra o peito. — O caçula precisa aprender a viver. Léo tentou se soltar, rindo sem jeito.
— Eu tô de boa… — Tá nada — Caio disse, quase em sussurro, mas firme o bastante para Clara ouvir. — Vai aguentar até que horas, moleque? Clara sorriu, percebendo o constrangimento de Léo.
— Então tá decidido. Hoje a gente se acaba. Rafa jogou a chave do carro sobre a mesa.
— Beleza. Mas alguém precisa prometer que não vai sumir na cidade. Todos olharam para Murilo. Ele deu de ombros, com aquele sorriso de predador pronto para caçar.
— Sem promessas. A rua diante do Lúmina Club vibrava com luzes de neon e a batida grave que escapava pelas portas abertas. O calor da noite misturava-se ao cheiro de perfume, suor e fumaça, criando uma espécie de eletricidade que Léo sentia pulsar nos dedos enquanto segurava o celular para tirar uma foto com Clara. — Olha, Clara, não dá pra perder o enquadramento perfeito — disse Léo, inclinando o braço, tentando que ambos aparecessem direito na foto. — Sorrindo, idiota! — respondeu Clara, rindo, ajeitando o cabelo. No meio do riso, Léo percebeu que, sem querer, tinha gravado um stories em vídeo. No fundo, Murilo falava com duas garotas:
— A gente nem planejou nada direito, mas quando é improviso, tudo sempre vira uma história boa… Essa balada, sério, vai ser só o começo. Léo mostrou o celular para Clara, rindo:
— Olha só, o Murilo falando como se fosse o guia turístico da balada. — Parece que ele tá em missão de conquistar todo mundo — Clara comentou, com um sorriso cúmplice. Mais à frente, Caio e Rafa observavam a fachada da balada, analisando a multidão e a iluminação intensa:
— Cara, olha isso — disse Caio, cruzando os braços, com o sorriso de sempre. — Parece maior do que esperava. E essas luzes… a sensação é de que a noite vai ser inesquecível. — É, bem legal mesmo — concordou Rafa, de forma protetora, mas tranquila. — Só lembra do básico: não exagera na bebida. Eu não tô aqui pra ser babá, só não quero que você passe mal. Se diverte, mas se cuida. Caio deu um sorriso de canto, passando a mão levemente no ombro de Léo:
— Relaxa… eu cuido de você. Mas não esquece, você é meu. Só meu. — A possessividade era contida, mas clara.
— Tá de boa — Léo respondeu, rindo, apertando a mão de Caio. — Sei me divertir e me cuidar. Rafa olhou para o irmão e sorriu, satisfeito com a confiança de Léo:
— Isso aí. Quero que você aproveite, mas sem abusos. Se sentir mal, me avisa. Murilo, por sua vez, já se afastava discretamente, puxando uma das garotas para o canto, apontando para a entrada do clube e gesticulando, claramente entretido em sua própria aventura. Ele ria baixo, com aquele sorriso provocador que só ele tinha. Enquanto avançavam na fila, risadas e provocações leves preenchiam o ar. Léo mostrava naturalidade, Clara participava das brincadeiras, e Caio mantinha seu toque leve e possessivo, lembrando a todos do vínculo que compartilhava com Léo.
— Prontos pra essa loucura? — Clara perguntou, ajeitando o vestido e olhando para todo mundo.
— Sempre — respondeu Léo, apertando a mão de Caio com um sorriso malicioso.
— Bora mostrar como se diverte uma roadtrip de verdade — disse Murilo, já de olho em outra garota que passava, desaparecendo um pouco no meio da fila, mas ainda presente no grupo com o olhar.
O grupo chegou à entrada. O porteiro deu uma olhada rápida, e eles passaram juntos, rindo, ajustando roupas e cabelos, cada um carregando expectativas diferentes. A fila ficava para trás, e a música da balada subia mais intensa, misturada com as luzes piscando e o cheiro da noite. Dentro do grupo, pequenas trocas de olhares e sorrisos reforçavam a química: Caio mantinha Léo próximo, sussurrando provocações contidas; Rafa observava tudo, satisfeito, mas atento; Clara ria e se divertia, empolgando todos. Murilo sumia e reaparecia entre conversas e gestos, deixando evidente que a noite ainda guardava surpresas. O som da pista de dança já chegava aos corredores da entrada, prometendo intensidade, liberdade e descobertas.
A balada não era apenas um lugar, mas um convite para que cada um se soltasse, explorasse limites e curtisse a viagem de forma inesperada e intensa. O som grave das batidas já era sentido do lado de fora. A fila andou, o segurança conferiu as pulseiras e o grupo atravessou a entrada de luzes vermelhas, mergulhando na penumbra pulsante da balada. Luzes azuis, lasers, fumaça artificial, tudo vibrava como se o lugar respirasse junto com a música.
— Caralho, olha isso… — murmurou Rafa, parando um instante na entrada.
O Léo riu, com os olhos brilhando. — Eu avisei que ia ser foda.
Clara puxou o celular da bolsa. — Selfie time! — gritou, girando o corpo e abrindo um sorriso largo. — Léo, tira uma de mim primeiro, vai. Aqui, ó, com o neon atrás.
Ele se afastou um pouco, tentando achar o melhor ângulo.
— Um, dois, três... — clicou — Perfeita.
— Deixa eu ver! — Clara se aproximou, encostando o ombro no dele. A imagem estava linda — o reflexo colorido das luzes no rosto dela, os cabelos soltos e a energia viva da noite começando. — Posta aí e marca a localização — disse, rindo. — Lúmina Club, pra todo mundo saber que a gente tá vivendo.
— Calma, primeiro a foto com todo mundo — Léo insistiu. — Cadê vocês?
Murilo apareceu do nada, já com dois copos de drink na mão. — Bora, bora, rapidão que depois eu sumo.
— Cuidado pra não sumir antes da foto — brincou Rafa, puxando o irmão pra perto. — Ei, quer que eu tire pra vocês? — uma voz surgiu atrás deles.
Um cara alto, moreno, camisa preta colada ao corpo, sorriso fácil. O tipo que parece se encaixar naturalmente em qualquer grupo.
— Sério? Valeu, mano — disse Caio, entregando o celular.
O cara deu alguns passos pra trás, olhou pelo visor e fez sinal com a mão. — Mais juntinhos aí, vai! — Ele riu. — Isso! Agora dá um sorrisão, geral! O flash piscou. — Aí, ficou boa pra caramba — ele disse, devolvendo o celular ao Léo. E quando o Léo estendeu a mão, o cara segurou um segundo a mais do que precisava.
— Bonita a galera de vocês… — disse, olhando nos olhos dele. — Se quiser depois te mando as que tirei também, fiz umas minhas — completou, com um meio sorriso. Léo apenas riu, meio sem jeito.
— Tranquilo, valeu mesmo.
— Bora pro bar! — gritou Murilo, já se afastando. — Primeira rodada por minha conta! O grupo o seguiu. Lá dentro, o bar era uma confusão de copos coloridos e gente gritando por drinks. Clara apoiou o cotovelo no balcão. — Cinco tequilas! — pediu, enquanto Caio e Rafa tentavam chamar a atenção do barman.
— Isso é pra começar, né? — Léo brincou.
— É pra aquecer — respondeu Clara, piscando. As doses chegaram em fila, transparentes e reluzindo sob a luz violeta. Cada um pegou a sua.
— Um brinde à viagem — disse Rafa. — E pra que ela dure pra sempre.
— À liberdade — completou Murilo.
— E às más decisões — disse Caio, erguendo o copo com um sorriso de canto. O líquido queimou na garganta, mas o riso que veio depois foi fácil. O calor subiu. A pista chamava. A música mudou — agora era uma batida eletrônica mais lenta, sensual.
Clara puxou o Léo pela mão. — Vem dançar comigo, antes que esses machos tomem tudo.
— Vai lá — disse Rafa, rindo, já virando o segundo copo.
— Cuidado pra não se apaixonar, hein — provocou Caio, com um olhar que o Léo fingiu não entender. Eles foram pra pista. Luzes em vermelho e dourado cortavam o ar. Clara girava com os braços no alto, e Léo acompanhava, sorrindo, o corpo leve, sem se preocupar com nada. Atrás, ele percebeu o cara das fotos observando — ainda ali, encostado na parede, com o olhar fixo nele. A pista parecia respirar. Luzes coloridas cortavam o ar em jatos quentes, fumaça subia dos canhões no teto e o som vibrava tão alto que o chão tremia sob os pés. Léo e Clara dançavam no meio do fluxo de corpos, mergulhados naquele mar de batidas e calor. O perfume das pessoas se misturava com o cheiro de álcool, suor e fumaça doce. No palco, dois artistas cuspindo fogo arrancavam gritos da multidão, o brilho laranja refletindo nos rostos suados. O ar era denso, quase pegajoso. Cada movimento parecia um convite pra se perder um pouco mais. Clara girava, o cabelo batendo nos ombros dele. — Essa balada é insana! — gritou, rindo, com o copo ainda na mão.
Léo riu também, gritando de volta — mesmo sem ter certeza se ela ouviu. A música engolia qualquer palavra. Por um instante, ele se afastou um pouco, levantando o celular pra filmar o palco. O vídeo tremia entre luzes vermelhas e douradas, o fogo, os gritos, o som. Ele girou a câmera e, num breve segundo, captou ao fundo o grupo — Rafa e Caio conversando, o Murilo com duas mulheres, rindo alto. Murilo apontava para a direção dos banheiros, e Léo viu quando ele tocou o ombro do Caio, inclinando-se pra falar algo no ouvido dele. O sorriso no rosto de Caio era breve, mas malicioso. Um instante depois, os dois desapareceram no meio da multidão com as garotas. O coração de Léo deu um pequeno aperto. Não sabia bem por quê. Só sentiu.
A música subiu — um drop pesado, o grave batendo direto no peito. Clara ergueu os braços, gritando alguma coisa que ele não entendeu. O calor era tanto que gotas de suor escorriam pela nuca de Léo, descendo pelas costas. Ele passou a mão pelo rosto, respirou fundo. Foi quando sentiu. Um corpo encostando atrás do dele — firme, quente, acompanhando o ritmo.
Não era Clara.
***
A fumaça densa do gelo seco subia, iluminada por feixes violetas. Murilo mal esperou o amigo. Olhou para Caio, que também notou a movimentação: era hora de caçar.
Murilo passou o braço por cima do ombro de Caio, rindo alto, o copo quase virando na mão. Duas garotas — uma de vestido vermelho, outra com glitter espalhado pelas clavículas — o puxavam pela camisa, sussurrando algo.
— Bora — ele disse, olhando pro amigo. — Vem comigo, elas tão a fim de conhecer o “banheiro de neon”.
Caio riu, um riso curto, cansado e excitado ao mesmo tempo. Murilo virou o copo num gole só e, sem esperar resposta, puxou o amigo pela corrente de luzes e sombras que levava à parte dos fundos da balada.
O corredor de neon vibrava à medida que Murilo puxava Caio, rindo baixo. A música da pista ainda batia no peito, mas ali o mundo parecia ter diminuído.
— Cara… elas tão sem calcinha — Murilo sussurrou, inclinando-se para que Caio ouvisse, com um sorriso malicioso nos lábios.
Caio engoliu em seco, os olhos arregalados. — Tá… sério? Não acredito… — murmurou, a voz rouca de surpresa e excitação.
Murilo apontou discretamente para as meninas. Com um movimento rápido, elas levantaram levemente a saia, confirmando. O neon refletiu na pele e nos tecidos, criando sombras que dançavam.
— Relaxa, cara — disse Murilo, segurando o braço do amigo, o brilho travesso no olhar. — É só o começo. As meninas trocaram olhares cúmplices, aproximando-se. Murilo sentiu o corpo de Caio tenso, mas receptivo.
— Então… vamos? — Murilo perguntou, olhando para o amigo, a voz baixa, carregada de promessa. Caio apenas assentiu, mordendo o lábio, enquanto Murilo seguia adiante, guiando o caminho pelo banheiro mais famoso da cidade, onde tudo parecia possível, e nada era proibido.
O banheiro se abriu diante deles em um espetáculo de cores e luzes. Neon rosa, azul e verde se entrelaçavam nos azulejos e nos espelhos. O som da música vinha abafado, misturado a risadas, gemidos contidos e sussurros. O ar tinha o cheiro quente de perfume, suor, álcool e uma vibração quase elétrica. Na pia maior, Murilo e Caio congelaram. Uma mulher sentada sobre o mármore, corpo arqueado, era envolvida pela boca de um homem ajoelhado diante dela.
— Uau… — Murilo murmurou. Caio permaneceu ao lado, respirando mais rápido, os olhos fixos. O neon refletia em seus corpos e nos movimentos, criando sombras que se retorciam, dando ao banheiro uma sensação surreal, quase cinematográfica. Cada canto parecia ter alguém entregando-se à excitação.
Murilo sentiu o calor subir. Ele e Caio avançaram com cuidado, desviando-se de corpos que se entrelaçavam, sentindo a música ainda distante, mas ressoando em seus próprios peitos.
No corredor mais à frente, uma das mulheres que haviam chamado Murilo se aproximou, puxando-o levemente pelo braço. Sentiu suas calças serem arrancadas para baixo. O calor subiu com a adrenalina quando ela se inclinou, envolvia seu membro com a boca, habilidosa e firme. Murilo virou levemente o olhar e viu Caio ser tomado por outra mulher, também engajada, os corpos encaixados. O mundo girava em cores neon, gemidos e sensações intensas.
O tempo parecia se alongar dentro daquele espaço saturado de desejo. Murilo sentiu a língua habilidosa explorando cada centímetro, o cheiro doce misturado com suor e perfume fazendo seu coração disparar. Ele sentiu a mão de Caio se apertar contra o corpo da mulher ao lado, os sons que vinham de lá provocando-lhe uma excitação ainda maior.
Num movimento lento, a mulher que segurava Caio levantou-se, subindo a própria saia, revelando o plug anal que retirava cuidadosamente antes de colocar o pau de Caio no lugar. Murilo sentiu uma onda de calor e desejo percorrer seu corpo, a cena o deixando mais excitado do que qualquer outra coisa.
Num impulso, ele segurou a mulher ajoelhada à sua frente, levantando-a com cuidado. Os olhos dela, brilhantes e desafiadores, não davam sinais de consentir para o sexo anal, mantendo o controle.
— Você gosta assim, Murilo? — a voz dela sussurrou entre gemidos, provocando um arrepio.
— Sim… — Murilo conseguiu responder, a respiração pesada, mas notou algo.
Por um instante, percebeu que o olhar de Caio estava distante, perdido, como se outra pessoa ocupasse seus pensamentos. Murilo sentiu uma pontada de excitação ao notar a distração do amigo, sabendo o quanto isso o deixava vulnerável, mais suscetível ao que as mulheres desejavam.
— Isso… você está pronto? — murmurou a mulher de Murilo, os olhos dela brilhando de malícia.
— Sempre — respondeu Murilo, mordendo o lábio enquanto a segurava, levantando-a ligeiramente.
A mulher ao lado de Murilo o guiou com firmeza, mas de forma quase brincalhona, até a privada mais ampla. Murilo sentou-se, e ela se acomodou em seu colo, o corpo dela encaixando-se perfeitamente, os seios pressionando o peito de Murilo enquanto ele a sentia abrir-se lentamente para recebê-lo.
O calor, a pressão, a suavidade de sua pele e o apertar delicado dela ao redor dele fizeram cada segundo parecer mais intenso. A boca dela se curvava em sorrisos maliciosos, conduzindo-o ao limite do desejo.
No canto do espaço, uma voz conhecida cortou o momento:
— Desculpa, mas eu não tô conseguindo… não sei o que tá acontecendo… — disse Caio, a insegurança sutil na sua voz.
Murilo apenas sinalizou com a cabeça, sem palavras, permitindo que Caio se afastasse. Ele viu o amigo voltar para o grupo, deixando-o sozinho com as duas mulheres, ainda cercado pela intensidade do neon. Murilo sentiu a excitação de estar totalmente presente naquele instante, absorvendo cada toque.
A mulher que havia sido deixada sozinha se aproximou de Murilo. Ele apenas sorriu, seguro de si, o olhar fixo nela com aquela mistura de provocação e domínio silencioso.
— Parece que sobra mais pra mim — murmurou, a voz rouca. — E a sorte de vocês é que eu demoro a gozar. Ela riu, e se aproximou mais. Murilo deixou seus dedos roçarem levemente a boceta da segunda mulher, quase brincando, provocando uma reação imediata. Ao mesmo tempo, a outra mulher permanecia sentando em seu colo, pressionando-se contra ele. Sem hesitar, a mulher que se aproximou inclinou-se e seus lábios tocaram os dele. O beijo foi lento e provocativo, cheio de intensidade. Murilo envolveu-a com os braços, sentindo a língua habilidosa explorar cada movimento, enquanto a mulher sobre seu colo ajustava seu corpo, aumentando a pressão.
— Você está se divertindo? — ele perguntou, a voz baixa.
— Muito — respondeu ela, com um sorriso cúmplice, aprofundando o beijo.
O corpo dos três escorria suor. A mulher que antes havia sido deixada sozinha tomou o lugar da primeira, sentando-se no colo de Murilo.
— Você gosta disso, não é? — murmurou ela, sua respiração ofegante. Murilo nem percebeu que colocava seu pênis em seu cu. Ele havia sentido inveja de Caio por isso, mas agora o prazer o absorvia completamente. A nova mulher pressionava-se contra ele, conduzindo-o suavemente para dentro de sua bunda, e cada movimento era recebido com um arrepio. Ao mesmo tempo, seus braços continuavam ativos, explorando os seios da primeira mulher, enquanto seus dedos encontravam pontos sensíveis que provocavam gemidos abafados dela. A mulher no colo dele se movia em sincronia com seu corpo, ajustando o ritmo. Cada toque, cada gemido, cada suspiro parecia prolongar o tempo, um instante etéreo de entrega completa. Enquanto isso, a primeira mulher arqueava o corpo em êxtase sob o toque dele, e Murilo sentiu a excitação se multiplicar entre eles, um jogo silencioso de controle e entrega que fez ele explodir de prazer, enchendo o cu da mulher com seu leite quente.
Ao seu lado, a primeira garota também gozava em sua mão, encharcando seus dedos e gemendo mais alto que a música abafada, chamando a atenção de todos ali.
***
O corpo colado atrás dele se movia com precisão, cada passo acompanhando o ritmo intenso da música eletrônica. Léo se virou levemente, os olhos encontrando os de um rapaz alto, cabelo escuro molhado de suor, sorriso confiante iluminado pelas luzes de neon.
— Ei — disse o rapaz, a voz firme mesmo sobre o som da pista — Nem nos apresentamos quando tirei foto do seu grupo. Eu sou o Thiago.
Léo sorriu, o calor subindo ao rosto.
— Léo. Verdade… você estava atrás da câmera. — respondeu, o som de sua voz engolido pelos graves pulsantes.
Thiago riu baixo, aproximando-se mais, o corpo se encaixando perfeitamente ao dele.
— Pois é. Mas acho que agora podemos corrigir isso — disse, guiando Léo pela pista, girando e puxando-o em movimentos que pareciam sincronizados desde sempre.
Enquanto dançavam, os braços se entrelaçavam, olhares se cruzavam, e cada gesto carregava uma mistura de provocação e curiosidade. Léo sentiu o calor do corpo de Thiago, o perfume sutil de colônia misturando-se ao suor, e um arrepio percorreu sua espinha. Ele percebeu que cada movimento, cada giro, fazia com que a distância entre eles diminuísse, quase desaparecendo.
— Você dança muito bem — Léo gritou, rindo, inclinando-se para que Thiago ouvisse.
— Você também — respondeu Thiago, e com um gesto leve, segurou a mão de Léo, puxando-o para mais perto, sem deixar espaço entre os corpos. — Acho que a música ajuda, né?
Léo sentiu o peito acelerar, a adrenalina da balada misturada à proximidade daquele desconhecido, que agora não parecia mais tão desconhecido. Cada batida fazia seu corpo reagir, e ele se deixou levar, esquecendo por um instante o calor, o suor e até mesmo o grupo que ficou para trás.
Os corpos giravam, colidiam suavemente, as mãos explorando sem tocar de forma explícita, apenas provocando, insinuando. Léo percebeu que estava completamente imerso na energia do momento, e que Thiago, com um sorriso provocador, parecia ter o mesmo efeito sobre ele.
Antes que pudesse pensar, Thiago se inclinou, pressionando seus lábios contra os de Léo. O beijo era rápido, intenso, cheio da urgência de quem se deixa levar pelo ritmo e pelo calor da pista. Léo correspondeu, sentindo a língua de Thiago brincar com a sua, o corpo colado, o calor subindo cada vez mais.
Mas, de repente, um empurrão forte o separou. Léo cambaleou, ainda tonto pelo beijo e pelo calor da dança, e viu Caio, o olhar vermelho de raiva, os punhos cerrados, avançando sobre Thiago.
— Léo! — gritou Caio, a voz cortando o som da música. — Quem você pensa que é?!
Thiago recuou, levantando as mãos em sinal de rendição, mas a tensão não diminuiu. Caio avançou de novo, o corpo rígido, pronto para confrontar. Léo tentou intervir, levantando os braços:
— Calma, Caio! Espera, o que está fazendo?
Mas era tarde. Os corpos colidiram, socos e empurrões, o som da briga misturando-se à batida eletrônica da balada. Pessoas ao redor se afastaram, gritos e risadas nervosas ecoando. Seguranças apareceram rapidamente, separando os dois, mas a tensão permanecia no ar.
Léo, ainda ofegante, olhou para Caio, ele respirava pesado, o olhar fixo em Thiago, o peito subindo e descendo rapidamente. Léo sentiu o coração acelerar quando Caio o puxou para seus braços. Um impulso inesperado de desejo, adrenalina e ciúme misturados em cada batida que o grave da música impunha.
Thiago, agora recuado alguns passos, manteve um sorriso nervoso, mas desafiador.
— Tudo bem, cara… só queria me apresentar direito — disse, a voz tentando soar calma, mas o olhar ainda fixo em Leo.
Caio tentou avançar novamente no rapaz, mas foi impedido por Clara, Rafa e o próprio leo que estava preso em seus braços. Caio respirou fundo, tentando acalmar a confusão dentro dele, ao ver o outro se misturando na multidão. Leo não sabia o que havia acontecido, mas seu consciente sabia de que aquele momento mudaria a dinâmica da noite, e talvez, de tudo que sentia.