NA PARTE ANTERIOR: Um ano se passou que Bela mora comigo e com as lésbicas, era um dia de paz e tranquilidade de almoço de domingo. Alguém bate na porta.
Quando abro para minha surpresa estava de pé com malas na mão Isabelly.
— Oi!
ATENÇÃO: Esta parte contém passagens que podem gerar gatilhos emocionais. Caso você não esteja bem, não prossiga com a leitura e procure ajuda. Leia a nota no final.
Na mesma hora eu ia bater a porta na cara dela, mas o Antônio apareceu me abraçando, eu não sabia se abraçava ele ou mandava ela tomar no cu. Ela foi entrando sem pedir licença como se a casa ainda fosse dela.
— Bela? filha você tá aqui ?
— Mãe? O que você tá fazendo aqui?
— Voltei para casa ué, minha filha tá aqui eu vou ficar também.
— Não, a senhora não vai
— Já está decidido - Disse ela colocando a mala no canto
— Meu pai não vai aceitar você nunca
— Deixa que com o seu pai eu me entendo, Carlinha, vai abraçar sua irmã não?
— Minha irmã morreu no dia que ela deixou essa casa
Eu vi que a resposta mexeu com a Isabelly que tentava se manter firme.
— Quem é essa? A nova namorada do seu pai?
— Essa é a namorada da tia Carla
— Prazer, sou a Isabelly, mãe da Bela e esposa do Lucas.
— Prazer — respondeu Tati sem graça.
— Filho você pode ir lá em cima com a sua irmã um minuto para eu conversar com a sua mãe?
Os dois subiram e eu fiquei com a Isabelly, Tati e Carla. Eu não sei explicar o que estava sentindo, mas me deixava zonzo de raiva, desprezo e uma certa curiosidade para saber o que ela fazia ali.
— Você vai sair dessa casa Isabelly, agora! - gritei com ela, coisa que nunca fiz no nosso casamento
— Calma A... Lucas, eu tenho uma proposta para te fazer, eu fico aqui, você também e eu não sumo com o Antônio, dessa forma temos nossos filhos por perto, você não precisa falar comigo, pode me odiar do seu canto, e eu fico na minha, prometo.
— Lu você não pode aceitar uma coisas dessas
— Você vai usar meus filhos mais uma vez contra mim? É isso?
— Você não ia me dar escolha, já que eu sou a maior filha da puta do mundo, então vou fazer jus a isso
— Eu saio, não posso viver debaixo do mesmo teto que você, sua presença aqui me enoja, porque você não vai pra casa do fotógrafo? Tem que me infernizar
— Você não vai, você vai ficar aqui se quiser ver seus filhos, no momento que você sair por aquela porta eu sumo com o Antônio.
— Desgraçada! As nossas irmãs vão ter nojo quando ouvirem isso, no que você se tornou?
— Eu não tenho escolha, não tenho - ela dizia parecendo perturbada
— Me deixa sair dessa casa Isabelly, você fica aqui com quem quiser.
— Essas são minhas condições, e nem estou te pedindo para falar comigo, mas para cuidar dos teus filhos.
— Lu? - disse Carla já sabendo da minha resposta
— Me perdoa gente eu preciso dos meus filhos - respondi com vergonha
— A gente sai, não tem nada aqui que nos prenda, Carla vamos pegar nossas coisas
— Me perdoa meninas
Comecei a chorar de cabeça baixa e vi a Isabelly desviando o olhar, Tati segurou meu rosto olhando nos meus olhos.
— Ei! Você sabe onde eu moro, pode ficar lá o quanto quiser, não será um problema
— Me perdoem, me perdoem
— Quanto a você, eu nunca vou te perdoar por isso, nunca! - Era a segunda vez que eu gritava com ela na vida.
Isabelly saiu para ir ao banheiro, eu e Bela ajudamos as meninas a se mudarem, levei elas até a casa da Tati, e ela me apresentou um quarto, que seria o meu, que na verdade era a sala delas.
— Bela eu tive que fazer isso
— Eu sei pai, eu ouvi tudo, mas eu estou contigo, não vamos nos render aos caprichos da mamãe
Voltamos para pegar as últimas coisas da mudança, Isabelly olhava com certa tristeza o que acontecia, Carla passou ao seu lado e ela segurou a irmã pelo braço
— Me solta caralho
— Me perdoa Carla, eu preciso recuperar minha família
— Você perdeu esse direito, e eu te admirava, você era uma inspiração e descubro que não passa de uma filha da puta sem escrúpulos, e não ouse aparecer na casa de nenhuma de nós.
Pela primeira vez uma lágrima saiu do rosto de Isabelly que enxugou e entrou correndo.
Os dias foram de total silêncio naquela casa, como se fosse um enterro, eu trancado no quarto debaixo, Isabelly na suíte e nossos filhos nos seus quartos, Bela passava boa parte do tempo comigo e eu saia as vezes com o Antônio.
Isabelly preparava café, almoços e jantares e não tentava contato, eu evitava vê-la e consegui por um tempo, até ela começar a colocar cartas por debaixo da porta. Eu não abri nenhuma delas por dias, mas a curiosidade falou mais alto e resolvi ler algumas.
Ela contava histórias do que vivemos, sempre com, "lembra de tal lugar, tal pessoas..." e no final ela escrevia em todas, te amo, me perdoa por tudo.
Aquelas cartas com perfume dela mexiam mais comigo do que eu imaginava e isso me irritava muito e me tirava o sono. Foi assim que voltando de um plantão eu adormeci no volante, não lembro de mais nada, só de acordar no hospital com muita dor.
Ao meu lado estava Isabelly e meus filhos, Tati e Carla, tentei falar para tirarem ela dali mas doía muito falar. O saldo foi braços quebrados, costelas trincadas, baço perfurado, um pequeno traumatismo craniano que desinchou e diversos hematomas pelo corpo.
Eu ouvia o que todos diziam, elas brigavam quem iria ficar comigo, mas Isabelly já foi enfermeira, tinha contatos e no papel ainda era minha esposa e conseguiu proibir que as meninas ficassem comigo quando acordei. Fiquei dois meses até conseguir falar e comer alguma coisa, Isabelly estava dedicada a me fazer recuperar, ela e duas outras enfermeiras.
— Você vai sair dessa amor, eu vou cuidar de você e me beijava na testa.
Meus filhos vinham e Bela me contava que conheceu um cara legal e iria me apresentar, Antônio falava de futebol e que iríamos ao estádio. Eu pedi a Bela para chamar as meninas, mas elas não conseguiram vir, pensei em escrever mas não tinha como, então resolvi romper o silêncio.
— Isabelly, deixa as meninas me verem por favor
— Só se me prometer deixar eu cuidar de você
— Porque você tá fazendo isso? Já não basta ter me traído e fugido com um amante e com meus filhos
Ela começou a limpar as lágrimas
— Eu te amo, sei que errei e quero sua confiança de volta
— Porque Isabelly, porque me traiu? O que eu te fiz para ser tão perversa?
— Nada, você não fez nada, eu queria ter uma resposta boa para te dar e me justificar, mas não tenho, só posso dizer que não existe juiz nenhum, eu inventei essa história para você não entrar na justiça ou pelo menos retardar
— E quem era o cara que viajou com vocês?
— Mau pai, eu procurei ele depois que sai da nossa casa e ele me ajudou a viajar e mentir para minhas irmãs.
Tudo fazia sentido de alguma forma, eu que fui ingênuo.
— Você o amava, estava apaixonada?
— Não, nunca amei ninguém além de você, eu só estava cansada, triste e ele fazia me sentir viva, como se tivesse 15 anos novamente
— E eu? Não te fazia se sentir viva, é isso?
— Não, você era meu porto seguro, minha rotina, onde eu podia ser eu e morar nos teus braços, nunca foi uma disputa entre você e ele, ele perderia em todas, sempre foi sobre mim e em como eu cometi o pior erro da minha vida.
— Eu nunca vou entender isso, juro, eu te amava muito, e você me quebrou, me destruiu e tô aqui hoje.
Nessa hora lagrimas saíram dos meus olhos e ela as enxugou
— Eu sei que errei e não estou pedindo para sermos marido e mulher, estou pedindo para me deixar ser parte da sua vida, nós somos amigos, temos dois filhos, eu sei que posso caber ainda em algum lugar da tua vida, por isso eu apostei tudo vindo pra cá e fazendo o que estou fazendo, não pense que não estou sentindo tudo, cada palavra, como minhas irmãs me odeiam, como a Bela me abandonou, como você me olha com desprezo, eu sinto tudo e pensei que se eu morrer seja melhor para todo mundo, mas não posso morrer sem demonstrar para você que sempre foi você e sempre será.
Aquelas palavras me atravessavam num misto de raiva e pena.
— Um acordo então, deixa as meninas me visitarem e eu deixo você cuidar de mim, prometo não pedir que elas te tirem daqui
— Fechado
Não demorou umas horas e elas estavam lá a Carla correu para me abraçar
— Ei, calma que estou todo quebrado, consigo nem mijar sozinho
— Quer que a gente tire ela daqui?
Isabelly estava com rosto virado para a parede
— Não, está tudo bem, mas agradeço a proposta
— Sabe que a gente esconde um corpo por você né?
— Sei sim
Quando elas saiam a Isabelly tentou falar alguma coisa com a Carla que mandou ela tomar no cu e ela sentou ao meu lado triste.
— Será que um dia ela vai me perdoar?
— Eu sei que vai, ela é sua irmã, da tempo pra ela
— É... Eu mereço esse desprezo
Todo dia de manhã era um sacrifício para mijar, as enfermeiras ajudavam a sentar no vaso, e eu só conseguia assim, mas talvez por eu ter voltado a trocar algumas palavras com a Isabelly, ela ficou sem sair do meu lado, e de manhã me levou ao banheiro.
— Pode deixar que eu me viro daqui
— Você tá mijando sentado?
— Única maneira que dá para fazer
— Eu te seguro para mijar em pé
— Não precisa
— Para Lucas, tem nada aí que eu já não tenha visto
Ela foi abrindo a roupa médica e eu consegui mijar em pé, ela pegou papel úmido e limpou meu pau
— Você tem intimidade, já limpou muito pau na enfermaria?
— A maioria de velho broxa, o ruim é limpar merda
Voltei a deitar e meu pau não abaixou
— Parece que tem alguém animado ainda
— Daqui a pouco ele sossega
— Se quiser posso dar uma mãozinha
— Não precisa
Ela foi escorregando a mão pela minha barriga e descendo lentamente
— Para Isabelly, por favor
— Você diz para parar, mas seu pau está duro que nem pedra
Quando fui pedir para parar de novo e começou a punhetar lentamente, me arrancando um gemido
— Isso não é certo
— Relaxa, isso é questão de saúde.
Ela cuspiu na cabeça do meu pau e deixou escorrer e voltou a punhetar mais rápido dessa vez
— Como isso é bom
— Que saudades de segurar esse pau, goza vai, goza na minha mão.
Eu não consegui segurar e gozei, ela limpou com papel úmido e eu pensei se ela já não tinha feito isso antes no hospital, pensei em falar e acho que ela percebeu, ela me conhece muito bem.
— Você é o primeiro que bato uma no hospital se é o que está pensando, sei que mereço sua desconfiança, mas não tem mais nada para te esconder.
— Fico feliz de ser sua primeira vez
— Eu ia dizer que podia ser minha primeira transa em hospital, mas a gente já trancou algumas vezes lembra?
— Lembro sim
— Inclusive eu acho que o Antônio foi feito naquela sala de Raio X
— Que eu dei a desculpa que estava te mostrando a máquina porque seu hospital queria comprar uma nova?
— Estava na cara de todo mundo que ninguém acreditava, eu fiquei com muita vergonha
— Bons tempos
Os dias foram leves com ela ali, entre punhetas e lembranças até eu voltar para casa e ter uma festa surpresa com todo mundo, e a Isabelly foi excluída, ficou num canto sem graça arrumando as coisas eu agora de muleta e andando devagar foi até ela.
— Isso vai passar
— Não importa, eu já aceitei que sou a escória do mundo
— Não é para tanto, mas leva tempo para perdoar.
— Se eu tiver o seu perdão, eu já estarei feliz
— Eu vou descansar - Não queria falar de perdão, me doía
Me despedi de todo mundo e fui me deitar, quando entrei Isabelly já estava no meu quarto.
— Eu só estou vendo as fotos, entendo não ter nenhuma minha
— Estão com as suas irmãs
Ela sentou ao meu lado e conversamos um pouco, ela passou a mão no meu pau, e foi tirando meus shorts, meu pau duro como pedra. Ela beijou a cabeça, um beijo molhado
— Caralho que delícia.
Entre beijos e lambidas ela passou a língua na minha costura me arrancando um suspiro e lambeu meu cu fazendo me retrair
— Relaxa, você vai curtir
Enquanto me punhetava ela circulava meu cu com a língua, subiu lambendo até a cabeça abocanhando até me fazer gozar.
— Caralho, que gostoso
— E não, eu nunca chupei outro cu, só o seu, tenho nojo, mas de você não
— Nem pensei nisso, só no tesão que eu estou
Ela subiu e me cavalgou até eu gozar de novo.
Os dias passaram e eu fingindo estar com raiva dela e a gente transando escondido, até que em uma trepada em um hotel eu decidi que era hora de parar com aquela loucura, eu ia assumir novamente ela como minha esposa. Eu pesei muito essa decisão sabendo que seria visto como corno, frouxo e arriscando que pessoas próximas de mim me odiassem, o problema é que Isabelly se esforçava muito para ter meu perdão e não só isso, se mostrava muito arrependida.
— Já está na hora Belly
— Belly? Faz tempo que não me chama assim
Escorreu uma lágrima dos olhos dela
— Eu vou contar para todo mundo que voltamos
— Então você me perdoou?
— Lutei muito contra, mas sim, eu perdoei e te amo, sempre te amei e vou sempre te amar.
— Em todas as vidas?
— Em todas elas
Naquela noite transamos de maneira apaixonada, como se o mundo não existisse.
Eu marquei um jantar para contar a novidade, mas a casa estava vazia, e em cima da mesa tinha uma carta.
"Oi amor, se você estiver lendo esta carta é porque eu não estou mais viva"
Meu coração apertou como se eu tivesse tendo um infarto e comecei a gritar o nome dela pela casa.
— Pai o que é isso?
— Cadê sua mãe?
— Ela saiu sem dizer nada
Eu comecei a chorar a Bela leu a carta e subiu correndo, tinha uma para ela e uma para o Antônio.
Continuei lendo a carta
"Eu não fugi para te punir, fugi para me punir, não te ter é o pior castigo da minha vida, e eu não soube lidar com as consequências dos meus atos, quando Bela fugiu eu decidi que não fazia mais sentido viver e estragar a vida de vocês, mas queria que você me perdoasse antes, só quando senti que você finalmente havia me perdoado que eu decidi partir de vez, vocês são melhores que sem mim.
Não deixe de cuidar dos nossos filhos, não se feche para um novo amor e não se esqueça de mim, eu vou te esperar em outras vidas, em todas elas eu vou lutar pelo nosso amor.
E quando for possível, diga as minhas irmãs que as amo, e que foi uma alegria ter feito parte da vida delas.
Eu te amo, nessa vida e em todas que puderem existir, para sempre sua... Belly"
Eu tentava gritar de dor, mas a voz não saia, Antônio e Bela me abraçavam chorando. Os dias foram difíceis, o corpo da Belly foi achado no mar ao qual ela se jogou.
No funeral suas irmãs foram, o fotógrafo e o pia também estavam, não disseram nada e saíram sem problemas, o padre falava de perdão e amor, foi uma linda cerimônia, eu cremei o corpo dela e com meus filhos fui jogar as cinzas dela ao mar.
— Nunca se esqueçam da mulher incrível que foi a mãe de vocês, nunca!
Eu gosto de pensar que Isabelly não morreu, ela está nas ondas do mar, sempre que posso me sento naquela praia enorme e conto para ela sobre a minha vida e dos nossos filhos. E eu juro que posso ouvir ela responder.
Belly deixou cartas para cada momento da vida dos filhos, quando Bela se formar, se casar, tiver filhos, o mesmo para Antônio e me pediu que entregasse.
Para mim restou as cartas jogadas por debaixo da porta e um profundo vazio, eu nunca pensei que perdoa-la me causasse tantas saudades e tanta dor.
No fim, toda traição tem sérias consequências, ao lerem apenas um lado da história, o meu, concluímos que ela era sádica, mas era uma mulher ferida vitima do seu próprio erro e sozinha avaliou que era melhor partir, uma decisão também egoísta como a da traição e que gerou consequências que vocês poderão acompanhar na próxima temporada que já esta sendo escrita.
⚠️ Atenção!
O suicídio é uma realidade séria e silenciosa. Muitas vezes, quem sofre não consegue pedir ajuda — por isso, esteja atento aos sinais: isolamento, falas de desesperança, mudanças bruscas de comportamento ou desistência de atividades que antes eram importantes.
Se você ou alguém próximo estiver em sofrimento, procure ajuda imediatamente. Ligue 188 (CVV), busque um serviço de saúde ou acione o SAMU (192) em caso de urgência.
💙 Falar pode salvar vidas.
NOTAS DO AUTOR: A história e baseada em fatos reais, espero que tenham gostado e a continuação esta em andamento, tão chocante quando essa, mas eu só começo a postar depois de pronta para não deixar conto incompleto.
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