Um Jogo Perigoso no Escuro
Meu nome é Wallyson, tenho 30 anos agora, e há oito anos eu era noivo de Jane. Ela era minha âncora, uma mulher que, aos 24 anos na época dos eventos, tinha olhos castanhos quentes como café fresco e uma risada que me fazia sentir em casa. Jane era prática, determinada, com cabelos cacheados que caíam sobre os ombros como uma cascata escura. Nos conhecemos em 2017, quando eu tinha 22 e ela 19, numa festa de amigos em comum. Desde então, nossa vida foi feita de noites assistindo filmes, conversas até o amanhecer e planos para o futuro. Mas, nos últimos meses do nosso noivado, em 2022, algo mudou. Algo que nunca contei a ninguém.
Jane tinha uma irmã mais nova, Daiana — Daia, como a chamávamos. Naquele tempo, Daia tinha acabado de fazer 21 anos, bem no final do nosso noivado, uns dois meses antes do casamento. Ela era o oposto de Jane: impulsiva, provocadora, com um corpo esguio que parecia dançar mesmo parado. Seus olhos verdes brilhavam com um segredo que nunca revelava, e seus cabelos lisos, castanho-claros, roçavam a cintura como uma provocação sutil. Daia morava com Jane e os pais, e, enquanto Jane era a filha certinha, Daia era a faísca que ninguém conseguia prever.
Minhas noites na casa de Jane seguiam uma rotina: filmes no sofá, Jane aninhada no meu peito até subir para dormir, exausta. Eu ficava, perdido em algum suspense na TV, até tarde. Foi numa dessas noites, uns quatro meses antes do casamento, em 2022, que tudo começou.
O Primeiro Silêncio
Era quase uma da manhã. A casa estava silenciosa, exceto pelo zumbido baixo da TV. Jane dormia no quarto, e eu estava esparramado no sofá, a luz fraca do abajur desenhando sombras na sala. Ouvi passos leves, quase imperceptíveis. Daia surgiu, vestindo um short curto de algodão e uma regata solta que mal escondia a curva dos seios. Ela não falou nada. Apenas se aproximou, os olhos fixos nos meus, com um sorriso que era metade convite, metade desafio.
Sem uma palavra, ela se ajoelhou no tapete ao lado do sofá. Meu coração disparou. “Daia, o que você tá fazendo?” murmurei, a voz rouca, mas ela apenas levou um dedo aos lábios, pedindo silêncio. Seus movimentos eram lentos, calculados. Deslizou a mão pelo meu colo, os dedos roçando o jeans até o zíper. Meu corpo ficou tenso, preso entre o choque e uma onda de calor que subia pelas pernas. “Para”, sussurrei, mas minha voz era fraca, quase um apelo.
Ela não parou. Abriu o zíper com calma, os olhos ainda cravados nos meus. Quando tirou meu pau pra fora, senti o ar travar na garganta. Eu estava duro, traidoramente duro. Daia se inclinou, os cabelos caindo como uma cortina macia, e o calor úmido da boca dela me envolveu. Começou lento, a língua traçando círculos suaves, o gosto de hortelã do hálito dela misturando-se ao calor. Depois, mais firme, mais faminta. Minha mão agarrou o braço do sofá, os nós dos dedos brancos. Não havia som, só a respiração dela, abafada, e o pulsar do meu sangue. Quando gozei, ela engoliu tudo, sem hesitar, sem deixar vestígios. Levantou-se, limpou os lábios com o dorso da mão e saiu, tão silenciosa quanto veio.
Fiquei ali, ofegante, o coração batendo como um tambor. O que tinha acabado de acontecer? Era errado, arriscado, mas o prazer ainda pulsava em mim, quente e inegável.
A Rotina Proibida
Isso virou um ritual. Por dois meses, quase toda noite que eu ficava na casa de Jane, Daia aparecia. Sempre depois que Jane dormia, sempre em silêncio. Às vezes, ela se deitava no sofá, a cabeça no meu colo, começando com toques sutis, como se fosse só uma brincadeira. Os dedos dela roçavam minha coxa, subiam devagar, testando. Mas logo a mão encontrava o caminho, e a boca seguia. Era rápido, intenso, o calor dela me envolvendo, a textura suave da língua contra a pele. Ela sempre engolia tudo antes de sumir. Eu me odiava por não resistir, por esperar, no fundo, que ela viesse. O desejo era mais forte que a culpa.
Naquele tempo, Jane começou a trabalhar cedo, numa empresa de contabilidade. Saía às sete, me dava um beijo sonolento e partia. Eu ficava na cama de casal do quarto dela, enrolando pra levantar. Foi numa dessas manhãs, já perto de Daia completar 21 anos, que as coisas mudaram.
A Voz de Daia
Acordei com o sol filtrado pelas cortinas, o quarto ainda com o leve perfume de lavanda de Jane. Ouvi a porta ranger e vi Daia. Ela usava uma camisola fina, quase transparente, que marcava cada curva do corpo — os mamilos endurecidos visíveis sob o tecido, a linha suave da cintura descendo até as coxas. Desta vez, ela não ficou em silêncio. Subiu na cama, engatinhando até mim, os olhos verdes brilhando com algo além de provocação.
“Wally, transa comigo”, disse, a voz baixa, mas firme, como se já soubesse a resposta. Meu estômago deu um nó. “Daia, não. Isso é loucura”, respondi, mas meu corpo já reagia, o sangue correndo quente. Ela sorriu, aquele sorriso que desmontava qualquer resistência. “Você quer. Eu vejo nos teus olhos.”
Ela puxou o lençol, deixando meu corpo nu exposto. Antes que eu pudesse protestar, ela estava em cima de mim, as coxas roçando as minhas, o calor da pele dela contra a minha. Seus lábios encontraram os meus, um beijo faminto, com gosto de fruta madura e algo mais selvagem, como se ela estivesse liberando algo preso. Minha hesitação derreteu. Agarrei a cintura dela, puxando-a mais perto, sentindo a pele quente sob meus dedos. A camisola subiu, revelando a pele macia, e minha mão encontrou o caminho entre suas pernas. Ela estava molhada, pronta, gemendo baixo enquanto meus dedos exploravam, deslizando na umidade quente.
“Me fode, Wally”, sussurrou, o tom quase um comando, os olhos brilhando com urgência. Virei-a na cama, os cabelos espalhados no travesseiro como uma auréola, e entrei nela com um impulso que nos fez gemer juntos. Era diferente das noites no sofá. Aqui, ela falava, pedia, se movia comigo, os quadris subindo para me encontrar. O quarto se encheu de sons — a respiração ofegante dela, o rangido da cama, o tapa da minha pele contra a dela. A pele dela era macia, quente, com um leve aroma de baunilha do creme que usava. Quando senti o clímax chegando, ela segurou meu rosto, os dedos firmes. “Na minha boca”, pediu, a voz rouca de desejo.
Saí dela, e Daia se ajoelhou, me tomando de novo com aquela boca quente e habilidosa. Gozei forte, o prazer explodindo em ondas, e ela engoliu tudo, os olhos fixos nos meus, um brilho de triunfo neles. Depois, sem dizer mais nada, ajeitou a camisola e voltou pro quarto dela, a porta fechando com um clique suave.
Até o Último Dia
Isso continuou por semanas. Toda manhã que Jane saía, Daia aparecia. Às vezes, era lento, quase carinhoso, com toques que pareciam mapear cada centímetro do meu corpo; outras, era rápido e desesperado, como se corrêssemos contra o tempo. Eu sabia que estava traindo Jane, mas o desejo era uma corrente que me puxava. Daia nunca pedia nada além do momento, nunca falava de sentimentos ou futuro. Era puro, cru, e, de alguma forma, isso tornava tudo mais fácil.
O casamento com Jane chegou, em 2022, dois meses depois de Daia completar 21 anos. Casei com ela numa cerimônia simples, com Daia como madrinha, sorrindo como se nada tivesse acontecido. Nos mudamos para uma casa nova, e as manhãs com Daia ficaram no passado. Nunca tocamos no assunto. Nunca nos olhamos de forma diferente na frente dos outros. Meses depois, Daia ficou noiva, marcou o casamento, e a vida seguiu.
Agora, em 2025, sozinho, às vezes sinto o eco daqueles momentos — o calor da boca de Daia, o som dos gemidos dela, o peso do segredo. Mas não há arrependimento. Só a lembrança de um prazer que queimou como fogo e se apagou em silêncio.