CASA DE PRAIA
O Zé tinha dado um jeito de estragar meus planos com Di, mas ele também não comentou ou me perguntou nada sobre, na real acho que ele ficou puto comigo por ter virado amigo do Di. Acho que ele não sabe ou suspeita de nada, até porque para todo mundo o Di é o cara mais comedor do bairro, por isso duvido muito que o Zé suspeite de algo, entretanto minha amizade já foi o bastante para irritá-lo — imagina se ele sonhar que transei com o amigo de racha dele e pior que gostei e não paro pensar nisso um minuto.
Terça na saída da escola fiquei cheio de esperança de encontrar com Di na lanchonete, mas ele não estava lá. Fiquei um pouco desapontado, mas já era de se esperar. Na rua de casa dou de frente com as irmãs do Zé, elas vinham conversando sobre ele e pelo jeito não era boa coisa, não queria perguntar nada, mas a curiosidade em mim venceu o bom senso então perguntei.
— E ai gente, o que o Zé aprontou agora?
— Teu amigo não vale nada Fabim, tu acredita que ele já conseguiu enrolar a Natália de novo? — A irmã mais velha falou indignada.
— Eles voltaram? — Já imaginava afinal ela dormiu na casa dele, o que só podia ser feito se eles estivessem sérios, até porque a mãe dele não permitiria que ele levasse um caso.
— Ela é muito trouxa — a mais nova completou.
— Mas ele gosta dela né, pelo menos isso — digo tentando disfarçar um pouco da tristeza.
— Fabim o José só gosta dele mesmo — a mais velha diz com tanta convicção que me faz pensar.
Me despeço delas depois disso e sigo meu rumo, elas são bem parecidas com o Zé, morenas, a mais velha tem dezenove e a mais nova doze. Elas e o Zé sempre tiveram uma relação um tanto estranha, tipo parando para pensar é compreensível que elas achem que ele não gosta de ninguém, mas eu acho que ele realmente deve sentir algo pela Natália, já por mim tenho minhas dúvidas, afinal ele escolheu ela, mesmo depois de dizer que também estava apaixonado por mim!
Não sou um bobo apaixonado, eu sei muito bem que não posso ficar esperando muito dele, afinal nada me foi prometido. Desde de que me entendo por gente ele já era desse jeito, descompromissado, tanto que quando começou a namorar fui o primeiro a não colocar fé, porém parece que estava enganado já que ele e Natália está durando bem mais que o esperado. Devo focar na minha experiência com um cara hetero e não repetir meus erros com Di, no fim foi até melhor que ele não estivesse lá na lanchonete. Estava firme nos meus pensamentos, mas tudo caiu por terra quando recebi uma mensagem dele me perguntando o que eu faria à tarde depois do almoço.
Di foi me buscar na bike do primo dele para passar a tarde com ele, ele veio todo lindo, usando uma camiseta do time dele — Corinthians — todo suado e ainda sim o cara mais perfumado e bonito do mundo, meu baixinho sedutor, os olhos verdes me comendo, posso jurar que vi o pau dele pulsar quando ele entrou na minha casa só para me dar um beijo antes da gente sair.
— Meu pai só vem para casa de madrugada, vamos ter à tarde e à noite para gente — ele diz no meu ouvido quando monto no quadro da bike.
— E o que você quer fazer? — Pergunto só para provocá-lo.
— Quero te fuder tão gostoso, meter em você e te ouvir pedindo mais — sua voz rouca fez meu pau pulsar e não só o pau, no cuzinho também piscou de desejo por ele.
— Assim — diz com a voz mais safada que consegui — mete no meu cuzinho meu homem.
— Fabim você tá me deixando de pau duro — nossa que voz e que homem.
— Ele tá duro querendo entrar em mim é? — Continuei com a sacanagem fazendo a gente quase bater a bike em um carro estacionado.
— Quero socar todinha no seu rabo gostoso, você vai gemer na minha pica vai — ouvir ele falar sacanagem tão perto do meu ouvido é coisa de maluco, estava adorando.
— Eu vou chorar dando pra você, porque seu pau é muito grande, ele vai me rasgar todinho — acho que nunca tinha sido tão manhoso como estava sendo com ele.
— Você gosta de ser arrombado né seu…
— O que, o que eu sou? — Até a respiração dele já estava ofegante, Di ficou em pé para pegar mais velocidade e também para me fazer sentir sua dureza nas minhas costas.
— Meu Fabim — acho que não era isso que ele ia dizer, mas não posso dizer que não gostei.
Chegamos na casa dele no pique de transar a tarde inteira, mas o primo dele nos viu chegando e colou com a gente, depois chegou a namorada do Lucas com duas amigas — uma delas por coincidência ou não era a mesma que o Di pegou no meu primeiro rolê na casa dele. Não sei se foi por falta de clima, mas eles não ficaram de novo, assim o que deveria ser uma tarde de muito sexo se tornou uma tarde vendo filme e falando besteira, no fim da tarde quando a sorte pareceu querer sorrir para mim com a galera se organizando para ir embora simplesmente o Di recebeu uma ligação do pai dele avisando que estava voltando para casa mais cedo e que era para ir encontrar com ele no mercado.
— Foi mau Fabim — Di estava desolado, ele queria muito transar estava na sua cara.
— Tranquilo — disse meio inconformado, porém o que tinha para se fazer além de ter paciência.
Queria dizer que nossa semana melhorou com o passar dos dias, mas não foi bem assim que aconteceu, tipo a casa do Di sempre estava ocupada, com a algum amigo ou “amiga” aparecendo do nada — sua fama de comedor era tão grande que algumas pretendentes iam até sua casa para dar para ele. — Absurdos a parte ainda conseguimos transar aqui em casa uma vez na quarta feira quando ele veio me buscar, só que ele não podia ficar muito por causa dos amigos dele que estava esperando ele para fazer alguma coisa que não me importei de querer saber o que era. Na quarta ainda consegui chupar ele rapidinho também na casa dele, enquanto o primo dela foi comprar uns salgados para gente comer — ainda bem que ele faz tudo que o Di manda, assim conseguimos um tempinho sozinhos. Depois ele foi jogar o racha da quarta, mas nesse eu não fui.
Quando mais eu ficava com o Di mais me sentia apegado a ele, com Zé minha relação já tinha esfriado totalmente, nem falando comigo ele estava mais — justo o que ele disse várias vezes que não queria que acontecesse foi o que aconteceu. — Di me chamou para ir no rolê da casa dele depois do racha na quarta, mas não queria ver ele ficando com ninguém e tipo com todos os amigos dele lá não teríamos um minuto sozinhos, por isso inventei uma desculpa e me desviei dele na quarta. Quinta ele me disse que tinha conseguido despistar todo mundo e que viria passar a tarde comigo, tomei banho assim que cheguei da escola, arrumei meu quarto, mas aí quando foi na hora dele chegar me falou que seu pai tinha acabado de chegar em casa e que queria levá-lo para um jogo do Ceará no estádio, por isso ele teve que cancelar comigo.
Estava começando a ver essas coisas como um aviso de que com Di não seria tão diferente, precisava me proteger mais, me blindar dessa coisa de me apegar a hetero, ele era tão doce e perfeito comigo, bastava ouvir sua voz que já me derretia todo — isso sem contar os olhos verdes da perdição — mas no fim o Di parecia uma droga, eu ficava com ele me sentia foda, só que depois tinha que esperar até uma brecha para poder ficar com ele de novo e o que começou a me pegar foi essa espera, estava ficando dificil ficar perto dele e não poder fazer nada e ainda ter que me policiar para não vacilar, tudo isso somado a cara de paisagem que teria que ter quando visse ele ficando com alguém de novo — minha sorte é que como não tinha ido nos rolês da casa dele naquela semana não precisei passei por isso.
Na sexta feira fui pego de surpresa com Di me esperando na porta da minha escola, ele estava tão lindo com a farda da escola dele e o caderno na mão — ele era descolado demais para usar mochila — o sorriso que ele abriu quando me fez tremer nas bases, cada vez mais uma voz na minha cabeça gritava para ficar longe dele, Di era diferente de todo mundo por quem já tinha tido um crush.
— E aí Fabim! Eu tenho uma proposta irresistível para ti — ele disse fazendo o toque de mão que era comum entre a galera da turma, o famoso bater e depois soquinho.
— E qual seria?
— Estou organizando uma casa de praia para esse fim de semana e quero que você vá.
Na hora fiquei meio preocupado, eu nunca tinha ido nessas casas de praia, mas sabia o que rolava pelas historia que o Zé me contava e que ouvia eventualmente em conversas dos amigos dele, se já não queria ver o Di com uma menina na casa dele imagina em uma casa de praia que não teria como ir embora, precisava dar uma desculpa para não chegar nem perto desse rolê.
— Não sei não Di, a gente nem vai poder ficar porque a galera vai está por lá.
— Se preocupe não que vamos ficar num quarto nós dois e meu primo com a namorada dele.
— E se você quiser dormir com alguma menina eu vou dormir onde? — Vocês já sabem que sou péssimo em esconder o que estou sentindo.
— Como assim Fabim? Se eu to te chamando é porque eu vou querer ficar contigo cara — quase o beijei na rua mesmo ouvindo ele falar isso.
— E os caras não vão achar estranho você dormir comigo no lugar de outra menina — mesmo que acredite nele de que não vai querer dormir com nenhuma menina lá, ainda sim me sentia um pouco inseguro com essa ideia.
— Relaxa, que só vai o Binho, Ryan, meu primo e a namorada dele, e as meninas que vão já são esquemas dos caras.
— Di vai esta só a gente no meio de três casais — de alguma forma isso me parecia ainda pior.
— Sim, eu sou teu homem e você é meu Fabim, então vão ser só casais lá — ele me ganhou com isso, mas eu ainda tinha muito receio — tem outros caras vão passar por lá mas dormir mesmo vai ser só a gente, vamos pow to querendo dormir contigo desde o começo da semana.
Eu: Tá bem — ainda estava tentando descobrir uma forma de dizer não para os olhos verdes provocantes.
Pensei em usar a carta da minha mãe não deixa, mas ele já sabia que ela não dizia não para mim, podia era dizer que teria drogas e tudo de mais perverso que ainda sim ela me deixaria ir falando que confiava em mim, às vezes era tão ruim ter uma fama de bom moço. Di me levou para casa, depois disse que voltava no final da tarde para me buscar, aproveitei para dar uns beijos nele antes dele sair. Passar um fim de semana perto dele sem poder fazer nada seria difícil, mas não tinha como dizer não para ele.
Como já imaginava minha mãe demonstrou zero interesse em me proibir, pelo contrário isso até a animou, já que pela primeira vez eu parecia ter mais amigos — ela até gostava do Zé, mas achava meio estranho eu praticamente ser amigo só dele — ainda com relutância arrumei minha mochila. Depois de pensar por quase dez minutos sobre levar o não minha sunga acabei optando por não levar. No horário combinado Di veio me buscar na bike do Lucas. O tio dele — pai do Lucas — deu uma carona para gente todos de carro.
A casa era da família do Binho, uma puta casa duplex muito linda, com um terreno imenso, uma piscina muito convidativa contando com um deck de madeira com uma churrasqueira enorme, enfim coisa de novela mesmo. Assim como meu homem me prometeu, só estavam ali Binho com a namorada Janna, Ryan com sua ficante Sam, Lucas com sua namorada Anna e por fim a gente — Di com seu namorado Fabim, seria um sonho se fosse verdade. Dentro da casa tinha a sala, cozinha e um banheiro, na sala também tem uma escada para o andar de cima onde ficavam os três quartos, duas suítes e um normal, o principal com varanda ficou para o Binho por ser o dono da casa, ficamos com a segunda suite com o critério de que era maior e seria dividido por Di, seu primo, a Anna e eu.
Levamos carnes para fazer um churrasco, mas como chegamos a noite ninguém estava muito afim de acender a churrasqueira então acabamos pedindo uma pizza — Di não me deixou pagar, ainda com o discurso de ser meu homem — depois que todo mundo se instalou nos reunimos no deck para comer e também como diz o Lucas começar os trabalhos. Não sou muito de beber, mas o Di fez um copo com vodka e refrigerante para mim que não ficou tão forte — diferente do dele que ficou quase puro.
Aos poucos vou conseguindo fazer uma leitura dos amigos do Di, tipo Binho não é muito amigo da galera, pelo que entendi que o pessoal aqui é mais amigo da Janna e ele está na turma porque é namorado dela. Outra coisa que percebi é que ele nasceu em berço de ouro, do tipo que nunca passou um perrengue na vida, Janna por outro lado é mais humilde e até legal, ela é tipo uma das melhores amigas do Di, a priori poderia até ter um pouco de ciúmes deles juntos, mas depois de um tempo fica meio nítido que eles são mais irmãos do que qualquer outra coisa.
O Lucas eu já conheço, ele é muito legal, mesmo que a gente não tenho trocado muita ideia desde que o conheci ele sempre me tratou bem, diferente um pouco da Anna, ela é um pouco antipática e algo em mim me diz que ela é um pouco sonsa, mas aí não tenho porque ser rude e nem indelicado então sempre a tratei bem, só me incomoda mesmo o jeito forçado que ela trata a galera.
Ryan é uma incógnita total, o cara é mais calado que uma pedra, só o que consegui catar é que ele gosta muito do Di e pelo que percebo é recíproco, Di também o adora, a ficante dele é muito amiga da Anna — deve ter sido ela quem fez essa ponte — não acho que eles tenham muita coisa a ver, não sei explicar só que quando os vejo tenho a impressão que ela quer muito ficar com ele enquanto ele só está ficando com ela, sem muita pretensão de algo a mais, — mas como falei não dá para ter certeza de nada em relação ao Ryan, não sei nem se ele gosta de mim já que desde que o conheci no primeiro rolê que fui na casa do Di ele não falou comigo nada além do necessário.
Na segunda garrafa Binho dá a ideia de jogarmos verdade ou desafio, todos animam para o jogo, menos eu e Anna. Vencidos pela maioria a primeira garrafa seca é colocada no chão e sentamos todos no chão perto da piscina para ficar melhor de girar a garrafa. Particularmente eu odeio esse jogo, mas não tenho muita experiência com ele, deve ser a terceira vez que jogo isso, é só que quando se é gay e quer guardar segredo as pessoas podem usar do jogo para serem bem maldosas. Hoje em dia não faço tanta questão de me esconder, porém não quer dizer que quero ser zuado.
A garrafa começa a gira, Lucas pergunta para Janna:
— Verdade ou desafio?
— Desafio! — Ela diz com coragem sem nem piscar.
— Te desafio a beijar a Anna — quase cuspo minha vodka, porra pensei que eles iriam começar com umas coisas mais leves, mas pelo jeito não vai ter moleza, preciso pensar nisso na hora de ter que escolher entre um e outro.
Janna sem constrangimento nenhuma caminhou de quatro até Anna, a puxou pela nuca e lascou-lhe um beijo de tirar o fôlego, dava para ver até as línguas se enroscando, Lucas nem piscava, Binho até chegou a ficar um pouco incomodado quando Lucas lançou seu desafio, porém um sorrisinho malicioso se formou meio tímido quando ele viu elas no ato. Ryan estava mais interessado no seu copo do que no beijo lésbico, mas minha surpresa foi perceber que meus olhos verdes estavam me mirando a mim e não elas. O sorriso do Di me dizia que ele deveria beber um pouco mais devagar, mas fora isso meu homem estava feliz, só não sabia exatamente por que.
Depois do beijão que elas deram a garrafa voltou a girar e dessa vez Janna perguntaria para o Ryan — e digo perguntaria porque ele nem esperou, quando a garrafa indicou que era ele rapidamente Ryan disse:
— Desafio!
— Nossa, nem pensou! — Lucas brincou.
— Te desafio a ficar só de cueca — por curiosidade olha para o Binho, dessa vez ele não reagiu.
— Fácil demais — Ryan respondeu, logo em seguida ficou de pé e tirou a camisa, depois a bermuda, os olhos da Anna quase saltam para fora secando ele, Sam ficou um pouco timida, só que não parou de secar ele, enquanto os outros ficaram zuando e rindo, coisa de bebado, até aí normal.
Ryan era branco e tinha exatamente minha altura, seu corpo magro não chamava muita atenção, porém o volume fora do normal preenchia sua cueca boxer preta, estava mole, mas algo me disse pela minha recém adquirida experiência que ele tinha uma pica maior do que a do Zé, mas nada disso me importava mais, a um tempo atrás eu teria que lutar para não encarar seu volume, mas depois do Di entrar na minha vida — e em mim — me sentia estranhamente atraído por ele mais do que por qualquer pessoa.
Cumprido o desafio Ryan girou a garrafa dando a vez para o Lucas decidir entre verdade e desafio.
— Verdade ou desafio? — Perguntou Ryan.
— Desafio! — Ninguém escolhe verdade nessa merda de jogo, que diabo de tanto segredo na vida desse povo?
— Muito bem bonitão, te desafio a tomar uma dose no corpo da Sam — isso não podia ser menos evidente a falta de interesse em sua ficante, já que ele praticamente a ofereceu para o Lucas.
Sam estava tímida, porém aceitou a brincadeira, tirando a roupa e ficando de biquine ela se deitou na beira da piscina, Binho colocou o copo com a dose entre seus seios, o sal em sua barriga e o limão entre suas pernas, — Sam era preta e tinha um corpo muito bonito com seios bem fartos, — sem usar as mãos ele aproximou-se de seus seios e pegou o copo com a boca virando a dose de uma vez, depois de cuspir o copo desceu com seu rosto próximo do corpo dela até onde estava o sal, pude ver ela estremecer, ele continuou sua jornada até entre suas pernas, ela agarrou os cabelos dele deixando a cena bem quente, Lucas pegou o limão com a boca e saiu de cima dela, todos estavam rindo e bem animados, eu estava adorando aquela sacanagem mais por dentro temia quando chegasse a vez do Di fazer algo assim, ele já estava de sunga e era o que tinha o corpo mais gostoso entre os meninos.
A garrafa voltou a girar, cada vez que ela passava pelo Di meu coração parecia que ia explodir, mas então ela parou no Binho.
— Verdade ou desafio? — Lucas perguntou para o Binho.
— Desafio, manda ver! — Binho era moreno e bem alto, tinha um corpo malhado mais magro, ele devia ter quase um e oitenta de altura e pau já duro na cueca vermelha, parecia ser bem grosso pelo volume que fazia.
— Te desafio a pular nu na piscina.
Binho simplesmente tirou a sunga e sim seu pau era bem grande, preto e veiudo, e muito grosso, ele tinha uns vinte um centímetros de rola com certeza, ele pulou na piscina e todos caíram na risada, ele saiu e sua namorada já foi levando uma toalha para ele que usou para se “cobrir.” Depois disso ele girou a garrafa e parou em mim.
— Verdade ou desafio? — Estava tão focado em pedir a Deus para a garrafa não parar no Di que esqueci de mim, a julgar pelo nível dos desafios preferi recorrer à verdade.
— Verdade! — Di começou a rir enquanto os demais começaram a protestar, mas jogo é jogo, se existe a possibilidade eles não podiam fazer muita coisa a respeito.
— O que, fala sério Fábio, vai arregar o desafio mesmo — Binho tentou me convencer a mudar uma última vez, mas me mantive firme na minha escolha.
Janna então se aproximou do namorado e disse algo em seu ouvido, Binho riu e olhou para mim. Não tinha falado muito com ela antes de hoje, então não faço ideia do que ela pode ter falado para ele, mas sei que não viria coisa boa.
— Verdade que você está trepando com alguém da nossa turma? — Quase caí para trás com essa pergunta, isso era tão pessoal e perigoso, eu não era amigo de ninguém da turma deles além do Di, se eu respondesse isso ficaria na cara que era ele, isso me fez até me arrepender de não ter escolhido desafio, pois essa pergunta era algo que nunca passou pela minha cabeça que seria feita. Meus olhos procuram pelos olhos verdes do Di em busca de socorro, mas ele está bebendo sua bebida tranquilamente. Sem ter muito o que fazer virei meu copo de uma vez, meu rosto mais vermelho que tomate, só consegui acenar que sim com a cabeça e girei a garrafa para tirar o foco de mim enquanto todos riam da minha reação — por isso eu odeio esse jogo.
— Desafio baby! — Anna nem esperou pela minha pergunta respondendo de uma vez assim que a garrafa parou nela.
— Essa é minha garota.
Anna era sem dúvidas a mais bonita alí, seu corpo era muito gostoso — para quem curte mulher é claro, que não era o meu caso, porém verdade seja dita ela era gata. — Não sabia o que falar para o seu desafio então pensei um pouco, não queria parecer um cabaço total, já tinha acabado de passar vergonha na minha vez, precisava tirar o foco de mim.
— Te desafio a dança para alguém aqui — foi a única coisa que consegui pensar e pelo menos funcionou já que a galera voltou as atenções para ela.
Ela olhou para o Lucas e ele apenas sorriu, quando pensei que ela escolheria seu namorado, a vagabunda, piranha sem vergonha simplesmente pulou para cima do meu homem, montando em cima dele e cavalgando no seu colo no ritmo do funk que tocava na hora, ela segurava seus cabelos curtos e até teve a coragem de enfiar a cara dele nos peitos dela, Lucas apenas ria sem se preocupar, enquanto eu queria arrancar ela de cima dele e afogá-la na piscina — se bem que pirnaha respira de baixo d’água então não adiantaria muito.
Quando ela saiu de cima dele pensei que tinha acabado, mas então ela virou ficando de pé e encerrou sua safadeza com o macho dos outros rebolando na cara dele com a bunda durinha e maravilhosa dela, era exatamente por isso que eu não queria ter vindo para essa merda. Eu sei que era uma brincadeira e que todo mundo estava se divertindo com todo mundo, mas era foda não poder dizer nada, ou nem pelo menos me colocar como parceiro dele, a sensação de ver alguém que você gosta ali para quem quiser era muito frustrante.
Ela finalmente terminou sua dança que para mim durou muito mais do que deveria e ela girou a garrafa, a próxima a ser desafiada — já que ninguém escolhe verdade nessa bagaça — é a Janna.
— Desafio, more! — A essa hora já não esperava outra resposta.
— Te desafio a tomar uma bebida no corpo do Lucas — Lucas tinha um e setenta de altura mais ou menos, ele era meio cheinho e branquinho que nem o Di, tinha o cabelo loiro, um rosto até bonitinho e uma bunda tão grande quanto a minha.
Janna ria e aceitou o desafio, colocaram a dose no umbigo dele e o sal mais para cima na sua barriga e o limão em sua boca. Ela de propósito percorreu seu corpo passando próximo de seu pau — Lucas assim como eu ainda estava de bermuda — e foi fazendo seu caminho, chegando no limão ela o beijou e foi bem intenso, Janna beijou seu namorado logo em seguida provavelmente para ele não surtar e girou a garrafa, que parou no Di — meu coração parou junto com a garrafa.
— Desafio! — Meu homem embora fosse baixo tinha um corpo de dar inveja, malhado da academia e com coxas grossas de tanto jogar futebol, ele tinha um volume que eu conhecia muito bem dentro da sua sunga branca.
Queria que ele pelo menos estivesse um pouco mais vestido, já tinha visto a Anna dançando em cima dele, meu coração ficou em um aperto só, não queria ver ele beijando nenhuma das meninas, pode me chamar de antiquado, mas eu não curto ver meu homem com outra pessoa, esse tesão eu não tenho — maldita hora que aceitei vir para essa merda!
— Te desafio a beijar alguém que esteja aqui — pronto, Janna passou a ser uma das pessoas que menos gosto no mundo.
— Vou buscar a outra garrafa lá dentro — não posso ficar aqui e ver ele beijando outra pessoa, ainda mais que eu acho que vai ser a Anna depois dela claramente abusar da brincadeira em cima dele.
Antes de me levantar Di me segurou pelo braço e foi quando me virei para saber o que ele queria que ele me beijou — eu quase morri, — seu beijo foi quente e suculento como sempre, apaixonado e que me tirava o fôlego toda vez, ele me teve em seus braços de uma forma que me desarmou e quando dei por mim meus braços passaram em volta do seu pescoço e só me dei conta de onde estávamos quando ouvi todos as berros comemorando, quando nos separamos eu não pensei só sai às pressas para a cozinha e percebi que ele vinha atrás de mim.