Tá Certo? Não Tá… Mas Também Não Tá Errado!

Um conto erótico de Bayoux
Categoria: Heterossexual
Contém 4655 palavras
Data: 06/09/2025 14:01:02

A sala está tumultuada, as malas se acumulam e estorvam o pequeno cômodo. O Uber já está lá embaixo, esperando. Depois de um longo planejamento, os preparativos para a viagem estão prontos - e Moema finalmente terá sua tão sonhada lua de mel.

Demorou para acontecer, seu casamento com Afonso foi há vinte anos e o Juninho já tinha barba, mas um sonho como esse nunca vai embora. “O Fonsinho é meio devagar, mas antes tarde do que nunca!” - Moema pensava sorrindo vitoriosa a caminho do aeroporto, enquanto Afonso não saía do telefone.

“O pessoal do Hermano já está no terminal e fez o check-in. Combinei de encontrarmos na sala de embarque” - foi a única coisa que ele comentou no trajeto. Hermano havia reservado a semana num resort do Caribe para as duas famílias, afinal, além de ser o padrinho de casamento deles, também era dono de uma agência de viagens.

O coração de Moema palpitava a cada etapa do embarque, sempre achando que aconteceria alguma coisa que os impedisse de viajar. Tranquilizou-se um pouco quando avistou o Hermano ao lado de Cidinha e a filha deles, o docinho da Catarina. Ver a outra família a fazia meditar sobre quão estranha era a vida.

E pensar que, quando eram todos jovens, ela quase se casou com Hermano. Eram apaixonados e Afonso foi um dos primeiros amigos dele que conhecera, junto com a sua namorada da época: Cidinha. Bastou um descuido mínimo, uma noite regada a vinho entre os quatro, uma brincadeira entre amigos e tudo se acabou: ela terminou engravidando de Juninho e Cidinha de Catarina, mas os exames indicavam que os pais estavam trocados…

Fonsinho não era mau marido, mas havia coisas nele que a incomodavam. Por exemplo, Afonso odiava sair de casa e morria de pânico ao voar - uma das razões que impedira a lua de mel até ali. Ademais, ele também carecia de atitude e era muito dependente, por isso, teve que pedir ajuda a Hermano para tudo, desde conseguir remédios para dormir durante a viagem até configurar o acesso do telefone à rede sem fio do avião - caso não dormisse.

Já para Hermano, nada lhe incomodava desde que sua esposa estivesse contente. Ele até ajeitou na agência para conseguirem ir juntos no mesmo vôo para Aruba. Cidinha queria viajar com o casal de amigos e, mais que tudo, desejava reaproximar os dois jovens.

Ao parecer, ela não cansava de tentar empurrar Catarina para Juninho. Os dois até andaram se pegando uns tempos, mas Cidinha percebia que ultimamente eles se distanciaram. E que seria melhor para acender a paixão do que uma viagem ao Caribe?

Logo antes de embarcar, Cidinha fez uma confusão com os bilhetes, rearranjando os lugares. Catarina não gostou do resultado, pedira especificamente para isso não acontecer, mas terminou sentada ao lado de Juninho - tal como a mãe havia planejado desde o início.

Era constrangedor, eles pararam de se falar há uns dois anos, depois de uma trágica tarde em que brigaram feio - e agora teriam que passar horas sentados lado a lado.

Para Catarina, tudo fora culpa do jeitão retraído de Juninho. Na única vez que a viu completamente nua, com os seios durinhos de mamilos rosados bem empinados e sua vagina coberta de pelinhos dourados, em vez de tomar uma atitude de homem, pôs-se a reclamar feito um bebezão medroso e fugiu.

Para Juninho, a culpa foi de Catarina. A doida o chamou para tomar sorvete e, quando ele percebeu, a garota estava nua, exigindo que ele deixasse o sorvete para chupar outra coisa. E quem foi que disse que ele era obrigado a comê-la? “Vê se te encherga, garota! Você não é a rainha da cocada!” - foram as últimas palavras dele.

E vamos lá, “ladies and gentlemen”, apertem o cinto que a viagem ao paraíso vai começar! - disse o piloto pelos alto-falantes com as turbinas roncando e o avião ganhando velocidade.

Horas depois, no escurinho do vôo, enquanto Juninho e Catarina estavam cada um com seu fone de ouvido para não ter que conversar, Cidinha via uma comédia romântica, Hermano tomava um bloody-mary verificando e-mails, Afonso babava na poltrona roncando pelo efeito do remédio e Moema… Bem, Moema estava agitada, não conseguia dormir pela ansiedade e muito menos ver algum filme bobo.

Resolveu conferir seu podcast predileto, só para ter certeza de que o alinhamento dos astros não atrapalharia a viagem - coisa que já fizera umas três vezes, mas podia ser que algo houvesse mudado, afinal, a astrologia não é uma ciência exata. Contudo, não conseguiu acessar a rede do avião - e teve que dar mérito para Afonso, que fora previdente pedindo a Hermano que configurasse o dele.

Pegou o telefone do marido, digitou a senha de sempre e começou a baixar o aplicativo da astrologia, quando uma mensagem entrando chamou sua atenção. “E aí, Fonso? Quando vamos foder gostosinho?” - dizia um perfil anônimo de um número desconhecido.

Imediatamente, alertas começaram a soar em sua cabeça. Moema entrou na conversa e começou a verificar as mensagens anteriores. Era uma imensa troca de propostas picantes, um dizendo o que faria com o outro na cama. Pôde constatar que aquilo vinha rolando fazia uns meses e, para seu desespero, viu que tudo começava com uma troca de nudes.

Alguma biscate lhe mandara um close de entre as pernas abertas, dizendo: “Eu sou gostosa e facinha. Você quer? Vem provar!” - Afonso respondeu como uma foto do pênis fino e comprido, bem ereto, tomada de baixo para cima de maneira a parecer maior, dizendo: “Quer me deixar doido? Pois olha só a trolha que eu vou te dar!”

Moema permaneceu sem palavras, olhando Afonso dormir. Aquilo era mesmo real? Fonsinho, o homem preguiçoso até para escolher série de tevê, tinha uma amante com quem falava baixarias? Respirou fundo e tentou se acalmar.

Repassou as mensagens e não encontrou provas de que os dois haviam tido um encontro pessoal. Talvez fosse só uma troca de provocações à toa, essas bobagens de homens na meia idade que não têm coragem de pular a cerca. Além do mais, o aplicativo de astrologia nunca alertara nada preocupante sobre seu casamento.

Inquieta, Moema decidiu verificar o quanto Afonso havia cruzado a linha, mandando uma mensagem que dizia: “Querida, eu sou casadão, não é tão fácil assim!”

Dez minutos depois, o telefone tremeu com uma nova mensagem. Moema demorou a entender a imagem que chegou. Aterrorizada, concluiu que era o close de um traseiro, acompanhado da frase: “Pois então vai continuar só na bucetinha! Já disse que não dou a raba pra homem casado!”

Moema quase teve um treco. Se não estivesse no avião, gritaria de raiva. Aquela resposta comprovou que Afonso a traíra de fato. Estava bem ali, escrito embaixo daquela bunda miserável: “vai continuar só na bucetinha!” - ou seja, ele já estava lá!

Para piorar, uma nova foto chegou em seguida. Dessa vez o traseiro era o mesmo, mas tinha um dedo indicador de homem enfiado no cuzinho - e a mão peluda do dono parecia com a do Afonso. O texto que seguia a foto era pouco original, mas provocativo: “Então? Você não quer comer o meu cuzinho? Você mesmo testou, ele é tão apertadinho…”

Quando finalmente pousaram em Aruba, a chegada não foi tão promissora. Cidinha estava de mal humor porque Juninho e Catarina mal se falavam. Hermano tinha uma ressaca descomunal depois de seis bloody-marys. Afonso parecia um zumbi, ainda sob efeito do tal remédio. E Moema… Bem, Moema esquecera da lua de mel e agora queria matar Afonso.

Uma vez no hotel, ocorreu um aborrecimento mais. Cidinha forçou a barra na agência para reservar um quarto a menos, de forma que Catarina e Juninho fossem obrigados a compartilhar as acomodações. Os dois protestaram, não bastava a história do avião, eles teriam que passar uma semana dormindo juntos? Contudo, Cidinha foi curta e grossa:

- Vamos deixar de merdinha! Querem estragar a viagem por conta dessa bobagem? Não tem nada demais ficarem juntos, vocês se conhecem desde crianças!

Depois de desfazerem as malas, todos foram para a praia e as coisas pareciam quase entrar nos eixos ante o maravilhoso mar do Caribe. Quase. As duas famílias tomavam drinks e conversavam, enquanto Moema seguia de cara fechada - e não era para menos, uma biscate andava oferecendo o cú para o Fonsinho em troca do seu divórcio!

Ao cair da tarde, estavam todos meio altos com os drinks e Moema decidiu chamar Hermano para conversar. O amigo e padrinho sempre esteve a seu lado desde que se casaram. Ele tinha ascendência sobre Afonso e podia ajudar a colocar um fim na história da bunda, sem que precisasse fazer um escândalo e atirar pelo ralo a sonhada lua de mel.

Enquanto o sol se punha, os dois caminhavam às margens da água calma com uma brisa morna soprando os longos cabelos negros de Moema, enquanto ela buscava a melhor maneira de tocar no assunto. Contudo, antes que começasse a falar, Hermano a reteve pelo braço. Embriagado e olhando-a diretamente, disse:

- Está bem, Moema, vamos direto ao ponto. Eu sei porque você me chamou! - e tascou um beijo afoito na boca da mulher do amigo.

Moema, desesperada, tentava se desvencilhar de Hermano, mas o grandalhão a retinha num abraço apertado, enquanto seguia beijando avidamente seu pescoço. Mesmo contra sua vontade, a determinação de Hermano veio como um terremoto e os atirou na areia, com ele encaixado entre suas coxas. E foi neste instante que ela se lembrou de porque estavam ali: Fonsinho e a vagabunda com o dedo no cú.

A revolta da mulher se misturou com a sede de vingança - e isso nunca fora tão fácil de conseguir como agora. Cravando as unhas nas costas de Hermano, sussurrando uma voz rouca e sensual que nem sabia de onde veio, Moema se limitou a dizer:

- Está bem, homem, quanta empolgação! Pode vir, eu deixo!

Hermano, parecendo enlouquecido, livrou-se da bermuda, afastou seu biquíni e veio preenchendo a morena com vontade. Moema levou um susto, há tempos que não era possuída daquela forma voraz, como se fosse a última mulher do mundo. A maré vinha subindo e molhava o casal na praia, com o membro grosso do homem chapinhando entre a água e as entranhas de Moema, quando ele revelou:

- Ah, minha safadinha! Eu sabia que isso de a gente não poder mais ficar juntos por causa da lua de mel era balela! Eu vou continuar te comendo como nós sempre fizemos!

Sem esperar resposta, Hermano girou Moema e a deixou de quatro. Ficando meio agachado, trouxe o bruto rombudo outra vez para dentro da amante e começou a meter, devagar e com força.

A cada golpe do homem, Moema via estrelas no céu enquanto pensava que devia estar louca em permitir que Hermano fizesse aquilo com ela em sua lua de mel. Mas daí lembrava-se do tal cú com o dedo de Fonsinho enfiado, sentia a raiva lhe consumir e seguia deixando que Hermano a comesse, só para aplacar a revolta dentro de si.

A quinhentos metros, no bar da praia, as coisas tampouco iam muito bem. Catarina e Juninho mal se olhavam e o clima era pesado. Cidinha disse estar com dor de cabeça e que iria para o quarto, fazendo um sinal para que Afonso a seguisse. O homem saiu meio aéreo, sem desconfiar do que se tratava. No lobby, Cidinha foi objetiva como sempre:

- Eles precisam ficar a sós para engatarem as coisas! Aqui é o Caribe, ora bolas! Se os deixarmos juntinhos, aposto que terminam se entendendo! - disse ela a caminho do quarto.

Afonso ficou meio perdido, sem saber para onde ir. Meia hora depois, Cidinha havia tomado um longo banho, tinha o cabelo vermelho preso no alto com os cachos revoltos e vestia um roupão atoalhado, quando bateram na porta. Devia ser Hermano, voltando do passeio.

Tudo bem, foi ela quem sugeriu que o marido afastasse Moema enquanto se encarregava de Afonso, só para deixar Juninho e Catarina a sós na praia, mas ele não precisava demorar tanto assim! Ao abrir a porta, contudo, teve uma surpresa: era Juninho. Céus, como o garoto se parecia a Afonso, seu antigo amor da juventude! Mas isso não importava, ele não devia estar ali, mas sim namorando a Catarina - e por isso Cidinha foi incisiva:

- Merda, garoto! O que você está fazendo aqui? Anda, vai lá ficar com a Catarina, seu tonto! - ela ordenou sem pestanejar.

Juninho, meio tímido, olhaou para o chão e suplicou:

- Tia, me desculpe, eu sei que ela é sua filha e tal, mas a Catarina é insuportável! Vim aqui só para pedir pra você desistir dessa idéia… Ela não quer nada comigo!

- Ah Juninho, não fala assim! O mundo dá voltas! Se a gente insistir, com certeza acaba rolando! Coragem, seja homem! - insistia Cidinha parada na porta, gesticulando enfática.

Nem percebeu que seu roupão se abria em cima, deixando entrever a marca entre seus seios volumosos e cheios de sardinhas.

- Não adianta, tia. Já falei pra você, depois daquela primeira vez… - disse Juninho apertando as mãos, querendo entrar diretamente no assunto.

- Rapaz, acredita em mim. Aquela tarde do mal entendido entre você e a Catarina não foi nada, vocês vão superar!

Juninho subiu o rosto e, olhando nos olhos azuis de Cidinha, a segurou pelos cotovelos para que parasse de se mexer e esclareceu:

- Tia! Não se faça de tonta! Eu não estou falando da Catarina, porra! Eu me refiro à nossa primeira vez!” - e avançou sobre Cidinha.

Ele veio abraçando-a, buscando desesperadamente pela segurança de seus lábios, até conseguir o beijo que viera buscar. Aquilo tirava Cidinha do sério. Ela era casada, o rapaz além de ser mais jovem era filho de seus melhores amigos, estava tudo errado, mas nem por isso conseguia resistir. A mulher odiava perder o controle da situação, simplesmente não suportava, mas Juninho sempre conseguia dela o que queria.

Empurrando-a quarto adentro, Juninho foi levando a mulher para trás até suas pernas baterem na borda da cama e Cidinha cair deitada. Com um puxão, o rapaz abriu o roupão e revelou seu corpo tentador. Aqueles pelinhos vermelhos perfeitamente aparados sobre a pele morena em seu ventre sempre o enlouqueciam.

Com um sorriso maroto, Juninho se abaixou enquanto acariciava os seios de Cidinha. Tinha um de seus mamilos escuros presos entre os dedos quando sua boca tocou as intimidades da mulher, passando a explorar com a língua toda a delícia que o mantinha preso a ela.

Quando Juninho passou a sugar o grelinho inchado e inserir dois dedos em suas carnes, Cidinha mordeu o lábio e começou a se contorcer de prazer, gemendo e chamando-o de moleque assanhado, quando na verdade quem se assanhava era ela.

Os espasmos do orgasmo vieram em seguida, deixando-a imersa numa confusão onde mal conseguia pensar. Esse era o momento preferido de Juninho. Sem permitir que Cidinha se recuperasse, puxou o membro e já foi colocando a ponta entre os lábios úmidos da mulher. Com um simples empurrão, entrou fácil e certeiro.

Cidinha perdeu a respiração e arregalou os olhos com o jovem apertando seus seios e estocando com gosto dentro de si, reacendendo o primeiro orgasmo que nem terminara sequer. Juninho era inesgotável na cama, ela sabia que enquanto ele seguisse comendo-a, não terminaria nunca de gozar - e isso era o que tornava irresistível estar com ele.

Era prazer e culpa ao mesmo tempo: Juninho a fazia gozar como ninguém, mas Cidinha nunca se perdoaria por ter seduzido o rapaz quando ele quase namorava sua filha, só porque ele a fazia lembrar de Afonso. O resultado foi aquela tarde desastrosa, quando Juninho se negou a comer Catarina pois já tinha desenvolvido fixação por sua mãe.

Na praia, Moema agora estava em pé apoiada numa palmeira e sentia a textura áspera roçando seu peito à medida que Hermano a retinha pela cintura, a chamava de gostosa e seguia estocando o membro grosso atrás dela, fazendo-a gemer na busca por esquecer da história de Fonsinho e a vadia das mensagens.

Afonso, por seu lado, resolveu buscar o filho para ver se faziam algo juntos, já que Moema ainda passeava na praia com Hermano. Ao bater na porta do quarto, quem abriu foi Catarina, vestida de camisolinha e pronta para meter-se na cama.

Afonso perguntou por Juninho, meio constrangido. Conhecia Catarina desde que nascera, mas agora ela era praticamente uma mulher feita e estava diante dele com uma camisolinha cor-de-rosa muito fina, deixando bem marcados os biquinhos duros de seus seios e transparecendo que não usava calcinha.

Sem se importar, Catarina disse que Juninho não estava. Afonso falou em ir procurá-lo por aí, mas a loirinha respondeu para ele deixar de bobagem, convidando-o para esperar pelo filho ali, pois eles precisavam conversar. Estava curiosa para saber como iam as coisas.

- As coisas? Garota, não tenho boas notícias. Você percebeu, não foi? - disse ele ao entrar e instalar-se numa poltroninha de canto.

- É, pelo visto tudo ainda está igual. Tia Moema foi passear na praia com o papai e o Juninho desapareceu com a mamãe - respondeu a jovem sentando-se na borda da cama.

- Bem, a gente tentou e não funcionou. Moema viu as mensagens, mas em vez de sentir-se ameaçada, ela continua dando pro Hermano. E muito menos falou disso com o Juninho, que agora mesmo deve estar lá, comendo a sua mãe.

- Tio, não fala assim. Eu morro de vergonha quando penso nisso.

- Vergonha de quê? A culpa não é sua! É deles, só deles! Não se deixe afetar pela loucura dos outros! - Disse Afonso fechando o punho sobre o braço da poltrona, contendo sua raiva.

- Não é isso. Não tenho vergonha daqueles descarados. Tenho vergonha de ter exposto você assim, afinal, a ideia foi minha.

- Mas eu aceitei. A história da troca de mensagens falsas dando a entender que eu tinha um caso foi ideia sua, mas eu topei. Você é só uma garota, eu sou adulto, devia ter um pouco mais de madurez e…

- Você ainda não entendeu. As mensagens são uma coisa boba. Estou falando das fotos - ela esclareceu, apertando as mãos e olhando para o chão, sem conseguir encarar Afonso.

- Eu entendi sim, garota. Cruzei uma linha que não devia. Sou vinte e tantos anos mais velho e foi errado meter meu dedo no seu cu. Me desculpa, mas é que quando fotografei você de quatro me deu um impulso e eu não resisti…

- Tio, não me chama de garota, eu já sou mulher. O problema é que eu gostei de trocar aquelas fotos. Foi a coisa mais excitante que eu já fiz. E quando você meteu o dedo lá…

Catarina a esta altura tomara coragem. Se pusera de pé e olhava para Afonso, enquanto dava pequenos passos em sua direção, sempre com os braços estirados e uma mão agarrando a outra, num sinal de ansiedade.

Afonso não era bobo, logo entendeu o rumo que a conversa tomava. Cada célula de seu corpo queria ficar, mas ele já avançara o sinal antes - e se arrependia por ter metido o dedo no cú da menina quando planejavam forjar um caso e impressionar Moema.

Tentando evitar um desastre maior, ele agiu rápido, levantando-se para ir até a porta já se despedindo, mas Catarina o atalhou, segurando-o pelo braço e dando um puxão para ficarem frente a frente.

- Tio, me deixa terminar. Desde que você enfiou aquele dedo, sei lá, me arrepio só de pensar… E o problema é que eu não paro mais de pensar nisso, entende?

- Catarina, isso seria inapropriado de tantas maneiras que nem sei dizer. Garota, eu vi você crescer!

- Já pedi pra não me chamar assim! Não sou uma garotinha! Olha o tamanho dessas coxas! Vê bem esses peitos! Presta atenção na minha bunda! Sou uma mulher e quero você!

- Não, Catarina! Assim não! Nós não podemos nos rebaixar como os demais! Se deitarmos naquela cama, vamos ser exatamente iguais a eles e depois vai bater o arrependimento!

- Mas a gente tentou terminar com essa bagunça entre nossas famílias e não deu certo! Porque nós não podemos aproveitar também?

- Porque eu não vou viver como eles, enfiado numa mentira por estar casado com a pessoa errada. E nem desejo isso pra você, que merece coisa muito melhor!

- Mas eu quero! É só uma trepada, ora bolas! A gente faz e pronto, acabou! Do jeito que você olha pra minha bunda, vai dizer que não quer comer o meu cuzinho de verdade?

- Catarina, uma trepada nunca é tão simples como você faz parecer. Sempre existe um preço a pagar. Olha, faz assim, deixa eu pensar, tá bom? Se a gente fizer, vai ser do meu jeito. Juro que resolvo isso até amanhã de noite! - disse ele se desvencilhando da loirinha.

Quando entrou no próprio quarto, o coração de Afonso batia acelerado. Foi difícil resistir à Catarina oferecendo o cuzinho, mas ele conseguiu. Faltava tão pouco para conseguir realizar que havia imaginado há tanto tempo… Além do mais, não podia fraquejar agora, quando estava tudo arranjado para o dia seguinte!

O dia ensolarado e quente do Caribe fez tudo parecer mais lento.

Moema e Cidinha se corroíam por dentro, uma por deixar que Hermano a comesse de novo por pura vingança, enquanto a outra se arrependia por não conseguir resistir a Juninho, permitindo que a usasse como costumava. As duas mulheres giravam nesse círculo de prazer e culpa, e isso ia desgastando o que de bonito havia em suas vidas: a família.

Hermano e Juninho tampouco ficaram felizes. É certo que conseguiram outra vez ter em mãos as mulheres que tanto desejavam, mas saber que tudo era tênue e que podia se desfazer num estalo os exasperava. Moema sempre jurava que seria a última vez com Hermano e Cidinha só fazia empurrar o jovem para Catarina, tentando se livrar dele.

Para os dois homens, viver esperando que caísse uma guilhotina e lhes decepasse a única alegria que tinham era um desafio diário, assim como era um desafio também para Catarina conter-se. Ela já tentara de tudo, tudo mesmo, mas não conseguira fazer Afonso deixar de bobagem e realizar seu desejo.

Era pedir muito que Afonso a comesse? Ela era jovem, bonita, gostosa, liberal, o sonho de todo rapaz. Que diria então de um velho? Como ele conseguia resistir? Mesmo tendo arranjado uma maneira de enviar nudes para ele, Afonso não se mexeu. Depois, Catarina o deixou enfiar um dedo no seu cú, era uma jogada fatal, mas isso só a fez ficar com mais vontade, porque ele não foi adiante.

Para culminar, ela o cercou no quarto só de camisolinha, havia apertado os mamilos antes de abrir a porta para deixá-los durinhos e tentadores, tirou calcinha para parecer fácil e o fez entrar. Pediu explicitamente que a possuísse, oferecendo até o cuzinho, mas ainda assim o homem deu um jeito de fugir. Pior ainda, prometeu que se decidiria até aquela noite - e isso transformou seu dia numa longa espera ansiosa.

Ao final da tarde, todos receberam com surpresa sacolinhas do resort, trazendo convites para um jantar na praia e roupas especiais para a ocasião. Ao chegarem no lugar indicado, havia uma mesa enorme posta em frente ao mar, resfriadores com gelo e diversas bebidas, tudo rodeado por tochas que davam uma iluminação especial ao jantar.

Afonso estava atrasado, então Moema se adiantou com Juninho. Ao chegarem, encontraram Hermano já preparando o bloody-mary e Cidinha apreciando a beleza do jantar. Os dois homens riam porque vestiam a mesma camisa florida com bermuda branca, enquanto as mulheres não gostaram de ter que usar roupas idênticas, vestidas com a mesma estampa floral, iguais à camisa dos homens.

A mesa tinha lugares marcados, puderam ver que o jantar fora preparado somente para as duas famílias e então foram sentando-se, à espera dos demais. Quando Catarina apareceu, houve uma certa comoção. A loirinha usava um vestido branco esvoaçante de gaze que flutuava na brisa do Caribe e parecia um anjo.

Cidinha e Moema protestaram, afinal, todos deveriam usar a roupa designada para o jantar, mas Catarina respondeu que aquele era o vestido que recebeu e nem fazia ideia de que era diferente dos demais. Obviamente, ninguém acreditou.

E então veio Afonso, parecendo uns dez anos mais jovem com uma calça de linho bege bem cortada e uma camisa de malha branca, usando um blazer leve por cima. Em meio aos protestos de todos, ele simplesmente sorriu e sentou-se na cabeceira da mesa, entre Moema e Catarina.

Abriu uma garrafa de champanhe e serviu a todos para brindarem, o que amenizou o clima - mas não muito. Hermano não suportava que outro homem chamasse mais atenção que ele. Cidinha deu um suspiro para Afonso e Juninho se enciumou. Moema analisava o marido boquiaberta, pois nem o reconhecia naquela roupa. E quanto à Catarina…

Bem, Catarina sentia um comichão enorme lá embaixo vendo Afonso jovem e bem vestido assim, o que só fazia desejá-lo com mais força. Seria um suplício passar o jantar em família sem dar pinta do que acontecia entre eles - e o pior era isso: nada estava acontecendo entre eles!

Quando Afonso puxou o brinde, Catarina quase gozou ouvindo sua voz tranquila, mas com certa imponência imperativa no tom, para que todos o escutassem.

- Queridos amigos! Querida família! Ordenei esse jantar para comemorarmos! Demorou muito tempo, mas finalmente estamos em lua de mel! Espero que aproveitem a semana!

Alguns fizeram menção de bater as taças, mas Afonso os interrompeu, continuando:

- Sim, eu realmente espero que Hermano e Moema estejam fodendo como coelhos! Não é sempre que se encontra a companhia certa e tem a oportunidade de ir trepar no Caribe com ela, mesmo sendo casados com outras pessoas! Aproveitem!

Hermano engasgou olhando para Cidinha, enquanto Moema ficou vermelha, tendo cara de estupefação. Antes mesmo que dissessem alguma coisa, Afonso seguiu falando:

- Espero também que Cidinha receba meus agradecimentos por cuidar tão bem do Juninho! Quando uma mulher tem a coragem de dar a buceta descaradamente para um rapaz mais novo, mesmo sendo casada, é porque ele é a pessoa certa! Aproveitem também!

Cidinha cuspiu o champanhe sobre a mesa e Juninho quis levantar e partir para cima do pai, mas Moema o segurou, gritando:

- Homem do céu, você enlouqueceu? Afonso, o que é isso?

- É Afonso, que porra é essa? Eu juro que nunca toquei na Moema! - mentia Hermano.

- Você está me chamando de velha? É isso mesmo que eu entendi? - berrava Cidinha.

- É pai, a Cidinha não é velha, ela é muito mais gostosa que muita garota por aí! - retrucava Juninho, com os olhos saltando da cara.

Catarina tomou a taça inteira de champanhe num gole e ria, adorando o forróbodó que se armou. Afonso acabara de ganhar o prêmio de homem do ano, expondo todas as falsidades que os circundavam há tempos.

- Calma, gente! Calma! Eu espero que estejam curtindo a lua de mel de vocês, eu armei tudo isso só para que ficassem à vontade e pudéssemos falar abertamente entre nós! Vocês casaram com a pessoa errada, mas encontraram a pessoa certa e não conseguem desistir dela! Todos merecem estar aqui uns com os outros, sem mais mentiras nem culpas, porra!

A indignação geral foi morrendo e dando lugar a um constrangimento silencioso. Todos sabiam que Afonso estava certo, mas era proibido demais assumir aquelas verdades. Só Catarina foi capaz de levantar e aplaudir. Afonso a olhou com um sorriso vitorioso e terminou o brinde estendendo-lhe a mão:

- Perdoem-me a indiscrição, mas tenho que me retirar. Tempos atrás decidi que, se eu fosse comer a Catarina, seria num hotel na praia. É só por isso que estamos todos aqui!

Os presentes nem se olhavam entre si, tamanho o desconcerto provocado pelas palavras de Afonso. Para romper o silêncio, ele ainda completou, já levando Catarina pela cintura:

- Agora nós iremos para o quarto, vou colocar a plaquinha de “não perturbe” até o fim da semana e espero que vocês respeitem… Agora é a vez de vivermos a nossa lua de mel no Caribe!

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Comentários

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UAU mereceu cada estrelinha, a história vai se desenrolando e cada vez aumentando as apostas, cada vez um choquinho diferente, amei parabéns.

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Sabe Dani, é como a mágica. Você distrai o leitor com uma coisa enquanto prepara a surpresa com a outra, o tempo todo.

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Eu estou... Ok.. Estou com inveja da Catarina.

kkkkkkkkkkkk

Muito perfeito... Mereceu cada estrelinha.

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Obrigado Giz! Eu tenho inveja do Afonso, kkk

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Muito bom mesmo hilário e Afonso um verdadeiro gentleman fazendo tudo correto

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Depois dos contos do fundo do poço, precisava escrever algo divertido, rs

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kkkkkk muito bom! Que reviravolta nesse final! Afonso mitou demais e vai comer a novinha mais gostosa das 3 mulheres. Parabéns, meu amigo! Três estrelas com louvor!!!!

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Obrigado Carlos! Estava pensando: Afonso deve ser o primeiro “não-come-quieto” da história erótica, kkkk

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Porra cara, vc é fodastico!! Dá gosto ler seus escritos. Grande abraço. Nelson Rodrigues encarnou em vc. Kkkkkkk

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Na mosca, Petrucio! Esse é bem Nelson Rodrigues falando de famílias disfuncionais com humor!

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