A noite estava se iniciando e a primeira coisa que ela viu, ao sair do banheiro, depois de tomar um banho relaxante, foi a carta do proprietário da pequena Kitnet onde morava, repousando em cima da mesa como uma cobra venenosa a lhe olhar. Cobrando, intimando, ameaçando com uma ordem de despejo, caso o aluguel daquele muquifo não fosse pago em até três dias.
Aquele local não era nem de perto o lugar que ela tinha sonhado para viver, quando decidiu sair de casa e enfrentar a vida sozinha, longe das violências e preconceitos que sofria.
Naquele pedaço o aluguel era pago semanalmente. Não se exigia fiador, nem depósito, nem garantias, o aluguel era cobrado semanalmente. Em caso de atrasos, geralmente se recebia um aviso, antes de ser expulsa e correr o risco de ter um osso, ou um dente quebrado pelos proprietários daqueles pequenos espaços malconservados, no centro da cidade mais rica do país.
Olhou a bagunça ao redor. Roupas jogadas por todos os lados, maquiagem e perfumes largados em cima da pequena mesinha de canto, alguns pratos sujos na pequena pia e muitos pares de sapatos altíssimos, brilhosos e bem limpos, a única coisa que ela fazia questão de cuidar. Tinha verdadeira obsessão por sapatos de salto alto. Se sentia uma rainha quando se equilibrava em cima daqueles objetos de desejos.
Olhou na direção da parede suja, com a atinta descascando e pequenas rachaduras. Muitas vezes se perguntava se aquele prédio não estava condenado, se não corria risco de desabar a qualquer momento. Só torcia para estar longe dali, quando isso acontecesse.
Se olhou no grande espelho que ficava na parede e jogou o belo e volumoso cabelo para a frente e, logo depois, para os lados. Tinha um orgulho imenso daquele cabelo que chamava a atenção por todos os lados por onde passava. Desde muito jovem era reconhecida pela beleza dos cabelos. Até sua mãe invejava os seus cabelos.
Ela tinha consciência de que um dos pontos altos de sua beleza era aquele cabelo e as técnicas de maquiagem que tinha aprendido, assistindo vídeos e tutoriais na internet.
Pegou a escova dentro de sua pequena bolsa dourada, e começou o ritual que fazia há muito tempo. Cinquenta escovadas antes de sair e mais cinquenta antes de dormir, não importava como chegasse em casa. Mesmo cansada de bater calçadas, mesmo se estivesse morta de sono, era sagrado o ritual das escovadas capilares.
A semana tinha sido difícil, quase não tinha lucrado nada. Poucos clientes e, quando estava finalmente com o dinheiro do aluguel, foi atacada e extorquida pela dona do ponto, uma travesti velha e violenta, que cobrava uma diária pesada de quem trabalhava ali naquela avenida movimentada de um bairro luxuoso.
Quem não pagava corria o risco de apanhar e, no caso dela, já tinha sido ameaçada de ter os belos cabelos raspados. Todas as prostitutas faziam questão de manter suas diárias em dia, para não correrem o risco de serem punidas pela cafetina, ela não era diferente, perdera o dinheiro do aluguel, mas pelo menos não tinha sido punida.
Agora era se colocar linda e batalhar mais uma grana, para afastar de vez a ameaça de ser despejada. Não tinha ninguém com quem contar na selva de pedra. Aos vinte e dois anos era uma menina linda e vulnerável, jogada na jaula dos leões, que era a grande metrópole.
Longe dali, no bairro luxuoso onde ficava a avenida que virava o ponto de prostituição mais famoso da grande metrópole, ele se arrumava, colocando sua roupa sóbria e preta para dar a sua volta pela madrugada.
Era alto, forte, elegante, próximo de completar seus cinquenta anos. Tinha aprendido a se portar com as aulas que a velha mãe, já morta, lhe passara rigorosamente, em lições que, quando não aprendida, lhe rendia violentos tapas na face. Sua mãe sempre soube como educar um filho único.
Ele estava obcecado, nos últimos dias, por aquela imagem que tinha visto há cerca de duas semanas atrás. Foi quase como reviver um filme real. Ela estava ali na avenida. Bonita, cabelos ao vento, bem maquiada, saia curta, seios fartos, corpo pequeno, embora forte, cheio de curvas, inclinada nas janelas dos carros, negociando o preço do programa, como tinha feito com ele há seis meses atrás.
Aquela imagem o levara ao delírio, não podia ser. Ela tinha partido, era certeza, a não ser que fosse uma irmã gêmea, ou efeito de sua mente sempre tão agitada.
Desde então passara a vigiá-la. Tirava seu belo carro da garagem e passava vagarosamente pela avenida, olhando para todos os cantos e esquinas escuras, tentando vê-la novamente.
Esperava ter mais sorte nessa noite quente e um pouco abafada, noite em que os desejos mais obscuros costumam aflorar nos seres noturnos, nas pessoas que têm as madrugadas como seu horário preferido. Os seres notívagos.
Terminou de abotoar a camisa, se olhou atentamente no espelho, retocou o perfume amadeirado e desceu para a garagem, onde entrou em seu carro preto e saiu, com a certeza de que naquela noite a encontraria novamente.
No centro da cidade, dentro da pequena kitnet com cheiro de mofo, ela dá um último retoque no cabelo, retoca o batom extremamente vermelho, ajusta a micro saia dourada, acomoda os seios fartos dentro da pequena blusa transparente, borrifa seu perfume doce e marcante e sai em direção à avenida da zona sul, na esperança de ganhar, nessa noite, o dinheiro do aluguel atrasado.
O velho taxista que trabalhava na madrugada, sempre levando ou trazendo essas profissionais da noite, a deixou no início da avenida e ela foi deslizando em cima de seus saltos altíssimos, como se levitasse pela avenida. Seus cabelos flutuavam ao vento, deixando sua imagem ainda mais sedutora. Conversou com algumas companheiras de profissão, mesmo sendo novata na cidade, já tinha feito algumas amizades, principalmente entre as meninas da avenida.
Ficou sabendo que a noite estava agitada, mas os clientes pareciam só querer olhar. Os programas estavam devagar, muita gente pechinchando os preços. Tentou não desanimar, algo lhe dizia que iria conseguir o dinheiro do aluguel. Olhava as luzes foscas dos poucos pontos iluminados nas janelas das edificações, na sua maioria comerciais, e se perguntava quando poderia brilhar de uma maneira mais consistente, menos degradante.
Sabia que não tinha uma resposta fácil para a pergunta, mas não queria desanimar. A parte pior de sua jovem vida tinha ficado para trás, ela tinha que acreditar num futuro que seria brilhante. Necessitava dessa fé para se manter viva.
Já passava das duas horas da madrugada, só tinha conseguindo cem reais que ganhara fazendo boquete dentro de um carro barato, para dois moleques, estudantes que não tinham mais dinheiro para um programa completo. Estava de volta ao seu ponto quando ouviu um barulho estranho e uma correria das meninas vindo em sua direção.
— Corre mulher, se esconde, são os caras. – Ela ouviu isso de uma garota descabelada e se pôs a correr também, se equilibrando em seus saltos altos, mas sem saber muito bem para onde ir. De repente ouviu uma voz grossa e um carro parando ao seu lado:
— Entra aqui. Seu salvador chegou. – Ela só olhou rapidamente e viu um homem elegantemente vestido. Se jogou no carro e ele saiu rapidamente. Rodaram poucos metros em silêncio e ela percebeu que ele a olhava profundamente, parecendo querer gravar suas feições ou a reconhecendo de algum lugar. Ela, ao contrário, tinha certeza que nunca o tinha visto.
— Obrigada moço! Você apareceu na hora certa. Eu não sei o que aconteceu, mas estava todo mundo correndo, eu corri também. – Ela disse, ainda estranhando o jeito como ele a olhava.
— Você é nova por aqui, né? Era o bando dos policiais corruptos que, de vez em quando, aparecem na avenida para tomar a grana das meninas e até espancar as que não têm dinheiro.
— Ainda não tinha passado por isso. Estou nessa avenida há uns três meses e na cidade há uns seis meses. Como você sabe disso? – Ela perguntou curiosa.
— Eu moro aqui na região. Estou sempre por aqui nas madrugadas. – Ele respondeu, ainda a olhando atentamente.
— Dá pra ver, pelo seu carrão, que você mora num bairro fino e caro como esse. E aí, tá afim de uma diversão? Já estamos no seu carro mesmo. – Ela disse, enxergando nele a possibilidade de um programa, de faturar alguma coisa naquela madrugada que parecia perdida.
— Você não é ela! – Ele disse com uma voz decepcionada e entristecida ao mesmo tempo. Ela, confusa, não entendeu muito bem.
— Ela quem? Você me confundiu com alguém? – Ela tentou entender.
— Deixa pra lá. Você não é ela, nem poderia ser mesmo. Mas é tão parecida que poderia ser irmã gêmea. – Ela continuou não entendendo, mas resolveu que não poderia perder aquela oportunidade de faturar algum dinheiro.
— Olha, eu não sei quem é ela, mas pode ter certeza que eu posso ser ainda melhor. Posso te garantir que sei fazer coisas que te farão esquecer qualquer uma.
— Acho difícil. Ainda tenho a imagem dela gravada na mente. Vamos ver se você consegue superar essa lembrança. – Ele disse essa frase com um sorriso sinistro nos lábios, mas ela não deu importância. Tinha de faturar alguma coisa para dar ao dono da Kitnet.
— Vou superar, pode acreditar. Trezentos reais é o meu preço, pagamento adiantado. Te farei esquecer qualquer coisa, pode acreditar.
— Se você cumprir o que tá prometendo eu te pago o dobro. Vamos para o meu local. – Ele disse isso e seguiu rumo a região central. Os olhos dela brilharam diante da promessa de ganhar o dobro.
Ele se manteve silencioso, embora ainda a olhasse de maneira estranha. Em poucos minutos estava na região central e se aproximavam da área onde ela morava. Ela achou estranho o caminho, mas não questionou nada. Achou que se tratava de um homem casado querendo ir em algum hotelzinho vagabundo da região central, para não ser reconhecido.
Ele deu algumas voltas pelas ruas escuras da boca do lixo e logo estava numa área completamente decadente, duas ruas à frente de onde ficava o prédio horroroso onde ela morava. Ele parou numa esquina escura, em frente a um prédio completamente decadente.
Desceu do carro, olhou ao redor como se estivesse tentando ver alguém nas redondezas, mas estava tudo deserto. Nessa hora ela teve um pouco de medo, mas ele lhe sorriu, abriu a porta para que ela descesse e retirou um molho de chaves do bolso.
— Vamos lá! É aqui. – Ele disse, apontando para a portaria do prédio que estava absolutamente deserta, sem porteiro, mal iluminada. Ele abriu a porta e a mandou entrar, olhando novamente a rua.
— Você mora aqui? Você me falou que era daquela região onde me pegou? – Ela perguntou com uma cara de descrença e desconfiança.
— Sem muitas perguntas, querida! É aqui o meu local. Fica tranquila que você vai receber o seu dinheiro. – Ele disse, mostrando uma certa irritação na voz. Apertou o botão do velho elevador e logo ela ouviu o barulho de ferro velho se movimentando. O elevador parou no nono andar e eles desceram.
Logo estavam entrando em um apartamento antigo, com papel de parede manchado pelo tempo. Tudo ali cheirava a velho, mas estava limpo. Alguns lustres e peças de bronze devidamente polidos, brilhantes. Era um apartamento pequeno, mas espaçoso. Ela chegou a acreditar que ele realmente morava ali.
Logo à frente ela pode ver uma pequena sacada, e sentiu um vento leve que balançava uma velha cortina de renda.
Ele se aproximou dela, passou a mão em seus braços desnudos, segurou seu queixo e olhou dentro de seus olhos. Nessa hora ele sentiu um pequeno calafrio. Tinha um brilho estranho em seus olhos.
— Você não é ela. Parece demais. Poderia ser irmã gêmea, ou dublê, mas não pode ser ela. – Ele disse novamente, com aquela voz de decepção. Ela chegou a repensar a escolha que tinha feito ao entrar naquele carro. Lembrou do aluguel e seguiu em frente.
— Vou ser melhor do que ela, querido. Pode acreditar. Seus trezentos reais serão bem recompensados. – Ele falou, lembrando a ele o pagamento adiantado.
Ele se afastou um pouco, abriu uma pequena gaveta num armário antigo, cheio de livros. Ela viu, pela lateral do olho, ele mexendo na pequena gaveta, como se estivesse contando cédulas de dinheiro. Ele fechou a gaveta, se aproximou dela e lhe entregou as três notas de cem reais. Ela sentiu um alívio no peito e guardou o dinheiro em sua pequena bolsa. A metade do aluguel estava garantida.
Ela levou a mão até os braços dele, tentou fazer um carinho em seus braços fortes, por cima do blazer que ele usava. Ele a repeliu bruscamente e falou de maneira ríspida:
— Não me toque, vagabunda! Apenas obedeça! Se ajoelha. – Ela se assustou com a rispidez dele, mas resolveu obedecer. Ajoelhada em sua frente ela o viu abrir o zíper da calça e colocar para fora um pau imenso, extremamente duro. “Chupa vadia!”.
Em segundos aquele pau descomunal estava em sua boca, invadindo sua garganta, quase fazendo-a sufocar. Ela fazia o melhor que podia. Mamava a cabeçona da rola, passava a língua pelo corpo do caralho e logo voltava a engolir aquele mastro, sugando e deixando ele bem lubrificado. Queria que ele gozasse logo e a deixasse ir embora. Ele gemia baixo e a segurava pelos cabelos, puxando sua cabeça de encontro a sua virilha, enterrando o pau em sua garganta sem se importar com a respiração dela. O ar lhe faltava e ela sentia lágrimas correndo pelo seu rosto.
— Até a mamada é igual a dela. Chupa vadia! Você mama como ela me mamou. – Ela o ouviu sussurrar e ficou imaginando que lembranças passavam pela cabeça daquele homem estranho. Bonito, pauzudo, parecia rico, mas muito estranho. Tentava respirar, quando ouviu um novo comando:
— Levanta, vagabunda! Eu quero te foder.
— Eu preciso te falar uma coisa. Acho que você sabe, mas... – Ela nem conseguiu concluir a frase e sentiu suas mãos fortes segurarem seus cabelos com força, fazendo ela sentir uma dor intensa.
— Já te mandei calar a boca! Você fala demais, para uma vadia. Eu quero te foder e pronto. Vamos para a sacada. Quero sentir o vento da madrugada. – Ele a empurrou em direção à pequena sacada, ainda segurando seus cabelos. Ela praticamente foi arrastada para o local. Ela até gostava de um homem mais bruto, mas aquele estava conseguindo lhe assustar.
— Eu só quero te fa... - Mais uma vez não conseguiu completar a frase.
— Cala essa maldita boca! Eu vou foder esse teu rabo, vadia! – Ele falou entre dentes e apertou ainda mais seus cabelos entre os dedos. Ela sentiu a sua mão levantar sua saia minúscula, arrancar a sua tanga fio dental com um puxão brusco e em seguida ele a curvou no parapeito da sacada.
Ela o ouviu cuspir e logo seus dedos molhados de saliva estavam lubrificando seu cuzinho. Sentiu a cabeça quente pincelando suas preguinhas e olhou para baixo, vendo a altura em que estavam. Sentiu uma brisa quente tocar o seu rosto e uma estocada forte a fez soltar um leve grito.
— Ai meu cu! Devagar, por favor! – Ele nada respondeu. O pau imenso foi rasgando suas pregas, se afundando em suas entranhas, alargando tudo por dentro.
Sua mão pesada ainda segurava seus cabelos, a outra pousava sobre seu ombro esquerdo, enquanto ele estocava forte seu cuzinho, entrando e saindo como uma espada de aço quente. Ela tentou se acalmar, tentou até rebolar um pouco para acelerar o gozo e ir logo embora. Ele continuava socando, impiedosamente, aquela estaca de nervos em seu buraquinho.
— Eu vou gozar, vadia! Vou encher teu rabo de leite. Vagabunda! Toma no cu vagabunda! – Ele enterrou sua rola lá no fundo e ela sentiu o pulsar daquela vara, inundando seu cuzinho. Sentiu um alívio. Sabia que logo estaria em casa.
Ele arrancou seu pauzão bruscamente de seu cuzinho machucado e, ainda segurando o seu cabelo, começou a empurrá-la no parapeito da sacada. Ela se desesperou e começou a falar:
— Me larga cara! Me solta. – Ela forçava seu corpo para trás, enquanto ele a empurrava para frente, tentando jogá-la da sacada. Ela tentou gritar, mas sentiu a mão forte dele lhe tapando a boca. Os olhos dele estavam transtornados e ela sentiu um calafrio na espinha dorsal.
— Você vai pra perto dela. Vai ficar com ela. – Ele falava e a empurrava com força. Ela sentiu que iria morrer, mas, de repente, ele olhou para baixo e parou de empurrá-la. Soltou os cabelos dela e se curvou sobre a sacada apontando para o solo.
— É ela! Ela está lá! É ela! Você a trouxe de volta, sua maldita. Eu vou te matar.
Ele se voltou com os olhos aterrorizados e tentou segurá-la novamente. Ela foi mais ágil e, usando toda a força de que era capaz, o empurrou contra o pequeno parapeito da sacada. Seu corpo grande e forte se desequilibrou e mergulhou no ar.
— Filho da puta! Você escolheu a pessoa errada para matar. Maldito! – Ela disse olhando, lá de cima, seu corpo espatifado no chão.
Ela recuperou a respiração. Pegou a calcinha rasgada do chão e guardou dentro da pequena bolsa.
Foi até o pequeno banheiro, lavou cuidadosamente seu cuzinho rasgado na pia, tendo o cuidado de não tocar em nada. Lavou a pia para não deixar vestígios. Ajeitou o micro pênis entre as pernas e arrumou a minúscula saia dourada. Um dia ainda faria a cirurgia que sonhava desde que era adolescente e se sentia estranha, ao olhar aquela pele sobrando-lhe entre as pernas.
Pegou a pequena toalha de rosto que estava estendida no box e enrolou na mão fazendo uma espécie de luva.
Na sala, ela abriu a pequena gaveta onde o vira mexendo. Encontrou um bolo de cédulas de dinheiro e algumas joias, relógios, pulseiras e anéis. Pegou tudo cuidadosamente e colocou em sua pequena bolsa.
Olhou e viu que estava tudo em ordem, nada fora do lugar. Viu um pequeno pano de seda vermelha forrando o encosto do velho sofá. Pegou o pano e enrolou em sua cabeça, como se fosse um lenço mulçumano, hijab, cobrindo quase todo seu rosto.
Ainda usando a toalha como luva protetora, abriu a porta e a fechou por fora, levando a chave consigo. Curiosamente o prédio todo estava absolutamente silencioso.
O velho elevador ainda estava no andar. Desceu, sentindo o coração batendo forte em seu peito.
Ainda teve sangue frio de olhar na direção de onde o corpo dele jazia inerte. Alguns moradores de rua estavam ao redor, mexendo nos bolsos do cadáver, antes que a polícia chegasse. Ninguém olhou na sua direção.
Em casa tomou um banho, uma taça de vinho barato que tinha na velha geladeira. É claro que não conseguiu dormir.
Ela pagou o aluguel, ficou uma semana sem sair de casa. Durante dias comprou jornais para ver se tinha alguma notícia até que encontrou uma nota na página policial, três dias depois do ocorrido.
“Mais uma morte, misteriosa e sem explicação, ocorreu na frente do velho e abandonado edifício Rubi.
Dessa vez foi o corpo do único herdeiro do próprio edifício, que estava vazio há muitos anos, desde que a milionária Valdete faleceu, deixando um vasto patrimônio e vários prédios antigos no centro velho da cidade.
Assim como a morte da prostituta ocorrida há vários meses atrás, a morte atual parece ser mais um caso impossível de solucionar, já que não tem câmeras no local e ninguém viu nada de anormal na região, dominada por criminosos e traficantes, que sempre ficam em silêncio diante de investigações policiais.”
Um mês se passou e ela resolveu se mudar para a capital do estado vizinho, levando consigo uma boa quantia em dinheiro e alguns pertences de valor. Iria tentar uma nova vida.
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Nota do autor:
Se, ao ler esse texto, você ficou curioso(a) pelas lembranças que atormentam o personagem, leia meu conto “Um Corpo Que Cai”, ele vai te dar boas explicações.
Mais uma vez faço uma homenagem ao cinema. Com o Título do Conto.
O prazer de quem escreve, é ouvir a opinião de quem lê.
Vote, comente, critique, faça sugestões, vou adorar te ouvir.
ABRAÇOS A TODOS E OBRIGADO PELO CARINHO DE SEMPRE.
Conto Registrado no Escritório De Artes e protegido pela Lei 9.610 de Fevereiro de 1998. Proibida a reprodução sem autorização do autor.
Plágio é crime passível de pena. Diga não ao Plágio.