Os dias se transformaram em semanas, e a rotina de Pietro já não guardava qualquer semelhança com a vida que levava antes. Dentro de casa, ele já não usava roupas — ordem direta de Ana, que queria vê-lo sempre exposto, vulnerável, à disposição. O apartamento havia deixado de ser seu lar e se tornado o reino particular dela.
Ana não escondia o quanto adorava cada detalhe daquela vida. Dormia até tarde, acordava com café na cama e massagem nos pés, passava horas na banheira ou deitada no sofá enquanto Pietro, nu, a servia em silêncio. Entre presentes caros e a devoção constante dele, sentia-se uma rainha absoluta.
Certa noite, depois de fazê-lo ficar de joelhos ao pé da cama por longos minutos, apenas como enfeite humano, Ana comentou:
— Sabe que eu poderia largar tudo lá fora e viver só assim, não é? Aqui, nesse apartamento, sendo tratada como mereço. Eu não precisaria de mais nada.
As palavras tocaram Pietro como um chamado. Ele levantou a cabeça, ainda ajoelhado, e falou com uma convicção que surpreendeu até a si mesmo:
— Então fica. Não precisa voltar pra nada lá fora. Pode morar aqui.
Ana ergueu as sobrancelhas, surpresa, mas não disse nada — apenas observava. Pietro continuou, o olhar fixo nela, como se confessasse a verdade mais íntima de sua vida:
— Eu vou continuar trabalhando, vou te dar tudo o que você quiser. Você não precisa se preocupar com nada. Esse apartamento já é seu também… se quiser, pode até dizer que cedí uma parte pra você. E se quiser cursar uma faculdade, eu pago. Qualquer curso.
Ana inclinou-se um pouco para frente, os olhos brilhando com um misto de prazer e incredulidade.
— Você está me dizendo que posso morar aqui como uma rainha, gastar o que eu quiser, estudar se eu quiser, e você vai bancar tudo?
— Sim. — Pietro respondeu sem hesitar. — Pode até namorar se quiser… eu não ligo. Desde que eu continue sendo seu escravo, desde que você me deixe te servir.
Um sorriso lento se abriu no rosto de Ana. Ela se recostou no travesseiro, cruzando as pernas com graça, deixando que o silêncio fosse mais pesado do que qualquer palavra.
— Hm… você realmente sabe como me agradar, Pietro. — murmurou, estendendo o pé para que ele beijasse. — Eu aceito.
Ele segurou o pé dela com reverência, cobrindo-o de beijos demorados. Para ele, aquilo era o ápice da devoção. Para Ana, era a confirmação de que tinha conseguido tudo: um lar, luxo, poder, e um homem disposto a se anular por completo para servi-la.
Ela fechou os olhos, satisfeita, e deixou escapar em um sussurro quase sonolento:
— Eu sempre soube que você nasceu pra isso…
E Pietro, de joelhos, confirmou em voz baixa, mas firme:
— Sou todo seu, Ana. Pra sempre.