Eu, a esposa gostosa do meu chefe e os vizinhos deles - Parte 02

Um conto erótico de Vinícius
Categoria: Heterossexual
Contém 7940 palavras
Data: 23/09/2025 17:08:17
Última revisão: 24/09/2025 07:54:17

Bom dia, leitores! Eu sou o Vinícius. 25 anos. 1,76. Nunca fui muito de falar de mim mesmo, mas se eu tivesse que me apresentar, diria que sou um cara normal. 25 anos, 1,76m, moreno claro, cabelo castanho-escuro meio ondulado (bagunçado quase sempre), olhos castanhos. Gosto de coisas tranquilas, observar mais do que falar, aprender no meu ritmo. Não sou o mais confiante, mas também não sou bobo. Trabalho em um cargo júnior numa empresa de importação e exportação. Fui efetivado há pouco tempo, depois de dois anos de estágio puxado.

Meus chefes são o Rogério e a Lorena. Nepobabies, sócios e donos/cofundadores da empresa. Jovens, bonitos, carismáticos e, meu Deus, absolutamente caóticos. Trabalhar com eles é como estar numa versão brasileira de “The Office”, onde os dois alternam aleatoriamente os papéis de Jim e Dwight. Às vezes um é o cara sensato que resolve tudo com calma; no dia seguinte, o mesmo está organizando uma competição de quem consegue equilibrar mais potinhos de café vazios na cabeça. E o pior: o outro embarca.

A Lorena é uma das mulheres mais gostosas que já conheci. Magra, mas não demais. Seios pequenos e empinados, como se desafiassem a gravidade por conta própria. Quadril estreito, mas com uma leveza de movimento que hipnotiza. E a bunda dela tem aquela curvatura perfeita que se nota até sob as roupas mais sérias, como se qualquer calça social que ela vestisse fosse automaticamente redesenhada pra acompanhar as linhas do corpo dela. A pele bronzeada, lisinha. Não penso em me envolver com ela. Ela é minha chefe. E, além disso, tem um tipo de liberdade e autoconfiança que intimida.

Mas ela e o Rogério me apresentaram uma amiga deles, Lisandra. Só de pensar nela, eu sinto meu coração acelerar. Eu poderia gastar páginas tentando descrevê-la e ainda assim não chegaria perto do que é vê-la pessoalmente. A Lisandra não é só bonita. Ela tem uma luz, uma energia que enche o ambiente. Não sei se é aquele sorriso dela, meio travesso, meio inocente, ou o jeito como ela fala, sempre com um brilho nos olhos, como se cada conversa fosse uma aventura. Tem 23 anos, mas carrega uma maturidade que me desarma. Talvez seja porque, assim como eu, ela também precisou batalhar muito cedo.

Pele clara, olhos que lembram o mel sob a luz do sol, e aqueles cabelos loiros, lisos, que caem sobre os ombros. Mas o que mais me deixa sem ar é a boca dela. Lábios carnudos, rosados, sempre convidativos. Quando ela sorri, eu sinto um calor subir pela espinha, um desejo quase primitivo de tocá-la, de provar aquele sorriso.

Sem mencionar o corpo dela. Alta, coxas firmes que denunciavam horas de movimento e trabalho. A cintura dela é fina, desenhando uma curva perfeita até os quadris. Uma bunda que desafia qualquer homem a não virar o pescoço quando ela passa. Os seios, médios e redondos. Eu me pego fantasiando com eles mais do que gostaria de admitir.

Eu vejo nela um reflexo do que eu mesmo sinto, essa vontade de vencer sem precisar pisar em ninguém. Talvez seja isso que tenha me feito me apaixonar só de conversar com ela por uma noite. No início, claro, foi só atração física. Como poderia não ser? Mas com o tempo, fui a conhecendo e a coisa cresceu.

O nosso capítulo começa na segunda após o arraial. Os eventos de lá chamaram a atenção do RH, que resolveu advertir os responsáveis. Na sala do RH, uma mesa separava o Tobias do Rogério e Lorena, que estavam sentados lado a lado em cadeiras desconfortáveis, quase como alunos diante de um diretor severo.

Nosso responsável pelo RH, o Tobias sempre estava com uma expressão desanimada de quem já tinha desistido de sentir entusiasmo pela vida. O Rogério, por outro lado, estava elegante, vestindo uma camisa branca impecavelmente passada, calça social preta. A Lorena, como sempre, parecia ter saído de um catálogo de moda corporativa: blazer bege, blusa de seda branca e calça de alfaiataria. Seus cabelos soltos caíam em ondas perfeitas sobre os ombros.

O Rogério se sentia de volta à juventude, sentado ali, enquanto Tobias lia a advertência com uma voz monótona que parecia sugar a energia da sala.

— ... e, portanto, de acordo com a política interna da empresa, este tipo de conduta representa um sério risco para o ambiente organizacional, podendo resultar em percepções de favorecimento, parcialidade e conflitos interpessoais entre colaboradores — entoava Tobias.

Lorena cruzou as pernas, ajeitando o blazer, e tentou intervir, forçando um sorriso simpático.

— Tobias, olha, eu acho que está havendo um mal-entendido aqui. A Lisandra é nossa amiga, mas também é nossa funcionária. Só que como diarista lá em casa. Então, faz sentido ela ser convidada.

Tobias ergueu lentamente os olhos do papel, sua expressão permanecendo inalterada.

— Essa informação apenas intensifica o problema. Como PJ, ela se enquadra em uma relação de prestação de serviço terceirizado, o que gera uma interseção perigosa entre a esfera profissional e a pessoal. Em termos de compliance, isso aumenta substancialmente o risco de interpretação de conflito de interesses e nepotismo cruzado.

A Lorena estava claramente perdida naqueles termos burocráticos.

— Ela não é PJ. Quer dizer, ela trabalha como PJ nos outros apartamentos, mas o Rogério sempre fez questão que ela fosse CLT. E, quando eu me mudei, segui o exemplo dele.

Tobias suspirou, ainda com aquela voz desprovida de vida.

— Isso piora ainda mais a situação, pois pode caracterizar paternalismo organizacional. Além disso, cria-se um ambiente onde os limites entre a vida privada e profissional são comprometidos, afetando diretamente a governança corporativa e a cultura organizacional.

O Rogério abriu a boca para falar, mas Tobias ergueu a mão num gesto quase preguiçoso, cortando-o sem olhar diretamente para ele.

— Desde as 8 da manhã, eu já recebi cinco reclamações formais de colaboradores a respeito desse caso — continuou Tobias, ainda no mesmo tom apático. — As queixas envolvem acusações de favoritismo direcionado ao colaborador Vinícius, visto que foi apresentada a ele uma mulher descrita, por múltiplos reclamantes, como “inacreditavelmente linda”. Os colaboradores questionam por que essa apresentação não foi feita a indivíduos que estão há mais tempo na empresa ou ocupam cargos mais altos.

Rogério permaneceu calado, apertando levemente os punhos sobre os joelhos. Sabia que, se falasse agora, perderia a calma. E, sendo o chefe, temia usar sua autoridade quando de cabeça quente. Respirou fundo. Mas não ia sair de lá sem uma resposta.

Tobias, alheio ao desconforto crescente, continuou:

— Há também uma queixa específica de um colaborador que se encontra solteiro há mais de dez anos, possui mais de 40 anos e sempre demonstrou comprometimento com a empresa. Ele explicitamente descreveu a situação como, cito: “os diretores brincando de cupido, empurrando uma top-model ara um estagiário”. — Tobias ergueu o olhar por um instante, frio e neutro. — Por sinal, essa Lisandra exerce atividade como modelo?

Segurando a raiva, a Lorena balançou a cabeça.

— Não... Ela trabalha como diarista durante o dia e à noite, ela é universitária.

Tobias acenou, como se anotasse mentalmente, e prosseguiu.

— Então, para fins de registro, estamos diante de uma mulher, cuja aparência lembra uma “top-model”. O ponto central é que ela foi apresentada, de forma ativa, a um colaborador que, até seis meses atrás, ocupava posição de estagiário. Essa combinação amplifica a percepção de privilégio e parcialidade, afetando a meritocracia interna.

Foi quando o Rogério tacou o foda-se.

— A Lisandra não é um troféu. Ela é uma das minhas melhores amigas e eu não vou aceitar que falem dela como se fosse um prêmio a ser entregue pra alguém. Aceito a advertência por ter falado com o Vinícius sobre ela em ambiente de trabalho e os apresentado em uma festa da empresa, mas fiz isso apenas porque as personalidades de ambos combinavam.

Ele respirou fundo e usou sua voz de chefia.

— Nunca mais fale dela, ou de qualquer outra mulher, desta forma. Ou vou parar de fingir que não sei quem é o único funcionário com mais de 40 e solteiro daqui. Estamos entendidos?

O Tobias arregalou os olhos, surpreso com a firmeza na voz do Rogério.

— Entendo seu posicionamento, Rogério — respondeu, tão monótono quanto antes. — Contudo, de acordo com as boas práticas de recursos humanos, diretores e gestores devem evitar tratar colaboradores como amigos pessoais. Essa conduta gera risco significativo para a cultura organizacional, podendo resultar em quebra de hierarquia, erosão de limites profissionais e eventual responsabilização legal por condutas interpretadas como favoritismo ou discriminação.

O Rogério precisou respirar fundo e se acalmar. Ele era certinho o suficiente pra lembrar que ser o chefe não o colocava acima das regras. E, bem, pelo menos nesse ponto, tinha que admitir que o Tobias estava certo e ele não podia tratar a mim (e nem aos outros) como amigos pessoais dentro do trabalho.

Eu estava sentado na minha mesa, tentando focar em uma planilha, quando o Rogério e a Lorena saíram do RH O Rogério estava com um meio sorriso e a Lorena suspirava.

— E então? — perguntei, com a curiosidade explodindo.

— Ah, nada demais — disse Rogério, dando uma risadinha. — A gente fez malcriação e levou bronquinha. Tem coisas que nunca mudam, né?

— Igualzinho na escola. — Lorena riu junto, e entrou no modo brincadeira. — O Tobias destruiu meus sonhos e esperanças de ser sua namorada. Agora, a bola tá com a minha mana Lisandra e é bom que você...

Com uma cotoveladinha e apontando pro ambiente, o Rogério interrompeu ela. A Lorena se calou como quem lembrasse de que não podia dizer aquele nome em voz alta naquele lugar.

Não era preciso ser gênio pra juntar as peças. Desde a manhã, tinha reparado que os olhares solteiros do escritório estavam diferentes. O Tobias, então, parecia pronto pra me fuzilar com o olhar sempre que passava perto da minha mesa. E eu sabia muito bem o motivo. Lisandra.

A Lorena olhou para o relógio e fez uma expressão teatral de preocupação.

— Ai, Vini, a gente tem uma reunião agora com uns representantes ingleses. Superimportante. A gente precisava mesmo correr.

Eles saíram apressados. Suspirei, esperando apenas que a corda não estourasse no lado mais fraco, que naquele caso seria eu.

Depois do arraial, Lisandra e eu passamos a conversar bastante por WhatsApp, todo dia. Nossas conversas iam desde coisas leves, como memes e piadas sobre o que acontecia nos nossos trabalhos ou na faculdade dela, até assuntos mais profundos, como nossos sonhos. Eu sentia que ela parecia relaxar e se abrir aos poucos, respondendo com áudios longos, risadas e até desabafos que me surpreendiam. Isso me deixava feliz, mas também ansioso, porque eu queria que ela sentisse que podia confiar em mim.

Na quarta-feira, depois de muita conversa, ela topou sair comigo para um date em um café. As únicas noites livres que ela tinha eram sábado e domingo, por causa do curso e do trabalho. Quando ela sugeriu sábado, eu aceitei na hora, mesmo fingindo calma na mensagem. Naquele momento, passei o resto da semana contando os dias, e imaginando como seria finalmente estar com ela pessoalmente, sem a tela do celular entre a gente.

No sábado à noite, cheguei na cafeteria sentindo aquele frio na barriga. Eu estava animado e nervoso ao mesmo tempo, pensando no quanto queria que tudo corresse bem.

A Lisandra estava linda. O cabelo loiro caía em ondas suaves sobre os ombros, e ela usava uma maquiagem leve, só realçando o que já era bonito por natureza. Os olhos claros pareciam mudar de cor dependendo da luz. Ela estava com uma blusa creme de tecido leve, de manga longa, e uma calça jeans mais folgada. Nada chamativo, mas nela parecia um look de capa de revista.

Eu, por outro lado, estava com uma camisa azul escura, de botão, e meu tênis favorito, o que me fazia sentir meio largado, como sempre. Mas ela não parecia ligar.

— ...e no final, desisti. — Lisandra riu, dando de ombros. — As duas agências queriam que eu pagasse por book, curso de passarela, e ainda tivesse disponibilidade de terça a sexta. Eu já tava surtando com o vestibular. E, sei lá... não era meu sonho, sabe?

— Imagino — falei. Percebi que aquela história de ser comparada com modelo devia ser algo que ela ouvia tanto que tinha perdido a graça. Não era mais um elogio; era só repetitivo.

— Meu sonho sempre foi ser dentista. Trabalhar por isso, lutar pelo que eu realmente quero. Ser modelo parece glamouroso, mas é como ser jogador de futebol. A gente conhece os famosos e milionários, não o grosso do pessoal que investe a juventude numa profissão que se encerra aos 30. Era um tiro bem caro no escuro. Preferi apostar no meu real sonho.

— Eu admiro isso — comentei. — A maioria das pessoas se deixa levar pelo que parece mais fácil ou pelo que os outros acham bonito. Mas você escolheu o que fazia sentido pra você.

Ela sorriu de volta, mas desviou o olhar por um instante, como se estivesse absorvendo minhas palavras.

— Bom, e você? Sempre quis trabalhar com o que você faz hoje? — perguntou, apoiando o queixo na mão.

Suspirei, pensando na resposta.

— Nem sempre. Mas ser analista de importação e exportação é um bom começo pra um economista. Assim, não é como se eu fosse me tornar o próximo diretor do Banco Central. Mas hoje... — dei uma pausa, escolhendo as palavras — hoje eu gosto do que eu faço. Não é o que quero pra sempre, mas me sinto bem construindo algo, aprendendo.

Ela me olhou com atenção, e senti que estava me analisando tanto quanto eu a analisava.

— Isso é bom — ela disse suavemente. — Eu me cobro muito. Quero ser dentista, mas tem dias que bate aquele medo, sabe? E se eu não for boa o suficiente?

Eu ri de leve, não por achar engraçado, mas por me identificar.

— Bem-vinda ao clube. — Bebi um gole do meu café antes de continuar.

Conversamos mais sobre sonhos, desafios, nossos passados. Em dado momento, Lisandra ficou mais séria.

— Tem uma coisa que eu preciso te contar — disse, a voz baixa. — Eu não namoro faz meses. Mas, pra ser sincera, ainda estou me “desintoxicando”, por assim dizer.

— Eu era apaixonada por um cara — continuou — e ele é incrível. Ainda acho ele incrível. Mas eu percebi que ele só me via como amiga. Uma boa amiga. Eventualmente, aceitei isso. Só que, sabe, meu coração ainda está se acostumando. Por isso, eu quero ir devagar agora. Não quero dar falsas esperanças pra ninguém... nem pra mim mesma.

As palavras dela bateram fundo em mim. Eu queria tanto ela, mas também queria respeitar o tempo dela.

— Entendo — falei devagar. — Todo mundo tem seu tempo. Eu não quero te apressar. Só quero que a gente se conheça, sem pressão.

Seguimos conversando por mais um bom tempo, rindo, trocando confidências. Quando percebemos, a cafeteria já estava quase fechando. Saímos juntos, cada um pra sua casa.

Era terça. Eu ainda estava grudado na minha tela, tentando terminar um relatório antes do almoço, quando vi o Rogério e a Lorena, já de bolsa e chave na mão, prontos pra sair.

O Rogério tinha aquele olhar meio abatido, ainda abalado pelo grande incidente que tinha acontecido na copa ontem. Só de lembrar, ele ficava com uma mistura de trauma e tristeza. A Lorena, ao lado dele, tentava consolá-lo com aquele jeitinho dela que misturava sarcasmo e carinho.

— Pensa pelo lado bom, Rogério — ela disse, rindo. — Pelo menos agora a gente sabe que o seguro cobre desastres biológicos.

— Eu nunca mais vou olhar pra um micro-ondas da mesma forma. E sabe quanto vai custar essa minirreforma? É quase o valor de uma estação de trabalho nova!

Tive que me segurar pra não rir. Passei por eles e ia direto pra minha mesa quando a Lorena me chamou:

— Ei, Vinícius! Quer almoçar com a gente? Vão ser nós dois e uma amiga nossa, Rebecca.

Eu olhei pro meu monitor, ainda com várias tarefas abertas.

— Valeu, mas vou ter que ficar por aqui um pouco mais, tô terminando umas coisas. Se eu sair agora, vou ficar pensando nisso durante o almoço.

— Beleza, mas bom te avisar: aqui na região tem poucos restaurantes a quilo pra quantidade de prédios comerciais. Se você demorar muito, vai encontrar tudo lotado.

— Relaxa, Lorena. Deve ter lugar tranquilo ainda. Bom almoço pra vocês.

Eles se despediram e foram. Eu voltei pro meu trabalho. Grande erro.

Quase uma hora depois, finalmente terminei. Meu estômago já estava reclamando alto. Quando vi ver, os restaurantes da rua estavam todos com filas indo até a calçada. O jeito era caminhar um pouco. Tentei outro, duas quadras adiante. Mesmo resultado. Gente espremida, fila dobrando a porta.

Fui indo de restaurante em restaurante, cada um mais cheio que o outro. Só conseguia lembrar do aviso da Lorena. Eu devia ter ido com eles.

A cada novo quarteirão, mais decepção. Um barzinho que também servia almoço? Lotado. Uma hamburgueria improvisando PF? Lotada. Mais de sete quarteirões depois, eu estava a ponto de desistir e comprar um pacote de bolachas quando vi um restaurante com movimento parecia um pouco mais contido.

Entrei no salão e suspirei aliviado ao ver que a fila do buffet era razoável. Peguei uma bandeja de metal e um prato, me equilibrando entre pessoas que conversavam animadas. Ele ficava perto de um hospital. Mesmo que não soubesse, teria descoberto quando ouvi duas enfermeiras conversando na minha frente sobre uma confusão na emergência mais cedo.

Quando finalmente cheguei no buffet, me servi com pressa: arroz, feijão, frango grelhado, um pouco de salada e uma fatia de lasanha porque, sinceramente, eu merecia depois daquela caminhada. Foi só aí que todas as mesas estavam ocupadas.

Antes que eu me desesperasse, um cara sentado sozinho acenou para mim. Achei que fosse com outra pessoa, mas ele gesticulou de novo, apontando para a cadeira vazia em frente a ele. Demorei meio segundo pra entender que ele estava me chamando pra sentar com ele.

Aquilo parecia um salva-vidas no meio do caos. Caminhei até lá, tomando cuidado pra não derrubar nada, e sorri, grato.

— Cara, muito obrigado! Achei que ia ter que comer em pé, igual um pinguim no zoológico — falei, meio rindo.

O homem riu também, um riso caloroso, tranquilo.

— Relaxe, eu sei como é. Senta aí. — Ele estendeu a mão para me cumprimentar. — Miguel.

Apertei com firmeza.

— Vinícius. Valeu mesmo, Miguel.

Enquanto me acomodava, dei uma olhada melhor nele. Devia ter uns trinta e poucos anos, alto, corpo atlético mas sem exageros, moreno claro. O que mais chamava a atenção eram os olhos cor de mel e o sorriso que dava a ele um ar de malandro, mas de um jeito simpático, não arrogante. Tinha uma barba bem cuidada, dessas que deixam o cara com cara de comercial de cerveja.

Comecei a comer, ainda me recuperando da saga que tinha sido chegar ali.

— Você não tem ideia do sufoco que foi até encontrar esse restaurante — comecei, rindo da minha própria desgraça. — Saí do trabalho achando que ia achar um lugar tranquilo. Primeiro restaurante: fila na calçada. Segundo, fila até a esquina. Terceiro, nem dava pra ver o final. Achei que ia morrer de fome no meio da rua.

Miguel deu uma gargalhada sincera.

— Hahaha! Bem-vindo à hora do rush dessa região. Aqui é assim todo santo dia. Eu já aprendi a vir cedo ou a trazer marmita.

— Pois é... Devia ter ouvido o conselho da minha chefe. Ela me avisou. — Dei de ombros, rindo. — Agora, vou ter que me programar melhor.

Miguel me olhou com uma expressão pensativa, como se tentasse encaixar uma peça de quebra-cabeça.

— Sabe que você me parece familiar. O seu rosto — disse ele. — Tenho a impressão de já ter te visto em algum lugar. E o nome, Vinícius, também me soa familiar.

— Jura? Olha, eu tenho essa cara meio genérica mesmo. Talvez seja isso — brinquei. — Mas confesso que não lembro de ter te visto antes. Qual é a chance de a gente se conhecer?

— Vai ver a gente se trombou em algum lugar e nem percebeu. Cidade grande é assim.

— Verdade — concordei, voltando a comer.

Enquanto almoçávamos, o papo fluiu naturalmente. Começamos a falar sobre trabalho.

— Eu trabalho num hospital aqui perto — contou Miguel. — Hoje, não aguentei o tanto que um colega tava chorando tanto por causa de uma briga com a amiga. Sendo que todo mundo disse mais de cinco vezes que foi tudo culpa dele, mas ele não aceita.

— No meu trabalho, a copa foi interditada por causa de um incidente ontem. Agora tá todo mundo tendo que almoçar fora.

— Hahaha! Situação complicada, hein.

Depois de algumas risadas, Miguel comentou:

— Tô animadão pro fim de semana. Vou pra praia surfar um pouco. Faz uns quatro meses que não consigo arrumar tempo pro surfe. Tá na hora de matar a saudade.

Sorri, meio envergonhado.

— Cara, admiro quem consegue. Quando eu era mais jovem, inventei de aprender a andar de skate. Três dias depois, terminei com o skate e uma perna quebrada.

— Hahaha! Mano, que estreia desastrosa! Mas olha, não desanima por causa disso, não. Se você sobreviver a primeira queda, o resto fica mais fácil. Bom, no seu caso, talvez à segunda tentativa.

— Acho que vou ficar com esportes menos arriscados, tipo xadrez.

— Aí é só risco de torção de dedo.

Conversamos mais um pouco, mas a movimentação do restaurante continuava alta. O Miguel terminou de comer primeiro e foi logo se levantando.

— Vou liberar aqui pro próximo — disse ele. — Foi um prazer te conhecer, Vinícius.

— Prazer foi meu, Miguel. Valeu mesmo por me salvar hoje.

— Que isso, cara. Espero te trombar por aí de novo. — Ele saiu, deixando a cadeira vaga para outro faminto.

Era um cara realmente gente boa.

Na quarta de noite, estava terminando de fechar o computador, quando ouvi uma voz brincalhona atrás de mim:

— Bora, Vinícius! Se apressa aí, tô te esperando pra fechar tudo.

Dei um pequeno sobressalto e me virei. A Lorena, encostada na porta, com aquele sorriso leve que parecia brincar com todo mundo. Mas o que realmente me fez travar foi o jeito que ela estava vestida.

Ela já tinha se trocado para a academia, e a roupa parecia ter sido feita pra testar a sanidade de qualquer homem. Um top preto, justíssimo, que moldava os seios pequenos, mas incrivelmente empinados, realçando cada curva do busto. A pele dela, bronzeada, tinha aquele brilho natural que vinha do treino constante. A barriga chapada, lisinha, aparecia entre o top e a legging de cintura baixa. E a legging cinza colada no corpo, marcando cada centímetro da bunda pequena e arrebitada, das coxas bem torneadas e da curvinha perfeita das panturrilhas. Ela estava de tênis branco, os cabelos presos num rabo de cavalo alto, e um leve suor na pele deixava tudo ainda mais sexual.

Eu engoli seco, tentando disfarçar o calor que subiu pelo meu corpo.

— Eu... eu não sabia que você tá esperando por mim. — falei, mas minha voz saiu meio rouca.

Ela riu, divertida, cruzando os braços. O movimento fez o top destacar ainda mais o formato dos seios.

— Se você demorar mais um pouquinho, vai cobrar hora extra — disse, em tom de brincadeira. — Aproveitei que o expediente já acabou pra me trocar logo. Daqui vou direto pra academia, e já tá meio tarde.

Assenti, tentando manter o foco em fechar as luzes e organizar minha mochila, mas era difícil não olhar pra ela. Ao mesmo tempo, uma parte da minha consciência gritava: “Lisandra”. Ela estava finalmente me dando sinais claros de que estava interessada em mim, e eu sentia que as coisas estavam caminhando para algo real.

Mas, caramba, a Lorena vestida daquele jeito, era quase uma provocação viva. Fechamos tudo e fomos pro elevador.

— Você treina, Vinícius?

— De vez em quando — respondi, meio sem jeito. — Sou mais de correr quando dá.

— Correr é bom, mas musculação é vida. Você devia tentar.

Eu sorri, mas por dentro, estava me esforçando ao máximo para manter os pensamentos nos trilhos. Eu sabia que não podia me deixar levar. A Lorena estava apenas sendo gentil.

Naquela noite, acabei sonhando que comia a Lorena.

Eu estava no meu quarto. E ela na minha frente, totalmente peladinha. Sua pele dourada de idas anteriores à praia. Os seios médios e firmes tinham mamilos escuros bem grandes, com bicos bem salientes. A barriga tanquinho. A buceta apertadinha e totalmente depilada. Os cabelos escuros e lisos caindo sobre os ombros.

Ela não disse nada. Apenas agia. Me jogou na cama e tirou meu short e minha cueca, se ajoelhando entre as minhas pernas. O cacete estava duro pela visão do corpo nu dela. Ela aproximou o rosto do caralho e começou a me punhetar. Tinha algo errado ali, mas não me importava muito.

Depois de deixar ele solavancando, a Lorena deu uma bela lambida de ponta a ponta no pau. Depois, outra e outra até ele ficar bem molhado. Não conseguia pensar direito. Foi quando ela enfiou o pau todo na sua boquinha e começou a chupar. A cabeça dela subia e descia em ritmo lento. Eu estava pirando, ela era muito boa no bolagato.

Levei uma mão pra nuca da Lorena e comecei a comandar o ritmo da chupada. A cabeça dela e vinha fazendo meu pau sumir da sua boquinha quente. Ouvir seus gemidos com meu pau ainda na sua boca me deixava louco. Acelerei os movimentos e movi os quadris para sincronizar com o ritmo das mãos. Era como se eu estivesse fodendo a boca dela. Sentia o meu pau ir bem fundo na garganta e o nariz dela tocar a minha virilha.

Quando a soltei, ela passou a chupar e lamber mais cadenciado, e a massagear as minhas bolas também. Enquanto ela rodava sua língua na cabeçona, percebi que não ia aguentar mais.

Com o gozo chegando, a segurei pela nuca de novo e forcei todo meu pau dentro da boca dela. E foi como um vulcão. Jorrei intensos e longos jatos de porra direto na garganta da Lorena. Eu gemia e gozava. Cada jatada era um choque elétrico de prazer que passava pelo meu corpo. Ela engoliu tudinho. Com certeza era experiente no bolagato mesmo. E gostava de engolir, não cuspir.

Quando eu as jatadas acabaram, relaxei e soltei a cabeça da Lorena. Mas, ela continuou lá, ainda dando mais umas chupadas para limpar inteirinho o meu pau.

Depois do orgasmo, meu caralho já tava duro e pronto pra mais. Claro, era um sonho, mas eu não percebi na hora. Só que eu queria comer ela logo. Me recostei sentado na cabeceira da cama e dei uma bela olhada no corpinho nu da minha chefinha. Ela nada dizia, mas quando ela se levantou, eu sabia que ela ia montar em mim. Então, esperei de pau em riste.

A Lorena segurou a vara na vertical e foi encaixando sua bucetinha apertadinha no meu pau. Aos poucos, ela foi sentando de pernas abertas no meu colo, enquanto encaixar a pica na entradinha.

Perdi totalmente o controle quando meu pau se encaixou na entrada daquela bucetinha totalmente depilada. Era muito apertadinha, mas parecia receber meu pau como se fosse feito pra ele.

Fui sentindo enquanto a Lorena deslizava seu corpo e sua buceta recebia o meu caralho, que entrava justinho. Ela colou seus lábios nos meus e nos beijos. Os bicos dos seios dela roçavam nos meus peitos. Aos poucos, cm a cm, ela foi recebendo o caralho todo até que que entrasse tudo.

A partir desse momento, ela começou a cavalgar no meu pau. Era uma verdadeira amazona. Cada sentada que... NOSSA! E eu não ficava passivo, puxava o corpo dele e tentava dar estocadas bem firmes naquela bucetinha onde planejava gozar diversas vezes.

Foi quando ouvi um barulho esquisito e olhei assustado pra porta. O meu coração saiu pela boca. Era a Lisandra olhando pra mim e pra Lorena trepando. O olhar dela matou o meu coração e o meu tesão imediatamente. Era choque, decepção e tristeza. Tudo junto. Estava pra empurrar a minha chefa do meu colo quando ela saiu correndo. Eu queria correr atrás dela, mas a Lorena não deixou. Mesmo com meu pau amolecendo quase imediatamente, era como estivesse preso dentro dela.

— Bem, Vinícius, você fez a sua escolha — sentenciou Lorena, me olhando como uma súcubo. — Entre eu e a Lisandra, você escolheu a mim.

Eu nem sabia que precisava ter que escolher algo.

— Peraí, então nós...

— Ah, desculpa, não vai rolar — cortou logo Lorena. — Esta foi a última e única vez. Sou sua chefa. Sabe como é? O RH proíbe.

Depois disso, os Bananas de Pijama entraram no quarto. Não cheguei a acordar do sonho, mas ele foi tão vívido que fiquei pensando nele pelo resto do dia.

Na manhã seguinte, eu estava com a testa quase colada na tela do computador, tentando me concentrar na maldita planilha. Meus olhos percorriam as colunas de números, mas, na real, minha mente pensando no sonho. Tinha entendido que a mensagem clara do sonho. Se eu queria mesmo a Lisandra, tinha que me dedicar totalmente a ela. Ela mesma tinha dito que não tava conversando com outros caras no momento. Eu não podia vacilar.

— Bom dia, Vinícius! — a voz alegre da Lorena ecoou bem atrás de mim.

Eu quase derrubei o mouse tamanho susto. A Lorena estava impecável como sempre, agora no modo profissional. Ela usava uma blusa branca levemente acetinada, botões fechados até a altura do busto, que marcava seus seios pequenos mas firmes de um jeito sutil, quase provocativo. A saia lápis preta se ajustava perfeitamente aos quadris estreitos e à bunda pequena e arrebitada, terminando um pouco acima dos joelhos, revelando as pernas bronzeadas e torneadas, finalizadas por um salto preto discreto que ainda assim realçava seu andar. O cabelo solto caía pelos ombros, com aquele brilho natural que parecia único nela.

Ela colocou a mão no quadril, num gesto quase teatral.

— Te assustei? O que eu fiz? — perguntou, em tom brincalhão. — Peraí... Será que eu tô tão feia assim hoje?

Ela pegou o celular e abriu a câmera frontal, se olhando como se realmente quisesse checar algum defeito.

— Não, não... Eu só tava tão concentrado aqui que não te ouvi chegando, só isso.

— Ah, bom! Já tava quase marcando uma consulta com a dermatologista. — disse, guardando o celular. — Bom, deixa eu passar uns recados rápidos antes que eu esqueça.

Assenti, respirando fundo e tentando afastar da mente a imagem dela naquela saia apertada

— O Rogério pediu pra você revisar aqueles relatórios até o fim da tarde. E tem uma reunião com um cliente amanhã de manhã, então precisa deixar tudo pronto hoje.

— Certo, eu cuido disso — respondi, tentando soar firme.

— Ah, e mais uma coisa — ela continuou, gesticulando com a mão. — Pode dar uma olhada nas planilhas de controle financeiro? Tem uns valores meio estranhos.

— Ok, vou dar prioridade nisso também. — falei, enquanto abria outra aba no computador para anotar mentalmente.

Ela sorriu, satisfeita.

— Perfeito. Qualquer coisa, me chama.

Ela se virou para sair, e eu precisei reunir toda a minha força de vontade para não ficar encarando a bundinha dela rebolando de leve enquanto caminhava em direção à porta. O som do salto batendo no piso era quase hipnótico. Quando ela desapareceu no corredor, soltei um longo suspiro e esfreguei o rosto com as mãos.

Voltei a pensar que se queria a Lisandra, tinha que me focar nela. Não iria perder uma chance dessas por causa de uma distração.

Era um sábado à tarde. Depois de uma semana puxada no trabalho, decidi dar uma volta no shopping para espairecer, talvez olhar algumas vitrines e comprar um lanche. Nada demais. Acabei parando em frente a uma loja de artigos esportivos, as mãos enfiadas nos bolsos, olhando uns tênis que estavam em promoção.

De repente, ouvi um sussurro bem atrás de mim:

— Bú!

Eu literalmente pulei, o coração quase saindo pela boca. Quando me virei, vi a Jéssica, esposa do meu chefe. Ela estava ali, sorrindo maliciosamente, e eu fiquei completamente travado. Usava um jeans justinho que abraçava suas coxas e aquela bunda perfeita de um jeito quase criminoso. Em cima, uma regata moderna, com um pequeno decote que mostrava parte dos seios firmes. O suficiente para me deixar duro só de olhar. Meu Deus, como aquela mulher era inacreditavelmente gostosa.

— Dona Jéssica! — gritei, quase derrubando minha mochila.

Ela riu, se divertindo com o meu desespero.

— Fazia tempo que a gente não se encontrava. Você anda evitando o elevador, é isso? Subindo mais de escada agora?

Meu sorriso morreu na hora. O fantasma do dia do elevador voltou com força total. Aquela confusão, a lotação, minha pélvis roçando sem querer na bunda dela, e pior, ela sentindo minha ereção. Eu tinha certeza de que ela me via como um pervertido. E agora pendendo sobre meu futuro e minhas perspectivas como uma espada de Dâmocles, sempre prestes a me denunciar para o Rogério e me fazer perder o emprego.

A Jéssica olhou ao redor, como se certificando de que ninguém estava por perto. Depois, falou baixo:

— Olha, Vinícius, sobre o... “incidente no elevador”... você não precisa se preocupar. Tava muito apertado, não dava pra gente se mexer. Não foi uma encoxada de verdade. Foi ruim pros dois. Quando saí, eu vi no seu olhar que você tinha ficado tão constrangido quanto eu. Resolvi deixar aquilo pra lá.

Eu demorei uns segundos para entender, mas quando a ficha caiu, senti o alívio me invadir como uma onda. Suspirei fundo.

— Nossa, dona Jéssica... obrigado.

— Apenas “Jéssica”, sem “dona”, pelamordeDeus.

Fiquei mais vermelho ainda.

— Eu fiquei com medo da senhora achar que eu... sabe.

— “Você”, pelamordeDeus. Eu tenho 27, não 57.

Passei a mão na nuca, nervoso.

— Eu juro que não foi minha intenção, é que... é, tava apertado mesmo.

Ela sorriu de um jeito tranquilizador, e eu senti meu coração desacelerando aos poucos.

— Eu sei, Vinícius. Vamos deixar isso pra lá e seguir em frente, ok? Mas, se você realmente quer se redimir de alguma coisa, pode me acompanhar no cinema. Eu ia assistir o “F1” sozinha, mas cinema com companhia é sempre melhor.

— Eu? No cinema? Com a senhor... você? — hesitei. — Poxa, do... Jéssica, eu... não sei se seria uma boa ideia.

— Que besteira, Vinícius! — ela disse, batendo de leve no meu braço. O toque dela me fez arrepiar. — Não há problema nenhum. O Rogério e a Lisandra estão no cinema também, aqui no mesmo shopping. Quando a sessão deles acabar, a gente pode até se encontrar na saída.

Eu fiquei parado por alguns segundos, tentando organizar meus pensamentos. Por um lado, queria fugir dali para não me complicar. Por outro, ela jurava que era apenas cinema. Não uma armadilha em uma elabora vingança pela encoxada acidental.

— Bom, então, eu topo.

— Combinado! — falou, animada. — Vamos pra praça de alimentação antes? Eu quero comer alguma coisa antes.

— Ah, tem problema ser IMAX? — ela perguntou casualmente. — Eu comprei o meu ingresso já.

Eu ri, meio sem jeito. Ela era uma médica rica e talvez não notasse o quão absurdamente caro era o IMAX no fim de semana. Mas eu precisava agradar ela pra não ferrar a minha vida.

— Problema nenhum...

Depois disso, fomos para a praça de alimentação, onde rachamos um combo no Burger King. Durante a conversa, ela finalmente descobriu que a diferença de idade entre nós era de menos de dois anos. A expressão dela foi impagável. Desde o começo da conversa, ela me tratava como um júnior inexperiente. Quando percebeu que eu tinha praticamente a mesma idade dela, ficou envergonhada e passou a falar comigo de um jeito mais igual. Confesso que achei engraçado.

Depois de comer, fomos caminhando e conversando. Ela tava falando sobre com que ator ela achava o Rogério parecido.

— O Rogério tem tudo em forma, sabe? — disse ela, animada. — A barriga dele não chega a ser um tanquinho, mas é bem definida. Eu não compararia ele com aqueles caras mais fortes, tipo o Henry Cavill ou o Jason Momoa.

— Então, ele é mais na vibe galã elegante, é isso? — perguntei, rindo.

— Exatamente. Em personalidade, ele me lembra o personagem do Hugh Grant em “Um Lugar Chamado Notting Hill”: romântico, educado, sabe dar espaço... — Ela sorriu de um jeito carinhoso ao falar dele. — Mas também tem um quê do protagonista de “Muito Bem Acompanhada”: um homão seguro, sincero, maduro, gentil, inteligente, bom de cama... — A voz dela baixou ao máximo a seguir. — Claro, tirando a parte do protagonista ser um garoto de programa...

— E eu? — perguntei, em tom de brincadeira. — Com quem eu me pareço?

— Hummm... Você me lembra muito os protagonistas de comédias românticas atuais da Netflix.

— Ah, então quer dizer que eu tenho aquela aparência genérica de galã barato?

— Nada disso! Eu quis dizer que você tem aquele jeitinho charmoso e leve, sabe? Aquele cara que todo mundo gosta, que parece gente como a gente.

— Aceito essa explicação — falei, sorrindo. — Agora me diz: com quem você acha que a Lisandra se parece?

Ela mal pensou dois segundos.

— Você conhece aquela atriz que protagonizou a série “The Great” e aquele filme do Bob Dylan, “Um Completo Desconhecido”?

— Sei sim, claro. — Eu gostava daquela atriz, ela tinha algo magnético.

— Pois é! A Lisandra é a cara dela! — disse Jéssica, com firmeza.

Parei para pensar. Quanto mais eu imaginava, mais sentido fazia. As duas eram brancas, loiras, altas, com sorriso espontâneo.

— Realmente...

— A única diferença é que a Lisandra é mais rabuda.

Meu queixo quase caiu. Como responder a isso sem me colocar em apuros. Antes que eu conseguisse dizer algo, Jéssica continuou.

— Eu assisti “The Great”, sabe? Mesmo que eu acreditasse que ali não era uma dublê de bunda e sim a própria atriz, eu posso garantir que a raba da Lisandra é maior.

Eu estava suando. Não existia forma segura de responder aquilo. Acabei ficando em silêncio, tentando parecer neutro. A Jéssica riu, interpretando meu silêncio de outro jeito.

— Aposto que você não percebeu porque a Lisandra usa calças folgadas de propósito, pra não chamar muita atenção.

Tudo que eu falasse poderia ser usado contra mim!!!!

— Imagina ser tão gostosa a ponto de precisar “pegar leve” pra não chamar tanta atenção — comentou ela, rindo, mas havia uma pontinha de reflexão ali. — Deve ser uma sensação estranha. Ela e a Eliana podiam fazer isso, mas a Eliana tá nem aí. Quer é que todos saibam que ela é a mais gostosa de todos.

Um segundo depois, ela arregalou os olhos, percebendo o que tinha falado.

— Nossa... Tlvez eu não devesse ter falado tanto da bunda da minha amiga — ela disse, levando a mão ao rosto.

Eu quase engasguei com o riso nervoso e, desesperado, puxei outro assunto.

— Que tipo de série de filmes você curte?

Ela aceitou a mudança de tópico de bom grado.

— “Velozes e Furiosos” — respondeu, sem hesitar.

Tinha sido uma resposta bem inesperada da parte dela. Continuamos o papo daí.

Três horas depois, saímos da sala de cinema ainda comentando o filme.

— Não esperava gostar tanto assim — falei, rindo. — Na verdade, tinha medo de que fosse como aquele filme antigo do Stallone.

— O plot é exatamente o mesmo!

Seguimos andando até que percebi um aglomerado de pessoas próximo da bilheteria. Uma fila longa se formava, todos tentando tirar fotos com um grupo de cosplayers de Star Wars. Antes que eu pudesse dizer algo, a Jéssica me puxou pelo braço.

— Vamos ver o que é — ela disse, animada.

Quando nos aproximamos, meu queixo quase caiu. No centro de toda aquela confusão estavam Rogério e Lisandra. Eles não apenas estavam fantasiados, estavam impecáveis. Rogério vestia o traje de Anakin Skywalker do começo do Episódio III: botas altas de couro marrom, tônica preta com detalhes em vinho, luvas longas, cinto com bolsos e um sabre de luz azul brilhando em sua mão. O cabelo dele estava penteado exatamente como no filme, e a expressão era de pura diversão enquanto fazia poses de luta.

Lisandra, por outro lado, estava vestida como Ahsoka na sétima temporada de “Clone Wars”. O traje azul-escuro justo, com recortes estratégicos, ressaltava o corpo dela de uma forma quase hipnotizante. Ela empunhava dois sabres de luz, um em cada mão, girando-os com uma destreza que fazia a multidão aplaudir.

Meu coração disparou ao ver Lisandra assim. Parte de mim sentiu um pouco de ciúmes ao ver tanta gente babando por ela, mas outra parte apenas admirava a dedicação dela em entrar no personagem. E Rogério parecia realizada. Vendo a interação dos dois, era evidente que aquilo era apenas amizade. Nenhum olhar, nenhum gesto deles sugeria algo a mais.

— Espera... — falei, surpreso. — São essas as fantasias que você alugou pra eles? Devem ter custado uma fortuna, são perfeitas!

Jéssica riu, meio sem graça.

— Na verdade, eu deixei os dois escolherem onde alugar. Só dei meu cartão e falei que podiam pegar qualquer uma, desde que fossem do Anakin e da Ahsoka.

Fiquei olhando os dois por um instante, impressionado com a forma como eles estavam se divertindo e com o quanto a plateia estava empolgada.

— Mico? Jéssica, hoje é um evento especial de 20 anos desse filme. Só os mais fãnzaços mesmo viriam. Imagina pagar ingresso, comida, estacionamento, tudo isso só pra reassistir algo que você já tem em DVD, Blu-ray e no streaming.

— É...

— Além disso, vamos combinar: o senhor Rogério e a Lisandra estão entre as pessoas mais bonitas do bairro. Talvez até da cidade inteira. — Apontei para os dois, que faziam poses incríveis enquanto os flashes das câmeras pipocavam. — E eles ainda ficaram perfeitos nos trajes, sabem todos os trejeitos dos personagens. Claro que fariam sucesso! Eu mesmo tô querendo uma foto com eles agora que vi de perto.

— Você tem razão, Vinícius — disse Jéssica. — Vamos entrar na fila também. Quero ver a cara deles quando a gente aparecer.

— Vai ser engraçado.

Nos juntamos à fila. Quando finalmente chegamos perto, Rogério estava em uma pose clássica do Anakin, sabre erguido, e Lisandra girava os sabres como uma guerreira. Quando eles nos viram, a reação foi impagável. Primeiro, uma expressão de surpresa total, depois eles caíram na gargalhada. O Rogério quase deixou o sabre cair de tanto rir, e a Lisandra precisou se apoiar nele para não perder o equilíbrio.

Eu apenas observei, sorrindo. Quando Rogério olhava para Jéssica havia uma ternura inconfundível em seu olhar. E quando ela o olhava de volta, era a mesma coisa, uma mistura de orgulho e carinho. Não havia dúvidas: o Rogério era apaixonado por ela. E a Jéssica, por ele. Isso me fez relaxar por dentro. O medo de que Rogério pudesse querer “roubar” Lisandra era infundado. Eles eram apenas bons amigos, parceiros de diversão naquela noite.

Depois, saímos de lá e fomos jantar. O restaurante ficava perto dali. Rogério e Lisandra, fantasiados, chamavam atenção por onde passávamos. Quando nos sentamos à mesa, fiquei um pouco travado. Não era sempre que eu dividia uma refeição com meu chefe.

— Então, Vinícius — Rogério disse, quebrando o silêncio enquanto analisava o cardápio. — Gostou do filme?

— Sim, senhor.

A conversa fluiu melhor quando a comida chegou. Aos poucos, fui me soltando, principalmente porque a Jéssica fazia questão de me incluir na conversa. Conforme a noite avançava, a conversa foi ficando mais descontraída. Eu, no entanto, ainda me sentia um pouco tenso, sempre escolhendo bem as palavras antes de falar.

Quando terminamos de jantar, já era tarde. Ficamos mais um tempo conversando, rindo de histórias antigas que Jéssica e Rogério contavam. Eu percebia que, quanto mais tempo passava, mais natural ficava a minha interação com a Lisandra. Nossos olhares se encontravam com frequência, e às vezes ela tocava de leve minha mão, como se fosse por acaso. Era impossível não sentir que algo estava crescendo ali.

Na saída do restaurante, nos despedimos na entrada. A Jéssica e o Rogério iriam com a Lisandra para o apartamento deles, já que ela ficaria lá naquela noite.

A Lisandra se virou. Eu ia apenas dar aqueles beijinhos no rosto, quando nossos rostos se aproximaram, rolou um selinho rápido e inesperado. Congelamos por um segundo, surpresos. Nossos olhares se encontraram, e o mundo pareceu desaparecer ao redor. Sem dizer uma palavra, nos aproximamos de novo, e dessa vez o beijo foi mais longo, mais intenso. Meu coração batia descontrolado enquanto eu sentia a suavidade dos lábios dela.

Quando nos afastamos, ainda em silêncio, ela sorriu timidamente. Jéssica e Rogério fingiram não notar, embora eu tenha visto um pequeno sorriso no canto da boca da Jéssica.

— Boa noite, Vinícius — Lisandra disse, com a voz suave.

— Boa noite — respondi, ainda atordoado.

Aquela noite tinha mudado alguma coisa entre nós. E eu sabia que, a partir dali, nada mais seria igual.

Veio a segunda de tardinha e tivemos um problema com uns documentos que eu precisava revisar de noite, mas que o Rogério tinha esquecido em casa. Fomos no carro até o prédio onde ele morava, e a Lisandra trabalhava, pra pegar a papelada. Ele até me chamou pra subir junto, mas eu realmente não queria entrar na casa do meu chefe.

Fiquei na portaria, esperando, com a desculpa de que ia aproveitar pra responder umas mensagens no celular. Quando o Rogério voltou, ele me entregou a papelada com um sorriso apressado.

Nos despedimos com um aperto de mão rápido e segui pela calçada, indo pra parada de ônibus. Quando tava pra dobrar a esquina, olhei pra trás e tinha um BYD estacionando bem em frente ao prédio. Pra minha surpresa, reconheci o sujeito que desceu. Miguel.

Ia seguir meu caminho, mas algo me fez ficar parado. Talvez pura curiosidade, talvez um sexto sentido me dizendo que alguma coisa estranha estava prestes a acontecer.

Da portaria, vi a Lisandra saindo. Meu coração deu um pulo no peito. Ela correu na direção do Miguel e se jogou nos braços dele, num abraço apertado e cheio de calor. Não era aquele abraço educado de amigos que se cumprimentam depois de muito tempo sem se ver.

Senti meu estômago se revirar. Minhas mãos suaram. O ar pareceu mais pesado. Eu estava perto demais pra ver tudo, mas longe demais pra ouvir qualquer palavra. E eles também não tinham me notado. Não fazia sentido me aproximar, então fiquei ali, paralisado, observando a cena com uma mistura de raiva, confusão e dor.

A Lisandra sorriu de um jeito que eu nunca tinha visto antes, os olhos brilhando. Enquanto falava alguma coisa, pegou na mão dele, puxando-o levemente, e apontou para a portaria, como se quisesse arrastá-lo pra dentro. Miguel, por outro lado, parecia estar explicando alguma coisa, gesticulando com a outra mão e, em seguida, apontando para o próprio relógio de pulso.

Eles continuaram conversando por alguns segundos, depois caminharam pro carro. Ela abriu a porta e entrava como se se fosse costume.

Me senti pequeno, completamente perdido. Tudo que eu queria era entender o que diabos estava acontecendo. Assim que tive esperanças na relação, perdi a Lisandra pra um cara mais velho, mais bonito e mais rico.

Pois bem, leitor. No próximo capítulo, vou finalmente avançar na minha relação. Mas também infelizmente conhecer um cara que comeu ela...

NOTA DO AUTOR: A ordem dos próximos capítulos:

* Quem Vai Comer a Advogada Evangélica? - Capítulo 09

* Minhas coleções de calcinhas, amantes e putinhas - Parte 09

* Queria Ser Síndica, mas Porteiros e Zeladores Me Viram Pelada (One-shot da Tatiana)

* Eu, minha esposa e nossos vizinhos – Parte 16

* Eu, minha amiga gostosa e os vizinhos dela - Parte 02

* Quem Vai Comer a Advogada Evangélica? - Capítulo 10 (começo do arco do divórcio da Rebecca)

* Apostei que Faria Aquela Médica Certinha Virar Minha Putinha - Parte 04

* Eu, minha esposa e nossos vizinhos – Parte 16.5

* Eu e Minha Esposa Pulamos a Cerca... E o Caos Explodiu - Parte 08

Coloquem nos comentários para o que vocês torcem que aconteçam nos próximos capítulos. Em breve, teremos a continuação.

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Foto de perfil genéricaAlberto RobertoContos: 81Seguidores: 261Seguindo: 0Mensagem Em um condomínio de classe média alta, a vida de diversos moradores e funcionários se entrelaça em uma teia de paixões, traições e segredos. Cada apartamento guarda sua história, no seu próprio estilo. Essa novela abrange todas as séries publicadas neste perfil. Os contos sempre são publicados na ordem cronológica e cada série pode ser de forma independente. Para ter uma visão dos personagens, leia: Guia de Personagens - "Eu, minha esposa e nossos vizinhos"

Comentários

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Não leve a mal meu comentário, mas oferecer várias perspectivas de um mesmo acontecimento em contos diferentes acaba prolongando demais o andamento da série e não me parece acrescentar muito. Além disso, narrar transas em sonhos não é muito estimulante...rs

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É discutível, e "quase" inaceitável, o casal protagonista seguir, assim, intocável. Principalmente a Jéssica, maliciosamente inocente ou inocentemente maliciosa, conduz a imaginação para outras vertentes. É inimaginável que desse mato não saia nem sequer uma preá. Oportunidades não faltam, por exemplo, o Lucério não resistir e se masturbar enquanto ela relata o sexo com o marido, usando a coleira, e depois, cheia de tesão, contar para o marido e resultar em outra foda homérica. Muitas são as possibilidades, sem macular o leito conjugal. Até a permissão do Rogério para algo mais picante, o que não seria traição, para elevar um pouco o nível de erotismo envolvendo o casal. O que eu não vejo é como, num ambiente tão recheado de erotismo, o casal permanecer incólume...

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E digo mais, é até injusto com o casal com seus hormônios aflorados, libido latente, não permitir que participe do clima libidinoso que exala, tanto no local de trabalho quanto no residencial...

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Muitíssimo bom o conto

Adorei o personagem Vinicios .

Torço pra vinicios ficar com Lissandra

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Plim... opa é o elevador? E o que é isso? É o Vinicius e a série dele subindo direto pra uma das minhas favoritas e o personagem dando sinal que pode ser meu favorito de um episódio pro outro?

O tempo extra dedicado ao episódio rendeu muito bem. Conseguiu uma saída interessante pra ter uma cena de sexo, e pra dar uma cena de sexo pra dois personagens “difíceis” de encaixar com outras pessoas.

O ambiente de escritório deles também é legal. Espero que quando o Rogério volte pro ponto de vista da outra série ele conte o “incidente” na copa do escritório.

Não sei se já tem um plano pra semente de “tem uns gastos estranhos no orçamento”, mas espero que o cara o RH esteja envolvido e seja demitido. Eu acho que o escritório ter um personagem secundário mais sério que lide com a Lorena e o Rogério como duas crianças é muito interessante, mas não precisa ser esse cara que parece ser tão negativo, pode ser um personagem legal que até seja amigo deles [e nem precisa ser importante, só ser um personagem pro escritório], mas com a mentalidade “alguém tem que levar as coisas a sério no escritório”.

Já dá pra ver várias combinações de personagens que seriam legais de vendo interagir com o Vinicius. Obviamente ele, o Miguel e a Lisandra quando o mal entendido for resolvido (e depois a Lorena) parece um grupo divertido de acompanhar. Jéssica, Rogério, Vinicius, Lisandra, Lorena e Miguel parece que vai ser um grupo bem divertido e vai dar pra aprofundar bem a Jessica e o Rogério em um ambiente mais descontraído. Acho que a Rebecca como advogada fazer alguns trabalhos pra empresa dos amigos pode ser bom pra movimentar o ambiente. O Vinicius tem uma energia que parece que se daria bem com o Érico e a Sarah (e pode ser um personagem pra ser amigo deles sem querer comer eles!), fora que ele é mais calmo pra contrastar com o jeito mais caótico deles.

E tem muito potencial pra acontecer muita coisa nessa série. Em algum momento o Vinicius e o Miguel vão ter que ouvir falar da “noite do harém”, a reação do Vinicius com o seu Geraldo tendo comido a Lisandra, o problema que certamente vai surgir quando ele souber que a Lisandra era afim do chefe dele. Abrir uma série de possibilidades com o ambiente de trabalho (gente desviando dinheiro, festa da empresa, viagem de negócios, almoços...)

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