Eu sempre me considerei uma mulher forte. Aos 43 anos, comando um império de hotéis e resorts espalhados pela américa latina, não é exatamente algo simples de conseguir, ainda mais sendo mulher em um ambiente onde os homens fazem questão de lembrar a cada reunião que não acham que a gente pertence à mesa deles. Mas eu pertencia, e não só pertencia, como comandava. Eu era respeitada, temida até. Já ouvi de colegas que minha presença intimida, que minha postura faz qualquer um repensar as próprias palavras. E eu gostava disso. Gostava porque eu lutei muito para ter meu espaço.
Mas, por trás dessa imagem que todos veem, eu era só a Sol. Mulher, esposa e mãe. E essa parte de mim, confesso, andava um tanto... vazia. Renato, meu marido, sempre foi meu companheiro, um homem que admirei pela ousadia. Quando ele decidiu montar sua própria empresa, eu sabia que não seria fácil. Era o sonho dele, e como qualquer sonho, exigia sacrifício. Eu banquei muitos desses sacrifícios, não só com dinheiro, mas com tempo, apoio, energia. Ele, por outro lado, parecia cada vez mais distante. O sexo desapareceu, o carinho virou aparição rara. Às vezes ele passava a mão no meu ombro, dizia um “você é incrível, Sol”, mas logo depois mergulhava de novo nas planilhas, nos problemas, no celular.
Eu não queria desistir. Eu sempre acreditei naquele voto que fizemos anos atrás: na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença. Nosso filho já tinha idade para notar como as coisas estavam, e eu não queria que ele crescesse vendo o amor dos pais virar pó. Então eu buscava saídas, tentava reacender algo. Às vezes um jantar, às vezes uma noite só nós dois. Ultimamente, parecia que nada funcionava.
Foi aí que tive a ideia da viagem. Uma surpresa. Recife sempre foi um lugar especial para mim, um pedaço de calor e cor que eu achava que poderia nos reaproximar. Já estava tudo em mente, quase organizado. Eu queria vê-lo sorrir de verdade outra vez.
Naquela sexta-feira, resolvi chegar mais cedo em casa. Dispensei a empregada com carinho, dizendo que eu mesma queria preparar algo especial. Ela até estranhou, porque eu quase nunca tenho tempo, mas sorriu e foi embora. Eu estava animada. Fui até a cozinha, abri uma garrafa de vinho, comecei a pensar em pratos leves para a noite. Eu tinha até colocado uma playlist que ele gostava, tentando trazer um pouco de nós de volta.
Aproveitei para dar uma saída, para comprar algumas coisas, em um empório no bairro. Comprei uma costela de cordeiro, especiarias, iria fazer um assado. Acreditava que um jantar gostoso, reconfortante, seria ótimo para nós dois. Volto pra casa, depois disso, e encontro a luz acesa, coisa que não tinha deixado. Também encontrei ali o terno de Renato.
Na hora, meu coração acelerou, mas não era por desconfiança. Achei que Renato tinha voltado mais cedo também. Sorri comigo mesma, feliz com a coincidência, mas triste pois iria ter que estragar a surpresa, mas mesmo assim, fui atrás de meu marido e comecei a subir as escadas devagar, pensando em surpreendê-lo.
Conforme fui chegando mais perto, os sons começaram a ficar claros. Primeiro risos, gemidos abafados, depois mais largos. Minha mente começou a alertar, mas meu coração, a tentar me enganar.
Parei no meio do corredor. Não, não podia ser. Meu estômago gelou. Tentei me convencer de que era apenas um pesadelo na minha mente, ou qualquer outra coisa. Mas era um gemido alto, acompanhado de um " Me fode, Renato...".
Parte do lençol estava cobrindo seu corpo, mas dava para ver muito bem Renato de costas para porta, deitada na cama como se estivesse entre as pernas de outra mulher. O tesão tomava conta do ambiente, e ele sequer tinha percebido que eu estava ali.
Suas costas estavam completamente arranhadas, e a mulher que o acompanhou seguia fazendo o mesmo, arranhando ali suas costas enquanto eles trepavam. Ele estava ali metendo com força, enquanto a mulher descia as mãos e tirava parte do lençol que cobria seu corpo e ali deu para ver muito bem a bunda dele se movendo para frente e para trás, enquanto ele estava metendo outra mulher.
Renato parecia não ter percebido que eu estava ali ainda, nem mesmo a outra mulher. Eles estavam fodendo como loucos, ele estava ali gemendo com força enquanto a mulher pegava na bunda dele e dava uma boa apertada.
Pensei imediatamente em acabar com tudo ali, mas fiquei com o corpo paralisado, apenas esperando o momento que ele se desse conta que eu estava ali, o que parecia difícil já que a mulher parecia tomar completamente a atenção dele. Mas eu não sabia porque, aquele gemido e aquela voz me pareciam ser familiar.
Minhas mãos tremeram. Eu queria recuar, descer, fingir que não tinha ouvido nada. Mas meu corpo se moveu sozinho. Caminhei até a porta entreaberta e empurrei, ainda sem acreditar.
E lá estava ele. O homem que eu amava, que eu protegia, que eu segurava tantas vezes quando ele fraquejava, estava ali comendo outra, na nossa cama.
Não era um descuido, não era um beijo roubado. Era traição, nua e crua, bem diante dos meus olhos.
Eu não sei dizer o que senti primeiro. Raiva, dor, incredulidade. Tudo misturado, como se um furacão tivesse me atravessado. Senti minha garganta arder, mas não consegui gritar. Só consegui soltar a voz baixa, quase um sussurro, como se fosse uma última tentativa de me convencer de que eu não estava sonhando.
— Renato...?
Ele congelou. Ela também. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor, pesado.
— Sol? Puta que pariu. — disse renato, que se virou, ainda montado em cima da mulher e me viu ali, completamente destruída na porta de nosso quarto.
— Solange? Calma, ta? Podemos... — E ali, junto dele, a voz que eu tentava me lembrar. Era justamente a voz de minha sobrinha, Raquel. Que supostamente deveria estar no exterior, estudando, com o dinheiro que eu bancava pra ela.
Eu não sei quanto tempo fiquei ali parada, só sei que nada nunca mais seria igual.
— Oi Raquel, oi Renato. Podem continuar, eu não quero atrapalha-los. — Dei meia volta e acabei indo embora da casa. Renato veio atrás, desesperado atrás de mim, e minha sobrinha, Raquel o acompanhou. Por dentro estava destruída, mas por fora, eu tentava mostrar força. Peguei meu carro e saí, acabei indo para qualquer lugar, mas não queria ficar ali.
Eu não sabia para onde ir. Dirigia sem rumo, com o coração batendo tão forte que parecia que ia rasgar meu peito. As luzes da cidade passavam rápidas pelo vidro do carro, mas eu nem enxergava direito. Só pensava na cena que tinha acabado de presenciar. Meu marido e a Raquel. Minha sobrinha. A menina que eu ajudei a criar, que eu banquei faculdade fora do país, que eu tratei como filha. Como é que isso podia estar acontecendo?
A cada quilômetro, a raiva dava lugar a uma dor mais funda, como se tivesse levado uma facada. Eu não queria chorar, mas as lágrimas vinham sem pedir licença. Respirei fundo, liguei o limpador de para-brisa mesmo sem chuva, só para disfarçar se alguém me visse parada no trânsito. Eu precisava de um porto seguro, de alguém que me segurasse antes que eu desabasse de vez. E só uma pessoa veio na minha mente: minha irmã, Selina.
Virei o carro para o caminho da casa dela. Quando cheguei, bati na porta com a mão trêmula. Ela abriu quase de imediato.
— Sol? O que houve? Você está branca! — disse, me puxando para dentro.
Não aguentei. Assim que entrei, sentei no sofá e comecei a chorar. Selina me abraçou apertado, sem fazer perguntas. Esperei alguns segundos, respirei fundo e soltei, engolindo seco.
— Renato me traiu, Selina. Me traiu com a sua filha, a Raquel. A Raquelzinha, que eu sempre tratei como filha...
Ela me afastou de leve, arregalando os olhos.
— Como é que é? Você tá dizendo que... minha filha?
Selina sentou no sofá e começou a passar mal. Eu tentei ajuda-la, correndo até a sua cozinha e pegando um copo de água. Depois que ela bebeu, e se acalmou, voltou a perguntar se era verdade o que tinha dito, e eu assenti, envergonhada até de repetir.
— Eu vi, Selina. Vi com meus próprios olhos. Não foi mal-entendido, não foi suposição. Eu entrei no quarto e os dois estavam juntos.
Ela levou a mão à boca, chocada, andando de um lado para o outro da sala.
— Mas a Raquel deveria estar fora do país! Ela me ligava toda semana dizendo que estava estudando! Pelo amor de Deus, Sol, como ela teve coragem?
— Pelo jeito ela mentiu pra nós duas, ou pode ter voltado, e eles foram lá, matar a saudade. Falo isso porque eu duvido que tenha sido só essa vez...
— Será? — perguntou Selina. — Mas essa menina me paga, eu preciso falar com o pai dela.
— Não precisa fazer nada, Selina — falei, mais calma do que eu imaginava. — No fim das contas, ela só escancarou uma verdade que eu vinha tentando ignorar. Meu casamento já tinha acabado, eu que não queria enxergar.
— Você não pode falar isso assim, como se fosse simples! — ela rebateu, nervosa. — O Renato é seu marido, e ainda por cima, você sempre esteve do lado dele. Ele só tem a empresa dele, porque você financiou. Você segurou ele tantas vezes, e é assim que ele te paga?
Suspirei fundo, encostando no sofá.
— Eu não quero me separar, Selina. Meu filho ainda é pequeno, ele não vai entender. E eu fiz um voto. E além disso, o que a sociedade vai pensar? Em ver nosso sobrenome assim, na lama?
Ela se sentou do meu lado e segurou minha mão com força.
— Sol, escuta o que eu vou te dizer. Voto nenhum te obriga a viver com um homem que não te respeita. O Renato não só te traiu, ele te enganou, te usou. Você merece muito mais. Não fica presa a um juramento que ele já quebrou.E além do mais, nome a gente reconstrói. A sociedade estará do seu lado.
Fiquei em silêncio, olhando para nossas mãos entrelaçadas. As palavras dela doíam, mas eram verdade. Eu sabia que eram. Mas eu não podia, simplesmente me separar.
— Você tem razão, Selina. — falei, enxugando o rosto. — Eu já sei o que vou fazer daqui pra frente.
Quando voltei para casa, confesso que minhas pernas tremiam. Eu não sabia como ia encarar o Renato depois de tudo, mas eu tinha que encarar. Ao entrar, encontrei uma cena que partiu meu coração em dois: ele estava no sofá com Rodrigo, nosso filho, rindo enquanto o menino contava como tinha sido a aula.
— Ah, pai. Hoje eu tirei 9,5 em matemática, sabia?
— Eu sabia, não podia esperar algo diferente do meu filhão, não é?
— Você acha que a mãe vai gostar quando eu contar isso a ela? — ele perguntou ao Renato, que ao me olhar na porta, respondeu.
— Você pode aproveitar que ela chegou, e perguntar a ela pessoalmente.
— E aí, mãe! — Rodrigo gritou quando me viu. — Tirei 9,5 em matemática hoje!
Ele saiu correndo e me abraçou com aquela força pura que não tem ideia da guerra acontecendo em volta dela. Eu o apertei contra mim, sentindo o cheiro dele, e respirei fundo.
— Parabéns, meu amor. Você é o orgulho da mamãe. Vai lá pro quarto, toma um banho, que já já eu passo pra te ver, tá?
Ele sorriu, sem desconfiar de nada, e correu escada acima. Assim que ouvi a porta dele bater, o silêncio voltou para a sala. Eu e Renato ficamos nos olhando.
— Sol... eu... — ele começou.
Levantei a mão, cortando sua fala. Caminhei devagar até a poltrona e me sentei, ajeitando o cabelo como se precisasse ganhar tempo. Depois cruzei as pernas, olhei direto nos olhos dele e perguntei:
— A quanto tempo você tem um caso com a Raquel?
Ele empalideceu na hora. Tentou forçar um sorriso nervoso, como se ainda pudesse inventar uma desculpa.
— Foi só hoje, Sol... foi um erro, um momento de fraqueza. Não significa nada.
Soltei uma risada curta, sem humor.
— Renato, me poupa. Você acha mesmo que eu acredito nisso? Você acha que a Raquel viria escondida da Europa, largando o intercâmbio que eu paguei, só pra dar uma trepada contigo uma única vez?
Ele desviou o olhar, mexendo nos dedos. Ficou calado alguns segundos, até que finalmente suspirou.
— Tá bom. Foi mais tempo. Um ano e meio, mais ou menos... Olha, a gente começou a conversar depois de uma mensagem que ela me mandou.
— Que mensagem, Renato.
Ele ficou um pouco vergonhoso de falar, mas logo soltou:
— Ela mandou um nude pra mim. Por engano. Iria mandar pro namorado dela aqui. Dai me pediu desculpas, eu comecei a conversar com ela, veio os flertes, e quando dei por mim... Tava comendo ela sempre que ia viajar a negócios.
Meu peito doeu, mas eu não chorei. Apenas fechei os olhos por alguns segundos, respirei fundo e disse:
— Obrigada pela sinceridade, mesmo que tardia.
De repente, ele se levantou e veio até mim. Se ajoelhou no tapete, segurando minha mão como um homem desesperado.
— Eu errei, Sol! Eu sei que errei, eu não deveria ter feito isso, ainda mais com a Raquel, nossa sobrinha. Foi mais forte que eu, eu sei que poderia ter encerrado a conversa ali, mas estava já sem sexo a um tempo, você estava ocupada com... — Eu o interrompi, puxando a minha mão devagar e encarei ele de cima.
— Estava ocupada lidando com a minha e a sua empresa, ao mesmo tempo, salvando-a de uma crise, por amor a você. E não jogue isso na minha cara, pois eu te procurei... E você era só de fodas rápidas.
— Você me perdoa, Sol? Por nosso filho, por nós. — ele ainda implorava de joelhos pra mim.
— Renato, por hora eu só quero que você saia da minha frente.
— Não, Sol, me escuta! Eu não posso perder você. Eu não posso perder nossa família. Eu juro que nunca mais...
Virei o rosto, gelada, e soltei:
— A única coisa que você pode perder agora é a ideia de que vai continuar dependendo de mim. Porque se depender de mim, a sua empresa vai ter que declarar falência.
Ele arregalou os olhos, apavorado.
— Não! Sol, pensa nos funcionários! Eu não tô falando só de mim, tem gente que depende dessa empresa!
Cruzei os braços e o encarei com calma.
— Eu vou pensar. Mas não por você. Pelas pessoas que trabalham lá.
Ele ainda tentou se aproximar de novo, mas levantei da poltrona e o cortei.
— A partir de hoje, você dorme no quarto de hóspedes. Eu não quero você na mesma cama que eu. Amanhã eu tenho reunião cedo, e não vou gastar mais um minuto do meu sono com você.
Virei as costas e subi as escadas, sentindo ele parado no meio da sala, sem reação. Dentro de mim, eu estava destruída. Mas por fora, eu era Solange, a Sol. E eu não ia me curvar.
O dia seguinte chegou, e eu estava ali, sentada na grande mesa de reuniões do meu escritório no Rio. O ar-condicionado estava forte, mas mesmo assim eu sentia um calor esquisito na nuca. Talvez fosse nervoso, talvez fosse só a cabeça pesada depois de uma noite em claro. Na mesa, papéis, contratos, advogados, e representantes do governo federal discutindo cláusulas para a locação de cinquenta quartos de um dos meus hotéis.
Eu deveria estar feliz. Era um contrato muito bom, visibilidade mundial, uma chance de ouro para reforçar ainda mais meu império. Mas eu mal conseguia focar. Cada palavra que entrava no ouvido parecia passar direto e sair pelo outro. O que martelava era a cena da noite anterior, o olhar do Renato ajoelhado no chão, a voz dele implorando. E, pior, a imagem da Raquel, minha sobrinha, minha menina, traindo de uma forma tão suja.
— Senhora Solange? — a voz de um executivo me puxou de volta. — A senhora concorda com a cláusula da estadia mínima?
Eu pisquei, ajeitei a postura e sorri, aquele sorriso que sempre uso quando preciso esconder alguma coisa.
— Claro. Está tudo de acordo. Fechamos.
Assinei o contrato com a caneta firme, como se nada pudesse me abalar. Aplausos contidos, apertos de mão, fotos rápidas. A Solange empresária nunca falha. Mas dentro, eu estava quebrada.
Quando tudo terminou, caminhei pelos corredores da sede da empresa. O som dos saltos ecoava no piso de mármore, mas minha mente estava distante. Até que meus olhos se prenderam em alguém.
Era um jovem, devia ter seus vinte anos, cabelos castanhos lisos caindo um pouco sobre a testa, corpo mediano, camisa social simples e um currículo nas mãos. Parecia perdido, olhando de um lado para o outro, como quem procura a sala certa.
Por um instante, fiquei parada. Ele também me olhou. Não foi nada explícito, nem vulgar, mas houve algo ali. Um instante suspenso no ar, como se o mundo tivesse desacelerado. Eu, uma mulher de 43 anos, destruída por dentro, e ele, no início da vida, provavelmente procurando apenas um emprego. Mas naquele olhar, havia tensão.
Ele abaixou os olhos rápido, meio sem graça, como se tivesse sido pego em flagrante. E eu, contra minha própria vontade, senti meu peito acelerar de novo. Não era paixão, não era desejo, era algo diferente... talvez só a sensação de ser notada de novo, de lembrar que eu ainda era mulher, não só empresária, não só mãe, não só a esposa traída.
Continuei andando, mas não consegui evitar olhar para trás. Ele ainda estava lá, observando discretamente.
— Você precisa de ajuda? — perguntei.
— Preciso sim, boa tarde! Eu me chamo Caio, eu vim por conta da vaga, sabe? De assistente, eu preciso do emprego. Perdi o meu recentemente, e tenho uma mãe doente pra ajudar, e... — Eu o interrompi.
— Calma, garoto! Eu já entendi, não se preocupe, ta? Estamos sim precisando de um assistente, eu vou te levar até o lugar certo. Me acompanhe.
Achei ele um fofo, todo atrapalhado, e ao mesmo tempo, gostei da história da mãe doente, acho que foi isso que me pegou. Chegamos no RH, e eu pedi para ele encaminhar sua ficha ali, e esperar ser chamado, enquanto mandei um recado para contratarem ele. Não sei se estava mais sensível que o normal, ou se estava curiosa para sua estadia aqui.
Acabei o contratando como meu assistente pessoal, que ficaria responsável por me trazer papeis, imprimir, pelo café, e outras coisas. Precisava disso? Não. Mas queria ajuda-lo, fiquei comovido com a sua história.
Chegando em casa, eu encontro meu marido e filho. Os dois tinham preparado um jantar surpresa pra mim, e eu tinha certeza que isso era obra do meu marido para me dobrar.
— Surpresa pra mulher mais linda do mundo! — disse Renato.
— Olha mamãe, o papai fez isso aqui só pra você. — Ele disse.
— Que bom. Vocês podem então comer, eu estou cansada, e vou tomar um banho. Como depois.
— Mas eu insisto em espera-la então. — Disse Renato.
— Não quero, Renato. Já disse que vocês podem ir. E depois eu quero ter uma conversa com você.
Fui então para o banheiro, e liguei o chuveiro. E um banho bem quente caiu sobre meu corpo. E ali deixei a água cair sobre mim, enquanto pensava no que iria fazer daqui pra frente de minha vida.