Nem sempre um momento erótico é algo previsível e preparado, as vezes o mundo te surpreende e um momento surge de forma inesperada, para algumas pessoas um momento verdadeiramente erótico é algo natural do dia a dia, que simplesmente acontece naquele instante, quando tudo para… Essa história é sobre um momento assim.
Eu e minha amiga Nanda íamos no bar chamado Madame, Nanda, (Fernanda), uma mulata linda, com um belo corpo de 1,69, ela possui um quadril grandinho, seios pequenos e cabelos longos e cacheados, sempre atrai olhares dos homens por onde passa, principalmente quando ‘passa’.
Eu por outro lado fazendo o contraste, magrinha, com longas pernas, não totalmente sem atrativos, com cinturinha, bundinha em pé, peitinhos, só eram pequenos, meus cabelos castanhos escuros até quase a cintura, meus olhos azuis chamativos, aprendi a compensar com roupas e posturas o que me falta em corpão.
Quando chego Nanda já me espera com uma legging imitando couro e uma blusa branquinha, eu por outro lado um vestido super levinho com a cintura mais marcada, mas a saia toda rodada, uma bota até os joelhos e meia arrastão realçam minhas pernas longas e chama atenção para elas.
“Achei que aquele namorado, não ia deixar essa vadia se divertir hoje”, dou risada, imediatamente da acidez, da última vez, estávamos brigados eu e ele e eu vim dançar, deu uma briguinha desnecessária, mas eu não deixaria ele ditar onde e com quem posso ir a lugares… “Foi difícil convencer ele a me deixar sair com a minha amiga piranha, mas deixou sim.”, nós duas rimos dessa vez, antes do abraço e de conversas mais normais, sem nossas brincadeiras.
“Na verdade nem perguntei.”, respondi com sinceridade para Nanda, não tinha porque esconder coisas dela, “Ele tinha o show da banda de um amigo para ir hoje, acho que em Mogi e saiu com os amigos dele.”, “Te deixando sozinha.”, ela completou o óbvio, que eu concordei com a cabeça.
“Você sabe que ele vai ligar para a sua mãe, descobrir que você não está em casa e ficar bravo com você de novo, né?”, dou de ombros, aquilo era um problema para a Sabrina do futuro, a do presente estava louca para dançar.
“Vai eu só não me importo Nanda…”, ela sorri entendendo meu tom de voz e resolve já partir para a brincadeira de novo, “Entendi as roupas, veio piranhar em vingança.” nós duas rimos de novo com a quebra do climão e logo entramos.
Uma vez dentro do bar havia Lucio, 1,69 loirinho de olhos castanhos, um corpo normal, magro, muito inteligente e delicado, mas um comedor malicioso e safado, cujo sorriso safado era o mais sedutor que uma coitada poderia acreditar, para não falar que eu sabia que todas as meninas da rua, inclusive eu mesma já tinham dado para esse safado.
Após alguma bebida, as primeiras da noite, com os corpos já aquecidos e mente preparada, descemos para a pista, onde o porão nos aguarda com um som gótico alto, que me faz arrepiar inteira.
Quem já foi a uma festa gótica sabe que algo pode ser dito sobre a dança. É muito sexy…
Quando chegamos os três na pista, Nanda, resolveu aprontar, me puxou para dançar, começamos a dançar uma acompanhando o passinho da outra, olhos nos olhos, logo sinto o perigo, o frio no estômago, o arrepiar de peles, fui pega…
Meus olhos vão de seus olhos para seus lábios, que parecem úmidos e sedutores, vejo no seu olhar que também caminha pelo meu corpo, seu quadril se move de um lado para o outro, um levantar e baixar, enquanto seus passos mantém a cadência e suas mãos vão em minha direção insinuando me puxar para um abraço.
Sigo da mesma forma, insinuo abraços, insinuo toques, me arrepio inteira com isso, ela chega seu rosto tão próximo, seus lábios tão próximos que sinto o cheiro de menta dos seus lábios, assim como ela sente meu hálito do mesmo mojito, estremeço e fecho os olhos mordo os lábios deixando ela ver o que isso faz comigo.
As duas nos afastamos de novo sorrindo uma para a outra, nessa dança de sedução hipnótica, a distância sem tocar, suas mãos percorrem meu quadril minha cintura meu ombro, eu rebolo em suas mãos, encolho meus ombros, olhos nos olhos e dou um sorrisinho safadinha.
Minhas mãos por igual, mantendo a etiqueta da dança, percorrem seu quadril, suas costas, seus seios, ela quase ri da minha ousadia, empina seu quadril para sentir sua potência, arqueia suas costas de prazer, empina seus seios oferecendo mais.
Tudo isso essa dança erótica com toques insinuados, mas nunca concluídos em um porão que serve de pista de dança, tomado por uma neblina de incenso com cheiro de rosas, onde Lucio observa hipnotizado suas duas amigas gostosas praticamente se comendo em público, as outras pessoas, casa cheia, acompanham o vulto das duas garotas que dançam seduzindo uma a outra.
A música acaba e ambas estamos olhando uma nos olhos da outra, ela sussurra sem som na voz, mas eu já conheço a palavra vinda dela, “Piranha”, e eu respondo, “Vadia”, ambas damos risadas e ela fala o que real quer, “Vou pegar mais um mojito.”, “Nanda pega um para mim na sua comanda, depois eu te pago?”, “Claro gata já volto, LUCIO CUIDA DELA.”... E sai depois de literal deixando a ovelha nas mãos do lobo.
A presença de Lucio realmente têm um efeito interessante, percebo pelo canto de olho homens, que pretendiam chegar quando fiquei sozinha, mas que agora que ele colou em mim, esperam educadamente ele ser dispensado antes de terem sua vez.
“Dança comigo, Sabrina?”, sorrio e faço que sim com a cabeça…
Agora, dançando com ele, mais agressivo que a Nanda, suas mãos não param sobre pontos únicos, sobe seguindo minha silhueta, seus passos são mais rápidos, me obrigando a rebolar um pouco mais, seus lábios, chegam próximos, suas narinas absorvem o cheiro das minhas bochechas, que ficam vermelhos me arrepia a pele esse assalto.
Mesmo assim não me entrego, meu quadril rebola e se aproxima, convida ao toque, meus lábios se abrem, prontos para o beijo, meus olhos quando cruzam com o dele, veem a fagulha que ele contém, só de chegar tão perto e saber que não pode encostar…
Me viro de costas para ele, só imaginando se seus olhos seguem minhas costas estreitinhas enquanto elas dançam de um lado para o outro, ou se concentram no meu quadril acompanhando o mesmo movimento com a barra da saia subindo e descendo acompanhando.
A música pára e eu me viro ele dá um passo para frente, seus lábios a milímetros de tocarem os meus eu respiro fundo, pela boca e as narinas, prendo a respiração e fecho os olhos quase implorando o beijo que eu sei que não vai vir, porque ele jamais faria isso comigo, com o Rafa… Sinto o frio na barriga e na espinha estremeço, excitada e com medo, medo pelo Rafa, medo de finalmente bagunçar tudo.
Estou com esses sentimentos quando sinto a dor, Lucio me pega pelos cabelos, bem pela nuca, me fazendo olhar para ele, me encolho e estremeço submissa enquanto sinto a coxa dele entre minhas pernas subir até encontrar um alvo, que se umedece imediatamente com isso me causando arrepios e calafrios, seus lábios se aproximam do meu ouvido e ouço sua voz.
“Que fique bem claro que eu não faço nada com você, porque eu sei que você iria se arrepender pelo Rafa”, “Obrigada Lu”, é o que consigo dizer, arrepiada, sentindo a calcinha úmida, tremendo de leve, “Ele não te merece Sabrina, homem que acha que vai conseguir controlar e apagar esse seu fogo antes que você não consiga se conter não te merece.”, me afasto um pouco sem jeito, a escolha é minha…
“Eu amo o Rafa, Lu e eu vou conseguir você vai ver.”, o olhar de descrença dele, é bem desconcertante e eu tenho bem poucos argumentos, depois de quase ter beijado a Nanda e ele, mais que beijado, pelo meu estado.
Enfim saímos da pista e fomos para a área aberta nos fundos, onde esfriamos nossos corpos com bebida gelada e a brisa noturna.
A passa a noite se divertindo mas eu fico com isso na cabeça, esse instinto, essa garota fácil que, “É passado…”, digo para mim mesma, (Party girls don’t get hurt), será? Porque agora estou machucada, pensando no que Lucio falou, será que esse instinto um dia vai vencer e eu vou trair o Rafa? E quando acontecer? Será que estarei pronta para as consequências?
Quando fomos para casa no dia seguinte, fomos contentes e livres, nos divertimos bastante, mas eu não paro de pensar nas palavras do Lucio, eu realmente teria beijado os dois se eles tivessem dado o primeiro passo, como já deram no passado.
Ambos estão respeitando minha decisão de ser monogâmica, mas será que eu mesma vou aguentar isso por muito tempo? Eu amo Rafael, é um fato. Mas será que isso importa o suficiente?
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Por favor, votem e comentem façam uma escritora feliz, gosto de ver a opinião de vocês e esse conto é inclusive uma pergunta.
Se chegou até aqui e ficou curioso com o namorado, dá uma olhada no primeiro conto, "Dedo no Cu e Gritaria", onde ele é mais explicado.