Capítulo 3 — A Tia
Ainda estava na cozinha, cercando minha avó com elogios que escorregavam fácil para o duplo sentido, quando a porta da sala rangeu e
ouvi o som seco do salto batendo no piso da sala.
Tia Patrícia entrou como quem atravessa um portal sagrado: Bíblia firme na mão direita, expressão de quem já tinha rezado por todos nós — e provavelmente decidido que não tinha adiantado.
O vestido comprido, cor sóbria, manga três quartos, era uma armadura fina — daquelas que tenta esconder o corpo, mas acaba entregando tudo. O tecido cedia no ponto certo: nos quadris que desenhavam a curva até o joelho, na cintura que recuava como quem se rende, e no busto que ameaçava romper o decoro a cada passo. Patrícia carregava a moral no discurso, mas o corpo não tinha aprendido a lição.
Eu já tinha o olho treinado — e não precisava ser Sherlock pra sacar o volume dos seios pelo repuxo do tecido quando ela segurava a Bíblia. O quadril largo balançava discreto, tentando fugir do olhar que não largava. O jeito que ela andava, ombros retos, queixo lá em cima — parecia mais um desafio do que um convite, mas eu sabia que por baixo daquela rigidez morava uma mulher que se esconde atrás da própria moral.
Eu fiquei ali, encostado na pia, me perguntando se minha tia percebia que, quanto mais tentava se cobrir, mais chamava atenção para si.
O cabelo castanho, preso num coque que deixava escapar alguns fios na lateral, balançou quando ela parou e me viu. O olhar dela, que tinha o costume de ser rápido, agora me media com uma atenção que ela tentava disfarçar. Seus olhos castanhos — claros demais para o jeito severo que ela tentava manter — desceram e secaram meu corpo, do rosto ao peito, e pararam no volume da minha calça antes de voltarem, em choque, para o meu rosto. O lábio fino e fechado, se apertou ainda mais quando sorriu para a mãe, desviando o foco.
Minha avó abriu um sorriso quando a viu.
— Olha só quem já chegou — disse, olhando para mim e apontando discretamente para a filha.
— Olha só… — A voz dela saiu um pouco mais baixa, um susto que ela não esperava. — Como você cresceu. Tá forte. Um homem de verdade.
Não era um elogio. Era uma constatação que parecia incomodá-la. E, por dentro, um sorriso se abriu. Ela sentiu o que eu estava sentindo. O jeito que ela me secou, com o olhar rápido e o comentário desconcertante, era um convite silencioso.
— Oi tia… — me adiantei no reflexo, igual tinha feito com a vó, e tentei dar um selinho rápido. Costume da família materna. Beijo que mal encosta, mas que diz “tamo junto” sem precisar de abraço.
Só que ela congelou. O rosto dela virou para o lado como quem desvia de um espirro. O choque ficou estampado.
— Miguel, que cê tá fazendo? — voz seca, tremendo entre o espanto e a reprovação.
Minha avó riu, meio sem graça.
— O menino disse que é costume lá na cidade.
— Certos costumes não têm lugar aqui — respondeu Patrícia, seca, cada palavra cortando como régua de colégio antigo.
Levantei as mãos, rendido.
— Desculpa, tia… costume bobo. — tentei manter o tom leve, mas ela já tinha dado um passo pra trás.
Nada de abraço. Só estendeu a mão, rápida, como quem assina um documento e encerra o assunto. Apertei. Gesto frio, distante.
E pronto. Ali eu já sabia que tinha perdido. Não o respeito — esse talvez nunca tivesse —, mas a chance de sentir o corpo dela por baixo daquela armadura de pano. Aquele tecido grosso que, na minha cabeça, escondia mais pecado do que protegia a virtude.
— Essa mania de encostá demais, beijá, se abraçá... é exagero. Ainda mais entre home e muié.
— É só afeto, fia — disse minha avó, tentando cortar o tom.
— Afeto num precisa de contato — retrucou Patrícia, e o olhar caiu direto em mim — Especialmente hoje em dia. É tudo desculpa pra sacanagem.
Minha avó fez uma careta discreta, mas num conseguiu impedir o próximo golpe.
— E num é só ele, não. O pai dele também. Home fraco, que traiu a mãe dele. A cidade corrompeu.
Minha avó tentou aliviar:
— Deixa disso, Patrícia, o menino disse que é costume lá da cidade, sô.
A conversa escorregou de vez para o sermão. Patrícia começou a falar dos “costumes liberais” da cidade, do jeito exagerado que as pessoas se esfregam, do tanto que as mulheres andam — “quase pelada demais”, nas palavras dela — e como os jovens “num têm mais respeito”. Falava olhando direto para mim, cada frase carregada como se quisesse me acertar em cheio.
Eu mantinha o semblante sério, acenando com a cabeça no tempo certo, como quem absorvia cada palavra. Mas meu olhar fazia outro caminho.
Quando eu pegava o olhar dela, era rápido — tão rápido que parecia que eu tinha visto um animal fugindo. Ela desviava o olhar, virava a cabeça, mordia o lábio com um misto de nervoso e desafio. Era um jogo mudo, onde o silêncio dizia mais que qualquer palavra.
O botão do decote abriu sozinho quando ela se inclinou para gesticular. Não foi muito, só o suficiente para eu ver a sombra do sutiã. Ela percebeu, fez um microajuste rápido, os dedos fechando o tecido como se fosse automático. Continuou falando.
Minha avó tentava mudar o assunto, mas Patrícia não dava trégua.
Eu engoli a vontade de responder, de chamar ela de hipócrita, mas o que fiz foi só calar e observar o contraste ridículo: o discurso moralista que ela vomitava, e o tecido do vestido que grudava no corpo dela, implorando por atenção.
Cruzou as pernas devagar, e o vestido repuxou na coxa. Um pedaço de pele apareceu, mais claro que o restante, como se tivesse ficado protegido do sol. Ela puxou o pano para baixo sem parar a frase, quase como se fizesse parte da pontuação.
Patrícia falou de pecado, de luxúria, de pureza — citava versículos com a rigidez de um tribunal, mas os olhos tinham um brilho que eu lia como um segredo sujo.
Enquanto falava, ela parou por um segundo e me olhou de cima a baixo, os olhos parando no meu peito. Era um olhar rápido, disfarçado, mas era ali.
— ...é tudo desculpa pra sacanagem. — Ela concluiu, o olhar voltando para o meu rosto, mas a frase tinha perdido o peso. Era só um eco. O corpo dela, por um instante, tinha concordado comigo.
Minha avó concordava, tentando suavizar:
— O mundo lá fora é diferente, nem tudo é ruim, minha filha.
Mas Patrícia rebateu:
— O pecado é como erva daninha, mãe. Começa pequeno e não para de crescer se não arrancar logo.
Passou a mão pelo cabelo e, sem perceber, arqueou o corpo, o tecido esticando sobre o peito. Só quando notou meu olhar é que ajeitou a postura.
Molhou os lábios distraída, talvez pelo calor, e um fio de suor brilhou na base do pescoço. Ali, a batalha estava evidente — o que pregava na boca e o que o corpo dizia no silêncio. Cada gesto, cada respiração, era um convite não dito.
Eu continuava no meu papel, acenando, fingindo absorver a lição. Se eu demorava demais no decote, dava pra ver ela puxando o botão do vestido pra cima, disfarçando, mas o movimento entregava tudo. Quando cruzava a perna e o vestido esticava demais, ela dava aquele puxão de leve pra baixo, fingindo ajeitar o tecido, mas era um sinal claro: ela sentia, sim, o meu olhar pesado.
Mas cada movimento dela parecia mais um recuo estratégico nessa guerra que ela ainda nem admitia estar lutando. Se com minha avó o abraço foi o campo de batalha, com Patrícia eu sabia que ia ser uma guerra lenta, torturante — e deliciosa.
Não adiantava. Por mais que elas tentassem se cobrir de moralidade ou de afeto, no fundo, eram apenas variações do que eu já conhecia. Patrícia era a negação hipócrita, e Pilar, a doçura reprimida. Uma armadura, a outra, um convite silencioso. E eu tinha entrado em um território novo, sim, mas o mapa era familiar. Minha avó materna me ensinou que o afeto é um atalho para a intimidade, e minha tia do lado de lá, que a pureza é apenas uma cortina para esconder o desejo. Pilar e Patrícia eram as versões rurais da mesma lição. Uma fingia inocência, a outra pregava castidade, mas os olhos não mentiam. Eu não tinha chegado a um refúgio, e sim a um campo minado de segredos. E eu estava mais do que pronto para provar que, no jogo da família, todas as regras foram feitas para serem quebradas.
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