- Detento número 07825, Lucas Vinícius da Silva. Idade: 22. Situação: detenção provisória por atentado ao pudor gravíssimo; aguardando julgamento. Confere?
Meu corpo tremia como se eu estivesse preso dentro de um frigorífico, aguardando minha hora de ser abatido ou então devorado vivo. Era minha primeira vez na cadeia, jamais imaginei que seria preso por me masturbar e transar na rua, mas aconteceu e eu só acreditei quando me vi cercado de policiais na sala de triagem da penitenciária, de mãos algemadas pra trás e prestes a dar entrada no sistema prisional. Tive que me controlar muito pra não deixar a tremedeira transparecer, especialmente quando o carcereiro brutamontes me encarou e fez cara de bicho.
- Detento número 07825, Lucas Vinícius da Silva. Situação: detenção... – o policial casca grossa cansou de repetir, largou a prancheta em cima da mesa com muita agressividade e eu não sei como o objeto não partiu ao meio. – Olha só, presta atenção: tu tá preso, moleque! Agora é tarde pra chorar! Aprende a dar ouvido quando eu tiver falando ou vou arrancar tuas orelha na próxima vez, escutou?!
- S-Sim! Desculpa, moço, eu tô meio nerv-
- Pra você é SENHOR! Aqui dentro tu me chama de senhor, seu merdinha! Quer engolir os dentes?! Perdeu a noção!? Tá falando com o porco do teu pai, não, aquele merda! Filho da puta! – ele segurou o cassetete com a mão esquerda, apontou o dedo indicador da direita na minha cara e quase me deu um tapa, de tão perto que chegou.
- Tudo bem, tá certo! Mil desculpas, eu só-
- NÃO INTERROMPE, CARALHO! – agora sim o Cabo Ferraço perdeu a pouca paciência que tinha e esticou o braço grosso pra apertar a mão no meu pescoço.
Sem fazer esforço, ele me suspendeu pela gola da blusa, ergueu meu corpo contra a parede fria de concreto e meus pés chegaram a sair do chão nesse momento. Dava pra ver a ira e a compulsão estampados na face doentia e sádica do agente penitenciário, talvez por conta da rotina estressante e violenta ali dentro. Eu já me sentia intimidado e assustado o bastante com a altura ameaçadora e a aparência decadente dos muros da prisão, mas acho que nada causou mais pânico do que o excêntrico e escroto Cabo Ferraço, responsável por me receber no Presídio Masculino Bento Rolão.
- Ô, ô. Segura a onda, parceiro. – Cadu, outro dos agentes prisionais, tentou separar nós dois.
- Cala a boca que eu não falei contigo, cuzão. Qual foi, Cadu, vai se meter no meu caminho agora? Comédia. – Ferraço encarou o colega, o clima pesou na sala e um silêncio rebelde se instalou.
- D-Desculpa, senhor. É a primeira vez que entro num lugar desse, ainda tô absorvendo as regras. Desculpa mesmo. – eu finalmente tive coragem de responder.
- Primeira vez? Ah, tu é novinho ainda, é? Tadinho... Fica tranquilo. Aqui na prisão tu vai aprender rapidinho que o inferno também tem cama quente. Heheheh... – ele deu a gargalhada tirânica e alisou meu rosto, disfarçando ameaça com carinho. – Rostinho lisinho, ó. Não dou duas semanas pra esse aqui tá sonhando comigo. Tehehe!
Rogério Gomes Ferraço vestia uma farda justa e visivelmente estufada por um corpo que parecia moldado a pancadas, com o peitoral largo, ombros de touro, costas largas e a barriga seca e dura de músculos. O filho da puta tinha o abdome tão chapado e malhado que a camisa apertava sob o uniforme, as costuras esgarçavam quando ele se movia e os botões ameaçavam estourar. As mangas erguidas até os cotovelos deixavam à mostra antebraços peludos, marcados por veias saltadas e tortuosas, como serpentes vivas sob a pele branca e queimada de sol. Os pelos escuros se emaranhavam até quase os bíceps e seu suor deixava um brilho oleoso no braço quando a luz batia.
- Tosse, detento. – ele mandou e eu achei melhor obedecer. – Agora abre a boca e mostra a língua.
Fiz tudo de acordo e cheio de vergonha, porque só havia eu e mais dois agentes naquela sala, além do Cabo Ferraço me fuzilando com seu olhar prepotente e pernicioso.
- Agora tira a roupa e agacha.
- S-Sério? – hesitei.
Ele empunhou o cassetete, passou o objeto no contorno do meu lombo e tornou a me imprensar contra o canto da parede, bruto como sempre.
- Vou ter que repetir, filho da puta?!
Me apressei, tirei a roupa e fiquei peladão na frente dos três, arrancando uma risadinha debochada do troglodita. Ferraço tinha aparência de 37, 38 anos no máximo, e portava uma aliança grossa no dedo. Sua barba era escura e rente ao queixo, crescia cerrada e dura, como se tivesse nascido na raiva e subido até quase tocar as maçãs do rosto sisudo. Nas têmporas afundadas, as veias pulavam e denunciavam a pressão de alguém que vivia prestes a explodir. Olhar pequeno e torto, sempre semicerrado e cínico, de quem tá calculando o próximo esporro ou porrada, e quando ele sorria era com desdém, mostrando os dentes amarelados de café e a língua marcada de tanto fumar.
- Isso, detento. Agora abre a bunda e mostra o cuzinho. – seu jeito baixo e sorrateiro de pedir fez um dos agentes penitenciários rir.
Eu não sabia se tavam zoando com a minha cara ou se aquilo era realmente parte do procedimento padrão de revista na cadeia, mas já tinha noção de que não seria legal desobedecer a um macho agressivo feito o Ferraço, então tratei de me curvar, arreganhei as nádegas e mostrei o cu, na intenção de provar que não escondia nada. Maldoso que só ele, o cabo casca grossa baforou hálito quente na minha bunda, a quentura me pegou desprevenido e eu institivamente pisquei, abrindo e fechando as preguinhas no rosto barbudo do Ferraço. As gargalhadas explodiram em uníssono na sala de triagem e eu morri de vergonha.
- Eita, porra! Pelo jeito, esse aqui é lisinho e o cu já levou pica. Vai fazer a festa da rapaziada aí dentro. Gehehe!
- Pega leve com o garoto, Ferraço. – Lopes, outro dos carcereiros, tentou apaziguar.
- Ah, qual é, Lopes? Todo mundo sabe o que acontece quando chega carne nova no presídio, ainda mais quando é um fresco lisinho assim. – o cabo me encarou e deu o riso maníaco de sempre, sua marca registrada. – A partir de agora, tu se chama Lisinho. Teheheh! Esse vai ser teu codinome de putinha aqui dentro, escutou?
Na cintura, o cinto carregado fazia a calça da farda escorregar um pouco, mostrando o início do púbis suado e da pentelhada quase saindo pra tomar ar fresco. Ele fedia a couro, cigarro e virilidade misturados, nunca esquecendo das notas do café aguado, morno e amargo do refeitório. No coturno, passos pesados que anunciavam seu sobrenome antes mesmo do infeliz abrir a boca. Ferraço era daqueles que nem o silêncio ousava contrariar, sabe? O típico policial autoritário que cresceu além dos muros da corporação e viveu tempo suficiente pra se transformar no vilão, com seu jeito explosivo, corrompido e vicioso de ser.
- Mal posso esperar pra ver o que vão fazer contigo aí dentro. Esses caras vão te amassar, Lisinho, tu vai virar moça. Eles não pegam leve com viado, vão te estragar. O último que entrou aqui saiu na cadeira de rodas, não aguentava mais andar de tanto dar o cu. Perdeu as pregas, cuzinho dele ficou que nem buceta. Tu tinha que ver, eu morria de rir quando juntavam pra enrabar ele. Gehehe... – o ogro me puxou pelo braço, sem um pingo de educação, e me conduziu aos corredores internos do presídio.
Ferraço foi um dos orgulhos da polícia em seus tempos de ouro, mas agora sobrevivia à sombra de tudo que conquistou um dia, colecionava dezenas de queixas na ouvidoria e dúzias de processos na corregedoria. Sendo um sujeito problemático e de caráter extremamente duvidoso, ainda vivia um relacionamento conturbado com a esposa, com direito a muita bebida e ostentação em camarotes de casas de show, crises de ciúme, pó e agressões entre ambos. As olheiras e as pupilas contraídas iguais pontos pretos no meio dos olhos não mentiam: aquele ali era diabólico até a alma, traste da pior espécie e tão marginal quanto o restante dos criminosos encarcerados nas celas sujas do Bento Rolão.
- Chegou carne nova, seus vermes! Podem roer até os ossos, esse aqui tá fresquinho pra vocês! Hehehe! – ele andava, me puxava e batia o cassetete nas grades, acordando os detentos e chamando atenção pra minha chegada.
À medida que avançávamos pro final do corredor 7, os presos se aglomeravam aos montes e paravam pra ver minha passagem. Confesso que essa cena fez um calafrio sinistro subir na espinha, porque eu tava esperando passar batido e sair dali o mais rápido possível, mas o desgraçado do Cabo Ferraço fez minha presença ser notada, berrou pro mundo que cheguei e todos os olhos se voltaram a mim.
- Que isso, mozão! Posso dar uma voltinha nessa cuceta mais tarde?! Heheheh! – um dos presos pulou no meio dos outros, apertou a pica bamba no calção e assobiou quando eu passei.
- Tu não vai durar uma semana aqui dentro, viado! Vai se arrepender de ser bicha, vou te maltratar até tu engravidar! Huhuhu! – outro detento resmungou e também se patolou.
- Quero judiar desse cuzinho daqui a pouco, hein, bichona? Será que tu mama igual as puta que nós come!? Hahaha! – berrou um terceiro, esse mais assanhadinho e fazendo algazarra na cela.
- Preparado pra ser mulher de bandido, Lisinho? Comigo é só no pelo, já tá avisado. – um outro avisou e mostrou o piruzão cabeçudo.
- Deixa o sabonete cair na hora do banho, tchola, pra ver o tamanho do problema que tu vai arrumar. Já tô galudão pra dar uma namorada nesse cu. Teheheh... – um morenão da rola grossa também quis se exibir e passou a pica pela saída da perna do short.
Quanto mais pro fim do corredor, mais escuro e com cheiro de suor o ambiente ficou, bem como mais perversos e suínos se tornaram os comentários e ameaças daqueles delinquentes. As frases iam desde fetiches de machos tarados que passaram muito tempo engaiolados até perversões criminosas que certamente aumentariam anos de cárcere na pena de muita gente ali, e o mais chocante nisso tudo é que Ferraço se divertia com os olhos e as investidas dos abutres na minha direção. Chegamos na cela de número 4, ele abriu os cadeados e eu dei graças a Deus do lugar estar vazio, sem ninguém pra me ameaçar.
- Tá entregue. Agora é contigo, se vira. – ele falou.
- Valeu, cabo. – fui educado.
- Tá agradecendo, Lisinho? Essa porra é prisão, viado, tá na Disney não. Tem muito que aprender ainda. Vai ser um prazer rir dessa tua cara de marica quando eles começarem a te arrombar. – aí coçou o saco, deu as costas e saiu, me deixando a sós na cela.
Ali dentro era papo de, sei lá, dez metros quadrados no máximo. Só tinha espaço pra dois beliches velhos, um em cada canto, além de um buraco imundo no chão que, a julgar pelo cheiro e aparência, se tratava do vaso sanitário, perto da parede traseira. As paredes laterais, onde ficavam as camas, continham fotos de esposas e filhos coladas com pasta de dente ressecada, fora as pichações de comando, os resíduos de mofo e as frases da vida do crime.
- “Quem não sustenta bronca, entra em cana.” – dizia uma delas. – “Aqui se faz, aqui se paga.”
Deitei num dos colchões fedorentos, o excesso de tempo pra pensar me deixou triste e acho que só nesse momento a ficha caiu, porque bateu aquela angústia do isolamento e a falta de contato com o resto do mundo me fez sofrer. Mas a solidão não durou muito. Logo ouvi barulho e as grades da cela se abriram novamente.
- Pega a fita, Zé, se aquele vacilão do teu parça ficar de tiração de novo, eu vô passar ele. E olha que eu passo memo, truta! Sou capaz de... – o primeiro sujeito parou de falar assim que me viu.
- Tu é capaz de que, cuzão? Maluco fortaleceu no cigarro, pô, para de neurose. Quer o cu e ainda quer raspado, Russo?! Paulista é um povo metido! Vem lá de São Paulo pra fazer gracinha no Rio. Se fuder. – o outro cara resmungou e demorou a perceber minha presença ali.
- Ô, ô, ô! Tá tirando, fiote?! Rala da minha cama! Isso aqui é disciplina, porra, nós tá na tranca! Né motel, não! Cê é loco, tio!? – Russo, o paulista, voou no meu pescoço e alguma coisa nele engatilhou meus instintos mais primitivos.
Do mais profundo nada, eu me armei todo. Entrei num modo de defesa que nem eu próprio conhecia e meu braço foi pra trás do corpo, como se eu escondesse algo na mão. Russo percebeu minha atitude, recuou dois passos, mas não se intimidou, até porque era mais experiente.
- Cê me conhece, rapaz?! Sabe quem eu sou!? – ele rosnou.
- E você, sabe da onde eu vim? Não sabe por que eu tô aqui, né? É melhor tomar cuidado comigo, cê não sabe do que eu sou capaz. – falei grosso de volta.
- Mentira, é nada. – Cabo Ferraço surgiu fora da cela, de braços cruzados e prestando atenção no nosso papo. – Isso aí é puta de rua, dá mais que vira-lata no cio. Tá aqui por atentado ao pudor, foi pego dando cuzinho na praça pros morador de rua. Entre a ONU e o Lisinho, não dá pra saber quem se preocupa mais com a fome. Fome de cu, no caso. Hehehe!
Ele mal terminou de falar e o olhar dos outros dois mudou completamente, da água pra vodca. Russo e Zé Urubu eram parceiros inseparáveis ali dentro, apesar de um ser paulista e o outro carioca da gema. Andavam juntos pra cima e pra baixo, faziam a maior parte das atividades em dupla e nós dividiríamos a cela a partir daquele dia, só que eu comecei com o pé esquerdo, paguei de folgado e invoquei justamente os dois machos marrentos que eram donos daquele metro quadrado. Não dava pra piorar.
- Ah, irmão, tu não fez isso. Foi preso porque deu o cu na rua? Que vacilação... – Zé Urubu lamentou e esfregou as mãos, como se se preparasse para um banquete.
- Moleque do caraio! Cê vai pagar pela frescura, mano. Vô mostrar o que que é bronca. – Russo estalou os dedos das mãos, depois pulou em mim e me rendeu com extrema facilidade, eu fiquei à mercê dele.
- Eu disse que vocês não sabem do que eu sou capaz! – reagi e tentei me soltar, mas era mais fraco e não consegui.
- Ah, é? E vai fazer o que, ficar de quatro e dar o furico? Num fode, viado! Tentou passar a perna em nós, agora vai se fuder! – o carioca folgado foi o primeiro a abaixar o short e dar com a piroca borrachuda na minha cara.
- E vai pagar caro, tio! Vai pagar memo, pode pá! – o paulista o imitou, sacou a pistola e largou três a quatro pauladas na minha fuça também.
Eles tinham acabado de retornar da peladinha no pátio com os outros detentos, ambos estavam ensopados de suor, borbulhando de calor e ofegantes, dado o esforço físico que fizeram. A mão de um guindou minha nuca, a do outro esfregou no meu ombro e, quando dei por mim, tava prestes a abocanhar duas picas distintas, porém igualmente grossas e suadonas, uma loira e outra morena. O cheiro dos suores e o comportamento malicioso da dupla foram dois detalhes que me instigaram à beça quando ajoelhei no chão da cela, mas eu não me rendi tão fácil assim e resolvi mostrar do que era feito.
- Huhuhuh... – comecei a rir.
- Que fita é essa, doidão?! Vai engasgar no caraio suado e cê ainda acha graça? Tá tirando?
- Visão, meu padrinho. Tá rindo do que, comédia?
- Tô rindo porque... Bom, eu avisei que vocês não me conhecem e que eu sou perigoso. Rodei dando a bunda na praça, lembram? Ou não ouviram o que o Cabo Ferraço explicou? Hahahah.
- E daí, viado? Que tu é bichona, nós já tá ligado. Para de cerimônia, filho da puta, desembucha. – Zé perdeu a paciência.
- E daí que... A partir de agora, eu não sei se tô preso com vocês ou se são vocês que tão presos aqui comigo. Mas de uma coisa tenho certeza: vocês não vão ter descanso. Se eu já dava bunda na praça lá fora, aqui dentro vou tocar o INFERNO. Vai ser o TERROR! Huhuhuh...
Eles se olharam e não entenderam minha ameaça. E realmente, não precisavam entender, eles só tinham que cooperar e entrar na minha dança. Eu sabia que o mundo prisional era perigoso e arriscado, mas não era nenhum bobinho inocente e tinha meus métodos pessoais pra sair ileso, portanto, ajoelhei com classe no chão frio e sujo da cela, prendi o cabelo estilo viadinho boqueteiro e passei a língua nos lábios pra umedecê-los, como se agora fosse minha vez de me preparar pro banquete. Um banquetão completo de machos à disposição no Bento Rolão, ou eu deveria dizer boquetão?
- Tanto lugar pra eu cair e os caras me colocam justamente com vocês... Tudo bem. Já que é assim, vou mostrar como eu vim parar aqui. O crime que eu cometi foi mais ou menos esse, presta atenção.
Segurei a pica branca do Russo na mão esquerda, arregacei a rola escura do Zé com a direita e dopei no cheiro quente que exalou delas, minhas narinas entupiram na neblina de testosterona que se armou. Ambas as cacetas eram pentelhudas e tavam com aquela mistura salina de resto de mijo com babão ao redor da cabeça, temperadas pelo futebol no pátio e também pelas últimas mijadas que eles deram. Encarei os parceiros nos olhos, engoli uma das picas e senti a mão calejada forçar minha nuca pra dar início à garganta profunda, sem chance de ser um sexo oral raso e superficial ali.
- Isso, putinha, direto na goela! Enrola não, sei que cê é baitola! SSSS! Tá vendo aí qual é a fita, mano? Hehehe! Tava precisado memo de uma boquinha gulosa, ó. – ele prendeu os dedos no meu cabelo, forçou a mandioca na minha glote e eu tive que pôr a língua toda pra fora pra dar conta daquele tanto de vara pinotando na garganta.
- GHHHRR! Caralho, que piru grosso da porra!
- Pra cê ver que paulista né pouca bosta, fi. Agora cê escolhe se vai respeitar por bem ou por mal, biscate. Chupa, boquinha de veludo! FFFF! – seu jeito arrastado e carregado de sotaque pra falar comigo fez meu cuzinho piscar e a boca salivar no mastro.
- GLOGH, GLOGH, GLOGH, GLOGH! – engasguei feroz.
- ISSO, VADIA! Mmmm! Até que enfim brotou uma franga pra aliviar. Demorô, hein? Já tava quase socando o colchão. Vô pocar tua goela, cachorro! GRRR! – aí sim ele cresceu pra cima de mim e danou a me engasgar no pirocão suado, salgado e hiper pentelhudo, ao ponto do meu nariz mergulhar em cheio na selva de pentelhos.
Pablo Henrique dos Santos Filho, vulgo Russo, era um macho de 23 anos, mas com o jeito afobado e ligadão de um pivetão de 18 solto em SP, todo mandrake e tirado a maloqueiro. Loiro do corpo definido e o peitoral malhado, braços fortes, tatuagens no rosto, no pescoço e incontáveis cicatrizes no antebraço direito, suas marcas de guerra. Pelos claros e russinhos, bigodinho fino de cachorrão, a barbicha curtíssima na altura do queixo e aparelhos nos dentes. Seus olhos azuis escuros pareciam bilhas, ele tinha o tanquinho trincado e a pele entre o branco e o pardo, com o bronzeado bem leve, marca de sunga no quadril e veias de grosso calibre no verso das mãos. 1,84m, 89Kg de massa magra, tipo físico atlético e corpão de capanga que malha diariamente pra manter a forma.
- SSSS! Isso! Tem que ser muito putinha pra engolir cacete desse jeito, fiote! FFFF! Só sendo bichona pra ir em cana dando o furico na rua! Heheheh!
- Pois é. Privilégios, né? De repente, se eu fosse um hétero comendo minha mulher na praça, eu seria aplaudido em vez de ir preso. – parei de mamar só pra debochar.
- Ainda bem que cê manja dos corre, frutinha. Mas, ó, atividade. Fica boladinho não, que aqui não vai faltar pica. Mama! AAARFF! – ele me fez engasgar sem pena.
Descrevendo assim, sarado, loiro e dos olhos azuis, dá até pra imaginar que Russo era um príncipe encarcerado, né? Mas não se engane: ele tinha todo um visual rústico de paulista marrento, daqueles de quebrada mesmo, tirado a valentão e brigão de primeira; não foi à toa que voou no meu pescoço assim que me viu, antes mesmo de me conhecer. Colava com a rapaziada da Mancha Verde desde moleque, pulava catraca no terminal João Dias com a camisa do Valdivia no corpo e a alma cheia de ódio de corintiano, e se envolvia em tudo quanto era briga de torcida organizada, esse era Russo.
- OOORSS! Caraio, truta! Tá mamando mais que a minha mina, hein?! Bagulho zica, pior que eu duvidei! Heheheh!
- Ora, ora. Você tem mulher e tá aqui me colocando pra mamar? – falei com ironia.
- É que a partir de hoje cê vai ser minha fiel, vai fortalecer na mamada e no cuzinho. Como é que o Ferreirinha te chamou memo?
- Lisinho. – a voz do agente Ferraço ecoou novamente entre as grades de ferro e ele não escondeu sua presença fixa no corredor, de olhos atentos na gente.
- Você ainda tá aí, cara? Que fetichista da porra! – tive que dizer.
- Cala a boca e chupa, Lisinho! Hmmm! – Russo voltou a plantar verdura na minha goela, enterrou 20cm de caralho boca adentro e me fez lacrimejar de nervoso, mas também de tesão e desejo. – ISSO, PORRA! SSSS! Me deixa levinho, tô precisando!
O loiro saiu da favela de Paraisópolis, no Morumbi, pra tentar uma vida melhor com a mãe no Rio, na Pavuna, e até conseguiu durante um tempo. Arranjou emprego de ajudante de pedreiro, adquiriu corpo de peão, conheceu a mulher e teve filha, mas contraiu dívidas de jogos de azar e de apostas com os traficantes do Chapadão e se arriscou numa sequência de assaltos à mão armada, na tentativa de liquidar os débitos e não morrer na mão do tráfico. Resultado: Russo pegou quase nove anos por roubo qualificado e formação de quadrilha, pena que cumpria há três anos no Bento Rolão.
Era impaciente, mandão e controlador, mas não chegava a ser tirano que nem o Cabo Ferraço; o macho só gostava de marcar território e queria as coisas do jeito dele, apenas isso.
- Dá uma babada na minhas bola, parça. SSSS! Delícia de linguinha, hein? Nasceu pra mamar rola memo, não tem jeito. Tua fita é piroca, aposto que é corintiano! Hehehe! – ele se divertiu enquanto socava minha goela e debruçava na ponta dos pés, em busca do ângulo perfeito.
- Minha vez, rala. – Zé avisou e procurou espaço com a pica na minha boca.
A nível de hierarquia interna, Russo era um dos detentos responsáveis pela comida. Se deixassem, ele passava todos os dias na cozinha, que era um de seus lugares preferidos depois da academia no pátio. Já Zé Urubu, o outro carioca da cela, era aquele que desenrolava regalias diretamente com os agentes penitenciários de plantão: cigarros, bebidas, remédios, celulares, facas... Até comida de fora do presídio ele conseguia, sempre em troca de grana ou favores. Cadu e Lopes, por exemplo, eram carcereiros que fugiam do papo malandro do Zé, pois sabiam que ele era bom de lábia e que corrompia o melhor dos policiais.
Cabo Ferraço, por outro lado, tinha até conta bancária paralela só pra receber dinheiro do Urubu. É mole ou quer mais? A vida como ela é numa prisão média do RJ.
- Tamo junto, Ferreirinha. Pedi pra tu mandar um viado cinco estrela e tu caprichou, mandou logo a boa. Ó o tamanho desse cu, meu padrinho! Sarneou demais. – Urubu arriou meu short e levantou minha traseira para si, enquanto eu engasgava no pau do Russo.
- A próxima vez que tu me chamar de Ferreirinha, eu vou entrar aí e arrancar teus dentes! Abusa mesmo da minha paciência, Urubu! Seu filho da puta! QUER MORRER, PARASITA?! – Ferraço ameaçou usar o cassetete e deu pra ver a veia inchar na têmpora dele.
- Hehehe! Relaxa, chefia. Tô agradecendo, pô. Mais tarde peço pra patroa dar aquela moral em PIX na tua conta, já é? Hoje tu deixou nós como, fortão. Tudo nosso. Se quiser, nós até empresta o viadinho pra tu usar também.
- Urubu, Urubu... Tá arrumando ideia de eu quebrar minha mão na tua cara, seu merda. – o cabo se aproximou das grades e resmungou em tom de inimizade. – Quem come bicha são vocês, eu não me misturo com viado e muito menos com marginal. Tenho mulher em casa, não preciso disso.
- E daí? Meu mano Russo tem a mina dele, minha mulher tá grávida... A situação faz o ladrão. Fome é que eu não vou passar, pega visão. – Zé não perdeu tempo, cuspiu na cabeça do caralho e atravessou ela no meu lombo antes mesmo do Cabo Ferraço terminar de falar.
- AAAHNFF! Puta merda, Zé! Maltrata meu rabo, vai?! – a pressão foi tão estratosférica que eu dei um tranco pra frente, mas ele me puxou de volta pra trás e terminou de estacionar a locomotiva inteira no meu cu.
- Assim que se fala, viado! Cuzão quente! Deve ter dado à beça antes de chegar aqui, deu não? Heheheh! Tá mais macio que a xota das piranha que eu empurrava em Madureira, sem neurose! OOORSS!
Pensa num macho que tinha fetiche em foder na pele, se amarrava em fazer cu de xota e pouco ligava pro sexo oral. Pensou? O nome desse cara é Josué Matteus Almeida de Souza, também conhecido como Zé Urubu. Um morenaço de 32 anos, com a pele mais clara que chocolate, cavanhaque, cabelo disfarçado, semblante de tralha e o maior jeito de safado, tava estampado na testa dele. Rosto quadrado, corpo parrudo e robusto, pés nº42 e as pernas mais cabeludas que já vi num homem, assim como as axilas estourando de pelos, a selva no púbis e o triângulo cabeludo no peitoral estufado.
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