Mônica finalmente estava cara a cara comigo, sendo honesta, ou ao menos eu queria acreditar que estava. Mas, seu semblante cansado, triste, porém determinação na voz, me fez ver que ela falava a verdade.
Ela falava com os olhos marejados. A voz firme, mas frágil. Mônica estava sentada ali na minha frente, com os dedos entrelaçados como quem segurava os próprios cacos para não se desmontar por completo.
Eu ouvia. Cada palavra. Eu interrompi, uma vez e outra, mas eu ouvi, tudo que ela tinha para falar.
Ela começou do início. Não da viagem, mas de tudo. Da faculdade, da adaptação difícil, das amizades que surgiram de forma quase forçada, das tentativas de envenenamento da Elisa, Vanessa... Sobre o dia da festa, onde eu percebi que a tal amiga dela mentiu descaradamente pra mim, das pressões, das armadilhas sutis que ela não percebeu se formando ao redor. Contou sobre Elisa, Vanessa, Isa… sobre Rafael e, principalmente, sobre Vitor.
Era como assistir a um filme distorcido da nossa história. Um roteiro paralelo que corria pelas sombras enquanto eu vivia achando que estava tudo bem, mas será que estava mesmo? Eu achava que tudo estava correndo normal, e que até mesmo a vontade de "avançar" comigo era algo da parte dela. Pensei que estava no controle de tudo... Quando, na verdade, eu era só mais uma peça sendo movida por mãos que agora começavam a ter nome.
Em muitos momentos, minha cabeça gritava: Isso é surreal demais. Não pode ser.
Mas então eu olhava pra ela. Mônica.
A garota que eu conhecia desde que usava seu uniforme da escola, enquanto iamos buscar ela, eu e o Marcelo. A menina que escondia a risada nas mãos quando achava graça de algo idiota. A mulher que, até o mês passado, eu nunca imaginei que passaria ou viveria metade de tudo isso... Mas agora, as coisas começavam a fazer sentido.
Ela falou sobre o Vitor. Sobre como ele apareceu na hora em que ela se sentia mais vulnerável. Sobre como ele soube exatamente o que dizer. Como ele foi construindo uma imagem de salvador — até ela acreditar. Mônica não escondeu que se sentiu atraída por ele por um momento. Ela me contou sobre a traição.
Doeu ouvir aquilo.
Imagina você ouvir da pessoa que você mais ama, que por um breve momento, ela se sentiu encantada por outro, que acabaram indo pra cama, mesmo numa situação onde ela estava com raiva de você?
Meu sangue subia por dentro, e sinceramente, por muitas vezes eu pensei na minha mente se colapsando diversas vezes. Mas eu não podia negar a realidade, demorou. Mas agora ela estava sendo honesta, com ela, e comigo. Foi a sinceridade que me fez continuar ouvindo.
Ela também falou do Rafael. Disse que já o conhecia, que ele apareceu em uma situação estranha. E quando mencionou que ele parecia envolvido com uma de suas amigas, a Vanessa, e até mesmo com a Elisa, tudo clicou. A imagem dela de toalha saindo do banheiro da casa dele. A expressão surpresa. O jeito que tentou, não só me enrolar, como veio me provocar. Depois disso, o Vitor, junto com aquele que eu pensava que era meu amigo.
Eles estavam jogando comigo desde o começo.
Uma coisa que ela mencionou, foi sobre o passado. Que tudo isso estava acontecendo, porque, no passado, eu me envolvi com uma casada. Minha mente começou a pensar, e naqueles poucos segundos em que ela falava, tentava buscar algum episódio em especial. Mas era um pouco difícil de pensar, ou até adivinhar, o que seria.
Confesso que nunca fui um santo nessa vida. Nos meus tempos de faculdade, eu costumava sair muito com o Marcelo, irmão da Mônica. Marcelo era um cara muito gente boa, mas ele acabou me levando muitas vezes pro mal caminho.
Eu já saí com garotas, algumas delas comprometida. Eu me envergonho disso, sei que isso é errado. Hoje, eu estou me sentindo da mesma forma que eu fiz sentir alguns caras ao qual eu me envolvia com a suas garotas , algumas eu sabia que eram comprometidas , outras eu fui descobrir somente depois que rolou.
Eu tentava buscar na minha cabeça alguém, eu não me lembrava nem mesmo do Vitor. Foi então que veio um nome na minha cabeça, um nome que poderia ser a pessoa, e o tal incidente. Mas talvez, a chave estava nos audios que ela pediu para que eu ouvisse.
Depois, ela falou sobre os áudios.
No meio do relato dela, vejo uma mensagem de Rafael.
"Tô indo aí. Urgente."
Eu sabia bem o que ele queria. Quer tentar se explicar sobre o que eu vi ali na casa dele, com a Elisa. Ou talvez, será que ele sabe o que está rolando aqui agora? Eles conseguiram fazer uma gravação daqui, e principalmente da boquete. Rafael não gravou nada enquanto eu cheguei a participar, e também, não notei um terceiro ali.
Será que tinha alguma câmera aqui que eu não sabia, alguma coisa que pudesse capitar o audio? Será ainda tem câmera aqui em casa?
A ideia me deu náusea, eu moro aqui desde sempre, desde que eu saí da casa dos meus pais… Desde que o Rafael veio se instalar aqui... Estariam todos sendo gravados?
Foi aí que tomei a decisão. Rápida. Prática. Dolorosa. E que possivelmente, machucaria Mônica, por agora.
Eu a interrompi. Ela ia me falar mais alguma coisa, mas, eu já julgava o suficiente por agora. Olhei para Mônica. Ela me observava, esperando uma reação, um perdão, qualquer coisa.
Eu levantei. Eu estava em fúria naquele momento, ou, ao menos queria que ela pensasse isso. Mas no fundo, eu não estava mesmo?
É muito claro que eu estava cheio de raiva, afinal de contas tiraram aquilo que eu deveria ter, uma primeira vez com ela, ao menos no anal. E tiraram com mentiras, manipulação, e querendo ou não, em parte, ela também tinha culpa. Mas como julgar, se eu também errei e dei a ferramenta necessária pra eles?
Eu não pensei em nada naquele momento, apenas explodi e briguei com Mônica. Eu podia ver o medo nos olhos dela e também o desespero. Me desculpe, Mônica, mas, pelo menos agora, eu não quero te envolver nisso, e principalmente, eu penso que o melhor agora é ficar um pouco sozinho.
Ela tentou falar algo, mas eu apenas sorri de canto, triste, e saí.
Rafael chegou, perguntando o que estava acontecendo, num timing que até eu me assustei.
Mandei Mônica embora, enquanto saí com ele para tomar uma cerveja. Queria passar um ar de que confiava nele, e que as coisas entre mim e Mônica haviam terminado.
Rafael e eu fomos a um barzinho de esquina, comer um salaminho e beber uma breja gelada. Sinceramente, eu estava precisando.
A tarde estava quente, abafada daquele jeito que faz até a cerveja descer mais fácil. Eu e o Rafael estávamos sentados no bar da esquina de casa, aquele mesmo de sempre, onde os garçons já trazem a Original sem nem perguntar. Na TV pendurada na parede passava a reprise do clássico Botafogo e Flamengo, um esquenta antes do jogo verdadeiro, que ia rolar mais tarde pela Copa do Brasil.
Rafael parecia animado. Falava com aquele entusiasmo de flamenguista empolgado, já pronto pra ver o Mengão dando show.
— Tô sentindo, Pedro. Hoje vai dar Mengão, pode confiar. Tá no ar, irmão!
— Tomara, pô. Precisamos dessa vitória ai porque o primeiro jogo, olha ai, Mengão ta tomando sufoco.
Eu fingia um sorriso, meio distraído. A verdade é que minha cabeça tava a quilômetros dali. Mônica tinha acabado de me contar tudo. Tudo mesmo. Desde o dia em que pisou naquela faculdade até o fatídico dia da traição. Confissões, mentiras, armadilhas. E ainda tinha o audio, que eu não ouvi. E agora, ali, na minha frente, tava o cara que provavelmente puxava parte dos fios dessa marionete toda. E ele ainda ria, tranquilo, como se fosse só mais uma tarde qualquer.
Eu peguei o celular, e mandei uma mensagem. Singela, sincera.
" Me desculpe pelo show. Mas eu preciso tirar essa história a limpo, e minha casa talvez não seja o lugar mais seguro pra falar por ora. Lembre-se do que eu falei, somos um casal, e precisamos tirar essa história de letra, juntos. Mas por agora, preciso ver isso, sozinho."
Mandei a mensagem. Depois disso, volto a minha atenção ao Rafael. Foi ele quem puxou o assunto.
— Rapaz, eu preciso desenrolar ai um lero contigo. — ele disse, virando o resto da cerveja no copo. — Tu foi em casa me procurar, deu de cara com a amiga da tua ex agora, né.
— Dei sim, irmão. — Respondi. — E ela, super me destratando.
— Pô, cumpadi, queria pedir desculpas e dizer que tenho nada a ver com isso não, ta ligado? Eu conheci ela esses dias mermo, a gente tava lá na barra, eu conheci ela na praia, levei pro meu cafofo, a gente fez gostoso... Sabe como é?
Fiz uma careta leve, só pra manter o personagem.
— Sei sim, cara. Fica de boa, eu entendi tudo.
— Beleza então, mas não ficou nenhum caô entre nós não, né? — ele perguntou.
— Eu fiquei surpreso. Só isso. Não esperava dar de cara com ela ali na sua porta, praticamente de toalha, né? Essa mina ai me abordou esses dias ainda, dando mole. Como ela pode, ser sínica traindo o namorado dela assim?
Ele soltou uma risada, daquela meio debochada, e fez um gesto como quem dizia “é a vida”.
— Por isso eu falo pra você, toda mulher é vadia. Umas, já nascem sendo, outras, só precisam de um empurrão. — disse ele, tomando o resto do seu copo de cerveja.
— É… — suspirei, fingindo um peso. — Tipo a Mônica, não é?
— Pô irmão, ai é meio pesado. — comentou. — Não falei da sua ex digníssima não, mano. To falando das outras.
— Cara, mas você falou a real mesmo. Ela me traiu mesmo. Um professor lá de São Paulo. Me pegou desprevenido. Fiquei destruído.
Ele botou a mão no meu ombro com aquele ar paternalista nojento.
— Sei como é. Ser corno é foda, irmão. Mas quer um conselho? Come as amigas dela agora, passa um rodo. Se quiser, pode ser até no meu cafofo, pra não ter erro dela pegar.
Respirei fundo. “Joga junto, Pedro. Joga junto”, pensei.
— Hum, a Elisa é uma delícia mesmo, né?
— Claro que é, cavala pra caralho. Comi muito aquela bucetinha ontem, deixei vermelha. Hoje vou traçar a amiguinha. Vamos fazer menáge, já fez?
— Já, a muito tempo atrás. — comentei.
— Esse é o Pedrão. Deixa o cara certinho pra trás, porra. Eu aposto que a sua namorada agora vai procurar o cara que comeu o cuzinho dela e vai dar de novo pra ele. Você tem que aproveitar.
— Então, vamos parar de falar desse assunto? — Perguntei.
— Foi mal então irmão. Garçom, trás mais uma ai pra nós.
Rafael já chamava o garçom antes que eu respondesse. Pediu mais uma rodada. Como se não tivesse acabado de me chamar de corno com um sorriso na cara. E ainda sugerido algo, que eu sabia claramente que era uma armadilha.
— Bora assistir o jogo lá em casa mais tarde? Vai ter galera, to fritando uma calabresinha que eu comprei do empório, caseira. Vai ter mulher, cerveja gelada.
— Vou ficar em casa por hoje mesmo, irmão. Quero ficar mais de boa, com os meus pensamentos, e vendo como seguirei em frente.
Ele assentiu, sem insistir. E foi então que eu resolvi começar meu jogo.
— Me diz uma parada aí, Rafael… tu tem certeza que já ficou com mais alguma amiga da Mônica além da Elisa?
Ele me olhou com uma sobrancelha arqueada, depois riu e balançou a cabeça.
— Nem conheço a Mônica direito, cara. Só vi de longe, quando fui na sua casa. A mina parece até meio fria, sabe? Posso ter ficado, né, eu as vezes pego as cocotinha da UFRJ.
—Bom, eu não quero né, ser surpreendido com mais nada viu? Meu coração é cardio. — brinquei.
Tomamos mais um gole de cerveja, e continuei:
— Sabe o que é realmente engraçado? — comentei, virando minha cerveja devagar. — Ela justificou que me traiu, porque soube que eu tinha traido ela. Mas, como?
Rafael ficou em silêncio por um instante. Um instante muito interessante.
— Pô. Da minha boca que não saiu, irmão. E só tinha nós três lá, quem sabe não foi algum vizinho seu que deu de boca quando viu a mulher lá saindo da casa dele.
Foi então que naquele momento eu deduzi que Rafael não sabia absolutamente nada do que foi conversando em nossa casa. Afinal de contas ele foi genuinamente pego de surpresa com esta revelação. Pelo menos eu já estava tranquilo quanto a minha privacidade. Mas eu resolvi continuar jogando, e assim eu lancei mais uma verde contra ele:
— Ela também me disse que alguém comentou com ela sobre meu passado.
— E o que tem? Ela usou como argumento coisas que tu fez antes de conhecer ela? — perguntou.
— Sim. — respondi. Ela disse que contaram pra ela que eu, na minha juventude, destruí ai um certo casamento. Peguei uma casada, isso deixou ela, segundo ela mesma, "arrasada".
— Sério? Casada? — ele disse, forçando uma risadinha. — E você era desses ai? Pilantra hein! Hahahaha
— Se eu peguei, eu não sei. — disse, dando de ombros. — Eu não me lembro, e sinceramente, se deu, sendo casada, ela não passava de uma vadia, não é?
— É, pois é. — respondeu.
Mas eu vi, naquele momento, o semblante dele mudar. Eu vi ele tentar esconder um leve desconforto completamente visível nos olhos dele. Aquela hesitação minúscula, quase imperceptível, de uma pessoa que se sente incomodada com algo, que quer me confrontar, mas não consegue. E então, naquele momento, eu tinha quase certeza de qual mulher a Mònica estava falando. Mas eu ainda quis jogar mais.
— Cara, eu realmente não lembro disso ai. — Comentei. — Mas será que não foi a professora Ana? Uma que dava aula pra nós de biologia, novinha. Eu lembro que ela saiu da escola depois que eu dei uns pega nela. Ou pode ter sido a Bruna, uma novinha da cantina lá da faculdade, ela era casada também. Ou.... — Naquele momento, fui interrompido novamente.
— Ah irmão, esquece essas parada ai. Vamo falar do jogo de novo. — Na mosca. Percebi que o assunto incomodava demais Rafael, o que significa que ele tinha alguma ligação com uma das que eu citei, ou talvez não. Mas ele mostrava o semblante que eu esperava, quando alguém é pego de surpresa. Eu continuei com meu teatrinho, mas por dentro, eu já sabia: tinha alguma peça errada naquele tabuleiro. E Rafael definitivamente não era só mais um espectador.
Ainda precisava escutar os audios que Mônica me mandou, e o faria em casa.
Fim de tarde, cerveja quente, clássico carioca na TV… e uma guerra fria acontecendo na mesa 12 do bar da esquina.
Cheguei em casa já perto das oito da noite. O céu ainda guardava um restinho de luz alaranjada no horizonte, mas a cidade parecia já estar se preparando para dormir. Subi as escadas quando cheguei, e fui para o quarto, na casa onde morava.
A conversa com Rafael tinha sido produtiva, no fim das contas. Apesar de estar cheio de raiva pelo cinismo dele, ele havia conseguido me dar um norte, e eu já sabia mais ou menos o que estava acontecendo. Para decidir qualquer coisa, sobre eu e Mônica, primeiro, precisava ouvir os audios. Os benditos audios.
Larguei as chaves em cima da mesa da cozinha e fui direto pro sofá. Sentei, respirei fundo e finalmente peguei o celular pra ver as notificações. Três áudios da Mônica. Um vídeo tremido. Algumas mensagens encaminhadas de números que nunca vi.
Eu estava no meu quarto. Luz apagada, só o brilho da tela do celular iluminando meu rosto. O ventilador rodava no canto, jogando aquele vento abafado de abril que não refrescava porra nenhuma. Meus olhos estavam fixos na tela. Três áudios e um vídeo. A Mônica tinha mandado tudo ali, direto, sem muito texto, sem introdução — como se soubesse que eu não precisava de mais nada além da verdade.
Respirei fundo. Toquei no primeiro áudio.
A voz era completamente conhecível. Era daquela amiga dela, a Vanessa, junto da Elisa. Nitidamente tentando ser discreta, mas dava pra sentir o deboche em cada palavra.
"Isa: No final, tudo que estamos fazendo é pela Mônica no fim das contas, né?
Vanessa: Eu só estou fazendo pelo meu dinheiro. Eu quero é que se exploda a Mônica e o relacionamento dela.
Isa: Mas gente, deixa eu ver se eu entendi, então o Vitor era casado, a esposa dele na época ficou com o Pedro, e agora eles armaram uma para o Pedro, é isso?
Elisa: Isso mesmo! Tudo isso começou por causa disso ai.
Isa: O Pedro realmente me decepcionou, hein. Como pode ser tão pilantra.
Elisa: Eu mesma não tô nem ai, mas é bom dar uma lição naquela sonsa. Gosta de se exibir porque ainda é virgem, se acha melhor que nós, pra mim ela não passa de uma putinha inrustida."
Depois disso, foi uma mensagem encaminhada. Isso era da Elisa.
"…mas é isso, Isa, o Vitor comentou comigo que ele deu um chega pra lá no Marcos já. Você sabe né, que o ataque contra a Mônica foi ideia dele, né? Coitada, mas o Marcos teve escolha? Ou era isso, ou cadeia pra ele, ninguém mandou ser tão pilantra."
Pausei os audios que estava ouvindo.
Me lembrei de Mônica, falando sobre a Isa. Então foi essa a ajuda que ela recebeu, esses audios... São muito reveladores. Então eu estava certo. Eu fiquei com alguma mulher, que era esposa desse Vítor. Mas não sabia exatamente ainda qual era.
Dei play no próximo audio.
"Elisa: Quem mandou o vídeo pra ela foi o Vítor.
Isa: Mas como que vocês conseguiram esse vídeo? Nossa, chega até ser nojento, por isso não confio em homens...
Vanessa: O Rafael quem gravou tudo. Só não me pergunte como. Mas, ele quem fez o Pedro ir pra casa e participar.
Isa: No final ele tinha uma escolha, né? Podia ter se afastado desse pessoal, não ter feito nada, mas quis participar.
Elisa: Mas ainda tem mais uma coisa que vamos fazer, amanhã vamos no parque da cidade. Certeza que a sonsa vai pra lá com o Pedro, sinceramente, quero pegar ele. O Vítor também vai, ele quer tentar pegar a Mônica de novo.
Isa: Ele ta aqui na cidade?
Elisa: Tá, chegou ontem. Quer ver pessoalmente o Pedro tomar no cu."
Agora tudo fazia mais sentido, quanto aquele dia na roda gigante. Nos separaram, pois ele tentou falar com a Mônica. Mas o que eles exatamente falaram? Ainda tinha uma conversa de Whatsapp e um vídeo tremido. Eu assisti o vídeo.
O vídeo foi gravado de celular, como se o celular estivesse escondido em algum canto mostrando apenas a Mônica. Mas, também dava pra ouvir a voz de um homem. Foi como se ela mesma tivesse gravado.
" Homem: Por que que você está tão assustada ao me ver?
Mônica: Por que você foi um erro assim como tudo isso.
Homem: Não parecia ser um erro quando você estava na minha cama.
Mônica: Mas era completamente errado, principalmente por você ter se aproveitado de um momento de fraqueza meu.
Homem: Eu não fiz nada além do que o seu namorado já fez comigo.
Mônica: Eu fiquei sabendo disso, por que você nunca me contou que você conhecia ele? Por que você resolveu fingir tudo isso, só pra se fazer de amigo meu sendo que na verdade seu objetivo era ferir ele?
Homem: Você sabe que não é bem assim Mônica, eu também me preocupo com você. Você não merece estar junto com alguém tão podre quanto ele.
Mônica: Ele é 1000 vezes melhor do que você, não é a toa que a sua esposa te traiu.
Homem: Você cala a boca menina. Você não faz ideia do que você está falando, mas tudo bem. Acho que você deveria realmente ter sido violentada pelo Marcos aquele dia.
Mônica: Como você pode desejar uma coisa dessas pra uma mulher? Eu realmente parece que me enganei com você.
Homem: Haha, quem você acha que fez ele pegar você de jeito no banheiro aquele dia? Ele sabe muito bem o que vai acontecer com ele se não me obedecer, assim como você sabe o que vai acontecer com você também."
Esse último vídeo, com certeza foi gravado no carrossel, pela Mônica. Essa voz deve ser do Vítor. Então as coisas realmente estavam, cada dia mais, fazendo sentido. Uma trama estava ocorrendo, e a Mônica estava sendo usada para me atingir.
Tinha também uma foto, de Whatsapp. Uma conversa curta, entre a Vanessa e o tal Vítor.
Vanessa: “Já tá tudo pronto. Hoje de manhã mando o vídeo.”
Vitor: “Perfeito. Ela vai surtar. Quero ela puta com ele. Destruída.”
Vanessa: “E você não esquece do combinado. Os 30 mil são por essa entrega.”
Vitor: “Assim que ele tiver no chão, o dinheiro cai. Simples assim.”
Encostei o celular no peito e deitei pra trás, encarando o teto. A escuridão do quarto já não era mais um alívio. Era uma confirmação.
Eles armaram tudo.
Usaram a Mônica, usaram a mim. Jogaram com a minha dor, com o nosso relacionamento, como se fosse só um tabuleiro, uma aposta.
Mas agora eu tinha tudo.
E eles não faziam ideia.
A próxima pergunta derradeira era... De que mulher eles tanto falam, que era casada com o Vítor. Foi então que meu cérebro deu um toque. Esse nosso script era familiar. Já aconteceu... 7 anos atrás.
Eu tinha 19 anos quando comecei a cursar Engenharia Ambiental na UFRJ. Primeira vez em uma faculdade, tudo era novo, intenso, e pra ser sincero... eu não tava ali com a cabeça cem por cento nos estudos. Pelo menos não no começo.
Naquela época, minha prioridade era outra: aproveitar. Final de semana era sagrado. Futebol, cerveja gelada, petiscos e resenha com os amigos em algum bar da zona norte. Eu e Marcelo estávamos sempre juntos nesses rolês — ele era mais do que amigo, era praticamente irmão. E por sinal, irmão da Mônica.
Marcelo optou pela carreira militar, naquele tempo ele tinha já prestado o serviço obrigatório. Eu fui dispensado, por conta da faculdade. Então os fins de semana sempre eram os melhores dias.
Naquele tempo, eu também já conhecia a Mônica. Ela já estava por perto, sempre aparecia nos dias em que eu ia na casa do Marcelo, olhando de longe... mas pra mim, ela era só a irmã mais nova do meu melhor amigo. Moleca ainda. Eu até achava ela bonita, mas nunca passou disso.
Naquela época, eu era o pegador da turma. O tipo de cara que não recusava convite pra festa nem deixava passar uma oportunidade de transar. Não me orgulho de tudo que fiz, mas também não nego. Vivia o presente, sem pensar muito no depois.
Entre as minhas paqueras, eu lembro muito bem de uma. Era Ana, minha professora de Biologia.
Ela era... caramba. A mulher era um absurdo de linda. Um sorriso que te desmontava, cabelo liso, castanho, e um corpo que, mesmo com a roupa formal de professora, deixava qualquer um maluco. Mas o mais perigoso de tudo era o jeito como ela falava. Simpática, inteligente, segura de si. Eu tinha uma queda violenta por aquela mulher.
O problema? Ela era casada. Sempre com aquela aliança prateada no dedo, brilhando sob a luz da sala. Eu não fazia ideia de quem era o marido dela e nem queria saber, mas o fato dela ser comprometida deixava tudo ainda mais... tentador. Alguns caras da sala sonhavam em levar ela pra cama. Eu, confesso, era um deles.
No início, não trocávamos muitas palavras. Era só o básico mesmo. Mas eu comecei a penar numa matéria específica — oceanografia básica — e isso acabou sendo o gancho pra gente se aproximar.
Começou com uma dúvida ali, outra aqui... e quando vi, já estava ficando depois da aula pra conversar com ela sobre Biologia Marinha. Era uma das poucas matérias que realmente me interessavam, e com ela explicando, tudo parecia mais fácil. Ou talvez eu só estivesse hipnotizado demais pra perceber.
Às vezes ela sentava ao meu lado na biblioteca, puxava o notebook dela e começava a me mostrar uns gráficos, imagens de recifes, curiosidades sobre tubarões, cardumes, marés... e eu fingia que prestava atenção. Mas a verdade é que a maior parte do tempo, minha atenção tava nela. Nos olhos, na boca, e naquele decote gostoso que ela escondia sobre sua camisa de botões meio aberta. Caralho, ela era sexy demais.
Quantos dias eu não passei batendo uma pensando naqueles peitos, e em como eu queria foder eles com o pau. Mas ela era casada, porra. Você não pode.
Teve um dia em que ela deixou cair a caneta e, quando se abaixou pra pegar, vi a tatuagem discreta que ela tinha na lateral da costela, meio escondida pela blusa social. Era uma âncora. Eu sorri. Na hora, pensei: “essa mulher vai me afundar”.
Mas não falei nada. Ainda não. Eu sabia que aquela atração não era normal. Não era só desejo. Ou talvez, era só minha mente de jovem tentando pregar uma peça e mostrando que era só isso mesmo.
E quanto mais o tempo passava, mais ela confiava em mim. Começou a rir das minhas piadas, a tocar de leve no meu braço quando queria chamar atenção, a elogiar meu desempenho nas provas. E tudo isso ia alimentando aquela faísca que já estava ali, pronta pra virar incêndio.
Na época, eu não fazia ideia do quanto isso tudo ainda ia voltar pra me assombrar. Nem imaginava o tamanho da confusão que um simples desejo poderia provocar no futuro
Tudo que eu me lembro é que essa confusão toda começou em um bar, em um fim de semana onde eu estava assistindo um jogo da seleção.
O Brasil naquela situação estava para se classificar para a Copa do Mundo. Povão todo se enchendo de cerveja, Quem poderia imaginar que iríamos acabar passando vergonha no ano seguinte.
Mas isso não vem ao caso, naquele dia em questão estávamos eu, Marcelo, Igor e uma mulher que nem lembra o nome, que estava acompanhada do Marcelo.
Nós estávamos ali bebendo, enquanto o Marcelo acabou comentando:
— E aí Pedro, tá fraco hoje.
De fato não estava com muito ânimo naquele dia para chegar nas mulheres, e não sabia o que era.
— Ah cara hoje eu só tô afim de tomar uma cerveja mesmo.
— Qual foi? — perguntava ali Marcelo, enquanto virava o copo pra beber. — Por acaso é a professora gostosa que você comentou?
— Lógico que não mano. Nunca tive nada com ela, caralho.
Mas podia ser que Marcelo tivesse razão. Talvez aquela professora estivesse tirando o meu juízo.
— Eu entendo como o Pedrão se sente, eu também tenho um tesão naquela professora. —comentou Igor
— Ih rapaz, quer dizer então que os dois aqui estão querendo pegar a mesma mulher. — Comentou Marcelo.
— Mano, aqui ninguém falou nada de querer não, só o Igor. — Comentei enquanto virei o corpo de cerveja e bebi num gole só.
— Qual será de vocês dois que vai pegar ela primeiro? — Comentou o Marcelo enquanto a garota do lado dele só estava ali rindo.
— Qual é, Pedrão? Que tal a gente fazer um trato aqui. — E Igor continuava. — Quem conseguir pegar a boazuda da professora primeiro, fica com o meu Opala tunadão. Quer fazer esse trato?
— Cara, você tá querendo que eu faça com você uma aposta para pegar uma mulher. Isso aí é muito imoral.
— Ué não se garante não fiote? — disse Igor.
— Só para vocês pararem de me encher o saco, vamos nessa. Eu aceito.
E foi ali que começou um dos maiores erros da minha vida. Numa mesa de bar, numa roda de amigos, eu fui atiçado a me aproximar da professora.
Tipo, eu não vou dizer para vocês que eu nunca me envolvi com uma mulher comprometida, como eu já havia dito, eu já cheguei a me envolver com mulheres comprometidas, inclusive perdi a minha virgindade com uma. Mas não era algo que eu me orgulhava muito.
Apesar de não gostar do termo "aposta", eu não podia negar que eu tinha muita vontade de traçar a professora. E cada vez que eu me encontrava com a Ana, mais tesão e paixão eu sentia por ela.
Em um dia especial Mônica acabou indo para minha casa, quando fui ajudar ela com as tarefas da sua escola. Ela tinha um pouco de dificuldade com exatas, matéria que eu era muito bom. Eu podia notar os olhares dela para mim, mas naquele tempo realmente, eu não sentia algo além de simplesmente um aprecio pela irmã do meu melhor amigo.
Levei ela até a casa dos pais naquele dia, e quando eu estava voltando para casa eu acabei encontrando por ironia do destino a própria Ana. Ela estava caminhando sozinha, com um olhar cabisbaixo.
Imediatamente eu parei com a minha CG na frente dela, enquanto eu ia tirando o capacete. Ela estava com um olhar triste, e com o rosto levemente avermelhado como se tivesse levado um tapa ali.
— Professora, o que houve?
— Oi Pedro. Não é nada...
— Como nada professora? O que aconteceu, o que é isso no seu rosto?
— Não é nada, foi só... O meu marido. Mas eu mereci
— Como assim professora? O seu marido te agrediu?
— Olha, eu não quero falar sobre isso. Me desculpa Pedro, eu estou indo para casa. Não posso chegar atrasada hoje.
— De jeito nenhum professora, eu vou com você. Não quero que nada aconteça com você.
— Você é gentil. Mas isso não tem nada a ver com você, isso é problema meu.
Ela então foi embora, cabisbaixa. Eu resolvi segui-la e fui até a casa dela. Não era muito longe da faculdade. Pelo menos quando ela entrou em sua casa, eu fiquei parcialmente mais tranquilo. Apesar que fiquei preocupado sobre ela ter sido agredida pelo marido.
Nos dias seguintes, o semblante da professora foi mudando aos poucos.
Ela, que parecia muito triste quando eu a encontrei, agora parecia estar mais animada. Tudo parecia estar correndo bem, até que chegou um fatídico dia. Era sábado, mais ou menos 10 da noite.
A faculdade tinha uma biblioteca que ficava aberta 24 horas exclusiva para os alunos, e eu estava lá até tarde. estava estudando para uma prova que iria participar, valendo uma vaga em um emprego de estágio.
O meu futuro dependia daquilo, então estava muito esforçado. Quando estava me preparando para sair acabei vendo no estacionamento o carro da professora Ana e ela estava lá dentro. Era um dia mais frio. O que me chamou atenção foi que ela não saiu, não fez menção de me chamar, não sequer olhou na minha direção. O rosto virado, como se estivesse se escondendo.
Me aproximei, curioso. E preocupado. Ela parecia nem notar que eu estava vindo. E fui.
O vidro estava fechado, mas dava pra ver o ombro dela tremendo. Estava... chorando. Não era pouco. Ela estava afundada no banco, rosto virado pro volante, olhos fechados, as mãos pressionando as têmporas. Aquilo tinha doído até em mim.
Bati de leve no vidro. Ela se assustou, limpou rápido o rosto e abaixou.
— Professora... tá tudo bem? — perguntei, já sabendo que a resposta seria um não.
Ela desviou o olhar.
— Isso não é da sua conta, Pedro.
— Eu sei, mas eu não gosto de ver as pessoas tão assim, desse jeito. Posso entrar?
— Vai embora.
A voz saiu baixa, falhada. Uma mistura de vergonha e desespero. Mas eu não consegui simplesmente aceitar aquilo. Algo em mim... sei lá, doeu ver ela daquele jeito.
— Me deixa entrar, vai — pedi. — Só quero saber se posso ajudar. Nem que seja só pra te ouvir.
Ela hesitou, me olhou como se estivesse prestes a dizer não outra vez. Mas aí suspirou e, com a mão trêmula, destravou a porta. Dei a volta e entrei.
O silêncio no carro era pesado. Senti o cheiro do perfume dela assim que entrei. Era o mesmo de sempre, aquele aroma que eu já tinha aprendido a associar com desejo.
E ela veio até mim, absolutamente do nada, e me agarrou, me dando um abraço. E aquele perfume, agora mais... De perto. Que perfume, que mulher, senhores. Mas agora, misturado com lágrimas, parecia ainda mais real. Mais humano.
— O que aconteceu? — perguntei, enquanto mantive os braços junto com o corpo dela.
Ela não respondeu com palavras. Não falava nada, apenas permanecia ali, abraçada, chorosa. Com dor.
Continuavamos ali nos abraçando, em meio a todo aquele verdadeiro turbilhão. O rosto dela afundado no meu ombro. O cabelo perfumado roçava meu rosto e, por um segundo, senti aquela pontada. Aquela luta interna entre o que era certo e o que eu desejava.
Ela se afastou um pouco, com os olhos inchados. Pegou o celular e me mostrou a tela.
Era um vídeo. Começava com a gravação do carro do marido dela. Ele já estava no volante, estacionado em frente a um lugar que eu conhecia muito bem: um motel da zona oeste. Segundos depois, uma mulher apareceu na gravação — salto alto, vestido colado, parecia ser bem vulgar. Eu já entendi o que estava acontecendo.
Ana apertou o pause.
— Eu segui ele hoje — disse, com a voz embargada. — Ele me disse que ia fazer uma palestra em São Paulo. Cachorro, olha isso Pedro!
Eu não sabia o que dizer. Só encarei a tela.
— Eu sempre fui fiel, sempre fui dedicada... — continuou ela. — Sempre me esforcei pra ser uma boa mulher, uma boa companheira. E ele... ele faz isso. Ele me humilha, me bate, e ainda me trai.
— Você sabe que não precisa passar por isso, Professora. — eu disse.
Ela abaixou o celular. Os olhos dela se encontraram com os meus. E naquele momento, eu me vi completamente desarmado. Não era só desejo. Era compaixão, raiva, indignação, e... sim, também uma vontade absurda de fazer ela esquecer daquele desgraçado nem que fosse por uma noite. Era errado. Mas era também meu desejo falando.
— Bom, eu acho melhor você ir. — ela disse. Eu insisti ficar.
— Professora, não fale isso. Eu sei que acha que não tenho nada a ver, mas eu gosto de você. Você não merece isso — falei. — De verdade. Você é linda, inteligente, incrível... merece muito mais do que esse lixo.
Ela respirou fundo, como se estivesse tentando se conter. Mas aí eu vi. Nos olhos dela. A dúvida. O impulso.
E antes que qualquer um de nós pudesse pensar melhor, eu a beijei.
Ela resistiu por meio segundo. Talvez fosse a razão tentando lutar. Mas então ela cedeu. Os lábios dela responderam, quentes, ansiosos. As mãos dela seguraram meu rosto com força, como se estivesse se agarrando a alguma âncora em meio à tormenta.
O carro ficou pequeno demais pra aquilo. Sem trocar uma palavra, como se já soubéssemos o que viria, seguimos direto pra minha casa. Logo, eu abri a porta, e entrei com ela.
Antes que eu pudesse questionar qualquer coisa, qualquer ação que eu pudesse vir a fazer ou que eu estivesse fazendo... Eu já estava ali, rendido ao prazer, rendido a vontade de possuir aquela professora. Nos beijamos, e de minha sala, fomos seguindo até o meu quarto, onde eu iria possui-la de qualquer jeito.
Eu comecei tirando cada peça de roupa dela, até deixá-la somente de lingerie. Ela foi arrancando minha roupa, como uma selvagem, na verdade, estávamos como dois selvagens ali, no meio daquele pega gostoso.
— Oh, professora...
— Me chama de Ana. — ela pediu.
— Eu prefiro te foder te chamando de professora.
Logo eu a coloquei deitada na minha cama e comecei a beijar seu pescoço, e minha boca começou a descer lentamente sobre aquele corpo, como ela era gostosa! Beijava as suas curvas, sua barriga, seu ventre...
Foi então que de repente eu já estava ali entre as pernas dela mordendo sua calcinha e esticando ela para o lado, deixando aquela bucetinha exposta. Ela era cheirosa, tinha um odor que fazia com que meu corpo todos se arrepiasse. Era uma mulher madura, sim, mas completamente linda.
Eu me hipnotizava completamente, só de vislumbrar sua intimidade. Eu caí de boca e comecei a chupar aquela mulher, sua xoxota começou a ser lambida por minha língua, e beijada por minha boca, completamente. Embriagado pelo tesão, eu estava ali lambendo aqueles lábios tão deliciosos enquanto minha boca se movimentava com a mesma sincronia que as pernas dela abraçava o meu ombro.
— Oh, Pedro... Puta que pariu...
Ela deixava escapar seus gemidos enquanto estes eram o combustível que eu tanto precisava para mais. A minha boca estava ali, sugando e chupando aquela bucetinha, fazia movimentos com a língua, fazendo ela ir para frente e para trás enquanto ela puxava meu cabelo.
— Isso, vai, seu novinho gostoso. Nossa! — ela gritava, implorava, cheia de tesão.
Acabou eu estava ficando com o pau cada vez mais duro, quase de um jeito que eu não aguentava mais, e ela sabia, ela percebeu. E foi ali que a minha professora praticamente me jogou na cama no lugar dela, e assim começou a chupar o meu pau.
— Vai chupar, minha professora?
— Vou, sugar até o talo dessa pica. — disse ela.
Ela foi engolindo, fazendo aquela boca subir e descer sobre a pica, enquanto eu me delirava de tesão.
— isso, vai, chupa. Eu quero gozar!
E ela chupou, encaixando aqueles lábios do meu caralho, arranhando minha perna. Mudava para as minhas bolas, abocanhando, para logo voltar a subir e descer sua boca pelo meu caralho.
Depois de uma boa chupada, ela me jogou na cama praticamente nu, jogou sua bunda entre as minhas pernas e desceu sua buceta melada quando as encaixou na cabeça inchada no meu pau.
—Ah, que delícia!
" ploc ploc... "
Ela começou a descer e subir sobre o meu caralho enquanto agarrava aquela bunda farta e gostosa. Estava ali matando a minha vontade, e comendo a professora mais velha.
Aquela professora sabia como cavalgar, meu pau ficava cada vez mais inchado e duro enquanto ela estava ali sentando e rebolando bem gostoso em cima de mim.
Naquele dia transamos em várias posições possíveis, eu coloquei de quatro, eu já coloquei de ladinho. Por fim eu estava ali, praticamente gozando na boca dela depois que eu tirei a camisinha.
Depois do sexo, ela às pressas começou a se vestir novamente. Antes de ir embora, ela se aproximou de mim e deu uma chupada na minha boca.
— Apesar de tudo, valeu a pena essa noite. Tchau... — ela disse.
— Tchau, professora...
Logo a professora saiu, mas o que eu posso dizer é que nossas aventuras sexuais estavam apenas começando. Essa não foi a única vez que ficamos. Ficamos no almoxarifado da faculdade, ficamos na minha casa mais uma vez, e teve uma vez que ela quis ir pro mesmo motel onde o marido costumava ir.
Já fazia um tempo que eu não encontrava meus amigos. Estava ali com Marcelo e Igor, estavamos comemorando uma despedida para Marcelo, já que ele iria se mudar para Petropolis, pois tinha sido promovido para soldado.
O dia foi de descontração, papo vai, papo vem, era muito divertido confreternizar com os amigos. Uma noite leve, divertida.
— Cara, lembra daquela vez que você jurou que ia ganhar da gente no truco e perdeu a rodada com zap na mão? — Marcelo disse, batendo na mesa.
Igor riu alto, balançando a cabeça. — Pelo menos eu não sou o idiota que achou que ia dar conta de beber mais que o Pedro.
Eu dei um gole na cerveja, sentindo o clima perfeito para soltar a bomba. Me encostei na cadeira e falei, com um sorriso de canto:
— Falando em dar conta… sabe aquela aposta que a gente fez sobre a professora Ana?
Os dois me olharam na hora, curiosos. Igor arqueou as sobrancelhas. — Não. Você não tá dizendo que…
— Tô sim. — Apoiei o copo na mesa, devagar. — Fiquei com ela.
Marcelo arregalou os olhos, quase cuspindo a bebida. Igor ficou mudo por uns segundos, depois riu nervoso. — Filho da mãe…
— Ah moleque, eu sabia que o Pedrão era comedor, traçou a professora! hahahaha! — disse marcelo, bebendo mais um gole.
— E aí, Igor… — estendi a mão, com um ar vitorioso — cadê a chave do Opala?
Ele suspirou, ainda rindo, e tirou do bolso, jogando pra mim. — Aproveita, campeão. Mas lembra: aquele carro é mais velho que a gente.
— Mas ele é tunadão, né? O que importa é isso, vou até aposentar o meu. — disse.
— Mas ai, como conseguiu isso. — perguntou Igor.
— Segredos. — respondi.
Peguei a chave, girando entre os dedos, sentindo o peso da vitória. — Velho, mas agora é meu.
Os dias foram passando, e nele semanas. Parece que depois da ida de Marcelo, comecei a ficar mais íntimo do que eu era da Mônica, e passei a enxerga-la bem mais como mulher.
Ela me convidou para sua festa de aniversário. O salão da casa da Mônica estava simples, mas acolhedor. Mesa com bolo e docinhos, e aquele cheiro de comida caseira que vinha da cozinha. Ela nunca foi de ostentar, e talvez fosse isso que eu mais admirasse nela — tudo era de verdade. A família dela estava reunida, rindo, falando alto, e eu me sentia meio como um intruso… mas um intruso bem-vindo.
No meio da festa, Mônica veio até mim. Estava com um vestido azul simples, mas que deixava tudo nela mais vivo. O sorriso… ah, o sorriso dela parecia diferente naquela noite.
— E aí, Pedro… o que você faz da vida? — perguntou, se encostando na parede ao meu lado.
Dei um gole no refrigerante antes de responder. — Tô prestes a me formar. Daqui a pouco começo minha carreira de verdade.
Ela assentiu, olhando nos meus olhos, e depois soltou, com um ar quase travesso: — Eu já sei o que quero fazer da vida.
— É mesmo? — perguntei, curioso.
Foi então que ela deu um passo à frente e começou a brincar com os botões da minha camisa, o toque leve, como se estivesse testando até onde podia ir. — O que eu mais quero… é ser sua.
Meu coração bateu mais rápido. — Como assim, Mônica?
Ela mordeu o lábio, encarando firme. — Sou apaixonada por você, Pedro. Desde sempre. E… me guardo pra você. Nunca fiquei com ninguém. Quero que seja meu namorado.
Fiquei mudo por um instante. A verdade é que, por mais que eu tentasse disfarçar, já havia algo crescendo dentro de mim por ela. Mas também sabia que ainda tinha um capítulo aberto na minha vida. Respirei fundo e respondi:
— Antes de aceitar… preciso fazer algo.
— O que?
Ela pareceu confusa, mas ao olhar pra mim, compreendeu, e não insistiu no assunto ali. Sorri, e seguimos a noite, rindo, tirando fotos e passando o resto da noite, juntos.
Quando cheguei em casa, já tarde, peguei o celular. Digitei uma mensagem para Ana:
"Obrigado por tudo… mas a gente não pode mais se ver."
Apertei enviar, e encarei a tela apagada. Era como fechar uma porta… para ter coragem de abrir outra.
Eu não recebi mais respostas depois daquelas mensagens. E nunca mais eu a vi indo dar aula. Eu acabei me formando, e assim, dei início a uma nova vida.
No presente, eu estava ali, com o celular ainda na mão, pensando. E se for ela, a tal pessoa? Será que o marido da tal "professora" era o Vítor? No meu facebook antigo, eu ainda tinha o grupo da faculdade, onde o pessoal postava e compartilhava coisas. Talvez eu encontrasse o perfil dela ali.
Eu encontrei o perfil, depois de vasculhar todos os membros do grupo, um perfil bem antigo, que não é atualizado a pelo menos uns cinco anos. Ela ainda está com o status casada, mas não tem mais o nome do marido ali. Foi olhando melhor, que eu encontrei, que ela não estava mais viva. Tinha inclusive pessoas se despedindo na última foto... Dela.
Eu provoquei isso? Será que ela faleceu depois que eu a dispensei? Não nego que um remorso começou a pairar em minha mente, mas o mais inacreditável nisso tudo... Foi que eu vi ali entre os comentários, o perfil do Rafael.
Então tive a certeza de ser ela mesmo. Era ela, a professora. — a minha única professora. Então, o que ocorreu a anos atrás, era a chave do que ocorria agora. Eu fiquei com ela, quando ela estava mais fragilizada. Vitor ficou com Mônica, quando ela estava mais fragilizada.
Era o destino, acertando com tudo meu estômago, me devolvendo com a mesma moeda tudo que eu fiz lá atrás. Foi então que eu comecei a temer pela vida de Mônica, pois se eles pretendem repetir o que ocorreu lá atrás... Eu precisava descobrir isso de uma vez.