Becca - Seduzindo o Moleque Tímido - Parte 2

Um conto erótico de EuBeccaEeles
Categoria: Heterossexual
Contém 2160 palavras
Data: 06/08/2025 17:15:09

Encontrei Rebecca na varanda, deitada na rede, pernas cruzadas, o celular sobre o colo e aquele sorriso de canto que eu já conhecia bem.

— “Adivinha com quem eu conversei hoje à tarde.” — disse, sem olhar pra mim.

— “Com o João?”

Ela virou o rosto pra mim com ar divertido.

— “Muito esperto você, hein.”

— “Certeza que matou o moleque do coração.”

Ela riu, balançando a rede devagar.

— “Imagina, amor. Foi só conversa. A mais linda conversa que tive nos últimos tempos.”

Sentou na rede com o corpo ereto, ajeitou o cabelo e respirou fundo, quase como quem se emocionava de novo com o que estava para contar.

— “Fui pro redário depois do almoço, e ele estava lá. Sozinho, lendo... Dostoiévski de novo. Os Irmãos Karamázov. A capa gasta, cheia de orelha. Ele ficou todo sem graça quando me viu, tentou esconder o livro, acredita?”

— “Esconder Dostoiévski?”

— “Acho que ficou envergonhado por estar lendo algo... profundo demais, ou sei lá. Parece que tem vergonha de si. Mas não devia. João é um garoto especial.”

Ela cruzou os braços e olhou pro céu, como quem organiza as emoções antes de falar.

— “Conversei com ele por mais de uma hora. Descobri que mora com o pai. A mãe morreu tem uns quatro anos. O pai... parece ausente, seco. Ele me contou que às vezes tenta mostrar o que escreve ou o que lê pro pai, e o homem só responde com silêncio. Ou com um ‘tá bom’. Nunca disse que sente orgulho.”

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

— “Isso mexeu com você, né?”

Ela assentiu, com os olhos ainda longe.

— “Muito. É que... eu sei como é sentir que ninguém tá vendo. Que ninguém te acha interessante o suficiente pra parar e ouvir. Ele é sensível, inteligente. Um garoto... puro. Não no sentido moral. Mas... cru. Não teve nem chance de ser visto. Ele me olha como se eu fosse uma deusa, e nem é por tesão. É por espanto. Como se ele não entendesse o que uma mulher como eu tá fazendo falando com ele.”

Ela respirou fundo.

— “Então eu chamei ele pra vir aqui em casa. Um dia desses. Pra conversar. Só isso. Só quero que ele saiba que alguém vê ele.”

— “Você vai matar o moleque, Rebecca.” — falei, num tom meio sério, meio brincando.

Ela virou o rosto pra mim, os olhos doces, e disse com ternura:

— “Ai, amor... ele é tão fofo. Tão lindinho.”

— “Você vai cornear comigo com esses moleques do condomínio agora?”

Ela deu risada e me lançou um olhar irônico, como quem finge se ofender:

— “Ai, amor... ele é tão fofo. Tão lindinho.”

— “Você vai cornear comigo com esses moleques do condomínio agora?”

Ela deu risada e me lançou um olhar irônico, como quem finge se ofender:

— “Credo, que horror... olha o jeito que você fala.” — fez uma pausa teatral. — “Nem falei que quero dar pra ele... só que ele é um neném fofo.”

— “Neném fofo é como você chama alguém que quer destruir com carinho.”

— “Ah, então pronto.” — ela cruzou os braços, fingindo indignação. — “Não posso mais elogiar ninguém. Tá bom, então. Nunca mais vou falar que acho ele tímido, inteligente, bonito, sensível, delicado...” — e foi olhando pra mim com um sorrisinho malandro.

— “Você me promete que não vai devorar ele?”

— “Prometo nada.” — ela riu. — “Mas relaxa, amor... deixa eu ser a fantasia dele, só isso. Ele merece pelo menos isso. Ser visto. Ser notado. Eu sei bem o que isso faz com a gente.”

Rebecca veio até mim na cozinha, sorrindo de um jeito que eu já conhecia bem. Um sorriso cheio de doçura... e com uma pontinha de travessura também.

— “Amor, o João vai vir aqui amanhã à tarde. Vai aproveitar que tá de férias e vai passar aqui pra gente conversar um pouco.”

Ela disse com naturalidade, como se fosse um antigo colega da faculdade. Mas eu sabia o que estava por trás daquele convite. Não havia segundas intenções declaradas, nem clima direto... mas a vibração que pairava no ar era outra. Mais sutil. Mais lenta. Mais perigosa.

— “Ah, ele vai vir ver, né?” — brinquei, abrindo a geladeira. — “Vai ver a deusa que desceu do redário e agora o convida pro Olimpo particular dela.”

— “Para com isso.” — ela riu. — “Só quero conversar, ele é fofo. E eu... tô com vontade de ser boa com ele.”

No dia seguinte, por volta das quatro da tarde, ele chegou.

João apareceu na porta do nosso quintal com uma camiseta preta básica, jeans escuro e um livro nas mãos. Os ombros curvados, o cabelo levemente desgrenhado, os olhos buscando o chão — até topar com os de Rebecca. Aí ele parou. Respirou fundo. E sorriu, tímido.

Fui eu quem o recebi no portão.

— “Fala, João. Entra aí, cara. Seja bem-vindo.”

Ele apertou minha mão com uma firmeza sem jeito, e agradeceu baixo.

— “Obrigado... é... muito legal estar aqui.”

Quando ele entrou, Rebecca já estava esperando. Sentada no sofá da varanda, pernas cruzadas, um vestido midi de tecido leve, floral, com uma fenda que abria só até onde o acaso deixava. O decote era discreto, mas no corpo dela tudo ganhava forma.

E era aí que estava o perigo.

A naturalidade.

Ela não estava vestida para seduzir. Mas ainda assim, aquela era a mulher que virava pescoços no supermercado, que fazia adolescente tropeçar na calçada do condomínio, que hipnotizava homens feitos com um sorriso.

Quando João a viu, travou por um segundo.

— “Oi, João...” — ela disse, com um brilho suave no olhar. — “Que bom que veio.”

— “Oi... é... obrigado pelo convite.” — ele respondeu, apertando o livro contra o peito como se fosse um escudo.

Ela apontou para a cadeira ao lado, e ele sentou sem saber direito onde colocar os braços ou os olhos.

Eu observei os dois com atenção. Me servi de um café e fiquei ali por perto, fingindo ler as notícias no celular, mas na verdade, o que me interessava mesmo era a dinâmica invisível que se formava entre eles.

Rebecca falava com voz doce, pausada, como quem lê poesia em voz alta.

João respondia com frases curtas, às vezes tremidas, mas aos poucos começava a relaxar.

Em certo momento, ele sorriu de verdade.

E quando isso aconteceu, olhei nos olhos dele.

Olhei de homem pra homem.

E naquele instante, eu entendi.

Não havia malícia em João.

Mas havia encantamento.

E estava crescendo.

Rebecca sentia isso também. E sorria como quem reconhece uma flor desabrochando.

Ela não queria assustá-lo.

Ela queria vê-lo florescer.

Nada aconteceu naquele dia.

João ficou por ali pouco mais de uma hora, tímido o tempo todo, tropeçando nas palavras e desviando os olhos — exceto quando não conseguia evitar encarar as pernas cruzadas de Rebecca ou o decote discreto que parecia se abrir só pra ele.

À noite, depois que João foi embora, estávamos no quarto. Rebecca passou óleo nas pernas como quem acendia um feitiço, e se olhava no espelho com aquele olhar satisfeito.

— “Você matou o moleque. Aposto que ele chegou em casa e caiu duro na punheta.”

Rebecca riu, virou de lado e colou o corpo no meu.

— “Coisa mais fofa, ele. Tão puro... tão nervosinho.”

— “Você é má.”

Sentou-se na beira da cama, de camisola curta, e disse com um sorrisinho quase distraído:

— “Amanhã eu vou transar.”

Eu virei o rosto na hora.

— “Como assim?” — tentei não soar aflito, mas minha voz saiu mais aguda do que eu queria.

Ela me olhou, rindo do meu susto.

— “Você achou o quê, amor? Que eu ia dar pro João já amanhã?” — ela gargalhou, jogando o cabelo pro lado. — “Menino, ele mal conseguiu me olhar no olho hoje. Parece que ia desmaiar só de ver meu joelho.”

— “Ué... então o que foi isso? Você jogou essa bomba e vai sair andando?”

Ela se esticou na cama, deitou de lado, e com a voz doce como veneno disse:

— “É que o Vinicius vem amanhã. Nosso namorado. Lembra dele?”

Meu coração bateu mais forte. Aquele nome sempre mexia comigo. Era diferente. Com Vinicius era diferente.

— “Ah...” — murmurei.

— “É.” — ela sorriu. — “Amanhã. Já avisei ele que quero passar a tarde inteira sendo bem usada. E depois... você limpa tudo, como gosta.”

Ela desligou o abajur, virou-se de costas, e puxou meu braço para abraçá-la por trás.

— “Agora dorme, meu amor. Que amanhã é dia de guerra.”

A meia-noite já tinha passado quando o quarto finalmente silenciou.

Rebecca estava largada entre os lençóis, nua, os cabelos colados na testa de tanto suor, o peito subindo e descendo devagar, ainda tentando se recompor das duas horas de foda que Vinicius tinha descarregado nela. As pernas dela estavam abertas, uma sobre o travesseiro, a outra esticada, e eu, ali do lado, observando o que tinha sobrado da minha mulher — ou melhor, da nossa mulher. Porque por mais que ela fosse minha por direito, ele tinha marcas de posse nela também. Marcas visíveis. Profundas.

Vinicius se deitou de lado, apoiando o rosto na mão, olhando pra ela com aquele sorriso de vencedor satisfeito.

— “Cansou, cavala?” — ele provocou, rindo baixo.

Ela só soltou um gemido preguiçoso e riu de volta, sem forças até pra responder.

Eu estava com a cabeça no travesseiro, entre os dois, quando deixei escapar:

— “Hoje o João deve estar com dor na mão, hein...”

Ela arregalou os olhos, surpresa, e Vinicius soltou uma gargalhada.

— “O quê? O menino do condomínio?” — ele perguntou, se virando pra mim.

— “É. Teve aqui ontem. Conversa boa, tímido, inteligente. Rebecca anda encantada.”

Ela tentou disfarçar o rubor no rosto, mas não conseguiu. Deu aquele sorrisinho de canto de boca que eu conheço bem.

— “Ai, amor, não começa...”

Vinicius a olhou com malícia e disse, quase em tom de descoberta:

— “Tá apaixonadinha, é?”

— “Claro que não!” — ela respondeu rápido demais. Rápido o suficiente pra deixar claro que ele tinha acertado.

Vinicius riu outra vez, e sem perder o ritmo da provocação, se virou pra mim.

— “Deixa ela. Pode ficar apaixonada o quanto quiser.” — então ele se sentou na cama, puxou Rebecca pela nuca e completou — “Mas puta é só minha.”

Ela mordeu o lábio, engoliu o riso... e sem dizer uma palavra, desceu com a boca devagar até o pau dele, como se aceitasse o lugar, o título, e o domínioMas aconteceu.

Cheguei do trabalho mais cedo naquele dia. Era fim de tarde. O sol já começava a dourar o portão do nosso quintal quando entrei em casa e encontrei Rebecca parada na cozinha, com um copo de água nas mãos e aquele olhar que eu conheço — o mesmo de quando ela vai me contar algo que muda tudo.

Ela respirou fundo, me encarou e falou, com a voz baixa, sem drama, mas visivelmente tocada:

— “Amor… aconteceu.”

— “Aconteceu o quê?” — perguntei, meio automático, já sentindo o coração se adiantar.

Ela apoiou o copo na pia com cuidado. E veio até mim.

— “A gente se beijou… eu e o João.”

Eu não respondi de imediato. Só pisquei devagar e deixei que ela continuasse. Rebecca tem esse jeito. Ela não despeja. Ela revela. Como quem abre uma carta dobrada, linha por linha.

— “Ele veio aqui. Trouxe uma flor, acredita? Uma flor de verdade… embrulhada num papel amassado, mas linda. Ele disse que era por causa do que eu falei sobre beleza e tragédia...”

Ela deu uma risadinha nervosa. A flor ainda estava no vaso, no centro da mesa.

— “A gente sentou ali fora, conversou. Ele estava mais calado que o normal… meio aéreo. E eu sentia que tinha alguma coisa no ar. Não tensão… outra coisa. Magnetismo.”

Ela passou os dedos nos cabelos, como se ainda tentasse entender o que sentiu.

— “E aí… eu olhei pra ele. Ele olhou de volta. E pronto. Não teve iniciativa. Não teve coragem. Só teve o momento. E... o beijo aconteceu.”

Ficamos em silêncio. Eu olhei pra flor. Pensei no João, com aquela cara de quem nunca esperava que seus sonhos ganhassem forma.

— “Como ele reagiu?”

Ela sorriu, com ternura.

— “Ficou com os olhos arregalados, amor. O coração dele disparou tanto que eu ouvia daqui. Ele tremia. Mas ficou. Não fugiu. E eu… eu senti uma coisa estranha. Não é fogo. É... reconhecimento.”

— “Você se viu nele?”

Ela assentiu, emocionada.

— “Sim. Como se eu estivesse beijando o que eu era. O que eu fui. Ou o que eu perdi.”

Ela respirou fundo depois de contar tudo. Caminhou até a varanda, olhando o céu já escuro, como se precisasse de um instante de silêncio antes de dizer mais.

E então, sem olhar pra mim, com a voz baixa, grave, quase como quem compartilha um segredo antigo com o vento, ela disse:

— “Ele é virgem, amor.”

Fiquei quieto.

Não por surpresa, mas pelo peso da revelação.

Não era luxúria. Não era escândalo. Era quase... um chamado.

Ela não disse com deboche. Nem com malícia.

Disse como quem entende a responsabilidade de abrir uma porta que nunca foi tocada.

Ela virou-se devagar, me encarou com os olhos úmidos de alguma coisa que nem era arrependimento nem excitação. Era só beleza.

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Comentários

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Continue!! A despeito de alguns comentários o conto esta se desenvolvendo muito bem!!

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Seus contos são tão patéticos que ninguém nem se dá mais o trabalho de comentar jamais vi um personagem tão patético que chega dar dó de vc achar que seus contos dão tesão em alguém seu conto só é mais um de um cara que e doente que se contenta com as sobras isso quando sobra e a puta que não está nem aí para o marido e faz questão de deixar claro que os outros são superiores a ele e agora se mostra apaixonada por um moleque tomara que ela te largue mais isso não vai acontecer pois ela jamais vai achar outra pessoa tão deprimente como vc

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