Capítulo 8: Sombras do Passado, Laços do Presente
O apartamento de Alícia era um refúgio de sofisticação, com janelas panorâmicas que abraçavam a cidade, deixando a luz dos arranha-céus dançar sobre o mármore polido do chão e os móveis de design minimalista. Apesar do alívio após a confusão no bairro de Juliana, a loirinha ainda sentia os tremores da crise de pânico que a atingira. Encolhida no chão do hall de entrada, com os joelhos contra o peito e o rosto molhado de lágrimas, ela tentava respirar. O trauma do bar — as humilhações, o assédio, a violência — desenterrou memórias de um ano atrás, quando seu pai a expulsou de casa após o incidente com os três caras. Naquela época, quem a acolheu foi Patrícia, sua melhor amiga desde os tempos de escola, a única que abriu as portas de sua casa e de seu coração.
Juliana fechou os olhos, e a imagem de Patrícia a envolveu como um abraço quente. Patrícia, ou Patty, como Juliana a chamava, era uma força da natureza. Cabelos pretos curtos, pele branquíssima e um estilo rock’n’roll que fazia qualquer um parar para olhar. Suas roupas escuras — calças de couro, botas pesadas e camisetas de bandas como Metallica — combinadas com maquiagem pesada, delineador marcando os olhos verdes e tatuagens de caveiras espalhadas pelo corpo, davam um ar rebelde, mas inegavelmente feminino. Uma caveira estilizada descia pela coxa, visível quando usava shorts, e piercings discretos no nariz e no lábio inferior completavam o visual. Patrícia usava doses controladas de testosterona para auxiliar na musculação, o que esculpia suas coxas torneadas e a bunda grande, mas mantinha a feminilidade que fazia Juliana admirar. O que mais fascinava Juliana, porém, era a buceta de Patrícia: carnuda, com um clitóris grande e proeminente, que parecia pulsar de vida quando ela estava excitada. “Um bucetão fenomenal”, pensava Juliana, com um sorriso tímido ao lembrar da amiga.
Naquela época difícil, Patrícia foi seu porto seguro. Juliana morou com ela por quase três meses, até conseguir o emprego no bar do Senhor João e pagar o aluguel de sua casinha. Patrícia, que sempre escondeu sua paixão de adolescente por Juliana, ofereceu apoio incondicional, nunca revelando seus sentimentos por medo de perder a amizade. Mas a vulnerabilidade de Juliana após a expulsão mudou tudo. Uma tarde, cerca de 20 dias depois do ocorrido, as duas estavam no quarto de Patrícia, um santuário de sua personalidade: pôsteres de Slipknot e Iron Maiden nas paredes, velas pretas acesas exalando um leve aroma de sândalo, e uma colcha preta com caveiras na cama king-size. Juliana, deitada com a cabeça no colo da amiga, sentia os dedos de Patrícia deslizando suavemente por seus cabelos loiros, um carinho que apagava, mesmo que por um momento, as dores do mundo.
— Ju, já parou pra pensar como a vida é uma montanha-russa? — perguntou Patrícia, a voz rouca carregada de emoção, enquanto seus olhos verdes brilhavam sob a luz suave do abajur. — Num dia tá tudo de boa, no outro... vira um caos.
Juliana riu, a voz ainda frágil. — Nem me fala, Patty. Se não fosse por você, eu tava na rua, sem rumo. Você é meu anjo.
Patrícia hesitou, o coração disparado. Assumida como lésbica há anos, ela nunca tivera coragem de se declarar para Juliana. Mas, com a loirinha tão próxima, tão vulnerável, a coragem veio. — Ju, eu preciso te contar uma coisa. — Sua voz tremia, algo raro para alguém tão dominante. — Eu sou apaixonada por você desde a escola. Sempre fui louca por você, mas nunca disse nada porque... porque não queria te perder.
Juliana ergueu os olhos, surpresa, mas não assustada. O carinho de Patrícia era sua âncora, e, naquele momento, ela precisava de conexão. Patrícia se inclinou, e seus lábios se tocaram em um beijo suave, com um leve gosto de gloss de cereja. Juliana, carente, não recuou. — Patty... — murmurou, mas deixou o momento fluir. O beijo, macio e sem a aspereza de uma barba, era diferente, acolhedor. Ela gostou.
O beijo ganhou intensidade, e Patrícia, com a buceta já encharcada e o clitóris pulsando de tesão, despiu Juliana com uma urgência controlada. Abriu a blusa da amiga, revelando os seios fartos e rosados, os mamilos rígidos implorando por atenção. — Caralho, Ju, você é perfeita — sussurrou Patrícia, caindo de boca nos seios, chupando com uma mistura de devoção e fome. Juliana gemia, o corpo arqueando na cama. — Meu Deus, Patty, que delícia... — Patrícia desceu beijando a barriga lisa, até chegar à buceta de Juliana. Com maestria, lambeu cada centímetro, chupando o clitóris com uma habilidade que fez Juliana gozar em segundos, ensopando a cama com um gemido alto que ecoou pelo quarto.
Juliana, tomada por uma curiosidade ardente, quis retribuir. Pulou sobre Patrícia, beijando os peitinhos pequenos e durinhos, mordiscando os mamilos com uma ousadia que surpreendeu a si mesma. Patrícia gemia alto, os olhos revirando. — Ju, porra, quantas vezes sonhei com isso... — confessou, a voz entrecortada. Juliana, fascinada, desceu até a buceta de Patrícia, reparando no clitóris grande, duro e melado. Chupou com uma fome que nunca sentira, lambendo e sugando enquanto Patrícia se contorcia, gritando: — Isso, Ju, chupa sua putinha!
Patrícia, com seu instinto dominante, entrelaçou as pernas com as de Juliana, encaixando suas bucetas em um movimento perfeito, como se elas se beijassem. O clitóris grande de Patrícia roçava na buceta de Juliana, intensificando o prazer. — Tá gostando, né, minha loirinha safada? — provocava Patrícia, apertando os seios fartos da amiga com força e dando tapinhas leves em seu rosto. Juliana, em êxtase, gritava: — Patty, meu Deus, nunca senti isso! Vou gozar! — O orgasmo veio como uma onda, ensopando a cama novamente.
Patrícia, insaciável, montou na cara de Juliana, esfregando sua buceta greluda na boca da amiga. — Chupa, minha putinha, faz eu gozar na tua boca! — comandava, enquanto Juliana, sem fôlego, chupava com vontade, tendo orgasmos múltiplos só com o gosto da amiga. Patrícia gozou com um grito selvagem, tremendo como nunca, e as duas, exaustas, se masturbaram juntas, alcançando um clímax simultâneo que as deixou colapsadas na cama. Abraçadas, Patrícia sussurrou: — Te amo, Ju. Sempre vou te amar. — Juliana, exausta, adormeceu em seus braços, sentindo um amor de irmã, não romântico.
De volta ao presente, no apartamento de Alícia, Juliana, ainda abalada pela crise de pânico, lembrou de Patrícia. Quando começou a namorar Vitor, teve uma conversa sincera com a amiga, explicando que queria manter apenas a amizade. Patrícia, embora magoada, aceitou, sabendo que o amor de Juliana por ela era fraterno. Agora, no meio da crise, Juliana pediu o celular a Vitor, com a voz fraca. — Amor, liga pra Patty, por favor. Ela sabe como me ajudar.
Vitor, com o coração apertado, discou o número. Patrícia, ao ver o nome de Juliana no visor, atendeu com um pulo, a voz cheia de animação: — Ju, amiga, tá tudo bem? — Mas sua expressão mudou ao ouvir Vitor. — Oi, Patrícia, é o Vitor, namorado da Ju. Ela tá tendo uma crise de pânico forte e disse que você sabe como ajudar. Vem pra cá, por favor.
Patrícia explodiu, a preocupação misturada com raiva. — O que você fez com ela, Vitor? Eu sabia que não deveria confiar em você! Avisei a Ju que tava se entregando rápido demais pra um cara como você! Onde vocês tão? Se encostar nela, eu te mato, você não me conhece, caralho!
Vitor, engolindo seco, tentou acalmá-la, a voz embargada. — Patrícia, por favor, não é nada disso. Ela tá em segurança, mas precisa de você. Vem pro apartamento da Alícia, minha amiga. — Ele passou o endereço. — Posso mandar um motorista te buscar.
Patrícia, com seu jeito dominante, recusou. — Não precisa, vou de moto. É mais rápido. — Como membro do grupo de motoqueiros Insanos, em São Paulo, ela pilotava sua Harley Davidson Sportster 1250S preta, batizada de “Trovão”, seu xodó. Em 20 minutos, o ronco potente da moto ecoou na frente do prédio de Alícia, no coração de um condomínio de alto padrão.
Alícia desceu para recebê-la, e quando Patrícia parou, vestida com uma jaqueta de couro preta, calça colada que valorizava sua bunda empinada e um capacete preto brilhante, Alícia ficou sem ar. Patrícia tirou o capacete, sacudindo os cabelos curtos, e os piercings no rosto brilharam sob a luz do poste. — Oi, eu sou Patrícia — disse, com um tom firme, mas com um sorriso que desarmava. Alícia, ainda em choque com a beleza da garota, gaguejou: — O-Olá, sou Alícia, amiga do Vitor. Pode estacionar a moto na garagem, o porteiro vai abrir o portão.
Patrícia, com um brilho travesso nos olhos, interrompeu: — Monta na garupa, Japinha, me leva até lá. — Alícia, surpresa, hesitou. — Meu Deus, nunca andei numa moto dessas! Tô com medo! — Patrícia, com um sorriso sádico, estendeu a mão. — Relaxa, confia em mim. Nunca deixei ninguém cair. — Alícia, tocada pela confiança e pelo charme de Patrícia, montou desajeitadamente, abraçando a cintura dela com força. Quando Patrícia acelerou, dando um solavanco proposital, Alícia deu um gritinho. — Pelo amor de Deus, vai devagar! — Patrícia riu. — Calma, Japinha, tá comigo.
Enquanto percorriam o condomínio, com suas ruas arborizadas e uma viatura de segurança particular as escoltando, Patrícia murmurou para si mesma: — Caralho, onde a Ju foi se meter? Esse lugar é de bacana. — Alícia, ouvindo, riu baixinho, impressionada com a energia de Patrícia.
No elevador privativo, subiram até a cobertura triplex de Alícia, um apartamento de tirar o fôlego, com paredes de vidro, móveis minimalistas e uma vista panorâmica da cidade. Dois gatos Ashera, exóticos e imponentes como pequenos leopardos, ronronavam no tapete. Patrícia entrou e viu Juliana no chão, encolhida, chorando. — Ju, meu amor, calma, a Patty tá aqui — disse, ajoelhando-se e abraçando a amiga com força. Como estudante do terceiro ano de Psicologia, Patrícia estudara crises de pânico, especialmente por causa de Juliana. Usando uma técnica aprendida com um professor especialista, começou a falar suavemente: — Respira comigo, Ju. Inspira fundo, solta devagar. Tô aqui, você tá segura. — Aos poucos, Juliana relaxou, deixando Patrícia guiá-la até o sofá.
Alícia, com a ajuda de Dona Lourdes, sua governanta, anunciou: — Preparei o quarto de hóspedes. Tem toalhas, roupões, tudo pronto. Vocês querem dormir juntas ou em quartos separados?
Vitor, que tinha um quarto no apartamento para quando ficava na cidade, respondeu: — Quero dormir com a Ju, Alícia. — Mas Alícia, com seu jeito firme, cortou: — Negão, dá um espaço pra ela. Deixa ela com a amiga hoje.
Patrícia, ainda protetora, disse: — Nada disso, vou levar a Ju pra minha casa. — Mas Juliana, agora mais calma, riu, quebrando a tensão. — Patty, você é um trovão mesmo, mulher! — Ela começou a contar o ocorrido no bar, e Patrícia, com os olhos faiscando de raiva, exclamou: — Caralho, Ju, eu vou lá agora quebrar a cara daquele velho nojento!
Juliana, com sua bondade característica, a conteve. — Não, Patty, ele é um coitado. A vida já judia dele. É um velho amargo, abandonado pela esposa e pelos filhos. — Patrícia revirou os olhos. — Só você pra ver o lado bom de um lixo desses, Ju. — Apontando para Vitor, brincou: — Pensei que esse Negão tinha te machucado. Agora entendi por que me trocou, amiga. Como competir com esse deus? — Estendeu a mão, com um sorriso debochado. — Prazer, Patrícia Figueiredo, ou Patty Maionese, dos Insanos. — Mostrou a jaqueta com o símbolo do grupo e seu apelido, inspirado no desenho Doug Funnie que elas amavam na infância.
Juliana caiu na gargalhada, e Vitor puxou Patrícia para um abraço. — Se você é a melhor amiga do amor da minha vida, é minha amiga também. — Patrícia, desarmada, riu. — Tá bom, Negão, mas não pensa que por ser grandão, forte e lindo eu não te arrebento se magoar minha amiga, viu? — Juliana, rindo, pulou no colo de Vitor, enchendo-o de beijos. — Ele é meu herói, Patty, meu bebezão que salvou minha vida hoje! — Patrícia e Alícia, olhando a cena, reclamaram em uníssono: — Credo, que melação nojenta!
Alícia puxou Patrícia pela mão. — Vem, garota, você bebe vinho? Vamos abrir uma garrafa pra comemorar que tá todo mundo vivo. — Na adega, repleta de vinhos caros de Bordeaux a Toscana, Patrícia deu de ombros. — Qualquer um que deixe bêbada tá ótimo. — Alícia riu, escolhendo um tinto leve. — Patty, você disse que é simples, mas pilota um motão daqueles e tem esse estilo todo? Simples é o caramba!
Patrícia sorriu, orgulhosa. — Trabalho pra caralho pra pagar as prestações do Trovão, meu bebê. Mas, pra mim, o que importa é a companhia, não o lugar ou o dinheiro. — Alícia, impressionada, respondeu: — Olha, Patty, tô começando a gostar de você. Não é qualquer uma que me faz rir assim.
Na sala, Vitor e Juliana se abraçavam, ainda sentindo o peso do dia. Ele, preocupado, tocou no assunto delicado. — Ju, meu amor, precisamos conversar sobre esse emprego. Não quero te ver naquela situação nunca mais. Você merece coisa melhor.
Juliana, com o orgulho falando mais alto, respondeu: — Eu sei, Vitor. Não volto praquele bar, pode ficar tranquilo. Mas vou me virar sozinha. Se precisar, te falo, juro. — No fundo, ela sentia o aperto no peito. O aluguel estava vencendo, o cursinho era caro, e Senhor João provavelmente não pagaria o que lhe devia. Vitor, percebendo a angústia dela, insistiu: — Ju, por favor, me deixa te ajudar. Não quero te ver passando necessidade.
Ela sorriu, tocando o rosto dele. — Juro que te falo se precisar, bebezão. Mas me deixa tentar resolver primeiro, tá? — Vitor, relutante, assentiu, mas seu coração doía ao pensar nela enfrentando tudo sozinha.
Alícia voltou com taças de vinho e propôs um brinde: — À nossa saúde, amizade, amor e segurança! — Todos ergueram as taças, rindo, o clima finalmente mais leve. Mas Alícia, com um tom sério, continuou: — Ju, me desculpe meter o bedelho, mas segurança é coisa séria pra mim. Já sofri tentativas de sequestro por causa da empresa. Por isso ando armada e fiz treinamento militar em Israel. Não brinco com quem amo.
Patrícia, com as sobrancelhas erguidas, perguntou: — Pera, esse dinheiro todo de vocês é ilícito? Fala logo, porque a corda sempre quebra pro lado mais fraco, e eu não quero rolo.
Vitor, temendo que Juliana duvidasse dele, respondeu rápido: — Não, Patty, pelo amor de Deus! Nossa empresa é limpa. Temos navios cargueiros que operam rotas internacionais, e, por causa disso, recebemos propostas quase diárias de traficantes querendo transportar drogas, armas, até pessoas. Sempre recusamos, e isso nos coloca na mira desses criminosos. Temos parceria com a Polícia Federal pra combater esse tipo de crime, mas as ameaças são constantes. — Ele olhou para Juliana, com receio de que ela o visse de outra forma, mas ela apenas apertou sua mão, tranquilizando-o com um sorriso.
Alícia completou, com um brilho determinado nos olhos: — Fui sequestrada uma vez, há uns anos. Me encapuzaram, rodaram comigo um dia inteiro, fazendo tortura psicológica. Foi quando decidi me proteger. Fiz treinamento intensivo em Israel, tirei porte de arma. Agora, quem mexer comigo, com o Vitor ou com vocês vai se arrepender.
Patrícia, boquiaberta, exclamou: — Caralho, vocês têm navios? Não são ricos, são podres de ricos! Ju, tu ganhou na Mega-Sena, amiga! Casa logo com o Negão e engravida dele! — Todos caíram na gargalhada, e Juliana retrucou, com uma risada: — Tô fora dessas dores de cabeça que o dinheiro traz, Patty! Você sabe que não ligo pra isso. Quero meu cursinho, minha faculdade de medicina, e o amor do meu bebezão. O resto é só encheção de saco.
Alícia, então, revelou algo grave: — Ju, pedi pro Delegado Paulo, da PF, levantar a ficha do Senhor João. Ele tem uma lista criminal extensa. Matou a esposa, cumpriu pena, usa o bar pra lavar dinheiro e é suspeito de tráfico de mulheres pra Europa. Ju, ele tentou te aliciar?
Juliana, chocada, começou a juntar as peças. — Meu Deus... Ele me apresentou uma tal de Samantha, uma perua de uns 50 anos, toda maquiada, que parecia cafetina. Ela ofereceu dinheiro, disse que eu podia “aproveitar minha beleza” pra sair dessa vida. Fui firme, disse que não era prostituta, e recusei. Depois disso, Senhor João mudou comigo, começou a me tratar mal. Às vezes, essa Samantha aparecia no bar e me provocava, dizendo que eu sofria à toa com “esse corpão de princesinha”.
Alícia assentiu, séria. — Faz sentido. Ele ficou com raiva porque você não cedeu. E aquele Jonas, que passou a mão em você, é o braço direito dele. Faz o serviço sujo. Senhor João é perigoso, Ju. Tem histórico de assalto à mão armada e até assassinatos de traficantes rivais que a polícia nunca conseguiu provar.
Juliana, abraçando Vitor, começou a chorar. — Meu amor, me desculpe por te meter nisso. Como fui burra, nunca percebi! — Vitor a apertou contra o peito. — Não fala isso, Ju. Você é incrível, só tava tentando sobreviver. Agora você tem a mim, e eu não vou deixar nada te acontecer.
Patrícia, mais prática, disse: — Relaxa, Ju. Se esse velho ou o tal Jonas tentarem qualquer coisa, eu também tenho contatos. Acabamos com aquele bar imundo. — Alícia reforçou: — Vocês estão seguras comigo e com o Vitor. Mas, Ju, por enquanto, você não pode voltar pra sua casa. É perigoso.
Juliana, com lágrimas escorrendo, lamentou: — Não tenho pra onde ir, Alícia. Não tenho família. O que fiz da minha vida? — Vitor, com os olhos marejados, a interrompeu: — Como assim, meu amor? Você tem a mim, tem a nós! Somos sua família agora. Nunca vou te deixar desamparada. — Patrícia, com um sorriso, completou: — Eu também, sua boba. Tô aqui pra sempre.
Juliana, ainda abalada, olhou para os dois e pediu: — Vitor, posso dormir com a Patty hoje? Preciso contar tudo pra ela, desde como te conheci. Ela só sabe o básico. Você se importa? — Virando-se para Patrícia, perguntou: — Patty, você fica comigo no quarto de hóspedes que a Alícia preparou?
Vitor e Patrícia responderam juntos, rindo: — Claro, Ju! — Patrícia piscou para Vitor. — Vou roubar ela só um pouquinho, Negão. Juro que devolvo direitinho. — Juliana riu, o coração mais leve, and the two, guiadas por Dona Lourdes, se recolheram ao quarto de hóspedes, prontas para compartilhar confidências e reacender a conexão de melhores amigas.
Na sala, Vitor e Alícia trocaram um olhar de cumplicidade. — Essa loirinha é especial, Negão — disse Alícia, tomando um gole de vinho. — E essa Patty... meu Deus, que mulherão! — Vitor riu. — Cuidado, Japinha, que a Patty é braba. Mas, sério, obrigado por tudo. Sei que a Ju tá segura com a gente.
Enquanto isso, no quarto de hóspedes, Juliana e Patrícia se abraçavam, rindo e chorando, prontas para conversar até o amanhecer. A noite, apesar dos sustos, trouxe a certeza de que Juliana não estava sozinha — ela tinha um amor, uma amiga leal e uma nova família improvável.