O semestre terminou, e com ele, a rotina que os unia. A distância se impôs, não apenas física, mas emocional. As aulas particulares se tornaram memórias, e o contato diminuiu. Arthur mergulhou em seu trabalho e em uma tentativa de voltar à sua vida normal, mas a imagem de Luna era uma constante assombração. A tentação se tornara um fantasma que o seguia.
Durante as férias, um clique fortuito no Instagram de Luna revelou uma foto dela com outro homem, as mãos dele possessivamente em sua cintura. A visão o atingiu como um soco no estômago. O ciúme, um sentimento que ele nunca havia experimentado com sua esposa, irrompeu como uma fúria selvagem. Ele a confrontou pelo WhatsApp, a conversa, antes cheia de desejos e segredos, transformando-se em uma briga amarga. "Eu sou um homem casado!", ele digitou, as mãos tremendo. "Você acha que eu ia ser exclusivo para você?" Luna, com sua audácia, respondeu: "E você acha que eu sou sua propriedade, professor?"
A discussão terminou em silêncio. Semanas de silêncio. Arthur tentou esquecê-la, mas a falta daquele vício se tornou um fardo insuportável. Foi então que o celular vibrou com uma mensagem dela. "Professor", dizia, "preciso de uma foda de despedida."
Arthur hesitou. A voz da razão gritava para ele apagar a mensagem e bloquear o número. Mas a memória do corpo de Luna, do prazer inigualável que ele sentiu, era mais forte. Ele respondeu, "No motel. Sem conversas, sem promessas. Uma última vez."
O encontro foi surreal. O motel era um lugar neutro, frio, mas a paixão deles incendiou o ambiente. Eles não trocaram muitas palavras. Cada beijo, cada toque, era carregado da urgência e da tristeza de um adeus. Eles se entregaram completamente, como em todas as outras vezes. Não era um encontro para descobrir algo novo, mas para reviver o que já sabiam que era extraordinário. Cada estocada era um lembrete das noites no apartamento dela, das descobertas na banheira, da ousadia no carro. Era a última equação a ser resolvida, a última tentativa de provar o teorema da tentação.
Ao final, exaustos e suados, Luna o abraçou, as lágrimas escorrendo silenciosamente pelo seu rosto. "Nós poderíamos...", ela começou, a esperança em sua voz. Mas Arthur a calou. Ele sabia o que ela iria dizer. O que ele viu naquela foto de Instagram o havia marcado de forma irreversível.
"Eu sei que não é certo o que eu fiz com a minha esposa", ele disse, a voz carregada de uma dor que o surpreendeu. "Mas eu planejava o divórcio, eu tinha esperança de algum dia ficarmos juntos. Mas você traiu minha confiança."
Ele se vestiu e saiu, sem olhar para trás. A porta do quarto se fechou para sempre, deixando Luna para trás. O teorema da tentação havia sido provado e resolvido. E a solução, para ele, era a ausência dela.