—Amanhã a gente conversa — disse a Rafael enquanto olhava para Carol na porta do meu apartamento. Ela tinha aparecido sem avisar, e eu não gostei nada da atitude. Com certeza, ela estava ali para me julgar, para repetir as mesmas coisas de sempre: que sou inconsequente, que não penso em nada. Puta merda, eu pensava, sim! Em vários momentos, coloquei Carol em primeiro lugar.
— O que você tá fazendo aqui? — perguntei assim que Rafael saiu e Carol passou por mim como um furacão.
— Por que você continua nessa vida, Cláudio? — Seus olhos estavam vermelhos, como se estivesse bêbada ou sob o efeito de alguma droga.
— E por que você continua nessa vida, Carol? — retruquei, usando o mesmo tom.
— Você é um babaca — disse ela, pegando um cigarro e acendendo enquanto se dirigia ao sofá.
— Nem pensar. Se quiser fumar, vai pra varanda — avisei. Mas Carol ignorou, acendeu o cigarro e se jogou no sofá.
Ela não entendia como era a vida pra alguém como eu. Carol via o mundo através de um véu; não compreendia minhas atitudes porque nasceu com tudo o que queria. Ainda usava a mesma roupa da rave: uma blusinha rosa que mostrava a barriga, um short jeans curto e chinelos Havaianas azuis. Estava ainda mais linda, com os cabelos molhados grudados na testa e as pernas marcadas por hematomas roxos que, de alguma forma, davam um charme a ela. Carol vivia cheia de roxos, sempre se machucando ao esbarrar nas coisas. Era um verdadeiro furacão. E eu era seu catalisador.
— O que você tá fazendo aqui, Carol? — repeti, tirando minha blusa do Chicago Bulls. Fiquei só de regata, com os braços arranhados e sujos de sangue por causa da briga com Moshe.
— Você tá bem? — Carol se aproximou, olhando para meu braço.
— Isso não foi nada — respondi friamente, embora doesse pra caralho.
— Você precisa ir ao médico — disse ela, quase tocando meu braço. Me afastei, com medo da dor que o toque poderia causar.
— Só preciso de um banho — falei, indo em direção ao banheiro. Deixei Carol para trás, mas ela me seguiu e ficou me observando enquanto eu tirava a regata e jogava no chão. Depois, tirei o short, ficando só de cueca.
— Vai ficar aí me espiando mesmo? — perguntei.
— Não tem nada aí que eu não tenha visto mil vezes — respondeu ela, com um tom desafiador.
Tirei a cueca e fiquei pelado na frente dela, que fez questão de me encarar. Percebi que ela ainda sentia algo por mim. Entrei no box, deixando a porta aberta, e a água bateu nos meus machucados, ardendo tanto que fechei os olhos e tensionei o corpo até me acostumar.
Carol sempre foi o motivo das minhas escolhas. Tudo o que fiz foi para ficar no topo, para provar que eu podia fazê-la feliz, dar a ela tudo o que merecia. Mas, no fim, ela escolheu o Vinícius, o cara com a vida perfeita, o futuro perfeito. Só que agora ele estava louco em alguma rave, sem se importar com ela. E ela estava ali, no meu banheiro, querendo cuidar de mim. Eu deixei.
Estava com dificuldade para passar o sabonete pelo corpo, e Carol notou.
— Quer ajuda? — perguntou, com os olhos menos vermelhos, o efeito do álcool e da droga começando a passar.
— Não precisa — respondi, com a voz baixa, embora quisesse que ela entrasse ali comigo. Apesar da dor, era só nisso que eu pensava quando estava com Carol.
Ela tirou a blusinha rosa e o short jeans, jogando-os onde estavam minhas roupas. Seus seios continuavam firmes, os mamilos endurecidos. Entrou no box só de calcinha, ainda com os chinelos Havaianas azuis, pegou o sabonete da minha mão e se posicionou atrás de mim.
Carol começou a deslizar as mãos pelo meu peito, deixando minha pele lisa com as bolhas de sabão. Minha excitação era evidente, pulsando, apesar da dor dos machucados. O prazer de estar com ela novamente superava tudo. Segurei uma das mãos dela e a acariciei, mostrando todo o meu afeto. Ela se aproximou ainda mais, encostando os seios nas minhas costas, o rosto próximo à minha nuca.
Então, senti sua mão descer lentamente, hesitante, até envolver minha rola, que já pulsava, dura, a cabeça inchada, reagindo ao toque dela como se tivesse vida própria.
Por um segundo, minha mente travou. Isso tá certo? Eu sabia que isso era errado, que estava pisando em uma linha perigosa, mas o calor da mão dela, o jeito que ela segurava firme, como se ainda fosse minha, apagava qualquer dúvida. Eu queria isso. Queria ela.
— Carol… — murmurei, a voz rouca, quase engolida pelo som da água.
Ela não respondeu, só continuou, os dedos se movendo devagar, explorando, como se quisesse lembrar cada detalhe de mim. Minha respiração ficou pesada, e eu fechei os olhos, deixando o prazer tomar conta. Os machucados ainda doíam, mas era como se a dor se misturasse com o que eu sentia, tornando tudo mais intenso. Apoiei uma mão na parede do box, tentando me equilibrar, enquanto a outra mão ainda segurava a dela, como se precisasse de um lembrete de que isso era real.
Por que ela tá fazendo isso? A pergunta martelava na minha cabeça. Será que era só o efeito da bebida, da bala, ou será que, no fundo, ela ainda me queria? Eu sabia que não devia deixar isso ir tão longe, mas não conseguia parar. Cada movimento dela me puxava mais fundo, e eu só conseguia pensar no quanto eu ainda amava aquela mulher, no quanto eu queria que ela ficasse.
— Você não mudou nada, Cláudio — disse ela, finalmente, a voz baixa, quase um sussurro, enquanto a mão continuava me provocando, lenta e deliberada.
— E você acha que isso é bom ou ruim? — perguntei, tentando manter o controle, mas minha voz tremia.
Ela riu, um som curto, quase amargo, e se aproximou ainda mais, o corpo agora colado no meu. Senti a calcinha dela roçar contra minha coxa, os chinelos Havaianas ainda nos pés, molhados, fazendo barulho contra o chão do box. A cabeça da minha rola parecia inchar ainda mais sob os dedos dela, e eu soltei um gemido baixo, incapaz de me segurar.
Eu sabia que estava errado, mas não queria que ela parasse. Não agora. Talvez nunca.
Com um impulso, mesmo sentindo os arranhões e hematomas protestarem, me virei e segurei Carol pelos quadris. Ela soltou um suspiro surpreso, mas não resistiu. Levantei-a com força, minhas mãos firmes nas curvas dela, a encostei contra a parede molhada do box. A água escorria pelos azulejos, tornando tudo escorregadio, mas eu não ia deixar ela escapar. Meus músculos tremiam, não só pela dor da briga com Moshe, mas pelo esforço de segurá-la ali, o corpo dela leve, mas firme, colado no meu.
— Porra, Cláudio… — murmurou ela, os olhos arregalados, as mãos agarrando meus ombros. — Você ficou forte pra caralho.
As palavras dela acenderam algo em mim. Minha rola, já dura, pulsou ainda mais, a cabeça inchada roçando contra a calcinha dela, que ainda estava no caminho. Ouvir isso, saber que ela notava o quanto eu tinha mudado, o quanto eu tinha me tornado mais forte nesses anos separados, me deixou louco. Todo o esforço, as brigas, as noites sem dormir — tudo parecia valer a pena naquele momento.
— Você não faz ideia — respondi, a voz rouca, enquanto ajustava o corpo dela no meu colo. Puxei a calcinha dela pro lado com uma mão, sentindo a textura molhada do tecido e da pele dela. Com um movimento firme, me encaixei, entrando nela devagar, sentindo cada centímetro enquanto ela gemia alto, o som ecoando no banheiro. Nunca havia fodido com Carol daquela forma, na maioria das vezes nós não saiamos do papai e mamãe, ou de quatro.
Os machucados ardiam, o sangue seco nos meus braços parecia queimar sob a água, mas eu não parava. Cada estocada era uma mistura de dor e prazer, e o jeito que Carol se agarrava a mim, as unhas cravadas nos meus ombros, só me fazia ir mais fundo. Ela jogou a cabeça pra trás, os cabelos molhados grudando na parede, os seios balançando a cada movimento. Os chinelos Havaianas azuis ainda estavam nos pés dela, suspensos no ar.
— Caralho, Cláudio… — disse ela, entre gemidos, a voz entrecortada, os olhos meio fechados, como se estivesse se entregando completamente.
Ouvir isso de novo me levou ao limite. Minha respiração estava pesada, o coração batendo tão forte que parecia que ia explodir. Eu sabia que estava machucado, que meu corpo pedia pra parar, mas a força que ela via em mim, o jeito que ela me olhava, me fazia querer provar mais. Segurei ela com mais firmeza, os músculos dos braços e das costas trabalhando além do que achava que podia, e continuei, fodendo ela contra a parede, a água quente caindo sobre nós, misturando suor, espuma e o calor dos nossos corpos.
— Você sempre soube que eu não desisto — falei, quase rosnando, enquanto acelerava o ritmo, sentindo ela se apertar contra mim, os gemidos dela ficando mais altos.
Carol riu, um som rouco, quase selvagem, e me puxou pra um beijo, os lábios quentes e molhados. Porra, ela ainda é minha, pensei, mesmo sabendo que, no fundo, nada disso era tão simples.