A Noite das Dez Vidas

Um conto erótico de Anna Luiza
Categoria: Heterossexual
Contém 1310 palavras
Data: 28/08/2025 17:48:29

Segunda-feira. O dia amanheceu com aquele cheiro gostoso de café que a Clara sempre faz, mas eu deixei o despertador tocar e voltei a dormir. Depois do domingo intenso com o Brenno, meu corpo pedia um pouco mais de repouso. Decidira que trabalharia à noite no Brilhante, e isso me dava a preciosa liberdade de ter o dia só para mim.

Depois de uma xícara de café e um pão com manteiga, sentei no sofá com as meninas enquanto elas se preparavam para sair. A Ingrid, de óculos e cara séria, revisava uns documentos para a empresa de tech. A Clara, já de salinha e sapato baixo, arrumava a bolsa.

— Hoje é noite de rainha no Brilhante? — perguntou a Clara, me cutucando com o pé.

— É sim. Vou descansar agora e mais tarde vou me arrumar para conquistar o mundo, ou pelo menos a Guaicurus — respondi, dando uma risada.

— Só não aparece outro entregador de pizza, hein? — zoou a Ingrid, sem tirar os olhos dos papéis.

— Não prometo nada! — retruquei, rindo com elas.

Assim que saíram, mergulhei no sofá por mais uma hora, mas aquele meu lado que adora se cuidar já estava ansioso. Marquei com Dona Marta, uma depiladora famosa lá do Morro Alto. Sai de casa com um vestido solto e confortável, mas nem precisei dizer como queria quando cheguei no salãozinho simples dela.

— Tudo lisinha, dona Anna? Até o último pelinho? — ela perguntou, já conhecendo meu gosto.

— Até o último, Dona Marta. Preciso estar perfeita.

Deitada na maca, senti a cera quente e aquele puxão característico que dói e satisfaz ao mesmo tempo. Quando ela passou o gel pós-depilação, frio e calmante, eu já me sentia renovada. Minha bucetinha rosinha e o meu cuzinho estavam imaculados, lisos como seda, prontos para qualquer eventualidade.

Da depilação, fui direto para a academia. Coloquei o fone de ouvido, liguei uma playlist bem agitada e foquei nos exercícios de glúteo. Cada agachamento, cada elevação pélvica, eu fazia pensando no poder que esse meu bumbum de 126 cm tinha sobre os homens. Era meu patrimônio, minha arma secreta. Suei a camisa, sentindo a queimação muscular que eu amo.

Voltei para casa suada e realizada. Tomei um banho demorado, deixando a água quase fria correr pelo meu corpo, fechando os poros e me revigorando. Passei um hidratante com cheiro de amêndoas doces por toda a pele, dando uma atenção especial às curvas dos seios, da cintura e do bumbum.

Almocei uma saladinha leve que a Clara havia deixado pronta na geladeira e depois me joguei na cama para uma soneca reparadora. Dormir nua, sobre lençóis limpos, com a pele ainda cheirosa, é um dos meus pequenos prazeres.

Às 16h em ponto, o despertador tocou. Era hora de me transformar na Anna do Brilhante. Tomei outro banho, mais rápido, para acordar de vez. Sequei o cabelo com escova, deixando os fios loiros e lisos caírem perfeitamente sobre meus ombros. A maquiagem foi bem marcante: delineador gatinho, bastante rímel e um batom vermelho, cor de Pomba Gira.

Agora, a roupa. Abri o guarda-roupa e escolhi algo que gritasse "safadeza" assim que eu pisasse na rua. Vestiria um conjunto: um top de malha preta, decotado e justíssimo, que deixava minha cintura fina em evidência e realçava meus seios pequenos, e uma saia de couro falsificado, curtíssima e com uma fenda lateral. A saia era tão curta que, se eu me abaixasse um pouco, qualquer um poderia ver o que havia por baixo. E por baixo… ah, por baixo, apenas a minha pele lisa e perfumada. Decidi ficar sem calcinha. A excitação de saber que estava nua sob a saia, que qualquer vento ou movimento poderia me expor, era um combustível e tanto. Calcei uma sandália de salto alto fino e plataforma, que alongava minhas pernas e fazia meu bumbum ficar ainda mais empinado.

Me olhei no espelho cheio do quarto. Estava irresistível. A tatuagem da borboleta na virilha quase pedia para ser vista, e os piercings no umbigo e no nariz completavam o visual de "ninfa rebelde". Peguei uma bolsa pequena, coloquei camisinhas, um pouco de dinheiro, minha chave e meu spray de perfume.

Eram 17h30 quando saí de casa. O sol ainda estava forte, e eu sentia seus raios quentes nas minhas pernas descobertas. A caminhada até o ponto de ônibus foi uma performance. Os carros reduziam a velocidade, os motoboys viravam a cabeça, os homens parados em bares e botecos interrompiam suas conversas para me devorar com os olhos. Um grupo de pedreiros, voltando do trabalho, parou completamente.

— Nossa senhora, loirinha! Que visão! — gritou um deles, suado e com o rosto coberto de poeira.

Eu só sorri, mordendo levemente o lábio, e continuei andando, balançando os quadris de um jeito que fazia a saia de couro esfregar nas minhas coxas. Dentro do ônibus, a história foi a mesma. Escolhi ficar em pé, segurando no apoio. Senti inúmeros olhares queimando minha nuca, meus seios, minhas pernas. Um homem mais velho, sentado, não disfarçava: olhava fixamente para a barra da minha saia, tentando ver algo. Deixei que o movimento do ônibus me balançasse, abrindo levemente as pernas a cada solavanco. Sua respiração ficou mais pesada.

Desci na Guaicurus e entrei no Brilhante. O cheiro característico de desinfetante barato e perfume forte me invadiu. Já conhecia o ritual: pegar a chave do meu quarto, acender uma vela para minha Pomba Gira e esperar.

O primeiro cliente não demorou. Era um eletricista, ainda com o uniforme da companhia. Cheirava a suor e fio. Seus olhos arregalaram quando me viu.

— Caralho, loirinha. Tu é muito gostosa. Quanto é?

— Setenta, amor. Vem comigo — disse, pegando sua mão e levando-o para o quarto.

Ele foi rápido, como a maioria. Gemía baixo, chamando-me de "gostosa" e "putinha" enquanto me empurrava contra a cama. Gozou em poucos minutos, pagou e saiu.

O segundo foi um segurança. Grande, intimidador, mas com um sorriso fácil. Desta vez, fui eu quem pedi para ficar por cima. Cavalguei ele com força, sentindo cada centímetro dele dentro de mim, me exibindo no espasso. Ele adorou, me elogiou sem parar.

— Essa daí não cansa! — ele disse, rindo, ao sair.

O fluxo foi constante. Um motorista de ônibus, um pintor com tinta seca nas unhas, um vendedor ambulante. Cada um com seu cheiro, seu jeito de gemer, seu tempo. Para cada um, eu dava um pouco de mim, controlava a narrativa, garantia o prazer deles – e o meu, que era ver o poder que eu tinha sobre aqueles homens.

O oitavo cliente era um jovem, talvez na minha idade. Timido. Precisei guiá-lo, beijá-lo, acalmá-lo.

— É sua primeira vez aqui? — perguntei, gentil.

— É… com uma profissional… — ele confessou, corado.

Fui mais doce com ele. Mais lenta. Quando ele gozou, ele me agradeceu, com um sorriso genuíno. Foi diferente.

O nono foi um homem mais velho, cheiro de cigarro e álcool. Foi o mais bruto, mas eu segurei as rédeas.

— Só com camisinha, senhor — disse, firme, quando ele tentou tirar.

Ele resmungou, mas aceitou. Foi rápido e sem graça.

O décimo e último foi um catador de recicláveis. Suas mãos eram ásperas, cheias de calos. Cheirava a dia longo de trabalho. Havia uma dignidade triste nele. Cobrei apenas cinquenta. Ele ficou tão agradecido que suas mãos tremiam. Fiz com carinho, devagar. Quando ele gozou, quase chorou.

— Deus te abençoe, moça. Você é um anjo.

Sorri para ele. Às vezes, aquele trabalho era sobre mais do que sexo.

Eram quase meia-noite quando fechei a porta do último cliente. Me limpei, contei o dinheiro: setecentos reais puros. Dez vidas diferentes que passaram pela minha cama em uma noite. Vista minha roupa de rua, senti o cansaço bom nos meus músculos, a pele ainda sensível.

No ônibus de volta para casa, vazia, sentei e olhei pela janela. A cidade luzes passavam. Eu estava exausta, mas completa. Livre. E, no fundo, já ansiosa pela próxima noite.

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