Com a escuridão a meu favor, me aproximei devagar da janelinha da barraca. Sempre ficava com uma fresta aberta, a pedido da própria Ana, que dizia que “senão o ar não circulava”. Encostei ali, em silêncio, com o coração acelerado e uma náusea crescente.
Demorei alguns segundos para entender o que exatamente estava acontecendo lá dentro.
Ana, vestindo apenas a calcinha e o sutiã preto, sentava em Bruno, punhetava-o com uma voracidade que jamais tinha visto nela. Ele retribuía, deitado de costas, o rosto enterrado entre as pernas dela, a língua trabalhando sem pausa, fazendo-a se contorcer, arfar e gemer.
Ana ia com tudo, os cabelos loiros voando para todos os lados da barraca, enquanto com o corpo inteiro subia e descia acompanhando sua punheta. Definitivamente não era a mesma menininha que tinha me rejeitado por medo de que outras pessoas do camping escutassem.
A cena era um emaranhado de corpos, difícil de decifrar à primeira vista. Mas algo me incomodava. Bruno estava diferente, não sei se a escuridão estava me pregando uma peça, mas tinha algo errado. O pau não parecia tão grande quanto a forma que eu vira no chuveiro horas atrás.
Fixei o olhar, tentando entender. Foi então que notei as tatuagens…
As Maoris no braço esquerdo, descendo pelo bíceps até o antebraço. A vadia da minha namorada estava dando para o segundo cara no mesmo dia. Trêbada, ela estava punhetando loucamente o Leandro, o cara que ela dizia odiar.
Quando finalmente entendi o que acontecia, Ana parou do nada, até assustei, achando que ela tinha notado minha presença. Mas, agarrando o próprio peito, descontrolada, ela anunciou:
— Aíííí! Que gostoso, eu tô gozando.
Mesmo com a cara enfiada na buceta da minha namorada, Leandro não se aguentou e começou a rir.
— Viu? Falei que conseguia fazer você gozar antes de mim.
— Pô não é justo, você demora demais… se fosse com o Cleiton, tinha gozado há muito tempo.
Leandro não aguentou. Saiu debaixo dela e começou a rolar de um lado para o outro do colchão inflável, gargalhando daquele comentário.
— Bom, se você tivesse chupado, talvez você ganhasse. Mas sua punhetinha é bem meia boca, princesa.
— Nojo. Nunca que ia colocar essa coisa suja que você usa para mijar na minha boca. — Ana respondeu. Pelo menos nisso, ela era coerente, já que ela falava o mesmo para mim.
— Bom, então por pura frescura você perdeu. Agora posso escolher minha prenda, né? Fica de quatro, quero comer essa bundinha delícia.
— Nem fodendo! Por que homem tem essa tara escrota? É por aí que eu cago, você sabe?
— O acordo não era que o ganhador podia escolher o que quisesse?
— Você que sabe, Lê, escolhe outra coisa, ou fica sem nada.
— Gozar na sua carinha de safada então, princesa.
— Cara, você é muito abusado. Nada disso, que nojo.
— Meu Deus do céu, como o bebê te aguenta? Você é fresca demais.
Ana olhou feio para ele, incomodada pelo insulto ou por ele usar o nosso apelido carinhoso naquela situação. Ainda assim disse:
— Vai logo, daqui a pouco ele volta e daí eu não vou fazer nada para você, escolhe algo razoável.
— Gozar nos seus peitos. Tá ok assim para você, princesa?
Ana nem respondeu, apenas virou o olho e bufou, aceitando os termos. Ajoelhou do lado dele, igualzinho fez diversas vezes durante o jogo de cartas na fogueira, enquanto Leandro, de pé com as mãos na cintura, esperava que ela completasse o serviço, fazendo-o gozar.
Voltou a masturbá-lo com a mesma intensidade que da competiçãozinha deles, talvez ainda querendo provar para si que tinha talento. Leandro se contorcia, esfregava a mão no próprio corpo, mas não gozava de jeito nenhum, deliberadamente atrasando seu clímax para Ana continuar.
— Deus como você demora. Minha mão cansou. — Ana reclamou.
— Não seja por isso.
Leandro deu um passo para frente, colocou seu pau no meio dos seios da minha namorada e começou uma espanhola. Ana o ajudou, apertando o próprio seio, para garantir que o pau dele não escapasse.
Ele arfava, gemia e suava, mas ainda assim, não parecia chegar no clímax, fazendo Ana implorar:
— Vai logo, Lê. o Cleiton deve estar chegando.
— Continua falando do corno que eu te dou a leitada.
— Você é doente. — Ana disse, virando os olhos para ele antes de continuar — Mas se é para você gozar logo…
Fez uma pausa dramática, claramente se sentindo poderosa sendo a puta dos meus amigos.
— O seu amigo corno nem imagina que você tá fodendo a namorada dele… agora vai logo, enche a cara da princesinha de porra.
Leandro obedeceu. Jorrando sêmen no busto, no queixo e no cabelo de Ana, fazendo-a soltar um grito desesperado de asco.
Saí de lá sem fazer barulho. Andei pela praia por um tempo, tentando organizar a bagunça na minha cabeça, ou talvez só esperando que, quando eu voltasse, os dois já estivessem recompostos. Quem sabe Leandro tivesse ido dormir na barraca dele, e Ana estivesse sozinha, como se nada tivesse acontecido.
Quando cheguei, Ana estava apagada, dormindo tão pesado que nem percebeu minha volta.
Foi então que fiz algo que até hoje não entendo direito. Deitei ao lado dela, encarei o teto da barraca por um tempo, e comecei a me masturbar. A cabeça cheia de imagens do que tinha acontecido naquele dia. Tudo foi rápido, automático, sujo. E ela nem se mexeu.
Enquanto limpava a mão no lençol, o pensamento mais assustador me atravessou: torci para que aquilo tivesse sido culpa da bebida, porque se não fosse, se fosse algo mais profundo... então talvez eu fosse mesmo um corno manso.
E isso, eu não sabia se conseguiria perdoar em mim mesmo.
<Continua>
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