Parte 38: “Amor é Bossa Nova, Sexo é Carnaval.”
De volta ao final da festa de Paul:
Já passava das duas horas da manhã quando Giba e Cora chegaram em casa. O silêncio da rua contrastava com o barulho que ainda ecoava dentro deles. Ao entrar, Giba olhou ao redor e ficou surpreso: a sala estava bagunçada, roupas largadas no sofá, pratos na pia, fotos do casal e amigos espalhadas sobre a mesa de centro. Ele soltou um suspiro, discreto, mas audível.
— Desculpa a bagunça ... — Disse Cora, tirando os sapatos e os deixando ao lado da porta. — Esses últimos dias foram confusos. Eu tava ... tentando entender tudo.
Giba largou as chaves sobre o aparador e se virou devagar para encará-la.
— Cora ... eu quero te ouvir. De verdade. Mas a gente precisa conversar com clareza. O que foi tudo isso? Nos últimos meses você se transformou. E eu fiquei aqui, sem entender nada.
Cora se sentou no braço do sofá, os ombros caídos, o olhar baixo. Suspirou fundo, buscando forças dentro de si.
— Não foi só nos últimos meses, Giba. Isso vem crescendo em mim, há anos. Aos poucos, sem eu perceber, fui me sentindo deixada de lado. Pequena. Dispensável. Como se tudo girasse em torno do sucesso do Paul e da Anna. Como se o resto de nós só estivesse ali para servir de escada para eles.
Ela fez uma pausa. Giba a olhava com atenção, sem interromper.
— Eu sei que isso pode soar injusto. E é mesmo. Mas era como eu me sentia. Quanto mais eles cresciam, mais eu me retraía. Aquilo foi me envenenando por dentro, obscurecendo meus pensamentos ... e eu fui deixando o pior de mim tomar conta.
Giba se aproximou, se sentou no sofá ao lado dela e pegou suas mãos.
— Cora ... isso não é real. Você sabe disso, não sabe?
Ela o encarou, com os olhos marejados.
— Sempre mantivemos uma situação estável e confortável. — Continuou ele. — Nunca nos faltou nada. Paul nunca me deixou para trás. Os meus bônus sempre vieram maiores do que eu esperava, meu salário foi reajustado, ano após ano, acima do mercado. Ele confia em mim para tudo. E a Anna ... nunca deixou de estender a mão para você, para nós. Nunca nos tratou como menor. Onde isso se perdeu dentro de você?
As lágrimas começaram a escorrer no rosto de Cora.
— Eu não sei, Giba. Juro que não sei. Só sei que, em algum momento, eu deixei o orgulho tomar conta de mim. Me senti menor e, ao invés de conversar, pedir ajuda, eu criei inimigos dentro da minha própria cabeça.
— Você não precisava competir com ninguém, Cora. — Giba esfregou as costas da esposa, carinhosamente. — A gente está do mesmo lado. No mesmo time. Eu não gosto dessa pessoa em que você está se transformando.
Ela se inclinou, encostando a cabeça no ombro dele, e chorou em silêncio.
— Eu quero consertar isso, Giba. Tudo. Se você ainda me quiser ...
Ele a abraçou com força, os olhos também marejados.
— Não vai ser fácil. Mas eu tô aqui. Vamos começar do zero. Juntos.
E, naquele momento, no silêncio da sala desarrumada, dois corações tentavam se reencontrar. Porque, às vezes, antes do recomeço, vem o colapso. E só depois o perdão.
Cora enxugava as lágrimas quando Giba se levantou do sofá. Caminhou alguns passos pela sala, passou a mão pelos cabelos e então falou, com firmeza:
— Cora, isso tudo que você sente, essa comparação, essa inveja, isso não tem base real. Eu sempre achei que a gente estivesse bem. Financeiramente, emocionalmente …
Ele se virou, a olhando nos olhos. Cora o ouvia em silêncio, a cabeça baixa.
— Eu sei que você sabe disso. — Continuou Giba. — Só que alguma coisa dentro de você distorceu tudo. Criou uma narrativa em que você era vítima, esquecida, quando na verdade, éramos parte do mesmo grupo. Em pé de igualdade.
Ele deu um passo à frente, agora mais calmo, mas ainda buscando respostas.
— Agora me diz uma coisa: mais cedo, na frente de todo mundo, você disse que esteve com o Jonas …
Cora levantou o rosto, encarando o marido. Sabia que não podia fugir.
— Você entendeu corretamente, Giba.
Ela respirou fundo, e soltou, com a voz embargada:
— Em um dos meus piores momentos ... na minha escuridão ... eu o procurei. Me deitei com ele.
Giba fechou os olhos por um segundo, o impacto o atingindo em cheio.
— Eu me perdi. — Continuou ela. — Estava cega. Confusa. E se a Anna não tivesse me puxado de volta, me mostrado compaixão, se ela não tivesse acreditado que ainda havia algo bom em mim, talvez eu tivesse me destruído por completo. Talvez, ido ainda mais longe.
Giba respirou fundo, dolorido, mas tentando manter o equilíbrio.
— Você está disposta a encarar o problema? Procurar ajuda? Lidar com esses sentimentos todos ... com essa escuridão? Porque eu não vou passar por isso de novo. E nem você deveria.
Cora se aproximou, com a sinceridade escancarada no rosto:
— Eu tô, Giba. De verdade. Faço qualquer coisa para recuperar sua confiança. A sua e a dos nossos amigos. Eu não vou me esconder atrás de desculpas ou ressentimentos. Chega.
Ele assentiu, lentamente. Ainda doía, doía muito, mas havia algo nos olhos dela que ele reconhecia: verdade.
— Vai ser uma caminhada longa, Cora, mas a gente pode tentar.
Ela segurou suas mãos, com gratidão e medo ao mesmo tempo.
— Eu só preciso de uma chance.
Giba, com o coração em conflito, a puxou para um abraço apertado. Não era perdão imediato. Mas era um começo. Um recomeço real.
{…}
Novamente, após o final da festa de Paul:
— Você não sabe o quanto eu esperei por isso, Paul. — Sussurrou Anna, com os lábios quase tocando os dele, enquanto os dedos dela deslizavam pelos músculos definidos do abdômen do marido.
Os dois estavam deitados na cama, os corpos quentes, suados, mas algo estava diferente. Algo que fazia o coração de Paul bater mais rápido, mais forte, quase como se estivesse prestes a explodir. Ele mal podia acreditar no que estava vendo, no que estava sentindo.
— Anna, o que ...? — Ele começou, mas as palavras morreram na garganta quando os olhos dele se encontraram com os de uma mulher que ele conhecia muito bem, mas nunca tinha tocado.
Larissa. A atriz que ele tinha acompanhado em tantos vídeos eróticos espetaculares. Aquela que sempre o deixava com as mãos suadas e o corpo tenso. Ela estava ali, de pé ao lado da cama, vestindo apenas um robe leve que deixava pouco para a imaginação. E, atrás dela, Bruno, seu parceiro, o cara que Anna tanto admirava. Ele era tão musculoso quanto nos filmes, tão confiante, tão … irresistível.
— Feliz aniversário, amor. — Anna disse, com uma mistura de desejo e orgulho na voz. — Eu sabia que você ia adorar. Só tem um detalhe.
— E o que seria? — Perguntou, Paul.
— Por exigência deles, o sexo sempre será feito com proteção.
— Tudo bem, não vejo problema.
Paul ainda estava tentando processar a cena quando Larissa se aproximou, o robe escorregando dos ombros dela como água, revelando um corpo que era pura obra de arte. Cada curva, cada músculo, cada detalhe parecia ter sido esculpido para provocar. Ela se ajoelhou na cama, os olhos fixos nos dele, enquanto Bruno ficava ao lado, observando, esperando.
— Eu não queria só te dar um presente, amor. — Continuou Anna, passando a mão pelo peito do marido, sentindo o coração dele acelerando ainda mais. — Eu queria te dar uma experiência que você nunca esqueceria.
E assim começou a noite que mudaria tudo.
Algumas horas antes …
Anna estava nervosa, mas também extremamente excitada. Ela tinha planejado tudo com cuidado, desde o primeiro momento em que teve a ideia. Ela sabia que ele adorava Larissa e, ela mesma, achava Bruno incrivelmente atraente. Aquele seria o presente perfeito.
Quando chegaram ao quarto de hotel, após o fim da festa de aniversário de Paul, Anna ainda estava segurando uma caixa pequena, um sorriso malicioso nos lábios.
—O que é isso? — Perguntou Paul, curioso, enquanto abria a caixa.
Dentro, havia um comprimido e uma nota escrita à mão: "Se prepare. Você está prestes a viver a melhor noite da sua vida". Paul levantou as sobrancelhas, mas Anna só riu, beijando-o com uma paixão que ele quase não reconhecia.
—Você vai adorar, amor. Confie em mim.
E ele confiou. Paul conhecia aquele comprimido, era Tadalafila. A primeira transa, marido e mulher, foi rápida, apenas para aliviar a tensão, preparando a chegada dos convidados. Após uma semana intensa de negociação, Anna conseguiu contratar o casal de atores, influenciadores e performistas sexuais.
No presente ...
Larissa se inclinou sobre Paul, seus cílios quase tocando o rosto dele, enquanto sussurrava:
— Você nem imagina o que eu vou fazer com você.
Ele segurou a respiração quando ela começou a deslizar os lábios por seu pescoço, cada toque sendo uma promessa de prazer. Enquanto isso, Anna se levantou da cama, dando espaço para os dois. Seu corpo tão bonito quanto o de Larissa, mas familiar, seguro. Bruno se aproximou de Anna, as mãos dele agarrando sua cintura com uma firmeza que fez Anna suspirar.
— Você gosta mais forte, mais selvagem? — Perguntou Bruno, os dedos já explorando cada centímetro do corpo dela.
— Adoro … forte e selvagem. Perfeito! — Anna respondeu, virando o pescoço para beijar o homem.
Do lado de Paul, Larissa estava indo além, os lábios agora explorando o peito dele, os mamilos, cada toque uma corrente elétrica. Ela sabia exatamente o que estava fazendo e todo movimento era calculado para maximizar o prazer dele.
— Você é ainda melhor pessoalmente. — Elogiou Paul, as mãos agarrando os cabelos loiros de Larissa, puxando delicadamente.
— E você ainda não viu nada. — Ela respondeu, com um sorriso malicioso nos lábios.
Anna assistia tudo, os olhos vidrados no marido, mas também em Bruno, que estava ocupado, “passeando” pelo corpo dela, que mesmo que não fossem novidades, mas com a habilidade de um profissional, ganhavam o dobro de intensidade, aumentando o prazer exponencialmente. As mãos grandes dele pareciam estar em todos os lugares ao mesmo tempo, e ela mal conseguia pensar.
— Você gosta de ver seu marido assim, se divertindo? — Perguntou Bruno, com os dedos acariciando levemente o grelinho dela, a fazendo gemer.
— Eu … eu … gosto muito … Ahhhh … — Anna respondeu.
Ver Paul perdendo o controle com Larissa, enquanto era bolinada por Bruno, era extremamente excitante. Ela adorava aquilo.
— Agora é minha vez. — disse Larissa, com um olhar que deixou claro que a noite estava apenas começando.
Larissa se levantou com uma graça felina, os olhos fixos em Paul enquanto começava a dançar. Cada movimento de seu corpo era uma provocação deliberada, uma coreografia perfeita de sensualidade. Suas curvas se destacavam sob a luz suave do quarto e ela sabia exatamente como usar isso a seu favor. Paul ficou hipnotizado, incapaz de desviar o olhar enquanto ela lentamente girava em frente a ele, os quadris se movendo em círculos hipnóticos.
— Você gosta do que vê, Paul? — Ela provocou, com voz suave, mas carregada de intenção.
Ele mal conseguia responder, apenas balançava a cabeça em sinal positivo, a boca seca e a mente completamente absorvida por ela. Larissa sorriu e, sabendo que tinha controle total sobre ele, se aproximou, seus dedos deslizando suavemente sobre os músculos definidos de seu abdômen, enquanto seus olhos continuavam travados nos dele.
Do outro lado do quarto, Anna estava completamente envolvida com Bruno. Ele a tinha virado de posição, agora deitado entre suas pernas, focando toda a atenção em satisfazê-la com a língua. Anna arqueava as costas, seus dedos se enterrando nos cabelos de Bruno, enquanto ele trabalhava com maestria, cada movimento da língua, enviando ondas de prazer pelo corpo dela.
— Isso … isso tá incrível … Ahhhh … — Ela gemeu, os olhos semicerrados, mas ainda fixos em Larissa e Paul.
Era impossível ignorar a cena que se desenrolava do outro lado da cama, e isso apenas aumentava a excitação dela.
Bruno levantou os olhos para ela, um sorriso malicioso nos lábios.
— Você gosta de assistir, não é? — Ele perguntou, antes de mergulhar novamente, introduzindo dois dedos dentro dela enquanto continuava a lamber e sugar seu clitóris.
Anna gritou, o prazer intenso quase a levando ao orgasmo.
— Ahhhh … que boca … tá me deixando louca …
Ela segurou firme nos cabelos de Bruno, puxando-o mais para perto, implorando por mais, enquanto Larissa continuava a dançar para Paul, agora se ajoelhando na frente dele. Ela deslizou as mãos por suas pernas, chegando até seu pau já duro e pulsante. Ela envolveu o membro com as mãos, massageando lentamente enquanto olhava para cima, mantendo contato visual.
— Você quer me ver mais de perto? — Ela perguntou, a voz um sussurro sedutor.
Paul quase perdeu o controle, ali mesmo. Ele balançou a cabeça, a excitação quase dolorosa. Larissa sorriu e, lentamente, inclinou-se para frente, sua língua saindo para lamber a ponta de seu pau. O toque foi leve, mas o suficiente para fazer Paul estremecer.
— Ahhhh … caralho … — Ele gemeu, os olhos fechando por um momento enquanto o prazer o inundava.
Larissa continuou, agora envolvendo seus lábios ao redor da cabeça da pica, começando a chupar com uma mistura de suavidade e intensidade que o levou à loucura. Seus movimentos eram precisos, cada sucção e lambida calculada para maximizar o prazer de Paul.
Anna observava tudo, completamente fascinada. Ela se sentia incrivelmente quente, o corpo todo vibrando de prazer sob a língua habilidosa de Bruno.
— Eu … eu vou gozar. — Ela avisou, com a voz tremendo.
Bruno não diminuiu o ritmo. Pelo contrário, aumentou a intensidade, os dedos se movendo mais rápido dentro dela enquanto sua língua continuava a estimular seu clitóris. Anna gritou, o corpo tremendo violentamente enquanto o orgasmo a atingia como uma onda.
— Puta que pariu … que gostoso … Ahhhh …
Ela se agarrou a Bruno, os dedos se enterrando nos ombros dele enquanto ele a levava ao clímax.
Larissa continuava a chupar Paul com uma dedicação que deixava claro que não era apenas trabalho. Ela estava adorando cada momento. Paul estava perdido no prazer, suas mãos se agarrando à cabeça dela enquanto ele tentava manter o controle.
— Eu … eu não vou aguentar mais … — Ele avisou, a voz rouca.
Larissa sorriu, aumentando o ritmo. Ela queria vê-lo perder o controle, e ele finalmente o fez, os músculos travando enquanto gozava profundamente em sua boca.
— Caralho, mulher … você fez o que quis comigo …
Ela continuou até garantir que ele tinha esvaziado tudo, só então recuando e limpando os lábios com um olhar de satisfação.
— Você foi incrível … docinho … — Ela disse, a voz ainda carregada de desejo.
Paul mal conseguia falar, apenas assentiu, o corpo relaxado, mas ainda tremendo levemente pelo prazer. Anna e Bruno estavam deitados ao lado, ambos respirando pesadamente, satisfeitos.
— Isso foi incrível … Eu quero mais. — Anna ainda tentava recuperar o fôlego.
Bruno sorriu, se virando para beijá-la suavemente nos lábios.
— Ainda não acabou, delícia. — Ele murmurou.
Larissa se levantou, caminhando até Anna e se ajoelhando ao seu lado. Ela pegou o rosto de Anna e a beijou profundamente, sua língua explorando a boca, enquanto suas mãos deslizavam pelo corpo de Anna.
— Você é um tesão, loira. Disse no e-mail que gosta de mulheres também, né? — Larissa perguntou.
— Adoro. — Anna respondeu, a voz tremendo de desejo.
Larissa e Anna começaram a se pegar mais forte. Beijos, mãos, toques, carícias … uma dando prazer a outra. Bruno participava também, aproveitando cada abertura para ajudar na brincadeira das duas.
Paul olhou para os três, completamente fascinado. Ele sabia que a noite ainda estava longe de terminar, e mal podia esperar pelo que viria a seguir.
— Eu ainda estou aqui. O aniversário e o presente são meus. — Ele brincou.
Larissa sorriu, seus olhos brilhando com intenção.
— Todos juntos, então? — Ela sugeriu.
Anna assentiu, completamente perdida no momento. Ela estava disposta a qualquer coisa agora, completamente imersa na experiência.
Bruno se virou para Paul, um sorriso malicioso nos lábios.
— Vamos ver se você consegue acompanhar.
Paul mal podia esperar. Ele sabia que isso era algo que nunca esqueceria, e estava pronto para aproveitar cada momento.
— Então, vamos. — Ele concordou.
E assim, os quatro continuaram, completamente perdidos no prazer e na paixão, cada momento mais intenso que o último. A noite estava longe de terminar, e todos estavam dispostos a explorar até onde aquilo poderia levar.
Bruno puxou Anna pelo quadril, aproximando-a de si, enquanto sua mão percorria suas costas até chegar à nuca. Ele a beijou com uma paixão selvagem, enquanto Paul assistia, seus olhos brilhando de desejo.
— Paul, venha cá. — Bruno chamou, afastando-se de Anna apenas o suficiente para falar. — Vamos ambos explorar essa delícia … sua putinha merece.
Anna abriu os olhos, fitando Paul com um olhar sedutor e desafiador.
— Vem, amor. Eu quero sentir você e ele ao mesmo tempo.
Paul não precisou ser convidado duas vezes. Ele se aproximou rapidamente, sua ereção pulsante quase dolorida de tanto desejo. Enquanto isso, Larissa se recostou na cadeira próxima, sua mão já deslizando entre suas próprias pernas, os dedos circulando seu clitóris com uma pressão hábil.
— Nossa, que cena deliciosa. — Ela murmurou, os olhos fixos no trio que se ajustava em frente a ela. — Vocês três são perfeitos juntos.
Bruno posicionou Anna de quatro na cama, as nádegas altas e convidativas tremendo levemente enquanto ele a preparava. Ele mergulhou dois dedos nela, fazendo-a gemer alto.
— Já tá toda molhada outra vez, amor — ele comentou com Larissa. — Ela é tão gulosa quanto você.
Larissa apenas sorriu, masturbando o próprio grelo, ansiosa para assistir o que estava prestes a acontecer. Bruno espalhava generosamente o gel lubrificante pelo cuzinho de Anna.
Paul se posicionou atrás dela, sua mão firme no quadril da esposa, enquanto ele alinhava a cabeça da pica na entrada do cuzinho. Com um movimento lento, calmamente, ele foi entrando nela, fazendo Anna arquear as costas e soltar um gemido profundo.
— Isso … vai amor, pode ir com tudo. — Ela murmurou, seu rosto pressionado contra o lençol, enquanto Paul começava a se mover dentro dela.
Bruno não demorou a entrar na ação. Ele se ajoelhou na frente de Anna, sua mão agarrando seu queixo para forçá-la a olhar para ele.
— Abre essa boquinha, putinha gostosa. — Ele ordenou, sua voz grave e dominante.
Anna obedeceu imediatamente, abrindo a boca para receber a pica robusta, grande, de Bruno. Ele entrou nela com força, empurrando profundamente até que seus lábios tocassem sua base. Anna fechou os olhos, os sons de prazer abafados pela presença de Bruno em sua boca.
— Nossa … Anna gosta mesmo da coisa. — Larissa sussurrou, seus dedos acelerando o ritmo enquanto ela se masturbava, completamente hipnotizada pela cena diante dela.
Paul aumentou o ritmo, suas coxas batendo contra as nádegas de Anna com um som úmido e intenso. Cada movimento era mais rápido, mais profundo, fazendo Anna gemer e tremer entre os dois homens.
Bruno continuava a foder sua boca, empurrando a pica até a garganta de Anna, em sincronia com os movimentos de Paul.
— Isso … putinha prendada, sem frescura … gosta de ter os dois assim, né? Você foi feita para isso, Anna. — Ele elogiou, a voz cheia de admiração.
Anna não conseguia responder, mas seus olhos estavam cheios de êxtase, suas mãos agarrando as fronhas da cama enquanto ela era preenchida por ambos os lados. Ela sentia uma mistura de calor e pressão, e cada movimento dos dois homens a levava mais perto do limite.
Larissa não conseguia mais se conter. Ela se levantou da cadeira e se aproximou do trio, sua mão ainda ocupada entre suas pernas.
— Vocês precisam ver ela assim … da minha posição, é tão sensual … — ela se deitou próxima, seus dedos circulando mais rápido o grelo.
— Venha aqui, Larissa. — Bruno ordenou, tirando o pau da boca de Anna por um momento. — Quero ver você chupando a Anna, enquanto eu fodo essa boquinha.
Larissa sorriu maliciosamente, enfiando-se embaixo de Anna e Paul, entre as pernas. Ela afastou as coxas dela e mergulhou a língua em seu clitóris, fazendo Anna gritar de prazer.
— Meu Deus! — Anna gemeu, seu corpo tremendo sob o ataque triplo de prazer. — Eu … Eu não vou aguentar …
— Aguenta sim, sua safada. Tá acostumada já. — Paul respondeu, sua voz tensa com o esforço de manter o ritmo. — Você é puta, amor … adora ser.
Bruno enfiou o pau novamente na boca de Anna, empurrando para dentro enquanto Larissa continuava a chupá-la com uma intensidade selvagem. Os três trabalhavam em conjunto, com movimentos calculados para maximizar o prazer de Anna.
Ela estava enlouquecida, sua mente uma névoa de sensações. Cada empurrão de Paul, cada movimento de Bruno em sua boca, cada lambida de Larissa em seu clitóris … tudo se misturava em uma onda constante de prazer que ela jamais queria que acabasse.
— Eu … Eu estou quase … — Anna gemeu, suas palavras interrompidas pela intensidade das estocadas de Bruno em sua boca.
— Goza, Anna … deixa vir … — Larissa sussurrou, seus lábios pressionados contra o clitóris, enquanto ela continuava a trabalhar com a língua. — Deixa rolar …
Anna não teve escolha. Seu corpo sacudiu violentamente enquanto o orgasmo a atingia, uma avalanche de prazer que parecia arrebentá-la por dentro. Ela gritou, seu corpo se contorcendo entre os homens enquanto Paul continuava a estocar, aproveitando cada espasmo de seu corpo.
— Isso mesmo, amor … Assim … — Paul murmurou, sua voz rouca com o esforço. — Você é incrível … eu te amo demais …
Bruno não disse nada, mas seu ritmo aumentou ainda mais, empurrando dentro da boca de Anna com uma intensidade que fazia seus olhos lacrimejarem. Larissa não parou, continuando a chupá-la até que o último vestígio de prazer se dissipasse.
— Caralho … vocês queriam me matar, só pode. — Anna disse, seu corpo mole e exausto contra o colchão. — Isso foi … insano.
Bruno finalmente se retirou da boca dela, um sorriso satisfeito em seus lábios.
— E pensar que ainda não terminamos …
— Exatamente. — Larissa respondeu, agarrando o braço de Paul. — Agora é a nossa vez.
Larissa deu um passo à frente, seu corpo deslizando como uma sombra sedutora entre os quatro. Ela olhou para Paul, depois para Anna, e finalmente para Bruno, seu sorriso malicioso prometendo coisas que só podiam ser imaginadas em sonhos mais úmidos.
— Que tal um jogo? — Ela sugeriu, sua voz um sussurro doce, que fez a atmosfera no quarto ficar ainda mais densa. — Cada um de nós escolhe alguém para explorar, mas de uma maneira que nenhum de nós espera.
Paul sentiu o coração acelerar, uma mistura de curiosidade e desejo brotando em seu peito. Anna olhou para ele, seus olhos brilhando com uma excitação que ele conhecia tão bem, mas agora aumentada por algo mais selvagem, mais insaciável. Bruno apenas sorriu, seus músculos tensos enquanto ele cruzava os braços, claramente ansioso para ver onde aquilo levaria.
— Eu começo. — Larissa anunciou, sua voz suave, mas cheia de autoridade.
Ela se aproximou de Paul, seus dedos delicados traçando uma linha quente ao longo de seu pescoço.
— Você sempre me admirou, não é, Paul? — Ela murmurou, manhosa, seus lábios tão próximos que ele podia sentir o calor de seu hálito. — Mas hoje, vou te fazer sentir o quanto eu te admiro.
Antes que ele pudesse responder, ela montou sobre ele, pegando o pau duro e o posicionando, se sentando de uma vez, fazendo o pau deslizar inteiro para dentro dela.
— Ah, caralho … — Paul gemeu, sua mão agarrando o cabelo dela instintivamente. As bocas se encontrando, num beijo lascivo.
Larissa não se importou; ao contrário, ela afundou mais profundamente, quicando e rebolando na pica, pompoando os músculos vaginais, deixando Paul inebriado e alucinado de prazer.
Anna observava a cena com olhos ardentes, mas logo sentiu uma mão firme em sua cintura. Era Bruno, seu corpo quente pressionado contra suas costas.
— E eu vou te dar algo que você nunca vai esquecer. — Ele sussurrou em seu ouvido, sua voz grave e cheia de promessas.
Anna sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando ele a virou, suas mãos grandes agarrando seus quadris enquanto ele a posicionava de quatro na cama. Ela mal teve tempo de pensar antes de sentir sua língua quente lambendo sua buceta ainda sensível da última vez.
— Ahhhh …. meu Deus … — Ela gemeu alto.
Paul mal conseguia se concentrar no que estava acontecendo ao seu redor, sua atenção completamente monopolizada por Larissa e sua buceta habilidosa, ordenhando e pau com aquele movimento perfeito, arrasador. Ela nem se movia mais, apenas deixando os músculos vaginais fazerem o trabalho, com uma intensidade e um jeito que ele nunca tinha experimentado antes, cada movimento enviando ondas de prazer por todo o seu corpo.
— Eu não vou durar muito tempo … Isso está em outro patamar … — Ele avisou, sua voz embargada pelo tesão alucinante.
Larissa sorriu confiante, beijando sua boca. Ela acelerou o ritmo. Músculos internos mais frenéticos e beijos mais intensos … Paul viajava pelas sensações inéditas, suas mãos agarrando as coxas dela, enquanto a buceta sugava com uma força que fez seu orgasmo se aproximar rapidamente.
— Caralho, Larissa … isso é incrível demais … — Ele gemeu uma última vez, seus dedos apertando o cabelo dela enquanto a ejaculação explodia forte.
Anna, por sua vez, estava perdida no mundo de sensações que Bruno estava criando. Sua língua explorava cada centímetro de sua buceta, penetrando-a profundamente antes de focar em seu clitóris inchado. Ela sabia que estava perto, sua respiração acelerando enquanto o prazer se acumulava dentro dela.
— Bruno … eu estou quase lá — Ela gemeu, se agarrando novamente aos lençóis com força.
Ele não parou, sua língua trabalhando incansavelmente até que ela explodisse em seu orgasmo, seu corpo tremendo violentamente enquanto as ondas de prazer a consumiam.
— Ahhhh … puta que pariu … isso é absurdo … vocês são mesmo de verdade … Ahhhh …
Larissa se levantou, seu corpo deslizando ao lado de Paul enquanto ela olhava para Bruno e Anna com um sorriso satisfeito. Bruno também se levantou, o pau completamente duro e pronto para a próxima rodada. Larissa se aproximou dele, suas mãos deslizando por seu peito musculoso antes de agarrar seu pau com força.
— Você gosta de estar no controle, não é, corninho? — Ela provocou, seus olhos brilhando com uma luz desafiadora. — Mas hoje, eu vou te mostrar o que significa realmente perder o controle.
Antes que ele pudesse responder, ela o empurrou para trás na cama, subindo em cima dele com uma graça que deixava claro que ela estava mesmo no comando. Bruno não resistiu, seus olhos fixos nela enquanto ela posicionava seu corpo sobre o dele.
Larissa se abaixou lentamente, prendendo o pau dele dentro dela com um movimento suave que fez ambos gemerem. Anna e Paul observavam, seus corpos ainda tremendo dos orgasmos anteriores, mas já sentindo o desejo crescer novamente.
— Eu acho que é minha vez com você de novo, amor. — Paul murmurou, aproximando-se de Anna com um olhar cheio de desejo.
— Eu concordo. — Ela respondeu, seus olhos encontrando os dele enquanto ele a puxava para um beijo profundo e apaixonado.
Bruno e Larissa estavam ocupados em seu próprio mundo, dando um verdadeiro show para seus contratantes. Seus corpos se moviam em sincronia, enquanto ele agarrava seus quadris e a ajudava a cavalgar nele mais rápido.
— Eu estou quase lá, amor … — Larissa gemeu, seu corpo tremendo enquanto o orgasmo se aproximava.
Bruno não parou, seus músculos tensos enquanto ele a empurrava para cima e para baixo, cada movimento mergulhando ainda mais fundo dentro dela.
— Goza pra mim, minha puta. — Ele ordenou, sua voz grave e cheia de paixão.
Larissa não teve escolha, seu corpo explodindo em prazer enquanto Bruno continuava a preenchê-la.
— Foda-se … — Ela gemeu, suas unhas arranhando o peito dele, enquanto ele finalmente atingia seu próprio clímax, seu corpo pulsando dentro dela.
Anna e Paul estavam perdidos em seu próprio momento, alheios ao show que pagaram, seus corpos entrelaçados enquanto ele a penetrava lentamente. Não trepavam, faziam amor.
— Paul … — Ela gemeu, seus olhos encontrando os dele enquanto ele aumentava o ritmo, seu corpo batendo contra o dela com uma força que a fazia gritar de prazer. — Eu te amo.
— Obrigado pelo presente, pela surpresa, pela festa … e desculpa o que aquele canalha fez … — Paul a encarava com devoção.
— Relaxa, amor. Acha mesmo que ele tem a mínima condição de me desestabilizar? De tirar a minha paz? — Anna piscou para o marido, encerrando o assunto.
Quando finalmente terminaram, os quatro caíram na cama juntos, seus corpos exaustos, mas satisfeitos enquanto o calor entre eles persistia. Pegaram no sono, todos juntos, dividindo a enorme cama.
{…}
No final da tarde de domingo, depois de uma madrugada intensa e boa parte do dia juntos no motel, Mari e Celo saíram de lá mais do que reconciliados. Saíram com a certeza de que estavam prontos para retomar a vida a dois.
Antes de voltarem para casa, Celo fez um desvio rápido e levou Mari até o apartamento onde havia ficado durante o período em que estiveram separados.
— Não vou demorar. — Disse ele, enquanto entrava no apartamento.
Mari apenas assentiu, observando o espaço com um olhar calmo, quase grato por tudo que agora parecia fazer parte do passado. Celo entrou, pegou seu notebook, alguns documentos importantes, roupas, e em menos de dez minutos, já estava na portaria, solicitando o início do cancelamento do contrato de locação.
— Avisa a administração para preparar a papelada. Eu passo para assinar e retirar o resto das minhas coisas durante a semana. — Celo pediu ao porteiro, que sorriu, discreto.
De volta ao carro, ele olhou para Mari, e ela sorriu, entrelaçando os dedos nos dele, como se dissesse: Agora é pra valer.
Chegaram em casa pouco depois. O lugar parecia mais vivo, mais aconchegante. Um lar outra vez. Subiram e, ainda em clima leve e cúmplice, tomaram um banho juntos, dessa vez rápido, risonho, apenas para se limparem do dia e se entregarem ao sossego da noite. Trocaram-se e se ajeitaram no sofá da sala, abraçados, escolhendo um filme sem pressa, como um casal em pleno namoro. Mari fez pipoca.
A porta se abriu algum tempo depois.
— Mãe? Pai? — A voz de Daniela surgiu surpresa.
Mari e Celo se entreolharam, sorrindo. Daniela parou por um instante na entrada da sala, franzindo a testa ao ver os dois tão juntos, aconchegados no sofá.
— É sério? Vocês ... voltaram?
Os dois responderam ao mesmo tempo, quase em uníssono:
— Sim, filha.
Ela levou um segundo para processar. Depois correu até eles, se jogando no meio do sofá, abraçando os dois com força, derrubando um pouco de pipoca no chão, e rindo com o rosto escondido no ombro do pai.
— Eu não acredito! Vocês voltaram mesmo!
— Voltamos. — Disse Mari, passando a mão carinhosa nos cabelos da filha.
— Agora fica assim, aqui, pra sempre, tá bom? — Daniela falou com os olhos cheios d’água, mas sorrindo.
Depois do momento de euforia, ela subiu correndo, tomou um banho rápido, vestiu o pijama confortável e logo estava de volta, enroscada entre os pais, transformando a sessão em cinema em família.
Meia hora depois, a porta se abriu novamente.
— Cheguei ... — Diego entrou em casa empoeirado, com o tênis na mão e o rosto suado. — Hoje foi puxado lá na trilha, com os caras.
Ele parou ao ver a cena: a irmã no meio dos pais no sofá, os três abraçados, um filme rodando na tela.
— O que tá acontecendo aqui?
Mari olhou para ele e sorriu, chamando com um gesto.
— Sente-se aqui, filho. A gente tem uma coisa boa pra te contar.
Celo completou:
— Estamos juntos de novo, Diego.
O rapaz ficou sério por um instante, como se precisasse confirmar com os próprios olhos. Então sorriu, contido, mas visivelmente feliz.
— Que bom ... Que bom mesmo.
Ele se aproximou e abraçou os dois, abaixando-se à frente deles, com a cabeça encostada no ombro de Mari. O abraço foi mais discreto, mas cheio de sentimento. Em seguida, ele foi ao banheiro, se banhou, trocou de roupa, e voltou com um copo de suco na mão, se acomodando no chão, entre as pernas do pai.
Ali, naquela noite tranquila de domingo, a família estava unida outra vez. Não era apenas um reencontro, era o recomeço.
O filme já rolava há mais de uma hora quando o celular de Celo vibrou discretamente no bolso da calça de moletom. Ele olhou a tela e viu o nome de Paul. Pediu licença com um gesto rápido, levantou-se devagar para não atrapalhar o momento, e seguiu até a cozinha.
— Fala, Paul. — Atendeu em voz baixa, encostando-se à bancada, ainda com um leve sorriso no rosto, resquício da alegria de estar com Mari e os filhos, unidos de novo.
— Celo, boa noite. Antes de mais nada ... fico feliz por vocês. De verdade. Sei o quanto essa volta era importante pra vocês. É bom saber que você e a Mari conseguiram superar os problemas.
— Obrigado, irmão. É importante mesmo. — Celo respondeu, sincero, mas notou a seriedade no tom do amigo. — Mas sei que não foi só pra isso que você ligou.
Paul respirou fundo do outro lado da linha e foi direto ao ponto:
— Eu preciso que você me prometa uma coisa. O que você descobriu sobre Jonas e André … não conta pra mais ninguém. Eu quero lidar com isso de um jeito mais profissional. Eu preciso ir fundo.
— Paul, você tem ideia do que aquele desgraçado tentou fazer com a Mari, né? — Celo baixou ainda mais a voz, mas não escondeu a tensão. — Eu só não fui atrás dele ainda, porque eu e a Mari tínhamos coisas mais importantes para resolver …
— Justamente por isso, amigo. — Paul interrompeu. — Se a gente partir pra cima agora, eles se escondem. Queimam provas, armam desculpas … Eu quero ir fundo mesmo, Celo. Saber até onde vai essa podridão toda.
Houve um pequeno silêncio do lado de Celo. Ele fechou os olhos por um segundo, lembrando da noite anterior, da festa, onde Mari contou o que Jonas tentou. Aquilo ainda doía, ainda acendia um desejo quase instintivo de confronto. Mas agora, mais do que nunca, ele precisava ser inteligente.
— Tá bom, Paul. Eu me seguro. Mas vou te dizer uma coisa: eu quero estar junto nisso. Quero participar do que você for fazer. Não quero ficar de fora.
— Combinado. — Paul respondeu com firmeza. — Assim que eu tiver algo mais sólido, você será o primeiro a saber.
Eles se despediram e desligaram. Celo respirou fundo antes de voltar para a sala. Mari olhou para ele com curiosidade, mas sem dizer nada. Daniela e Diego continuavam rindo de uma cena pastelona do filme.
Celo se aproximou da esposa, sentando-se ao lado dela e puxando-a para mais perto, falando baixinho:
— Era o Paul. Ele me pediu para segurar a bomba sobre o Jonas e o André. Quer investigar, cavar mais fundo, pegar os dois de jeito. Eu aceitei, mas pedi pra estar junto.
Mari assentiu, já imaginando o peso que aquilo traria.
— E tem mais. — Ele disse, olhando nos olhos dela. — Preciso que você me prometa que se o Jonas tentar qualquer coisa, qualquer contato, você vai me avisar na hora. Sem esconder nada. Isso … isso é importante para mim. Para nós.
Ela levou a mão ao rosto dele com carinho, deslizando os dedos pela barba curta.
— Eu não quero mais nenhum laço com aquele homem, Celo. Eu já me afastei. E se ele ousar aparecer de novo, você será o primeiro a saber. Eu te prometo.
Celo a beijou na testa e, por fim, sorriu.
— Era só isso que eu precisava ouvir.
Os dois voltaram a assistir o filme, encaixando-se no abraço dos filhos como se aquele lar jamais tivesse rachado. Mas agora, além do amor recuperado, havia uma causa comum. E eles enfrentariam juntos, como um verdadeiro casal.
{…}
Segunda-feira, início da manhã.
No escritório, Paul já estava concentrado diante da tela do computador, revisando relatórios e tentando manter a mente no presente. A secretária anunciou o que Paul já previra.
— Patrão. O senhor André está aqui, pedindo para falar com o senhor. Posso deixá-lo entrar?
— Sim. — Paul respondeu seco, tentando manter a calma.
A porta se abriu e Paul ergueu os olhos. André entrou sozinho. Nenhum sinal de Jonas. Ele não disse nada. Apenas assentiu com a cabeça, indicando que André podia falar.
— Vim sozinho, como você pode ver. — André se adiantou. — O Jonas ... ele não teve coragem. Ainda. Está envergonhado, sem saber como te encarar.
Paul continuou em silêncio, mas o olhar estava firme.
— Ele me contou tudo, Paul. — André continuou. — Tudo mesmo. Quem plantou aquela ideia torta foi a Cora. Foi ela quem disse que vocês todos eram liberais. Que adoram aventuras, gente nova ... Ela manipulou tudo, cara.
Paul cruzou os braços.
— E ele apenas acreditou? Achando que tinha um passe livre para ser um canalha?
— Eu sei. — André respondeu, sincero. — Eu também achei absurdo. Mas o Jonas ... ele tava muito envolvido com a Mari. Ele se apaixonou por ela, Paul. De verdade. Investiu tempo, energia e carinho. Estava presente enquanto o Celo curtia a vida, a tinha abandonado. E quando ele viu os dois juntos de novo, como casal, na sua festa ... aquilo destruiu ele por dentro.
— Isso não justifica o que ele fez com a Anna. A minha esposa. — Paul provocou, conduzindo André.
— Não justifica. — André concordou. — Mas talvez explique. A verdade é que ele confundiu tudo. Achou que a Mari sentia o mesmo. Que podia haver algo. A Cora alimentava isso o tempo todo, dizia que era só questão de tempo, que a Mari era livre ... E o idiota acreditou. Ela praticamente o induziu a ir atrás da Anna, tentar …
Paul finalmente se recostou na cadeira, respirando fundo.
— A Cora confessou, André. — Disse, após um instante. — Giba pressionou até ela desabar. Ela contou tudo. Inclusive que foi ela quem sugeriu esse papo sobre “gente nova, aventuras …”. Tudo arquitetado. E o Jonas ... embarcou.
André abaixou os olhos, envergonhado pelo amigo.
— Ele tá com vergonha, Paul. De verdade. Não é fácil admitir que pisou feio na bola. Mas ele quer pedir desculpas. Só ... não sabe como.
Paul o encarou.
— É simples. Que venha aqui. Me olhe nos olhos. E diga: “errei”.
Paul se levantou, caminhando lentamente até a porta.
— Já que ele teve coragem pra fazer o que fez, que tenha coragem pra se desculpar também. Que não use você como escudo. Eu não sou inimigo dele. Só quero a verdade. E respeito.
André fez um leve gesto com a cabeça, em sinal de agradecimento.
— Obrigado por ouvir. Eu vou falar com ele.
Paul não respondeu, apenas voltou à mesa e retomou o que fazia. André saiu do mesmo jeito que entrou, cabisbaixo e constrangido.
{…}
No hotel, pouco depois.
André bateu na porta do quarto. Jonas atendeu com o rosto abatido, olhos fundos, barba por fazer.
— E aí? — Jonas perguntou, com a voz fraca.
— Falei com o Paul.
Jonas respirou fundo, sem saber o que esperar.
— Ele te ouviu?
— Ouviu. E foi claro: se você quer resolver isso, tem que ir pessoalmente. Encara o homem, pede desculpas. Sem cena, sem drama. Tête-à-tête. Como se deve fazer.
Jonas passou as mãos no rosto, caminhou até a janela, encarou o movimento da rua lá embaixo. Seu silêncio era pesado.
— Jonas ... você se perdeu nessa história, cara. — André insistiu. — Mas ainda dá pra se reencontrar. Desde que pare de insistir no que não é seu. A Mari já fez a escolha dela. Agora escolhe você: seguir com isso ou voltar a ser quem você era. Nós temos um objetivo claro. Para de se desviar do que viemos fazer. Nós não temos margem de manobra para prejuízos.
Depois de alguns segundos, Jonas assentiu.
— Tá certo. Me dá dez minutos para eu me trocar. Eu vou falar com o Paul.
Poucas horas depois, a porta do escritório de Paul se abriu devagar. Jonas entrou com a cabeça baixa, os ombros pesados como quem carregava a culpa do mundo nas costas. Paul levantou os olhos lentamente da tela do notebook, sem pressa, observando cada passo dele.
Jonas parou diante da mesa, pigarreou, tentando reunir coragem.
— Paul ... eu sei que eu deveria ter vindo antes. Sei que vacilei, e não foi pouco.
Paul cruzou os braços, mantendo a expressão firme, mas por dentro controlava o desejo de explodir.
— Não vou discordar de você. Vacilou mesmo. E muito.
Jonas continuou.
— Não quero me justificar, mas preciso que você me escute. A Mari ... eu me envolvi. Senti coisas por ela. E acreditei que ela também sentia o mesmo, que talvez ela quisesse algo a mais comigo. Só que ... eu me perdi. Fui impulsivo, burro. Fiz merda. Me deixei manipular.
Paul respirou fundo, simulando ponderação.
— E a Anna, Jonas? Minha esposa. Você sequer pensou nela enquanto fazia aquilo tudo? Na nossa sociedade‽ No quanto já investimos?
Jonas desviou o olhar, constrangido.
— Eu me arrependo. Eu juro que me arrependo. E tô aqui pra pedir desculpas. Sei que errei feio, e sei que talvez já seja tarde. Mas ... eu queria tentar consertar as coisas.
Paul o observou em silêncio por alguns segundos, como se estivesse decidindo ali o destino daquele homem. Mas na verdade, já tinha tudo calculado com Celo.
— Escuta, Jonas. — Ele disse, com voz mais baixa. — Se você veio até aqui com essa postura, então vamos partir disso. Não vou fingir que tá tudo bem. Não está. Mas se for sincero o que você disse, então talvez ... talvez ainda haja espaço para resgatar alguma coisa. Mas tem uma condição.
Jonas ergueu os olhos com esperança.
— Qualquer coisa.
Paul se inclinou para frente, com a expressão mais severa.
— Sem mais erros, sem mais mentiras, sem mais tentativas de manipular quem quer que seja. Se você realmente quiser seguir com o que veio fazer aqui — e eu estou falando dos negócios — então vai ter que focar. Você e o André. Chega de distrações.
Jonas balançou a cabeça afirmativamente, rápido demais.
— Foco total. Eu tô nessa, Paul. Sem desvios.
Paul se encostou na cadeira novamente, fingindo alívio, mas por dentro sorrindo com frieza.
— Ótimo. Então é isso. Vamos trabalhar, fazer a nova empresa andar direito. E se quiser mesmo se redimir, começa aparecendo mais, agindo como homem, não se escondendo atrás do André.
Jonas se levantou, aliviado por aparentemente ter sido perdoado.
— Obrigado, Paul. Você não vai se arrepender.
Quando a porta se fechou atrás dele, Paul se encostou na cadeira, expirando devagar. Pegou o celular, digitou uma mensagem curta para Celo:
"O rato entrou na armadilha. Agora é questão de tempo".
Continua …
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