O internato - Capítulo 25

Um conto erótico de Bernardo, Daniel e Theo
Categoria: Gay
Contém 2578 palavras
Data: 13/07/2025 11:43:08
Assuntos: Gay, Amor

Capitulo 25 - Superação

...

- Não olhe para ele – disse Samuel durante o café da manhã naquela segunda-feira nublada – Finja que não se importa.

Tentei. Juro que tentei, mas meu olhar era atraído para Bernardo, que por duas vezes flagrei me olhando com tristeza. Tive que me segurar para não chorar enquanto lembrava do que ele tinha feito.

– Você vai, Daniel? – Leonardo me perguntou, eufórico.

– Vou onde? – perguntei, completamente perdido no assunto.

Théo revirou os olhos e segurou minha mão.

– Ontem, quando chegamos em casa, você jurou que não se importava mais com ele – Théo me lembrou.

– Eu não me importo – menti.

– Então foca aqui na gente e esquece o Bernardo – Samuel falou num tom firme, quase como uma ordem – Ele não merece.

Foi quando Nick se sentou à mesa com ele. Minhas mãos se fecharam em punhos. Se não fosse a mão de Théo sobre as minhas, eu teria me levantado para socar ainda mais o rosto daquele desgraçado, que ainda mostrava as marcas da surra da madrugada de sábado para domingo.

– Vamos embora – falei, quase me levantando.

– Você vai vê-lo todos os dias, Daniel – Léo falou – Precisa se acostumar ou vai acabar surtando.

Foi quando Bernardo começou a gritar:

– Cala a boca, porra! – todos no refeitório se viraram para ele, inclusive meus amigos e Théo – Você mereceu essa merda dessa surra, assim como eu. Então cala o caralho dessa tua boca e para de me culpar por isso! Essa porra é culpa de nós dois, seu filho da puta sonso!

– Está tendo uma crise de consciência agora, Bernardo? – Nick se levantou, igualando o tom de voz, com um toque de deboche – Você não demonstrou ter consciência quando deu pra mim no carro do meu pai!

Pude ouvir o burburinho dos alunos enquanto minha mente formava a imagem dos dois no banco de trás de um carro, fodendo. Eu realmente não precisava saber onde foi.

– Vai se foder, seu babaca – Bernardo cuspiu nele, pegou a mochila e saiu, apesar das tentativas de Giovana para fazê-lo ficar.

Não posso negar que fiquei um pouco mais feliz ao ver sua atitude com Nick, mas ainda assim aquilo não mudava o que ele tinha feito. Bernardo havia quebrado minha confiança de uma forma que eu nunca esperei. E deixei minha raiva e decepção bem clara no olhar quando ele me fitou, esperando alguma reação. Eu apenas me virei para Leonardo, ignorando-o por completo.

– Onde eu vou mesmo? – falei, forçando um sorriso que saiu absurdamente natural. Uma das poucas habilidades que aprendi na época em que escondia quem era de verdade: forçar sorrisos convincentes mesmo quando tudo dentro de mim estava em pedaços.

Todas as vezes que o via nos corredores da escola, eu desviava o olhar para um amigo, só para evitar encará-lo nos olhos e me deixar enfeitiçar pela aparente pureza que ainda transpareciam. Sabia que não aguentaria. Até no olhar você mente, seu filho da puta. Pensei, me lembrando do vídeo e da história que ele contou. Bernardo era tudo, menos inocente. E foi o seu lado vulgar e egoísta que venceu. Confesso que, por vezes, considerei perdoá-lo. Mas bastava me lembrar daquele vídeo para imaginar com quem mais ele me trairia. Eu não suportaria viver isso de novo.

Sexta-feira foi o aniversário de dezoito anos do Leo, e nós combinamos de fazer uma festa na casa do Samuel. Ele chamou toda a sua turma, e a grande maioria compareceu. Bebemos e dançamos a noite inteira, provocando o Leo, dizendo que agora ele podia ser preso pela maconha dele. Ele ria e entrava na brincadeira, juntando os pulsos e erguendo para nós como se fosse algemado.

— Uma vodca — pedi no bar, por volta das três da manhã, embalado por uma música eletrônica que, junto com a bebida, me dava uma vontade quase incontrolável de dançar.

— Vai com calma, garoto — disse um rapaz alto e moreno ao meu lado — Você já tá muito louco.

E eu estava mesmo. Tudo ao meu redor girava, e às vezes se duplicava, mas eu não ligava. Fazia tempo que não me divertia tanto.

— Relaxa, gato — falei, caindo na gargalhada logo em seguida — Você ainda não viu nada!

Peguei a garrafa de vodca que o barman colocou no balcão, enchi um copo e virei de uma vez, sentindo o líquido queimar minha garganta.

O cara sorriu e se aproximou de mim. Ele era realmente um tesão, aparentando ter entre vinte e oito e trinta anos. Vestia uma camisa jeans aberta até o peito, liso e forte. Seus braços eram grossos, musculosos, facilmente do tamanho de cada uma das minhas pernas. Usava uma calça justa que marcava bastante o volume do pau dele.

— Me achou gato? — ele perguntou, sorrindo.

Sorri de volta e dei de ombros como resposta. O homem passou a mão na minha franja, jogando-a para o lado.

— Você é muito gostoso, sabia? — ele disse com uma voz sedutora que me atraía demais — Quem sabe a gente não vai ali trocar uma ideia?

— Não seria má ideia — respondi, servindo um copo de vodca pra ele, que virou de uma vez só — Vamos agora?

Ele se levantou, ostentando aquele corpo de academia. Quando ficou de costas, vi sua bunda redonda e durinha, o que só aumentou meu tesão. Fomos para um canto mais isolado da boate e começamos a dançar perigosamente próximos. Ele olhava nos meus olhos azuis e eu nos olhos cor de avelã dele. Ambos sabíamos o que queríamos. Tomei a iniciativa, o agarrei pela cintura e puxei para um beijo selvagem e enlouquecido. Minhas mãos apertavam sua bunda com desejo, enquanto os dedos dele se perdiam nos meus cabelos dourados, me deixando ainda mais excitado.

— Quero chupar seu pau — ele murmurou, gemendo levemente, enquanto eu afundava meus lábios em seu pescoço.

Assenti. Fomos ao banheiro e, assim que entramos, confirmamos que estava vazio. Ele ergueu minha camisa e tirou do meu corpo, jogando-a sobre o vaso. Fiz o mesmo com a dele, revelando aquele peito definido e barriga trincada. O pau dele, mesmo por dentro da calça, já roçava no meu, enquanto eu o puxava pela bunda, aproximando ainda mais nossos corpos. Seus lábios vorazes beijavam meu pescoço e me faziam gemer baixinho. Ele abriu minha calça e a puxou para baixo, revelando meu pau, já duro como ferro. Sem hesitar, segurou firme e começou a me masturbar enquanto me beijava.

Eu estava com tanto tesão que abri a calça dele também, puxando-a para baixo. Seu pau estava duro, com veias saltadas, uns dezesseis centímetros. Segurei seu membro e retribuí a punheta. Logo encostamos nossas pirocas uma na outra, e ele passou a tocar nós dois ao mesmo tempo. Enquanto isso, eu beijava sua boca, seu pescoço, sentindo um desejo absurdo de sentir a boca dele no meu pau que latejava.

— Mama — falei, entre gemidos.

Ele se sentou sobre o vaso e começou a lamber a cabeça do meu pau, arrancando de mim espasmos de prazer. Logo enfiou tudo na boca e começou a chupar devagar, aumentando o ritmo aos poucos, enquanto se masturbava. Não demorou muito para que eu gozasse, jorrando um jato quente na boca dele, que engoliu tudo e gozou logo em seguida no chão.

Ele se levantou e me beijou, me fazendo sentir o gosto amargo da minha própria porra. Vestimo-nos e saímos do banheiro.

— Me dá seu número, gostoso — ele pediu, me dando um selinho.

Passei meu número e disse meu nome. Ele anotou no celular e disse que se chamava Igor.

— Vou encontrar meus amigos, mas a gente se fala depois — Igor disse, me beijando novamente.

— Também vou atrás dos meus — falei, sorrindo.

Ele me beijou mais uma vez e ainda afagou meu pau por cima da calça, fazendo-o reagir. Igor sumiu na multidão e eu finalmente me lembrei do que tinha ido fazer no bar. A vodca, com certeza, já tinha sumido. Eu a tinha deixado no balcão quando aquele gostoso me arrastou para o canto. Alguém já devia ter pegado. Voltei ao bar e confirmei: garrafa sumida.

— Se perdeu no caminho? — Léo brincou, sorrindo, claramente afetado pelo álcool.

— E ainda por cima bebeu tudo sozinho — Samuel comentou, se aproximando com um sorriso travesso — Tava com um cara.

— Não tava, não — menti, rindo sem conseguir disfarçar — Você tá maluco.

— Sua camisa tá do avesso e você tá com um chupão no pescoço — ele constatou.

— Merda! — praguejei, tirando a camisa e colocando do lado certo.

— Relaxa, ninguém tá te julgando — Samuel falou — Eu fico até feliz por você.

Abracei meu melhor amigo em agradecimento.

— Vou pegar outra garrafa de vodca — anunciei — E desta vez vou ser mais rápido.

Voltei ao bar no quintal da casa e pedi outra garrafa. O barman me entregou e voltei para perto dos meus amigos. Continuamos dançando. De vez em quando, um de nós sumia para ficar com alguém, mas sempre voltávamos para o mesmo lugar. Dançávamos e zoávamos como fazíamos desde que nos conhecemos, há três anos. Éramos os três mosqueteiros: adolescentes, vivendo, rindo, se jogando. Naquela noite, nada importava além da diversão com meus dois melhores amigos. Amigos que eu queria ter para sempre. Amigos que me apoiavam acima de tudo e que, eu sabia, dariam a vida por mim — assim como eu daria por eles. Aquilo, sim, era uma amizade verdadeira.

Não lembro de nada depois das quatro da manhã. A essa altura, tínhamos bebido tanto que eu achava que ia entrar em coma alcoólico. Acordei de bruços na cama do Samuel. O quarto cheirava a vômito, e minha cabeça girava e doía.

Sentei-me na cama e vi Júlia, a vice-presidente do corpo estudantil, caída no chão, com o vestido levantado, mostrando a calcinha fio-dental preta. Um garoto que eu não conhecia dormia aos seus pés. Não faço ideia do que aconteceu naquela noite, mas, pelo estado da minha roupa, eu havia vomitado horrores.

Levantei-me cambaleando. Tudo girava, e a forte luz do sol que entrava pela janela queimava meus olhos sensíveis, fazendo minha cabeça latejar. Andei pela casa e encontrei colegas dormindo no banheiro, nos corredores, até na escada. Restos de bebida e copos decoravam o chão da casa de Samuel. Aquela festa foi uma perdição completa.

Fui até a cozinha e encontrei Samuel bebendo um copo de café quente, vestindo apenas uma cueca box.

— Bom dia — falei, sentindo marteladas dolorosas na cabeça a cada palavra.

— Bom dia — ele respondeu com a voz rouca — Quer café?

Tentei assentir, e esse foi um erro. A dor foi quase insuportável.

— Cadê suas roupas? — perguntei, com a voz igualmente rouca.

— Não tenho ideia — ele disse, servindo uma caneca pra mim — Acordei assim, do lado de um cara que nunca vi na vida. Com certeza era penetra, amigo de alguém. Tinha muita gente estranha aqui. Enfim, o cara tava pelado e eu de cueca. Com certeza rolou alguma coisa. Espero que eu tenha usado camisinha.

— Também espero — murmurei, sentindo dor — E o Léo?

— Apagado no quarto de hóspedes com duas garotas! — ele disse, surpreso — E não são feias, não. As duas são gatas!

— O que a cachaça não faz, né? — zombei, mas senti o estômago revirar. Corri até a lixeira e vomitei todo o café.

— Ainda bem que eu não tô de ressaca — ele disse, enchendo mais café — Bebe água, ajuda.

— Eu só queria um tiro na cabeça agora — falei, vendo tudo girar — Nunca mais vou fazer isso na minha vida.

— Amanhã passa — ele respondeu — Mas o que importa é que eu tô orgulhoso de você. Você seguiu em frente. Esqueceu o Bernardo.

— Eu não esqueci — falei, lembrando do que rolou com o Igor — A bebida ajuda, mas, quando estou sóbrio, ainda penso nele.

Vomitei de novo na lixeira.

— Com o tempo isso passa — disse ele, convicto.

— E os seus sentimentos pelo Théo? Já passaram? — perguntei, sem intenção de chamar ele de mentiroso... mas foi exatamente isso que eu fiz.

— Você sabe que não — Samuel murmurou, a convicção se esvaindo — Mas aprendi a conviver com isso. E você também vai aprender.

— Tudo o que eu quero agora é que essa maldita ressaca passe — falei, tentando aliviar o clima.

...

Théo

Alguém bateu à porta do meu quarto naquela noite, pouco depois de eu sair do banho. Ao abrir, me deparei com Samuel, segurando uma caixinha da Cacau Show.

— Vim ver como você tá — ele disse, entrando no quarto sem esperar convite — Faz tempo que a gente não consegue conversar a sós.

— Não leva a mal, Samuel, mas a última coisa que eu preciso agora é de alguém dando em cima de mim — falei, mantendo a porta aberta, sugerindo que ele fosse embora.

Mas ele não foi. Caminhou até a cama vazia — aquela que um dia foi do Bernardo — e sentou-se com calma.

— Trouxe pra você — ele estendeu o chocolate — Lembrei que você é viciado nisso.

Revirei os olhos e fechei a porta, pegando a caixa com certa relutância.

— Não precisava — murmurei, seco.

— Eu quis trazer — ele respondeu, passando os dedos pelos meus cabelos loiros com mechas azuis. Arrepiei. — Sempre gostei de te ver feliz.

Sorri de leve e abri a caixa, comendo um bombom. Ofereci um a ele, que aceitou e comeu devagar. Ele tinha razão... uma vez que eu começava com chocolate, não parava até acabar.

— Aqui é muito silencioso — ele comentou, tocando num ponto sensível. O silêncio era mesmo o meu maior inimigo.

— Às vezes dá medo — confessei — Mal consigo dormir.

— Podia ter me chamado — disse Samuel, pegando outro bombom — Eu poderia dormir aqui... como seu amigo.

— Nós dois sabemos que você quer ser mais do que amigo — falei, sem rodeios. Por dentro, no entanto, sentia um calor gostoso ao saber que alguém ainda me desejava.

— Culpado — ele riu baixinho — Ainda gosto de você. Me preocupo. Você anda tão sozinho...

— Não tô muito na vibe de socializar — tentei brincar, mas minha voz saiu pesada — Coisa demais acontecendo.

— Com seu pai, com o Daniel, com o Nick... — ele listou, sem perguntar.

— Esqueceu de mencionar o falso do Bernardo — retruquei, com raiva — Fui até ele pedir desculpas por tudo, e ele ainda bancou a vítima. Um cretino!

— Sei que te magoou — disse Samuel com doçura — Mas você não precisa ficar sozinho por isso. Ainda tem gente que se importa.

— Eles nunca foram meus amigos — rebati, falando do grupo de Bernardo — Eram os amigos dele... e do Nick. Eu sempre me senti de fora.

— É isso que me preocupa — Samuel disse, pensativo.

— O quê? — perguntei, olhando para aqueles olhos castanhos intensos.

— Esse não é o Théo que eu conheci — falou com carinho — O Théo que eu conheci era confiante, debochado, ousado. Fazia o que queria sem ligar pro que os outros pensavam. Onde foi parar aquele garoto que andava rodeado de amigos e não tinha medo de ser quem era?

— Mataram ele — respondi, sentindo um nó na garganta — Pisaram tanto que ele sumiu.

— Não sumiu — Samuel afirmou com um sorriso — Ele só tá machucado — colocou a mão no meu peito — Mas ainda tá aqui.

Olhei para sua mão sobre meu coração. E por um instante... eu senti. Senti aquele Théo gritando dentro de mim, pedindo pra voltar. E talvez... talvez eu estivesse pronto pra deixar ele sair.

Olhei nos olhos de Samuel e, pela primeira vez em muito tempo, sorri de verdade. Me inclinei e lhe dei um beijo — um selinho simples, mas cheio de significado. Um símbolo de que eu estava, pouco a pouco, voltando a viver.

— Obrigado — sussurrei com sinceridade — Eu te amo.

— Também te amo — ele respondeu, sorrindo como uma criança que finalmente ganhou o presente mais esperado do NatalContinua...

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Comentários

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Show. Passaria horas lendo muitos capítulos desta saga. Tomara logo passar essa fase de tantos problemas e desencontros. Não sei como mas gostaria de ver Bernardo e Daniel juntos de novo, acho que eles se gostam de verdade.

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Eu entendo os traumas do Théo, mas traumas, violências, o Bernardo também sofreu quando foi estuprado pelo primo, quando foi rejeitado pela mãe, quando foi perseguido pela ex do Daniel, por isso essa mágoa e esse ódio que o Théo têm contra o Bernardo bem antes dele ficar com o Nick só torna ele o personagem mais chato da história. Revelar o Nick como o maior babaca foi um grande acerto, mas colocar o Bernardo como ninfomaníaco, achei pesado e desnecessário. O Bernardo trair o Daniel com o Nick também não faz o menor sentido. Tem tanta coisa que poderia ser abordada de forma mais interessante sem a necessidade de transformar os personagens nos vilões da história um do outro... E é triste ver o rumo que cada um está seguindo. Mas desejo sucesso no conto.

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Esse conto não é de minha autoria

Ele foi postado a quase dez anos mas foi retirado

Estou reeditando e suavizando algumas partes mais pesadas

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Q fofo Theo e Samuel. O corno manso do Daniel ñ vai aguentar e vai acabar voltando pro Bernardo.

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