Uma Chama Voraz

Da série Putinho Vermelho
Um conto erótico de Tiago Campos
Categoria: Homossexual
Contém 1412 palavras
Data: 08/07/2025 11:36:04

Johnny me encarou com um olhar de pura malícia que me fez corar até a raiz dos cabelos; um rubor quente se espalhou pelo meu rosto e desceu pelo pescoço. Com uma voz rouca que parecia vibrar com diversão, ele afirmou que eu era muito mais safada do que ele sequer cogitaria, mencionando a liberdade quase desavergonhada com que eu me entregava não só a ele, mas agora também a James.

Uma onda de fascínio, quase um choque elétrico de curiosidade, me percorreu. Eu estava intrigado, genuinamente curioso, com uma pontada de excitação, por saber que o lenhador havia feito questão de conhecer o Lobo Mau e, ainda mais surpreendente, de compartilhar nossas aventuras sexuais com ele, como se fosse um troféu ou uma declaração. Essa revelação, vinda de um lugar tão íntimo e inesperado, adicionou uma camada picante e deliciosa, quase subversiva, ao nosso encontro matinal, que até então parecia ter um tom mais leve, pós-sexo.

O loiro delicioso, com sua franqueza habitual, aquela audácia que o caracterizava, e um sorriso debochado que dançava em seus lábios, lançou a pergunta de forma tão direta que fez meu corpo estremecer de uma maneira que eu nunca sentira antes. Foi uma sensação que percorreu cada nervo, uma corrente elétrica que zumbia do couro cabeludo à ponta dos pés, acendendo cada célula em seu caminho: “Você aguenta dois paus no seu cu, Chapeuzinho?”.

A proposta era não somente inédita, mas francamente chocante em sua audácia, e meu corpo reagia com um tremor involuntário, uma traição nervosa que eu lutava para esconder. No entanto, esforcei-me para manter a confiança, com um brilho determinado e até um pouco provocador nos meus olhos, como se estivesse medindo o desafio. “Desde quando vocês são amigos?”, indaguei, com um fio de voz que mal consegui controlar, uma mistura de surpresa e anseio por respostas, tentando decifrar o mistério que pairava no ar.

O predador careca somente riu, um som seco e divertido que ecoou na quietude do bosque, como se toda a situação fosse a piada mais hilária. Ele explicou, com uma simplicidade desconcertante, que eles não eram amigos, não no sentido convencional, e que aquela relação, independentemente do seu teor, se resumia única e exclusivamente a mim. Era como se eu fosse o ponto de convergência, o epicentro de uma nova e perigosa constelação entre os três.

James, seu corpo vibrando com a impaciência que era quase uma extensão de sua própria natureza, mal conseguiu conter-se por mais um instante. Seus olhos, antes talvez um pouco dispersos, agora ardiam com um brilho faminto e inconfundível, um sinal claro do desejo que o consumia. Com um gesto abrupto da mão e um tom que não admitia réplica, ele cortou o fio da conversa que, para ele, não passava de um emaranhado de “papo furado” sem propósito. “Chega de rodeios!”, ele rosnou, a voz grave e urgente. “Vamos direto para a ação, sem mais delongas, sem essa perda de tempo.” Ele parecia um tigre à espreita, pronto para o bote.

Contudo, a autoridade em sua voz e a forma abrupta com que ele buscou impor sua vontade não me intimidaram; pelo contrário, agiram como gasolina em uma fogueira, atiçando uma chama de audácia há muito tempo adormecida em meu peito. Senti um calor prazeroso se espalhar por minhas veias, uma onda de determinação que me impulsionava a tomar as rédeas da situação. Um sorriso lento e confiante, que eu sabia conseguir desarmar e provocar ao mesmo tempo, curvou meus lábios. Com uma calma calculada que contrastava nitidamente com a urgência dele, levantei uma mão em um gesto tranquilizador, mas com um subtexto de controle.

“Calma lá, queridinho”, eu disse, minha voz baixa, mas carregada de uma nova autoridade que surpreendeu até a mim mesmo. “Dessa vez, as regras mudaram. Serei eu quem conduzirá a foda”, declarei com uma firmeza inabalável, o peso de cada palavra ecoando entre as árvores. “Ditarei o ritmo, a intensidade e, principalmente, a direção dos nossos prazeres. Sem pressa, sem atalhos.”

Johnny, que até então observava a cena em silêncio, trocou um olhar divertido e cúmplice com James, um lampejo de surpresa e reconhecimento em seus olhos. Quase que instantaneamente, um riso alto, descontraído e contagiante irrompeu da garganta de ambos, ecoando pelas árvores centenárias da floresta como uma melodia irreverente. Parecia zombar da minha ousadia recém-descoberta, um desafio levemente debochado à minha inesperada reivindicação de poder.

Contudo, eu não estava brincando, e eles logo perceberiam isso. A leveza do riso deles não encontrou eco em mim. Mantive meu olhar fixo neles, alternando entre os dois, sem vacilar. A seriedade da minha intenção era inabalável, visível na intensidade de meus olhos. Meu queixo estava ligeiramente erguido, um sinal silencioso de desafio. Reforcei minha declaração com um tom que não deixava margem para negociações. “Se vocês realmente desejam gozar”, comecei, a voz um pouco mais baixa, mas carregada de um peso inegável, “se querem atingir aquele ápice de prazer que mal conseguem imaginar, então terão que se render. Terão que obedecer a cada uma das minhas instruções, por mais inusitadas, por mais desafiadoras, por mais ousadas que possam parecer naquele momento.”

Sempre com um toque selvagem, o vilão respondeu com um revirar de olhos, acompanhado de um sorriso enviesado que revelava um ar de desafio em seus lábios. Sua voz, embora ainda divertida, trazia uma nota de advertência quando disse: “Não me faça se arrepender dessa liberdade que você está reivindicando, Tiaguinho. Não tente me subestimar.”

Entretanto, eu não estava disposto a ceder um centímetro daquele terreno recém-conquistado. Ignorando a ameaça velada em suas palavras, com um passo firme e decidido, aproximei-me deles, a distância se fechando entre nós. O desejo puro e cru pulsava forte em minhas veias, um tambor demoníaco batendo no meu peito, aquecendo cada célula do meu corpo. Meus olhos se fixaram primeiro em Johnny, depois em James, absorvendo cada detalhe de seus corpos masculinos e atraentes. Cheguei perto o suficiente para sentir o calor que emanava deles, os cheiros de pele, suor e floresta que se misturavam inebriantemente. Com uma voz que mal reconheci, rouca de excitação e carregada de uma intenção inegável, sussurrei, quase um gemido, as palavras que estavam em minha mente: “Como vocês são incrivelmente gostosos…”

Uma onda de ousadia, quase uma febre, irrompeu de repente em minhas veias, varrendo qualquer resquício de hesitação que pudesse ter existido. Era um impulso primitivo, inegável, que me impelia a tomar o controle absoluto daquele momento. Não havia espaço para segundos pensamentos, somente a urgência de agir, de sentir, de explorar os limites. Meus lábios, sedentos e ávidos por contato, encontraram os de James em uma colisão urgente, um beijo profundo e apressado que roubou o ar dos meus pulmões e o dele.

Enquanto o gosto doce e familiar da boca do garanhão bronzeado inundava a minha, e sua língua se enroscava na minha com paixão, minha mão esquerda, audaciosa e deliberada, ousava descer e apertar o volume notável, já pulsante, que se desenhava na bermuda de Johnny. O tecido robusto da bermuda não era páreo para a minha intenção, e eu senti a substância rija e quente sob a palma da minha mão, uma provocação direta e inconfundível. Era um desafio tátil, calculado para despertar seu desejo.

O homem selvagem soltou um rosnado gutural, mais um gemido rouco e instigante que uma expressão de raiva, enquanto seus quadris se contraíam instintivamente contra minha mão. “Puta gorda”, ele sibilou, a voz áspera e carregada de uma mistura de ultraje e excitação, uma provocação ousada que, para meu próprio deleite, só serviu para atiçar ainda mais a chama voraz que ardia em mim. Aquele xingamento, ao invés de ofender, soou como uma confirmação de sua submissão à minha audácia, inflamando minha confiança e meu desejo de dominar ambos.

Sem perder um milissegundo do ritmo frenético que eu impunha, mudei o foco, minha boca ávida explorando os lábios de Johnny. Seus lábios eram diferentes, talvez mais firmes, com um gosto ligeiramente mais salgado, um contraste excitante com a doçura de James, e eu me deliciava com a nova sensação, aprofundando o beijo. Simultaneamente, em um movimento calculadamente sensual, balancei meus quadris, esfregando minha bunda com malícia e precisão contra o volume tentador que o loiro delicioso exibia, ainda pulsando em sua calça. Era uma declaração clara: ele não seria esquecido, sua presença e seu desejo eram tão essenciais quanto os do predador, presos entre mim e a parede de um desejo mútuo e crescente.

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