Cristina e Cecília, ou Ceci, eram amigas desde antes de conseguirem se lembrar disso. Seus pais eram vizinhos quando nasceram e a ligação que passou a existir entre as duas foi algo difícil de explicar. Os pais de Cecília brincavam que se tratava de um caso de almas gêmeas enquanto os de Cristina, estudiosos do espiritualismo, encontravam uma explicação na crença de que elas já tinham tido uma vida juntas em encarnações anteriores.
Cresceram juntas e todas as experiências entre elas eram divididas, exceto quando estavam na adolescência e tiveram namorados, muito embora, se não compartilhavam os namoradinhos, tudo o que uma fazia com o namorado era relatado à outra que assim descobriram juntas suas sexualidades.
O fato de as duas amigas demorarem mais que as outras garotas com quem conviviam a namorar e a união que havia entre elas provocou a suspeita entre as pessoas com quem conviviam de que eram lésbicas, o que não era verdade. Elas sequer podiam ser classificadas como bissexuais e nunca houve nada entre elas, a não ser o fato de terem se beijados uma única vez. Foi o primeiro e aconteceu com o pretexto de aprenderem, com Cecília justificando o fato de que ninguém melhor do que a primeira amiga para treinar.
Cecília era, entre as duas, a extrovertida e corajosa que exercia a liderança da dupla enquanto Cristina, a mais tímida e introvertida, a seguia cegamente, exceto quando se referia a assuntos escolares. Nesses, a Cris sempre estava à frente e era quem organizava e administrava todo o calendário escolar das duas.
Para os mais pragmáticos, havia uma explicação para a amizade das duas garotas. Elas não tinham outros vizinhos, pois moravam em um local afastado do centro urbano de uma cidade litorânea, algo que elas entendiam ser um privilégio.
Os pais delas já eram amigos mesmo antes de se casarem com suas mães e economizaram o suficiente para adquirirem uma gleba na encosta de uma montanha e construíram duas casas distantes cento e cinquenta metros uma da outra, com uma área comum que era utilizada pelas duas famílias onde fizeram uma área de lazer com piscina, churrasqueira, além de outras coisas que usavam em seus dias de descanso. Próximo a essa área, um estacionamento onde guardavam seus carros.
Abaixo das casas, uma pequena enseada cuja dificuldade de acesso fazia com que funcionasse como uma praia particular, pois raramente era frequentada por banhistas.
Depois de uma infância e adolescência normais, ambas se casaram com poucos meses de diferença, com Cris sendo a primeira e, como se para sacramentar a união entre elas, ficaram grávidas na mesma época e dois filhos do sexo masculino nasceram com duas semanas de diferença. Cris deu ao seu filho o nome de Erick e Ceci escolheu para o seu o de Michael.
No princípio os casamentos provocaram o distanciamento entre as duas amigas. Cecília continuou morando com seus pais, enquanto Cristina, cujo marido era filho de uma família abastada, foi morar em um apartamento de cobertura na região mais valorizada da cidade. Mas não durou muito tempo. Quando Erick estava para completar dois anos, os pais de Cris foram vítimas de um acidente de trânsito com ambos perdendo a vida e, por insistência dela, seu marido concordou em se mudar para a casa que ela herdou, por ser a única filha.
Oito anos depois, os pais de Cecília decidiram ir morar na Capital do Estado. O motivo dessa doença foi que o marido, pai de Ceci foi diagnosticado com câncer no estômago e surgiu a necessidade de irem residir na Capital onde o acesso ao tratamento se tornaria mais fácil. Como já eram idosos, e a mãe dela tinha um filho de um casamento anterior, eles se mudaram para a casa desse filho.
Menos de dois anos depois, uma nova tragédia. O marido de Cris estava em um avião que sofreu um acidente, não havendo sobreviventes. Sozinha, tendo um filho entrando na pré-adolescência para ser educado e orientado, ela foi auxiliada por Ceci tornando a amizade entre as duas ainda mais estreita, pois esse fato acabou por consolidar a dependência que ela sempre teve da amiga.
Essa situação acabou por causar problemas ao casamento de Ceci. Seu marido, sentindo-se deixado de lado, começou a implicar com Cristina e toda vez que manifestava alguma contrariedade ocorria uma discussão entre eles.
Para um relacionamento que já estava desgastado, a gota d’água foi no dia em que o marido a acusou de ser lésbica e nutrir um amor muito grande pela amiga, segundo ele tão grande que não conseguia competir. Essa acusação provocou uma discussão que acabou por ser a última. Ele saiu de casa e, quando percebeu que Cecília não foi atrás dele como era a sua intenção, entrou com o pedido de divórcio e ela não criou nenhuma dificuldade. Com a mágoa corroendo-lhe o espírito, o homem aceitou uma oferta de emprego que o levou a fixar residência na Região Nordeste do Brasil, saindo assim da vida das duas.
Assim, o paraíso particular das duas amigas, e agora de seus filhos, acabou por ficar ainda mais particular.
Cecília logo arrumou emprego em uma imobiliária e Cristina, incentivada por ela, a acompanhou e elas conseguiram organizar suas vidas para que a profissão escolhida não afetasse a vida familiar e tampouco a relação com seus filhos que acabavam de completar dezoito anos.
As duas mulheres, agora com quarenta anos, mantinham seus corpos bonitos e a beleza de sempre. Ambas eram loiras e tinham os olhos azuis, mas a semelhança acabava nisso. Cecília era mais alta e media um metro e setenta centímetros, cinco a mais que Cristina. Seu rosto era expressivo e revelava sua força, com o rosto quadrado, nariz afilado e uma boca bem desenhada com os lábios que ela reclamava serem muito grandes, do que a amiga discordava dizendo que achava sua boca linda. Usava os cabelos curtos, o que acentuava a sua expressão de mulher forte. Seu corpo era bem formado, com seios e bunda grandes enquanto sua cintura fina lhe dava a aparência que os homens tanto valorizavam e costumam chamar de violão. Cristina era o oposto. Rosto oval, nariz perfeito parecendo ter sido esculpido por um artista e boca pequena com lábios grossos e sensuais. Seus seios eram pequenos enquanto a bunda, apesar de não se comparar com a de Ceci, era bem formada e durinha. Os cabelos de Cris eram cacheados e mantidos um pouco compridos caindo sobre suas costas.
As duas mulheres, embora diferentes, eram do tipo que fazia com que qualquer homem torcesse o pescoço para dar aquela segunda olhada depois de passarem por elas.
Seus filhos já eram bem diferentes um do outro. Ambos eram altos para a idade com o Michael sendo o maior dos dois. Porém, ele tinha os cabelos pretos, olhos castanhos escuros e a pele morena sempre bronzeada. Erick, um pouco mais baixo, tinha o cabelo castanho claro e os olhos eram verdes. O que tinham em comum eram os corpos musculosos em virtude da prática do surfe ao qual se dedicavam quase que diariamente.
A vida continuou com os quatro habitantes daquele paraíso particular levando suas vidas entre o estudo e o lazer de morar em um local privilegiado e as mulheres com a profissão e cuidados com suas casas e filhos. Por dois anos, nada aconteceu que atrapalhasse a felicidade deles.
Entretanto, havia algo acontecendo que as mulheres não percebiam. Os garotos, sem que nenhuma das duas notasse, começaram a nutrir um sentimento diferente por aquelas mulheres. Michael, o mais tímido dos dois, via em Cristina a realização de um sonho. Para ele, era a perfeição e essa admiração logo se transformou em amor. Sem ter coragem de se insinuar para ela, ele agia como se pretendesse ser seu anjo da guarda. Um desejo de Cris para ele era uma ordem e ele sempre agia como se quisesse cuidar dela e facilitar a sua vida. Mas aquela admiração não se resumia ao amor, pois ele sentia uma atração sexual muito grande e não se passava um dia em que ele não se masturbasse imaginando estar fazendo amor com a sua musa.
Enquanto Michael seguia Cris como se fosse seu bichinho de estimação, Erick curtia a mesma coisa pela mãe dele, porém, era mais ousado e não se contentava apenas em ter a companhia e atenção dela. Ele queria mais e passava seus momentos solitários imaginando o que fazer para poder ter aquela mulher em seus braços.
Era uma diferença muito grande a forma como cada um administrava seus sentimentos. Enquanto Michael curtia os momentos em que ficava a sós com Cristina que, além de gostar de contar histórias sobre sua infância e juventude, o que ele curtia muito, tinha ela a capacidade de fazer com que ele também falasse e contasse sobre suas aventuras e travessuras. Ela se divertia quando perguntava sobre o que ele fazia quando ficava com alguma garota e ele ficava corado e começava a gaguejar. Nunca conseguindo contar sobre os detalhes de suas aventuras.
Erick agia de forma diferente. Em vez de se limitar a intermináveis conversas, quando estava a sós com Cecília procurava ficar perto dela e não perdia a oportunidade de tocar seu corpo, enquanto olhava fixamente para seus olhos. Eram toques sutis com passadas de mãos nos braços e vez ou outra, toques nos joelhos.
Tudo ia bem até que aconteceu o que pode ser considerado o dia da virada. Cristina passou na casa de Cecília dizendo que ia até o supermercado e perguntou se ela queria alguma coisa. Cecília fez uma pequena lista e entregou a ela junto com o cartão do banco e, quando estava saindo, foi chamada por Michael que informou que iria com ela.
Dez minutos depois Erick entrava na casa de Cecília procurando por sua mãe, o que era apenas uma desculpa porque ele fora informado por Cris aonde ela estava indo. Quando ele entrou sem bater, como era normal, Ceci estava acabando de lavar algumas louças e ele ficou parado olhando para aquele corpo que tanto desejava. A mulher estava vestida com uma camiseta do filho que era mais alto do que ela e isso fazia com que o short que estava usando estivesse oculto e dava a impressão de que ela usava apenas a camiseta.
Erick ficou imaginando se ela usava alguma outra roupa por baixo da camiseta e fantasiou que não, se perguntando o que ela faria se ele fosse até ela, puxasse a camiseta para cima e fizesse carinho em sua bela e grande bunda. Estava nesse sonho quando ela se virou e o viu parado a cerca de três metros e com os olhos vidrados nela. Logicamente teve um leve sobressalto, mas quando viu que era o filho de sua amiga, sorriu e falou:
– Que susto Erick! O que você está fazendo parado aí? Está parecendo uma assombração.
– Estava admirando tanta beleza.
Cecília não esperava por isso. Ela nunca imaginava que o filho de sua amiga, um rapaz por quem tinha um carinho que se equiparava ao do próprio filho, pudesse se expressar de uma forma bem diferente da de um garoto e mais parecendo um homem expressando desejo por uma mulher. Com um sorriso sem graça, ela falou:
– Deixe de ser abusado menino. Vai procurar alguma coisa pra fazer.
– Cadê o Michael?
– Foi com sua mãe no supermercado.
– Ah! Eu devia ter imaginado. Ele não para de puxar o saco da minha mãe.
– E isso te incomoda?
– Lógico que não. A não ser quando ele exagera. – Pensou um pouco e completou: – O que acontece sempre, não é?
Enquanto trocavam essas palavras, Cecília foi andando em direção ao rapaz. Sua intenção era ir para seu quarto e, para isso, tinha que passar ao lado dele que estava próximo à porta que dava passagem para a sala que ela teria que passar para chegar até o corredor que dava acesso aos quartos. Quando passou ao lado dele, Erick segurou o seu braço fazendo com que ela se virasse para ele e falou:
– Quem sabe ele quer alguma coisa a mais com ela. Eu pelo menos quero, mas não com ela, mas por outra mulher.
– E quem seria essa mulher? – Perguntou Cecília olhando nos olhos dele.
– Uma mulher linda. Tão linda e gostosa que eu daria tudo por um beijo dela.
Dizendo isso, ele inclinou o corpo com sua boca indo em direção a dela. Seus lábios tocaram o vazio, pois de repente Cecília não estava mais ali e já tinha desaparecido pela porta. Saiu de casa praguejando e se dirigiu à praia onde tinha marcado se encontrar com Michael para praticarem um pouco de surfe.
Enquanto isso, Cecília se olhava no espelho assustada com a reação de seu corpo à ousadia de Erick. Até aquele dia, ela via nele apenas o menino e, de repente, ele se transformara em um homem que, com poucas palavras e um simples toque em seu braço balançara toda a sua segurança fazendo com que ela se sentisse incomodada com a presença dele. Sua reação dava a entender que não era apenas um homem lindo e sensual, mas um homem que não se intimidara em revelar o interesse sexual que tinha por ela.
Suas pupilas dilatadas e a umidade escorrendo de sua buceta não permitiam que ela se convencesse que aquilo era apenas imaginação. Então mudou de tática e resolveu que aquilo acontecera por estar há muito tempo sem transar, o que fez com que tomasse uma decisão. Naquela mesma noite, enquanto estava sozinha com Cristina, falou sem rodeios:
– Cris, por favor, não ria de mim. Mas será que você não me empresta um de seus brinquedinhos? Acho que estou precisando.
A reação de Cris foi a esperada. Primeiro ela olhou para Cecília com os olhos arregalados e depois começou a rir. Um riso alto que logo se transformou em uma gargalhada. Como a amiga apenas sorriu e não a acompanhou na gargalhada, ela se esforçou para poder falar:
– Quem diria. A inabalável Cecília pedindo por isso. Deve estar sentindo muita falta, só pode.
– Então. Vai emprestar ou não? – Falou Cecília com voz firme para deixar bem claro que não estava brincando.
Não havia dúvidas de que Cristina atenderia a amiga. Na mesma hora ela chamou Cecília para ir até a sua casa e, abrindo uma gaveta que mantinha trancada a chave, lhe mostrou vários objetos e a deixou a vontade para escolher. Cecília, diante de uma variedade de artigos eróticos, controlou sua curiosidade e escolheu um pênis de silicone que era a imitação perfeita de um de verdade e de tamanho médio.
Ela já sabia que Cristina usava brinquedos para se satisfazer em sua vida solitária, só não imaginava a variedade fosse tão grande. Olhando para a amiga, falou em voz baixa:
– Depois sou eu que sou a atirada! Sua safada!
Cristina corou o que fez com que Cecília risse dela achando que aquela reação fosse em virtude de sua timidez sem saber que essa era apenas uma meia verdade. O que a amiga não sabia por ser um segredo que Cris não revelava a ninguém é que todas as vezes que usava aqueles brinquedos para se aliviar, o homem que vinha em sua mente era Michael.
Em seus devaneios, o garoto conseguia vencer a sua timidez, partia para cima dela e a fodia como se fosse a última transa de sua vida. Esse sonho se devia ao fato de que ela sentia uma atração muito grande pelo filho da amiga e lamentava por ele não ter pelo menos a metade da ousadia de Erick, seu filho e, se ele fosse mais ativo e unisse os elogios e cuidados que tinha para com ela com um pouco de ousadia, ela se entregaria a ele sem pestanejar.
Com Cecília encontrando uma forma de aplacar o desejo que sentia, a vida seguiu o seu curso. Para não ficar pensando que aquele pau artificial era apenas uma solução paliativa, exaltava a sua capacidade de sempre estar duro e vibrar quando assim desejava, bastando ligar e apertar o botão que havia capinha do recipiente das baterias que logo gozava. Em seus devaneios ela tentava pensar em outros homens que tivera no passado e até mesmo de seu marido, porém, era sempre a imagem de Erick que tomava forma em suas fantasias quando se aproximava do orgasmo.
Envoltas em suas fantasias, cada uma daquelas mulheres não notava a forma como seus próprios filhos agiam com relação à outra, que podia facilmente ser classificada de assédio. Sim, pois era isso que ambos faziam com uma única diferença, enquanto Michael se dirigia à Cristina usando o termo ‘minha linda’, Erick fazia o mesmo com Cecília, porém, sendo mais ousado, o termo que usava era o de ‘gostosa’
O que era muito diferente era a reação das duas mulheres. Enquanto Cris abria um sorriso de felicidade e aceitava o elogio e se dirigia ao Michael usando o mesmo tratamento, Ceci encarava Erick com uma expressão séria, enquanto sentia sua xoxota umedecer ao ouvi-lo se dirigir a ela usando aquela palavra que, se em outros poderia parecer ofensivo, partindo dele fazia com que seu tesão se manifestasse.
Entretanto, o rapaz não era do tipo de pessoa que fica pensando nas consequências de seus atos. Ao contrário disso, ele já tinha causado muitos problemas para as duas mulheres de sua vida, a mãe e aquela que amava, com o seu jeito de cometer atos impensados. Dessa forma, foram várias as vezes em que estavam no mar e ele se aproveitava disso para se aproximar dela e tocar seu corpo.
O que a princípio eram apenas toques sutis, logo passaram a ser mais contundentes até que chegou o dia em que o Michael não estava presente e a Cris distante e distraída procurando conchas na areia. Ele ficou atrás de Cecília, segurou firmemente sua cintura, a puxou para trás e encostou seu pau que estava duríssimo na bunda farta dela. Como era de se esperar, a mulher reagiu se afastando dele. Entretanto, a surpresa foi tanta que ela levou alguns segundos preciosos para fazer isso e nesse curto tempo permaneceu estática, sentindo a pressão daquele pau duro que, mesmo com a sunga dele e o biquíni dela, dava para sentir que estava muito duro. Esses segundos serviram para que Erick se sentisse seguro para subir com uma das mãos em direção aos seios dela que, ao sentir aquele toque proibido, pulou para frente e se livrou do assédio do jovem.
Os meses foram passando e o cerco de Erick se intensificando. Ele não pedia oportunidade e todas as vezes que ficava a sós com Cecília tentava agarrá-la e ela apenas se afastava dele falando:
– Deixa de ser tarado menino. Vai procurar uma garota da sua idade e vê se apaga esse seu fogo.
– Só você pode apagar esse fogo que me queima. – Respondia Erick com um sorriso sedutor.
Quando faltava uma semana para o aniversário dos garotos estavam os quatro na casa de Cecília programando a festa que iriam oferecer aos amigos deles para comemorar os dezessete anos. Como todos os outros aniversários, seria dada uma única festa para os dois, por causa da proximidade entre as duas datas. Estavam sentados em volta de uma mesa quando o Erick disse que ia ao banheiro e se levantou.
Menos de três minutos depois, Cecília olhou para o corredor por onde ele tinha que passar e lá estava o garoto com o short abaixado até a altura dos joelhos e segurando seu pau duro, fazendo movimentos como se estivesse se masturbando enquanto olhava para a mulher que, do local onde estava, era a única que podia vê-lo. A boca da mulher salivou ao olhar para aquele pênis que, em uma rápida avaliação, era maior do que o de seu ex-marido e também do vibrador que tomara por empréstimo de Cristina e ainda não tinha devolvido. De onde estava, pode admirar aquela cabeça inchada, muito mais larga que o corpo do pau que era exibido para ela, o que lhe dava a aparência de um cogumelo. Com um brilho estranho no olhar, mordeu os lábios inferiores enquanto sentia seu corpo queimar de desejos e a calcinha ficar molhada.
– Eu acho que se a gente fizer um pouco de caipirinha para oferecer aos adultos que vão comparecer não vai ser um problema. – Falava Cristina que não tinha a menor noção do que estava se passando a poucos passos dela.
Não houve resposta. O cérebro de Cecília estava ocupado em tentar se livrar da excitação que a dominava. Nessa luta entre o bom senso e o desejo, o primeiro já estava perdendo de goleada, pois sua vontade era se levantar e ir ao encontro daquele jovem, se ajoelhar na sua frente e sentir o gosto de sua pica em sua boca que não parava de produzir saliva.
– Ei Ceci. Acorda mulher! Estou falando com você.
– Hã? O que foi que você falou?
– O que está acontecendo, Ceci? Você parece que está a quilômetros daqui!
– A mamãe deve ter visto algum passarinho verde e está pensando nele. – Falou Michael e depois riu da própria piada.
Isso Cecília ouviu. Ouviu e pensou:
“Eu vi sim, meu filho. Mas não é nenhum passarinho e também não é verde. Mas que vai ser difícil parar de pensar, vai”.
Enquanto pensava, conseguiu se controlar o suficiente para perguntar:
– O que foi mesmo que você perguntou?
– Credo Ceci. Você nem está prestando atenção. Que viagem, hem?
– Só estava aqui pensando em como esses meninos cresceram. – Falou em voz alta enquanto pensava: – “E como cresceu meu Deus do céu! Grande e lindo”.
Se tivesse dito isso em voz alta e tivesse que explicar, fatalmente Cecília diria que estava se referindo aos seus filhos que estavam mais altos que elas. Michael já ultrapassara os um metro e oitenta e o Erick não ficava atrás. Porém, em seu íntimo, ela não tinha como negar a si própria que a alusão se referia ao pau que ela acabara de ver. Naquela noite o brinquedinho cedido por sua amiga trabalhou mais do que nunca. Cecília gozou tanto sentindo sua xoxota preenchida por ele que adormeceu sem retirá-lo de dentro de sua buceta.
Durante os dias que se passaram até aquele em que aconteceu a festa, Cecília adotou uma nova tática. Ela sabia que não dava mais para confiar em sua força de vontade, pois o desejo a levava no sentido oposto ao que ela sabia ser o correto. Então ela evitou ficar sozinha com Erick. Chegou a acontecer de Cris dizer que ia em busca de alguma coisa e Michael, como sempre, se oferecer para ir junto, que ela se lembrava de alguma coisa que a obrigava a ir também. Para sua própria surpresa, quando isso acontecia ela olhava rapidamente para Erick e via nele um sorriso como se quisesse dizer a ela que podia correr, mas não para sempre e que, na hora certa, correria sim, mas em direção a ele e não fugindo dele.
A festa aconteceu e houve uma única ocorrência que não estava prevista. Os garotos avançaram sobre a caipirinha que tinha sido preparada para os adultos e, quando a mesma acabou, alguém se ofereceu para ir buscar aguardente e limão para preparar mais. Assim a garotada passou da linha e as duas mulheres e outros pais que estavam presentes tiveram que se desdobrar para que a festa não descambasse para uma suruba. Entretanto, não foi possível evitar que alguns garotos mais avançados e movidos por uma coragem impulsionada pelo excesso de álcool, chegassem a se atirar na piscina acompanhados por algumas garotas, o que fez com que seus corpos ficassem quase que totalmente expostos diante da transparência de suas roupas molhadas.
O resultado foi que a festa acabou mais cedo e alguns jovens que não estavam acompanhados por seus pais tiveram que ser praticamente expulsos dali, com Cecília se desdobrando para que aqueles que tinham condição de dirigir se encarregassem de substituir àqueles que estavam embriagados.
Os quatro sozinhos e a bagunça normal que permanece depois de uma festa, fez com que Cecília começasse a limpar o local, sendo interrompida por Cristina que falou:
– Deixa isso aí Cecília. A Margarete e o marido dela virão amanhã cedo e cuidarão de tudo.
Margarete era a mulher que trabalhava para as duas, comparecendo todos os dias, alternando a casa que arrumaria. Seu marido se encarregava da área de lazer ou alguma tarefa mais pesada que surgia de tempos em tempos. Sabendo que essa era a melhor coisa a fazer, Cecília concordou. Cristina pegou então alguns utensílios que lhe pertenciam e se despediu. Michael se ofereceu para ajudá-la, tomou alguns dos objetos que ela tinha em mãos e os dois saíram caminhando em direção a casa dela.
Cristina e Michael ainda não tinham desaparecido na trilha que os levariam até a casa dela e Erick estava já parado atrás de Cecília. Ela sentiu a presença dele, pois ele a abraçou por trás e curvou a cabeça começando a beijar o seu pescoço enquanto pressionava o pau de encontro à sua bunda.
A mulher se sentiu traída pelo próprio corpo quando percebeu que não só permitia aquele assédio, como também forçava o corpo para trás e, como se este tivesse vida própria, começou a rebolar a bunda para sentir aquele pau em toda a sua plenitude. Sem conseguir evitar, emitiu um gemido que deu ao rapaz a certeza de que ela estava gostando de sua ação ousada.
Os lábios do rapaz foram subindo por seu pescoço até chegar à sua orelha. Ao sentir o calor da respiração quente dele a atingindo e sua língua áspera correndo por toda a extensão de seu rosto, usando o pouco que restava de suas forças, virou o rosto em uma tentativa de se livrar da sensação que a invadia e transformava seu corpo em geleia. Esse movimento era o que Erick esperava, pois com o rosto dela virado para o lado, ele segurou o seu queixo firme, abandonou orelha e tocou os lábios dela com sua língua.
Cecília arfou e teve que entreabrir a boca para deixar o ar quente que parecia lhe queimar a boca escapar. O rapaz não perdeu tempo e venceu a última resistência dela enfiando a língua em sua boca. Cecília sugou aquela língua por um segundo e depois pareceu se arrepender e, com toda a energia, se virou e escapou no abraço dele que, não esperava por essa reação da parte dela, pois já acreditava que sua presa já tinha se rendido.
Erick ficou olhando para Cecília caminhar sem se mover. Imóvel, se surpreendeu quando ela, depois de caminhar uns vinte metros, se curvou e se livrou dos sapatos o segurando em uma das mãos e depois virou para ele e, com uma voz que não escondia o tesão que sentia, falou em um convite:
– E aí? Você vai ficar aí parado? Eu sabia que você só queria me provocar e que não dá conta de nada.
Dizendo isso, ela se virou novamente e saiu correndo em direção à sua casa. Quando atingiu a varanda, olhou para trás e viu que o Erick vinha atrás dela sem se esforçar para alcançá-la e mentalmente elogiou o rapaz por agir com inteligência, pois ambos sabiam o que estava para acontecer.
Parada ao lado de sua cama, Cecília olhava para a porta do quarto. Um pouco de consciência a atingira de súbito e uma parte dela lhe dizia que era para fechar a porta e girar a chave, enquanto a outra ansiava em ver o jovem conquistador ultrapassá-la. A aparição de Erick decidiu por ela, pois a única coisa que conseguiu falar foi:
– Tranque a porta, por favor!
Como se assistisse um filme em câmara lenta, viu Erick trancar a porta e se dirigir a ela enquanto arrancava a camiseta que usava pela cabeça. Mas tudo voltou a velocidade normal quando ele a abraçou e beijou seus lábios.
O que aconteceu depois disso, Cecília não tinha condições de relatar. Ela não saberia dizer em que momento foi despida e se a iniciativa de se deitar em sua cama de costas e com as pernas abertas foi sua ou imposição de seu jovem amante. O que ela se lembrava era de sentir a língua quente dele explorando a sua bucetinha com uma experiência que deixaria muitos homens mais velhos com inveja, pois ele demonstrava saber como dar prazer a uma mulher com a sua boca e, sentindo todo o tesão controlado nos últimos meses, sentiu uma necessidade enorme de chupar aquele pau que tinha visto uma única vez. Agarrou os cabelos dele e puxou para cima com tanta força que ele se viu obrigado a obedecer. E os dois se beijaram de novo. Aquela era a primeira vez que Cecília sentia o gosto de sua própria xoxota na boca de um homem.
Mas beijar não era o seu objetivo naquele momento e ela foi manobrando para que ele se deitasse de costas. Em seguida, foi virando o corpo para ficar posicionada no sentido inverso ao dele e passou sua perna por sobre o corpo dele, oferecendo sua xoxota para saciar a fome daquele garoto. Só depois que sentir a língua áspera dele tocando com delicadeza o seu grelinho, foi que ela segurou o pau dele pela base e foi abaixando sua cabeça e engolindo aquela cabeça grossa e rombuda, antes de forçar para assim senti-la nas profundezas de sua boquinha.
Quando sentiu a língua de Erick batendo em seu grelinho Cecília tomou a decisão de atrasar seu orgasmo e lutou como uma leoa para isso. Ela queria estar consciente quando sentisse o pau daquele macho encher sua boca de porra. Essa seria a primeira vez que isso aconteceria com ela já que nunca permitiu ao marido e tampouco aos casinhos que teve quando ainda era solteira fazê-lo. Ela não saberia explicar o motivo, só sabia que queria. Então se concentrou para não gozar.
Foi com extrema felicidade que ela sentiu o pau do garoto inchar dentro de sua boca e logo a seguir o primeiro jato atingiu em cheio a sua garganta. Com muito esforço ela conseguiu empurrar o quadril de Erick para cima, mas não a ponto de permitir que eu pau escapasse. O que ela queria era criar espaço em sua para não perder nenhuma gota e só permitiu que ele erguesse seu corpo depois que o último jato foi despejado em sua boquinha. O rapaz, suando e com a expressão mais feliz do mundo, se virou para ela já preparado para ouvir um sermão e pensando em se desculpar. Porém, não foi a expressão de uma mulher injuriada que ele viu.
Cecília olhou para ele com um brilho intenso no olhar e um sorriso que permitia que um filete de porra escorresse pelo canto de sua boca. Em seguida, abriu a boca para mostrar a ele a própria porra dentro de sua boca e depois a fechou, engolindo o líquido que sua boca ávida extraiu daquele pau delicioso. O tesão que aquele gesto provocou no rapaz foi tão intenso que ele, com o pau já totalmente duro, se curvou para beijar a mulher na boca. Ela virou o rosto para evitar o beijo e falou:
– Agora não meu amor. Minha boca está suja.
– Sua boca não está suja. Não dia isso, nunca. O que existe aí é o fluído do amor que eu sinto por você.
Aquela resposta a pegou de surpresa. Era um argumento que a deixou encantada, pois jamais tinha recebido uma declaração de amor que não só enchia seu coração de ternura, como também fez com que seu corpo a retomasse o tesão que sentiu. Cecília ficou tão surpresa ela não conseguiu evitar o beijo. Erick a beijou como se aquele fosse o último beijo que daria em sua vida e ela se deixou levar por aquele momento.
O beijo só não foi mais prolongado porque ele se lembrou de algo que achava importante. Desgrudando sua boca da dela, ergueu sua cabeça e perguntou:
– Você ainda não gozou, não é?
Cecília apenas negou com um movimento de cabeça e ele continuou:
– Então você vai gozar agora. Vai gozar como nunca gozou em sua vida.
Dizendo isso, ele se deitou ao lado dela fazendo com que ela ficasse deitada de lado e colocou uma das pernas dela por cima de sua cabeça para poder alcançar sua buceta que já babava na expectativa do que estava por vir. Cecília, deitada de lado, tinha acesso ao pau dele que puxou para perto de sua boca e ficou dando beijinhos, pois quando tentou enfiar na boca ele afastou o quadril dando a entender que não queria que ela fizesse isso naquele momento. Não precisou de dois minutos para que Cecília começasse a gemer enquanto sentia seu corpo todo tremer em um orgasmo intenso. Talvez o mais intenso de sua vida.
Como o pau de Erick já estava duro, ele não deu tempo para ela se recuperar e fazendo com que ela se deitasse de costas, foi para o meio de suas pernas e sem dificuldade enfiou o pau na boceta dela em uma única estocada. Os dois amantes gemeram ao mesmo tempo e ele deixou o peso de seu corpo cair sobre dela e a prendeu na cama, segurando seus cabelos e beijando a sua boca. Logo gozaram novamente deixando Cecília surpresa por ter o segundo orgasmo em menos de cinco minutos.
Cansados, deixaram seus corpos suados caírem na cama e ficaram ambos olhando para o teto do quarto enquanto suas respirações voltavam ao normal. Quando conseguiu falar, Erick disse:
– Que delícia. Eu quero mais.
– Se acalma moço. Senão você ainda vai morrer disso.
– Se isso acontecer seria a morte mais sublime que eu poderia ter. Quem me dera morrer nos braços da mulher que eu amo.
– Nossa! Foi tão bom assim? – Perguntou Cecília tentando minimizar a declaração de amor dele.
– Foi melhor que bom. Foi ótimo. Não, foi... Sei lá, eu não conheço nenhuma palavra para descrever o que eu senti. Por um momento eu tive a sensação de estar flutuando.
Aquela declaração deixou Cecília emocionada e ela não se conteve. Virou seu corpo ficando com o dorso erguido enquanto apoiava os cotovelos no colchão e pediu para ele:
– Repete isso que você falou.
– Acabei de fazer sexo com a mulher mais linda que conheço e que é o amor da minha vida.
Cecília abaixou a cabeça para que suas bocas se encontrassem. Ela se sentia tão feliz que não conseguia se conter e seu desejo era engolir aquele menino para que ele nunca mais saísse de perto dela.
Nesse exato momento, Michael que já tinha voltado da casa da Cris se aproximava da janela do quarto. Ele já tinha procurado a mãe por toda a casa e quando saiu para ver se ela ainda estava no local onde se realizara a festa, notou uma réstia de luz saindo da janela do quarto dela. Cecília tinha apagado todas as luzes da casa deixando acesa apenas a de seu quarto e não notou que, mais cedo quando puxara a cortina que cobria a janela, deixou uma abertura na parte de baixo aberta. Era uma pequena abertura, mas suficiente para deixar passar a uma réstia de luz.
Michael andou até lá e se abaixou para olhar pela fresta e ficou estarrecido com o que viu. Na cama, sua mãe nua beijava Erick que também estava pelado. Notou que ela fazia mais que beijar. Deitada de lado, com o corpo estendido se encostando nele, tinha uma de suas mãos acariciando o pau do rapaz cujo brilho denunciava que tinham acabado de transar. Entretanto, ela não parecia se importar com o fato daquele pau estar sujo e fez mais que isso, abandonando a boca do rapaz e, dando beijinhos por todo o corpo dele enquanto se arrastava para baixo até ficar com a boca próxima, com uma expressão safada, começou a beijar toda a extensão do pau de Erick até que, sem nenhum aviso, o colocou inteiro na boca.
A cena era muito excitante e Michael não conseguia tirar os olhos dela. Ele não acreditava que ela ia deixar aquele moleque gozar dentro de sua boca e foi o que aconteceu, pois quando a mulher percebeu que o pau que manipulava estava duro novamente, ergueu o rosto sorrindo e falou alguma coisa antes de ficar de joelhos e montar sobre o corpo dele que se limitava a olhar para ele com uma expressão de êxtase. Sem desgrudar os olhos, segurou o pau e direcionou para a entrada de sua buceta, começando a se abaixar engolindo aquele feixe de músculos com sua buceta e emitindo um gemido tão alto que foi possível ao seu filho ouvir de seu ponto de observação.
Os sentimentos de Michael eram confusos. Ele não sabia se gritava para sua mãe parar com aquilo ou se entrava naquele quarto e agredia seu amigo. Ele sentia nojo, raiva e se esforçou para não vomitar quando seu estômago se revoltou provocando-lhe ânsia. Acabou por se afastar dali e, quando virou as costas e começou a caminhar, tropeçou em um dos vasos que sua mãe gostava de cuidar, fazendo com que ele se virasse a o barulho pareceu mais alto do que realmente era. Praguejando, começou a correr.
Cecília ouviu o barulho. Mais do que ouviu. Pela fresta, ela viu um vulto se afastando de sua casa e deixando Erick boquiaberto com sua reação, correu para a janela e afastou a cortina para ter uma visão de fora. Era uma noite de lua cheia e ela reconheceu seu filho quando ele já ia desaparecendo pela trilha que dava acesso à praia.
Cecília sentiu toda a felicidade que a dominava se esvair e, antes que Erick reclamasse por ela ter se levantado subitamente, gritou o nome de Michael, o que fez com que ele entendesse o que tinha acontecido.
Desolado, se aproximou dela tentando lhe oferecer algum conforto, porém, Cecília não permitiu que ele a abraçasse e falou com desespero na voz:
– Saia daqui. Vá embora. – Ao ver que Erick apenas a encarava com a boca aberta e uma expressão de espanto, gritou: –SAIA DAQUI. AGORA.
Erick começou a se vestir lentamente em silêncio enquanto pensava nas consequências do que acabara de acontecer. Era muito azar e ele praguejou quando foi invadido pela consciência de que, depois de conseguir o seu objetivo de foder Cecília, já na primeira vez foram descobertos. Em seguida, viu que Cecília já tinha vestido um short com tanta pressa que dispensou o uso da calcinha, saia do quarto enquanto vestia uma blusa de abotoar na frente. Demorou ainda alguns segundos para ele se decidir a ir atrás dela.
Cecília corria pela trilha com Erick logo atrás e só foi alcançada quando chegou na praia. Ao vê-lo ali, perguntou:
– O que você está fazendo aqui? Já não falei para você ir embora?
– Pode esquecer. Eu não vou deixar você sozinha nessa.
– Será que você não entendeu ainda! O Michael estava nos olhando pela janela. Ele deve estar se sentindo péssimo e é melhor que eu converse com ele sem a sua presença.
– Ele nos viu transando. Então temos que enfrentar isso juntos.
Não fosse o desespero de Cecília, ela teria ficado comovida com a atitude honrosa do garoto. Mas agora era hora de enfrentar a situação e quando viu o vulto de seu filho em pé no local onde a água do mar avançava, pediu:
– Por favor Erick, fique aqui. Deixe eu conversar com ele sozinha.
O jovem assentiu e ela caminhou em direção ao local onde seu filho olhava para o horizonte e ao se aproximar, falou:
– Michael, meu filho. Eu preciso te explicar...
– Explicar o que? Você vai me comunicar que eu sou um filho da puta? Isso eu já sei. O que eu vi dispensa qualquer explicação. Me deixa sozinho.
– Filho, você tem que me entender, isso nunca aconteceu antes e...
– Só faltava isso, não é? Mas eu tenho minhas dúvidas. Eu já notei que você e aquele bastardo estão sempre com sorrisinhos e cochichos. Ou você acha que é esperta?
– Eu juro que nunca aconteceu nada meu filho. Hoje foi a primeira vez.
– Quando você fala que foi a primeira vez eu já fico imaginando que já está programando a segunda, a terceira e sei lá quantas vezes mais. Eu já desconfiava que o papai te deixou porque descobriu que você era uma vagabunda que o traia com qualquer um.
– Eu nunca traí seu pai. – Falou Cecília subindo o volume da voz diante daquela acusação.
– Duvido. Puta do jeito que você é.
– Não fale assim comigo Michael. Eu sou sua mãe.
– Eu sei. Minha mãe puta. Quem diria que eu sou literalmente o filho de uma puta.
Ao dizer isso, os olhos de Michael ficaram marejados e Cecília, ao notar isso, se aproximou dele no intuito de abraçá-lo, sem o conseguir. Assim que ela estendeu a mão para tocar seu rosto ele se esquivou, segurou o braço dela e torceu antes de empurrá-la fazendo com que ela perdesse o equilíbrio e caísse na água.
Erick, que a tudo assistia, ao ver Cecília ser agredida, correu em direção a ela para protegê-la enquanto Michael vinha em sua direção que era o caminho a ser percorrido por quem quisesse sair da praia. O que ele não esperava era que, ao se cruzarem, fosse agredido daquele jeito. O seu amigo de toda uma vida, sem nenhum aviso, desfechou um murro em seu rosto o jogando no chão e depois pisou em seu peito evitando que ele se levantasse e falou com uma voz carregada do ódio que o dominava:
– Fique aí no chão traidor. Você é igual uma víbora. Fica escondido esperando a hora certa de dar o seu golpe.
Michael chegou a armar o chute que atingiria em cheio as costelas de Erick, porém, um grito de Cecília fez com que interrompesse o movimento. Ele nem olhou para sua mãe. Apenas desistiu de continuar agredindo ao Erick e se pôs a andar enquanto falava para o rapaz caído:
– Vai lá víbora. Rasteje até a outra cobra. – Cuspiu para o lado e acrescentou: – Vocês dois se merecem.
Ele não se dirigiu à sua casa. Em vez disso, subiu pela trilha que dava acesso à casa de Cristina. Quando chegou lá, chegou a levantar a mão para bater na porta, mas não concluiu o gesto. Apesar de sua revolta, lhe ocorreu o quanto aquela notícia afetaria a ela e tudo o que ele não queria nessa vida era fazê-la sofrer. Procurando não fazer barulho, ele se afastou e, quando chegou na área de lazer tomou uma decisão. Ali havia um quarto que era usado como despensa. Foi até lá, trancou a porta por dentro, estendeu algumas toalhas que eram guardadas ali e se deitou.
Retornando para sua casa na companhia de Erick que se recusava a obedecer à ordem de ir embora, Cecília também chorava enquanto o jovem permanecia ao seu lado sem saber o que fazer. Na primeira vez que ele tentou fazer um afago nela foi rechaçado de forma brusca e resolveu se manter a distância. Até que, em determinado momento, a mulher falou com voz chorosa:
– Cristina! A gente precisa conversar com a Cris antes do Michael. Vai ser terrível ela descobrir o que fizemos através dele.
– Melhor não. Minha mãe não vai entender e isso vai ser outro problema.
Cecília insistiu e Erick se mantinha irredutível. O impasse fez com que eles optassem por um meio termo. Assim que amanhecesse, ela iria até a casa da Cris e diria que o Michael tinha bebido demais na festa e chegou em casa alterado. Eles discutiram e seu filho tinha saído de casa.
Enquanto isso, Michael também não conseguia dormir. A adrenalina produzida em seu organismo era tanta que o deixava trêmulo. Ele olhou para as prateleiras e viu diversas garrafas de bebida alcoólica que eram armazenadas ali. Levantou, pegou uma delas e a abriu começando a beber pelo gargalho. Só conseguiu dormir quando o dia raiava e por estar totalmente embriagado.
Os integrantes daquela tragédia ainda não sabiam que ali estava começando a queda de cada um deles e logo estariam no fundo do poço. Dias difíceis se seguiram. Nenhum dos quatro soube como lidar com as consequências de seus atos até aquele momento. O medo e a desorientação preenchiam sua mente e seus corpos.
Cecília foi a primeira a sucumbir. Desesperada com a reação do filho se afastou de Erick e rechaçava todas as tentativas que ele fazia em se aproximar. Além disso, parou de cuidar de sua aparência, tornou-se relapsa com relação aos cuidados com a casa e também com o serviço, deixando de comparecer às visitas marcadas com os clientes. Depois de algumas reprimendas do chefe, simplesmente deixou de comparecer no serviço e permaneceu em casa onde circulava perdida sem nunca focar em um objetivo. Então vieram as noites de insônia e ela recorreu às caixas de benzodiazepínicos prescritas por sua médica após o divórcio, mas para uso ocasional.
Já Erick, cansando de ser rejeitado pela mulher que tanto desejava não conseguia controlar a sua ansiedade. Em sua jovem cabeça, não havia espaço para entender como Cecília podia agir daquela forma depois da noite de sexo maravilhoso que tiveram. Passou então a evitá-la, assim como à sua mãe e era comum encontrá-lo na praia. Mas não praticando o esporte que tanto gostava. O jovem rapaz se limitava a ficar sentado na areia com o olhar perdido no horizonte.
Com Cristina aconteceu algo inesperado. Ela que não tinha nenhuma culpa pelo ato de seu filho e sua amiga. Entretanto, sentia a falta de Michael e, nas poucas vezes que o via, sentia seu coração doer ao ver aquele rapaz bonito e carinhoso ir se transformando em um trapo humano. Sempre que isso acontecia ele estava bêbado. Seu desespero ficou ainda maior quando, em suas seções de sexo solitário com os seus brinquedos, quando sempre gozava com a imagem dele lhe fazendo carinhos, não conseguia mais sentir prazer, pois quando a imagem dele se formava em seu cérebro, era sempre a imagem de um jovem arrasado que prevalecia.
A tragédia que atingiu as vidas de Cecília, Erick, Cristina e Michael era apenas uma pequena amostra do que estava por vir. Logo se intensificaria e o fato de eles poderem entender como lidar com o que viram e sentiram, serviria para intensificar seu sofrimento.