O dia nem tinha amanhecido direito quando uma tampa de garrafa caiu e saiu rolando pelo chão.Uma mulher tropeçou no meio fio enquanto carregava um saco de lixo pesado.
Ao cair, ela gritou de dor. Era dona Giomara, 61 anos, vizinha e amiga de Rita, que trabalhava em uma empresa terceirizada de limpeza e, como todos os dias, tinha saído às 5h da manhã para o turno no hospital.
O tombo de Giomara atrasou Rita. Ela precisou socorrê-la e levá-la ao posto de saúde. Chegou atrasada no trabalho e levou uma advertência da supervisora. Foi o terceiro atraso em dois meses. Uma semana depois, foi demitida.
Erik, então com 22 anos, 1,80 de altura, cabelos pretos bagunçados, magro, com uma aparência meio desleixada, tentava equilibrar o estágio na academia e o curso de educação física. O problema é que, com a demissão de Rita, as contas começaram a atrasar. Erik tentava ajudar, mas ganhava pouco. Uma dívida com o aluguel se acumulou.
Rita teve que aceitar um trabalho esporádico como faxineira noturna num motel. Chegava em casa cansada, de olhos vermelhos, cheirando a desinfetante e perfume barato.
Um dos clientes fixos daquele motel era o dono de uma pequena academia da zona oeste. Um sujeito fanfarrão, chamado Giovanni, que vivia tentando dar cantadas grosseiras nas funcionárias.
Certa vez, seu alvo foi Rita, ela tinha 46 anos, pele morena reluzente, quadris largos e olhos fundos de cansaço. Era baixinha, 1,65 de altura. Cabelos pretos com luzes, lisos altura do ombro.Seios médios para grandes, bumbum largo na parte inferior, e leve gordura abdominal.
Aproveitando-se da simpatia de Rita, Giovanni deu encima dela, porém sem sucesso.Um dia, Rita derrubou por acidente uma garrafa de vinho tinto dele. Giovanni entendeu aquilo como algum tipo de revide.
Na semana seguinte, ele apareceu na academia onde Erik trabalhava e, numa conversa despretensiosa com o dono, descobriu a ligação de Erik com Rita.No dia seguinte, Erik foi dispensado da recepção sem explicação. Alguém sussurrou que “teve dedo de um tal Giovanni”.
Erik ficou dias sem contar para Rita. Tinha vergonha, medo de preocupar. Voltava para casa como se ainda estivesse trabalhando, só que vagava pelas ruas, sentado em praças, olhando os prédios e tentando entender quando a vida começou a desandar.
Mas teve um dia, que Erik resolveu beber, queria esquecer um pouco os problemas da vida.Chegou bêbado em casa. Primeiro e único porre da vida. Jogou na cara de Rita que ela não tinha feito o suficiente por ele, que a vida deles era um fracasso, que talvez fosse melhor se ele tivesse morrido com os pais.
Rita chorou.Ela lembrou que fez muitos esforços para dar uma vida digna a ele. No meio da discussão Erik também mencionou o nome de Giovanni. Rita negava-se a acreditar que se tratava do mesmo homem que ela rejeitou.
Porém não era isso que mais a preocupava. Antes de Erik chegar bebado em casa, ela descobriu um nódulo no seio. Foi ao SUS, fez exame, esperou semanas pelo resultado. Negava para si mesma o medo. Achava que era bobagem, coisa da idade, estresse. O diagnóstico chegou num envelope com cheiro de poeira. Era câncer
Quando contou para Erik, ele chorou. E ela, pela primeira vez, deixou-se acolher por ele como nunca antes. Até ali, tinha sido a figura forte, a mulher que suportava tudo.
Nos meses seguintes, ela ficou um pouco debilitada. Erik largou o curso e arrumou um bico entregando comida em bicicleta. Nos dias de muita dor, ele cozinhava para ela. Nos de pouca dor, assistiam juntos TV velha e novela no sofá rasgado.
Certa noite, Erik foi assaltado enquanto fazia entregas. Levaram a bicicleta da firma, o celular e os cinquenta reais do dia. Apanhou. Voltou para casa ensanguentado. Rita gritou, chorou, sentiu uma dor no peito que não era da doença.
— Por minha causa você tá vivendo assim, Erik.
— O que você ta dizendo? Você me salvou. O que seria de mim sem você?
— Não sei, as vezes penso que se tivesse deixando outra pessoa cuidar de você,sua vida seria melhor
— Não diga isso, ouvir isso me deixa mal.
— PQ!!?
— Pq eu penso que posso ser um peso na sua vida.
— Me desculpe
— Me desculpe também. Nada que eu falei no outro dia é verdade.Você fez muito por mim.
Eram raros os momento que Erik contava o que sentia, Rita chorou de emoção com aquelas palavras de reconhecimento pelo que fez a Erik, alguém que ela cuidou, protegeu, educou, deu tudo que podia dar, tudo que estava ao seu alcance.
Naquela noite, ela dormiu com a cabeça dele em seu colo. E sentiu algo estranho. Um afeto que já não cabia apenas na caixa da maternidade improvisada. Um calor na barriga, uma inquietação.
Erik também sentiu algo diferente. Ao mesmo tempo que a dor e o cuidado os aproximavam, o silêncio entre eles se tornava espesso. A maneira como ele olhava o corpo dela quando ela trocava de blusa achando que ele dormia. O jeito como ela demorava passando a mão em seus cabelos. Nada era intencional. Mas tudo era real.
Os olhares desencontrados, falas incompletas, não iam ficar para sempre ignoradas. Certa vez, Rita perambulava pela casa vestindo um conjunto de baby-doll roxo.
Ela estava varrendo a sala enquanto Erik arrumava a estante. Certo momento, o olhar de Erik se fixou no corpo de Rita. Porém o que ele não imaginava é que Rita notava tudo através do espelho.
Rita constata pela primeira vez aquele tipo de olhar,era um olhar de um homem que lhe desejava. Ela então sem pensar se retirou para cozinha, respirava forte, sentia falta de ar, estava ofegante.
— O que tá acontecendo comigo? porque estou com o coração para sair da boca?
Mais tarde, naquele mesmo dia, Erik continuava com olhares atravessados, Rita percebendo dessa vez questionou:
— Que foi Erik? você quer me dizer algo?
— Eu!? não, não
— Tem certeza? Pode falar
Em meio ao seu nervosismo Erik disse que tinha medo de perde-la. Rita mais uma vez ficava surpresa, pois estava vendo uma pessoa muito retraída, que guardava para si o que sentia, externando seus sentimentos mais uma vez.
Meio que sem pensar Rita encostou a testa na dele.A respiração era quente, trêmula. Os dedos dela tocaram o rosto dele.
— Vai ficar tudo bem, ta!? você não vai me perder
— Ta
— Você nunca vai me perder, entendeu!?
— Sim
De repente, lágrimas caem do rosto dos dois.Ambos enxugam o rosto um do outro então o polegar de Erik encosta sem querer de leve na boca carnuda de Rita.
Ele fixa o olhar na direção da boca dela que vendo a aproximação do rosto dele nada faz, apenas entrega-se ao desejo que sentia.Então houve um beijo.Sem trilha sonora. Só dois corpos atravessados por uma vida cheia de perdas e acidentes.
Depois do beijo, ficaram em silêncio. Como se tivessem invadido um território proibido e não soubessem como sair dali.Ficaram dias fingindo que aquilo não tinha acontecido,fingindo para si mesmos que tinha sido um sonho.
Periodicamente Rita volta ao medico. Meses depois foi constatado que o tumor regrediu. O tratamento funcionava. O médico disse que o tumor benigno estava indo embora. Voltaram do hospital com uma alegria que não cabia no peito.
Rita recuperou sua vitalidade por completo, estava pronta para voltar a trabalhar. Naquela mesma semana ela recebeu uma proposta para trabalhar como cozinheira numa pousada no interior. Era longe, mas o salário era bom.
Mas tinha uma questão que fazia ela não dizer sim. E quanto a Erik? Se ela for, como fica os estudos dele? A vida dele é toda na capital, mudança iria afeta-lo e ela não queria ser um empecilho na vida dele.
Eles conversaram, Erik decidiu ir morar num apartamento menor e consequentemente mais barato, então Rita se foi. Na despedida, o abraço forte,Erik via partir a mulher que admirava e mais recentemente desejava.
Na varanda da nova casa, meses depois, Rita regava as plantas. Uma densa nevoa encobria a paisagem. No horizonte alguém se aproximava, cada vez que ficava mais perto, mais familiar a pessoa parecia, então um grito:
— EU NÃO ACREDITO!!!
— OI!!!
— Seu safado, você não disse que só vinha semana que vem!?
— Sim, eu menti. Queria fazer uma surpresa
— E conseguiu. Como você ta meu amor!?
— Tou bem!
Então o abraço se refez. Tão forte como o abraço da despedida foi o do reencontro.Erik veio para passar o fim de semana.
Sem a barreira da distancia, a conversa fluía com naturalidade, porém tinha outra coisa que não tinha se perdido. Uma coisa que eles fingiram não sentir.
Essa coisa, reapareceu na noite de sabado quando Erik viu surgir na sua frente Rita, com cabelo amarrado, vestida em um babydoll azul escuro tão curto que a polpa da bunda aparecia.
Ela tinha acabado de sair do banho, era possivel sentir o cheiro agradável do seu corpo. Ela rapidamente notou o mesmo olhar de antes e abriu um breve sorriso.
Na sala, a tv era a unica fonte de luz. Rita senta-se ao lado de Erick no sofá e passa assisti tv com ele. Erik muitas vezes desvia seu olhar da tv para as pernas de Rita, que percebendo, sorri.
Então ela vira-se na direção de Erik, e faz o mesmo questionamento que fez na outra vez
— Você quer me falar algo!?
Erik olha nos olhos de Rita, parece que ela esta lendo os pensamentos dele
— Sim
— Então diz!
— Eu..eu..
— Diz de uma vez que você me quer.
— Sim, eu te quero. Quero muito, não sei explicar como isso apareceu, mas não vou negar mais o que sinto
Rita não se conteve. Talvez por não aguentar mais esconder o que queria.Erik continuava a lamentar:
— Eu não devia, me desculpe
— Xiuu..não fala mais nada
— Eu…
— Erik, cala a boca.
Rita se aproxima violentamente do corpo de Erik ficando por cima dele. Eles voltam a se beijar, de forma mais intensa do que na primeira vez. Erik abraça o corpo de Rita e desce sua boca pelo pescoço dela.
O cheiro dela finca-se no seu nariz, Rita devolve o carinho numa mordidinha na orelha de Erik. Em seguida, Rita tira sua peça de cima deixando seus seios livres para Erik chupa-los.
Ele agarra de mão cheia ambos os seis e continua a chupa-los. Rita aperta a nuca de Erik ao sentir a língua dele sobre seu mamilo. Ao mesmo tempo começa a gemer mansamente.
Ela rebola sobre o colo de Erik sentindo o pau dele endurecer cada vez mais. Ele tira o short e a cueca, ao mesmo tempo que vê Rita encaixar sua buceta ardente em seu pau.
Quente..muito quente,essa era a sensação que Erik sentia.
— caralho eu nem acredito que estou sentindo sua buceta
— Xiuu, já falei, não vamos atrapalhar esse momento com palavras.
— CERTO!!
— Agora se concentra só em me comer
Rita rebolava cada vez mais rapido, mais forte, ela estava a ponto de enlouquecer de tanto tesão.
— aaaain eu vou gozar no seu pau
—Então continua fodendo…continua sua gostosa
—Aaaaain Erick..Erik!!
— Porra que mulher gotosa que vocÊ é
— aaain tesão aaaaaaaaaah
O quadril de Rita se contrai, ela se move para frente, para tras e de repente escuta Erik dizer que esta prestes a gozar também. Ela vira-se, fica de costas para erik e começa a rebolar
Maravilhado com aquela linda bunda morena galopando em seu pau erick goza loucamente. Jatos de porra espalham-se, alguns Rita captura.
Um amor de uma vida, agora ganha o prazer como um dos alicerces. No dia seguinte,a tarde preguiçosa do domingo ia dando lugar à dolorosa dor da despedida.
— Ta dando a minha hora
— Ô meu bem, queria você mais um pouco comigo
— Eu também, mas eu tenho que ir
— Eu sei disso.
Ele levanta-se da cama, toma um banho, arrumar-se e vai embora.Rita volta a rotina do trabalho, conversas com novas amigas, afazeres domésticos e ligações rotineiras feitas a Erik.
A vida parecia correr bem, até que tarde da noite ela é surpreendida por uma ligação. O ônibus que Erik pegou de volta para a cidade tinha se acidentado.
Ela mal podia acreditar, horas atrás ela encontrava-se nua nos braços de Erik, ele a penetrava de quatro, de lado, fodiam como dois jovens adolescentes apaixonados e e agora isso?
Não, não podia ser verdade. Com ajuda de uma amiga do trabalho, ela conseguiu carona até o hospital mais próximo que cuidava dos acidentados.
Desesperada por notícias, ela grita na recepção.Funcionários tentam acalmá-la, alias não só a ela, mas como a outros familiares.
Enquanto aguardava por noticia, ela sentia-se culpada, entendia que o acidente era algum tipo de sinal contra a aproximação carnal deles.
Então após algumas horas, ela é levada ao local onde Erik estava. Ela o viu desacordado, com tubos, aparelhos, monitores. Chorou como se o tempo tivesse sido apagado.
Erik acordou dois dias depois. Com a cabeça pesada e os olhos inchados, viu Rita sentada ao lado, segurando sua mão com força.
“Você veio?”, ele murmurou.
“Claro que sim meu amor. Eu sempre vou ta aqui por você”
“Obrigado por cuidar de mim, como você sempre fez!”
Ela chorou, naquele momento ela tinha certeza que ele havia esquecido os momentos recentes que eles tinham passado juntos. Os beijos, as caricias,as noites de sexo, então a mulher que lhe dava prazer aos poucos voltava a ser a mulher de figura materna.
O médico disse que não era permanente, que era bem possível que as memorias recentes voltassem com o tempo.
A recuperação foi lenta. A fisioterapia aos poucos fez ele voltar a andar com firmeza. Rita se mudou para o pequeno apartamento dele para ajudar nos cuidados, abdicando do seu emprego no interior.
A convivência, no início,não foi facil. Rita teve dificuldades em arrumar emprego, além disso não encontrava no olhar de Erik o mesmo olhar de antes.
Rita por vezes assombrada pelo passado, olhava para Erik como antes, as vezes lhe tocava de um jeito diferente, quase que numa tentativa desesperada de faze-lo relembrar. Mas ela não era correspondida, Erik não entedia o que significava e ela sentia-se uma idiota por tentar reviver algo que ficou no passado.
"Como pode? como é possivel esquecer o que vivemos? como esquecer o que sentiamos?"
"isso só pode ser um pesadelo" dizia Rita inconformada com a realdiade.
Na virada de um ano novo, num churrasco improvisado na laje de um amigo de infância de Erik, a pergunta nasceu.
“Se você tivesse só mais um mês de vida, o que faria?”
Todos riram, se esquivaram. Menos Erik. Ele pensou. Disse:
“Eu viajaria com alguém que significasse tudo pra mim.”
Silêncio.
Rita desviou o olhar.
“muito bom Erik” disse um dos amigos.
“acho que a minha experiência de quase morte me deu inspiração” disse erik em meio a gargalhadas de amigos
Rita olhando o sorriso e a felicidade de alguém que tanto quis bem, se questionava se aquela fala era algo para lhe dar esperanças ou uma ilusão provocada pelo seu desejo. Ela ainda se agarrava ao que o medico disse.
A única certeza que ela tinha, era que ela estava mais uma vez numa situação onde iria ter que abdicar de algo. O seu desejo por Erik.
Rita só lamentava, agora o unico desejo que tinha, era de poder controlar variaves que lhe escapavam. A vida ia seguir, às vezes por acaso ou por milagre ela decide trazer de volta o que se perdeu.
Quem sabe....