Eram 10hs da manhã e Ana estava em sua sala, no maior e mais conceituado escritório de advocacia da cidade. O ar condicionado estava configurado para 25°C e o clima na sala era bem fresco, principalmente para Ana, que era particularmente “friorenta” como ela mesma gostava de dizer.
Em uma bela e sofisticada mesa de vidro em “L”, repousavam pastas com processos, petições entre porta-retratos com fotos dela e da família em momentos especiais. Nesse dia, Ana participou de uma reunião com clientes logo no primeiro horário e por isso ela estava elegantemente vestida com uma saia social grafite até o joelho, saia essa que delineava suas curvas. Uma blusa social branca com botões baixos que propiciavam um belo decote e um terninho igualmente grafite que fazia conjunto com sua saia. Um sapato de saltos longos, davam imponentes as suas avantajadas panturrilhas.
Ana era uma mulher atraente que chamava a atenção por onde passava. Em seu trabalho, Ana era mais cobiçada que qualquer outra colaboradora, inclusive as mais novas.
Ninguém em sã consciência se aventurou em cantá-la, pois, mesmo sendo muito simpática e educada, todos ali tinham a impressão de que Ana era uma mulher fiel e apaixonada por sua família.
Enquanto trabalhava concentrada com o olhar fixo à tela do computador, seu raciocínio foi interrompido por batidas na porta de sua sala.
Toc, toc, toc
Pode entrar! - Respondeu Ana jogando suas costas para o apoi da cadeira e se posicionando de frente para a porta.
Bom dia Dra! A senhora mandou me chamar? - Perguntou Henrique, um jovem e promissor técnico do setor de TI do escritório.
Chamei sim Henrique! Como você está? Perguntou Ana se levantando e estendendo a mão para cumprimentá-lo.
Eu estou bem Dra! Obrigado por perguntar! E a senhora? - Respondeu Henrique retribuindo o aperto de mãos!
Eu estou bem também, Henrique! Obrigada!
Eu te chamei aqui pois gostaria de te pedir um favor pessoal, pois sei perfeitamente que não é sua obrigação. Argumentou Ana retirando o Notebook de Manú de cima do gaveteiro e colocando-o sobre a mesa entre ela e Henrique.
Esse computador é da minha Filha a Manú. Ela disse que o computador não liga mais e eu gostaria de saber se você consegue me ajudar?
Henrique olhou para o computador ajustando o óculos no rosto com a ponta de seu dedo indicador.
Dra, eu preciso dar uma olhada com calma. Problemas físicos em notebook são complicados. Se a senhora me permitir, eu levo para a sala do TI e te digo se algo pode ser feito. Respondeu Henrique com os braços cruzados enquanto falava olhando diretamente nos olhos de Ana.
Está permitido! Fique à vontade Henrique. Inclusive, quero que me diga o custo de sua mão de obra, pois sei que você não é pago para isso!
Que isso Dra, não precisa se incomodar. A senhora nunca abre chamados para o TI e tampouco nos pede para cuidar de seus equipamentos pessoais. Terei maior prazer em ajudá-la no que eu puder.
Obrigada, mas eu faço questão! Respondeu Ana com um sorriso no rosto e um olhar firme para Henrique.
Deixa primeiro eu ver e depois falamos sobre, isso, ok? - Disse Henrique pegando o computador e segurando com uma mão e na outra, segurando a fonte.
Obrigada Henrique! - Agradeceu Ana.
Ao sair, Henrique suspirou impressionado como o cheiro do perfume de Ana ocupava a sala!
Meu Deus! Que sonho de mulher! Ela é perfeita em tudo! - Henrique se referia ao comportamento e a postura de Ana, somada a sua beleza física.
Cerca de 30 minutos depois, Ana é novamente interrompida, agora em um telefonema, onde ela tampa o fone do aparelho com a mão e grita:
Pode entrar!
Mais uma vez era Henrique com o notebook e a fonte, cada um em uma mão. Ana se despedia do cliente olhando para o Técnico imaginando se ele tinha resolvido seu problema e quão rápido o tinha feito.
Então Henrique! Conseguiu resolver? - Pergunta Ana com colocando o telefone no gancho.
Bem,,, ao avaliar o equipamento em nossa bancada, constatei que o problema é na fonte e basta comprar uma fonte nova. Disse Henrique olhando para mesa onde ao lado do monitor, estava o Notebook pessoal de Ana aberto.
Olha, o seu note é igual a esse. A senhora pode até mesmo usar a sua fonte nesse para conferir.
Sério, então é mais simples do que eu imaginava. - Respondeu Ana, pegando o notebook de Manú e conectando ele na fonte de seu computador.
Ana pressionou o botão on/off do computador da Manú e na mesma hora, apareceu a imagem de uma bateria carregando.
Tá vendo Dra? Foi exatamente o que eu imaginei. A fonte já estava queimada e o computador estava na bateria que descarregou por completo sem que sua filha percebesse. - Disse Henrique entusiasmado por ver as evidências de sua teoria.
Ana se levantou e foi em direção a Henrique estendendo a mão para ele num gesto de agradecimento.
Obrigada Henrique! Quanto custou esse serviço?
Nada! Não houve serviço algum Dra! Eu não fiz nada, pra falar a verdade! - Disse Henrique com uma postura séria e firme, estendendo as mão para Ana!
Obrigada! - Agradeceu Ana com um sorriso brilhante entre os lábios!
Foi um prazer Dra! - Respondeu Henrique se retirando da sala, em sua mente ele dizia que só aquele sorriso de Ana já pagava por qualquer serviço.
Ana voltou para a mesa, onde viu que o computador da filha tinha iniciado e ao olhar para a tela, ela teve um choque! A tela estava aberta no navegador de internet (provavelmente da forma que a filha deixou quando o equipamento apagou) em uma página de um site pornô de contos eróticos. E o pior foi ao olhar com calma, ela constatar que se tratava de um conto de sexo explicito entre pai e filha!
Ana estava de boca aberta com as mãos na boca. Suas pernas estavam bambas e suas mãos geladas. Em sua cabeça vinha um turbilhão de perguntas, ideias, impressões.
Ela fechou o computador da Manú e o seu Notebook pessoal. Colocando em sua bolsa, ela se levantou, apagou as luzes e saiu da sala, informando à secretária que não estava se sentindo bem e que precisava ir para casa.
Ao entrar no carro, Ana colocou seus óculos escuros e repousou as mão e a cabeça sobre o volante!
Minha doce Manú… O que eu devo fazer agora? Onde eu errei? - Mais uma vez sua cabeça era inundada por um monte de perguntas enquanto seu coração acelerado parecia que sairia pela boca.
Ana decidiu ir em uma cafeteria que ela gosta de ir às vezes para ler enquanto saboreia um capuccino. Essa cafeteria fica na orla de frente para a praia e a brisa do mar sempre ajuda a acalmá-la e colocar suas ideias em ordem.
Ali sentada olhando o vai e vem das ondas, as pipas de kitesurf cortando o céu, Ana tentava digerir o que descobrirá à alguns minutos atrás, ela queria saber melhor o que estava acontecendo, mas em um local público não seria adequado para que ela investigasse o computador de Manú.
Terminando o seu café, Ana resolveu ir para casa, onde tentaria olhar mais profundamente o que tinha naquele computador e tentar entender o que se passava pela cabeça de Manú.
No caminho para casa, Ana recebe uma ligação de Manú, que ela imediatamente atende pelo Bluetooth da estação de mídia do carro.
Alô? - Atende Ana com a voz um pouco trêmula.
Oi Mãezinha, tudo bem? - Do outro lado, Manú como sempre está muito animada. Manú não fazia ideia do que estava acontecendo.
Tudo sim filha!
Mãe. a Elisa me chamou para ir ao Shopping, você deixa? Nós vamos sair da escola, vamos ao Shopping para ver um tênis que ela está interessada e devemos almoçar lá. De lá eu vou direto para casa. Pode ser?
Pode sim minha filha! - Aquela notícia era o que Ana precisava, pois o passeio de Manú daria à Ana o tempo que ela precisava para fazer uma varredura no computador da filha.
Obrigada mãe! Quando chegar em casa eu te aviso! Te amo!
Eu também te amo minha filha! - Respondeu Ana, uma resposta meio seca se tratando dela.
Ao chegar em casa, Ana foi para o seu quarto, ela já entra no quarto tirando o sapato, depois a blusa e pega seu roupão branco indo direto para o banheiro. Onde termina de tirar a roupa. Um bom banho é o que ela precisa agora para que sua cabeça esteja fria quando for checar o que sua filha apronta na internet quando está trancada no quarto.