🄲🄰🄿🄸́🅃🅄🄻🄾 3 - 🄴🄽🅀🅄🄰🄽🅃🄾 🄴🅂🄿🄴🅁🄾...
Já faz uma semana que papai está na clínica. Vim morar com tia Lourdes. A casa dela é grande; eu vinha muito aqui quando mamãe estava viva. Mas, depois da morte dela, nunca mais. Tenho um quarto só meu. Mariana tem o dela. Desde que cheguei, nos aproximamos bastante. Ela é gentil, atenciosa, me trata como uma pessoa, não como uma aberração com um pai em reabilitação, como a maioria pensa — inclusive tia Lourdes, que há três dias insiste para irmos ao culto.
Mariana está na sala, fazendo as malas. Hoje ela viaja de volta à cidade grande, suas férias acabaram.
Eu dobro suas camisas e calças para ajudar. Tia arruma os tênis enquanto Mariana encaixa tudo nas malas.
— O papai vai vir? — pergunta Mariana.
— Ele já está a caminho, meu amor. O patrão liberou ele mais cedo pra se despedir. — responde tia.
Tio Henrique trabalha na cidade vizinha. Sai de casa segunda de manhã e volta sexta à noite. Mas hoje ele chega mais cedo para ver Mariana antes da viagem. Um barulho de carro chama nossa atenção.
— Falando nele… — comenta a tia, indo abrir a porta.
Logo o tio entra, mochila nas costas e mala na mão. Ele trabalha como carreirista.
— Oi, minha filha. — diz ele, abraçando Mariana.
Dá pra ver o quanto os dois se amam e se respeitam. Depois do abraço, o tio se aproxima de mim.
— E você, meu amigo, como tá? — pergunta, indo direto para o abraço.
— Estou bem. Melhor. — respondo, sincero. Essa semana foi realmente melhor.
— Que ótimo. Se sinta em casa, viu?
Depois de algum tempo, terminamos de arrumar as malas. O voo dela é em duas horas. Coisa de brasileiro, deixar tudo pra última hora. Mariana se arruma, carrega as malas pro carro. Tia e tio vão levá-la ao aeroporto. Ela me dá um abraço apertado, diz que foi bom nos reaproximarmos, e que quando papai sair da clínica, poderíamos visitá-la. Agradeço. Assim, ela parte.
Fico sozinho por algumas horas. Durmo um pouco, arrumo meu quarto, lavo o banheiro, faço comida, tento ser útil. Me sento no sofá para assistir algo. Logo meus tios voltam. Jantamos juntos. Já são quase sete da noite. A tia está apressada — provavelmente por causa da igreja.
— Tenho a pregação do sábado na casa da irmã Dulce. Vocês querem ir? — pergunta ela.
Tio e eu trocamos olhares. Ele não é tão religioso quanto ela. Vai aos cultos mais por conveniência do que fé, acredito.
— Tô cansado, vida. Saí correndo do trabalho, estou exausto.
— Eu vou ficar em casa também. Não sei se me sentiria à vontade. E a irmã Dulce é meio…
— Pouco? Ela é insuportável! — completa o tio.
— Não falem assim. Ela é apenas… rígida. Mas tudo bem, fiquem. Amanhã, no culto, vamos todos. — diz tia, recolhendo os pratos.
— Pode deixar que eu lavo tudo. — digo, pegando os pratos.
— Obrigada, meu querido. Vou tomar banho. — comenta, saindo, mas antes se vira:
— Falei com o pastor Artur. Ele disse que vocês conversaram aquele dia. Dá pra ver o quanto você está melhor. Você está curado, meu amor. Vai ficar ainda melhor quando se batizar. Mas falamos disso depois. — finaliza, beijando minha bochecha e dando um selinho no Henrique.
Curado? Ainda não entendo essa lógica. Será que, para ela, sou a ovelha desgarrada que agora retorna ao aprisco? Ou será que, talvez, eu seja só um cordeiro que nunca nasceu pra pasto? Que nasceu pra ser livre, sem cercas, dogmas ou pessoas dizendo o que devo ser?
Deus vai me amar menos por ser exatamente quem Ele me criou para ser?
— Você estava doente? — pergunta tio Henrique, ainda na mesa, me tirando dos meus pensamentos.
— Não. É até engraçado… Mas ela começou a falar isso depois que eu beijei um menino na festa. — respondo.
— É, eu soube. Isso não te faz doente. Não é como se você tivesse uma doença contagiosa, tipo uma nova variante do corona.
— Queria que a tia pensasse assim. Mas obrigado. — digo sorrindo. Ele retribui. A tia sai, se despedindo às pressas.
Termino a louça, limpo o fogão. Quando acabo, percebo que o tio não está mais ali. Está prestes a chover. Será que a tia levou guarda-chuva? Subo as escadas, mas antes de entrar no meu quarto, paro. A porta do quarto dos meus tios está entreaberta. Escuto a TV ligada. Me aproximo. Vejo o tio escolhendo um jogo.
— Overcooked 2 é muito divertido. — comento, fazendo ele se virar.
— Já jogou? — pergunta.
— Não, só vi lives. É engraçado.
— Quer jogar comigo?
— Vou só tomar um banho. — digo.
— Vai lá. Vou instalar o videogame na sala.
— Tá bom. — digo, correndo pro banho, animado.
Tomo banho rápido, visto uma regata rosa e um short leve, sem cueca. Quero conforto. Desço apressado.
— Calma, garoto. O videogame não vai fugir. — brinca o tio.
Sentamos no sofá de costas altas, muito confortável. Começamos a jogar. No início, eu me atrapalho, mas o tio me ensina. Logo pego o jeito. É adrenalina pura.
O celular dele toca. Atende. É tia Lourdes avisando que, por causa da chuva, vai demorar. Olho o horário: quase 22h. O tempo voou. Tio pergunta se ela quer que ele vá buscá-la, mas ela recusa — está com o pessoal da igreja, esperando a chuva passar.
— Ela vai demorar. Que chuva doida, né? — diz ele.
— É. Pensei até se ela tinha levado guarda-chuva. Pelo visto, não. — respondo.
Ficamos em silêncio. O jogo está parado no menu de seleção.
— Posso perguntar uma coisa? — diz ele.
— Claro.
— Sobre aquilo… Você e o menino, foi só beijo mesmo?
— Só. Se com um beijo já foi aquele escândalo, imagina se eu tivesse mamado ou dado pra ele. Seria o fim do mundo. — falo, rindo.
Ele me olha sério. Somos próximos, mas talvez eu tenha passado do ponto.
— Desculpa as palavras…
— Tudo bem… Mas você já fez isso com alguém? Tipo mamar ou dar?
— Mamar sim. Dar ainda não. Mas quero, um dia. — respondo, sentindo uma adrenalina familiar… como com o pastor Artur.
— Entendi. — ele diz, encerrando o assunto.
Me levanto, vou até a cozinha. Pego água. Quando estou prestes a voltar:
— E um pau assim… você já mamou? — pergunta ele, parado na porta.
Olho e vejo sua mão sobre o pau duro, marcando no short. Meu corpo arrepia.
— Ainda não… quer ser o primeiro? — digo, me aproximando e pegando seu pau.
— Depende… vai me deixar arrombar seu cuzinho?
— Quero… e vou. — sussurro.
Ele me beija de surpresa. Nossas línguas se entrelaçam. Suas mãos agarram minha bunda. Eu seguro seu pau, que cresce mais a cada toque.
— Ninguém pode saber disso, bebê. — ele sussurra.
— Sou bom em guardar segredos, titio. Agora me dá de mamar.
Ele me beija com desejo. Me levanta pelas costas. Enrolo minhas pernas em sua cintura. Ele me leva até a sala me beijando e me joga no sofá.
— Sabia que você tava doido por uma pica. — diz, tirando meu short.
— Estava não… tô. Me dá pica, titio. — digo, empurrando-o no sofá.
Tiro sua cueca. Lá está ele, o presente magnânimo, seu pau, abocanho com vontade, me engasgo. Ele segura minha cabeça, me faz engolir tudo. Choro, mas não paro.
Enquanto chupo, lembro do pau do pastor Artur. Daquela sensação estranha, elétrica. Do volume na calça do papai. O que vamos fazer quando ele voltar? Mas enquanto espero, eu mamo e dou pro meu titio. Na casa da mulher que queria me curar, descubro quem sou: um puto, doido por piroca.
Chupo com mais fome. Meu tio geme enloquecido diz que vai gozar. Ele tenta tirar, mas agora é regra:
"Não desperdiçar nenhuma gota do que é bom."
Ele geme alto. Goza na minha garganta eu sinto jorrar fundo seu gozo grosso e saboroso. Eu tiro seu pau da boca mostrando que estou engolindo sua porra com gosto.
— Seu safado. - diz ele ofegante.
Escutamos um carro parando em frente de casa na chuva, e logo após a voz da tia. Nos vestimos rapidamente e antes de ir até a porta tio Henrique me beija.
— Na próxima, você não me escapa! Vou te comer gostoso meu virgem amado. - diz ele com um sorriso sacana indo até a porta abrir para tia.
Eu dou um sorriso sozinho na sala, agora eu sei quem realmente eu sou.
CONTINUA...