Doce Lucas - Capítulo 2 - PASSO

Da série DOCE LUCAS
Um conto erótico de Rnldszzkk
Categoria: Gay
Contém 1088 palavras
Data: 06/07/2025 09:38:22

Olá, bom dia. Vi o feedback de vocês e agradeço por lerem meu conto, estou escrevendo pensando no que cada um falou, sempre a mercê de melhorias. Troquei o nome de nossa história, agora se chama DOCE LUCAS, contando a história desse personagem que já sou apaixonado, e acredito que vocês tambem ficarão. Eu sou meio louco, então muito provavelmente será meio óbvio que irei para um lado mas, na realidade, irei para o outro. Kkkkkkkk fique com o capítulo 2, obrigado!

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Sentado na cadeira do corredor de espera, eu estou morrendo de medo do meu pai morrer. Parando para pensar, tudo aconteceu tão rápido e do nada: meu nome virou assunto na boca do povo, minha tia deu um tapa de realidade no meu pai, tentou me curar… e eu mamei deliciosamente o pastor da igreja — e fui flagrado pelo meu pai.

Por um segundo, pensei que ele fosse participar. Seu pau gritava dentro da calça. Mas não. Ele entrou no quarto do pastor e logo fechou a porta. Artur estava colorido de nervoso enquanto vestia a calça. Eu me levantei do chão, procurando um papel, pano, qualquer coisa que limpasse a porra que estava no meu rosto. Meu pai veio até mim… e me limpou.

— O que você pensa… pensa que está fazendo, Lucas? — perguntou ele.

— Irmão, me desculpe. Eu falhei com você, com Deus, com o menino Lucas. Prometo que não irá se repetir… — disse Artur, claramente nervoso.

Meu pai estava aéreo. Suas mãos tremiam, seus olhos quase se fechando — e dava pra ver no fundo deles: estavam dilatados. Geralmente só a bebida era sua companhia indispensável, mas dessa vez as drogas vieram junto. Ele tentou dizer algo, mas seus olhos viraram para cima, a tremedeira ficou mais forte, e então ele caiu no chão… teve uma convulsão.

Segundo os médicos, ele teve uma overdose pela quantidade excessiva de droga que injetou. Ainda bem que tanto eu quanto o pastor o trouxemos a tempo. Ligamos para a tia Lourdes, e ela já está chegando.

— Lucas, eu sinto muito pelo seu pai. Irei orar para que ele fique bem. Porém… por favor, sobre o que aconteceu no quarto…

— Não direi nada. Para ninguém. Não se preocupe, pastor. As pessoas ainda olharão para o senhor e verão santidade, bondade, pureza. Não se lastime. O senhor não foi contaminado — finalizei.

— Lucas, eu…

— Meu irmão! Como está meu irmão?! — interrompe tia Lourdes, ofegante.

— Ele entrou lá pra dentro. O médico só veio dizer que ele teve uma overdose e que depois voltaria para atualizar o quadro dele — informei, levantando da cadeira.

— Meu Deus do céu… abençoe meu irmão.

Tia Lourdes veio acompanhada de sua filha Mariana, com quem tive pouquíssimo contato por ela morar em outra cidade e estar aqui apenas de férias. O pastor se despediu de todos. Minha tia o abraçou, agradecendo por ter salvo a vida do meu pai. Enquanto ele ia embora, eu o observava. Havia remorso e culpa no olhar dele. O arrependimento pelo que aconteceu era nítido.

Já eu… não sei. O meu pai e seu bem-estar são meu foco agora. Mas algo despertou em mim depois de tudo… algo que ainda estou tentando entender. Minha única certeza agora é que jamais verei Artur novamente.

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— O senhor teve uma crise epiléptica tônica, causada pela imensa quantidade de cocaína que injetou — diz o médico ao meu pai, que está sentado na cama do hospital. Assim que entrei com a tia e Mariana, meu pai segurou minha mão e não soltou desde então.

— Não só isso… o senhor tem úlceras no organismo — acrescenta o médico.

— Ele bebia muito. Muito mesmo — comenta tia Lourdes.

— Isso explica as úlceras. Bem, senhor Benjamin, o senhor ficará aqui por mais 24 horas para observação. Irei prescrever remédios e uma dieta para tratar seu quadro. Outra coisa…

O doutor sai rapidamente e retorna com um panfleto na mão.

— Nosso hospital tem uma clínica de reabilitação. É uma extensão para pacientes com problemas com drogas, bebidas e outros vícios. O senhor deveria dar uma olhada — diz, entregando o panfleto ao meu pai.

Ele lê o que está escrito. Nossas mãos ainda entrelaçadas. Ele me olha com um olhar triste. Por alguns segundos, o silêncio domina o quarto. Eu me sento ao lado dele na cama. Acho que ele precisa de um empurrão. Uma ordem. Um comando. Um tapa melhor do que o que minha tia deu mais cedo.

— Vai, pai. Vai se cuidar. Eu quero meu pai de volta. Aquele que me amava. Que cuidava de mim. Que me abraçava. Que mostrava, nos pequenos gestos, o amor que sentia por mim. O que corria comigo. Meu amigo. Meu melhor e único amigo. Vai…

Eu estou chorando. Precisava falar isso. E acredito que ele precisava ouvir. Por mim. Pela mamãe. Pelo nosso recomeço. Juntos.

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Para que haja um recomeço, o antigo precisa ser deixado para trás. Esquecido. Precisa virar um ponto final. E era isso que papai estava fazendo. Encerrando um ciclo para recomeçar.

Estamos na porta da clínica. Mariana, tia Lourdes, tio Henrique (marido da tia) e eu. Esperamos a oração da tia Lourdes terminar sobre meu pai para que eu possa abraçá-lo. Ele vai se internar. Fará reabilitação por cinco meses ou mais, dependendo de como se desenvolver o tratamento.

Após os minutos de pregação, finalmente consigo me despedir dele. Tinha esquecido como era bom abraçá-lo. O quão seguro e amado me sinto por aquele simples gesto de conforto.

— Já chega. Não quero mais chorar — diz tia Lourdes, claramente emocionada. Assim como eu… orgulhosa pelo passo que meu pai está dando.

— Cuida do meu pequeno pra mim, mana. Henrique também. Cuida do meu bebezão aqui — comenta meu pai, deixando minha bochecha queimando de vergonha.

— Pode deixar comigo, Ben. Se cuida, meu irmão — finaliza Henrique.

— Ai… chegou a hora. Vamos. Tchau, meu irmão. Que Deus te abençoe. Até breve — despede-se tia Lourdes, puxando Henrique e Mariana.

Meu pai me olha. Os olhos cheios d’água. Assim como os meus. Ele me dá mais um abraço de despedida. As lágrimas escorrem. E é aí que percebo: sou um bebezão mesmo. Ele me abraça ainda mais forte. Eu escuto. Ele também está chorando. Ficamos ali, por alguns segundos. Depois, nos separamos.

Ele continua me olhando. E, antes que eu possa ir embora, se aproxima do meu ouvido e sussurra:

— Se cuida, meu garoto. E só pra constar… meu pau é maior que o dele. Me espera, meu filho.

Ele beija minha testa, nos afastamos… e ele entra na clínica.

CONTINUA...

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