A água estava fria mas suportável, senti quando molhei meus pés no rio escuro. Não hesitei em afundar o corpo todo na corrente hídrica, de forma a esconder o corpo dos olhares que, sabia, as garotas jogavam a Guilherme e a mim ao longe. Nós nadamos com a água batendo na altura do peito até que chegássemos na efêmera fonte de luz no meio das pedras. Ela emitia-se com raios flamejantes, tocha de madeira deixada no local por Carol e Andressa.
Finalmente um pouco de privacidade. Pensei aliviado ao encostar as costas na rocha onde ainda repousava o fogo. Eric tinha razão, aquela coisa queimava por bastante tempo, mais do que imaginei ser possível. Talvez, dizer que tivesse privacidade seria demais, reparei quando olhei para meu amigo Guilherme encostado nas pedras logo à minha frente. Ele se expreguiçou, corpo molhado submerso até a metade na água cristalina que, ainda assim, me permitia ver, por estar tão perto, a parte de baixo.
Era uma vista explicita fracamente borrada pela refração do líquido refletindo o reflexo das labaredas do fogo. Por perceber que ele provavelmente também conseguia conferir minhas partes daquele jeito, as cobri com uma das mãos, algo possível pois o frio já acalmava a reação que, com vergonha lembrava, Carol tinha acabado de ver enquanto corria para o rio.
— Cara, que maravilha! — Meu amigo disse enxaguando seu cabelo escuro e crespo, parecendo gostar bastante de finalmente tirar o sal do corpo com a água do pequeno lago natural.
— Sim, embora um pouco fria é bom tomar um banho finalmente. — Respondi enquanto esfregava meu corpo cansado. Cara, como eu queria um sabonete.
Prosseguimos com o refrescante encontro por mais um tempo. Submergi minha cabeça algumas vezes para tirar a areia do cabelo, algo que, embora difícil sem ter um shampoo, até que estava funcionando bem. Quando acabamos de nos limpar, sabia, aquele não seria o fim de nosso mergulho. Portanto, começamos a conversar, prosseguindo com o assunto ainda não finalizado e que se iniciou perto da fogueira.
— Cara, como a gente volta pra fogueira agora, hein? — Perguntei para Guilherme com insatisfação na voz, evitando contato visual por sua nudez. Ele tinha me arrastado tão rápido para aquele local que sequer me deu a oportunidade de trazer algumas folhas para cobrir o corpo na volta.
— Ué, a gente vai andando até lá. — Ele respondeu, totalmente alheio e desatento a minha preocupação. O fuzilei com os olhos por aquilo e por sua ja desconfortável desnibição. Como sempre, não se importava de ser visto pelado como no dia em que nasceu, nem por mim, por Eric ou sequer pelas meninas.
— As garotas vão nos ver, Guilherme. — O lembrei. Ele me olhou com indiferença.
— Ainda tá preocupado com isso? — Ele me perguntou com um sorriso debochado. — Cara, elas não vão ver nada que já não tenham visto. — Disse dando de ombros. Joguei água nele com as mãos por aquilo.
— Só por que elas já viram, não significa que a gente tem que ficar andando pelado por aí! — Briguei com ele indignado. Guilherme suspirou, parecendo impaciente.
— Ta bom, ta bom. É só a gente demorar aqui igual elas que, quando voltarmos, já estarão dormindo. — Ele falou mantendo a compostura e de forma a me tranquilizar. Como tínhamos mais intimidade, me sentia seguro para expor que, embora minha vida tenha virado de cabeça para baixo, ainda tinha vergonha desse tipo de coisa. Meu amigo era debochado, mas parecia entender minha inquietação.
— Espero que você esteja certo. — Falei sentindo suas palavras acalmarem minha ansiedade. Momentaneamente, me lembrei de uma coisa e senti a necessidade de confrontá-lo com isso. — A propósito, qual o seu problema, cara? — Disse com um olhar bravo.
— Nenhum. Por que? — Ele questionou confuso. Esse tipo de atitude era inédita e certamente me causava curiosidade. A forma como me respondeu me deixou ainda mais atônito.
— Você sequer se cobre perto das meninas! — Expliquei indignado com aquele comportamento que, a um bom tempo, esperava a oportunidade de poder conversar sozinho com Guilherme para repreendê-lo. — Digo, não é possível que você não sinta vergonha também. — Comentei com um pouco de desconforto, mas a dúvida era real. Antes do acidente, nós dois sequer trocavamos de roupa um na frente do outro e, agora, só conseguia reparar na diferença no comportamento de meu amigo que, irrestritamente, andava por aí com a piroca balançando sem parecer se importar com mais nada.
A verdade é que eu sequer me sentia à vontade por tomar banho junto com ele. Queria ter ido sozinho ao rio, mas, como todo mundo pareceu simplesmente aceitar a ideia de que as garotas iriam primeiro e depois os caras, fiquei constrangido em demonstrar que era tão tímido na frente de todos. Olhei para Guilherme de novo. A água cristalina só era profunda o suficiente para ir até seu umbigo. De tão transparente, ainda via seu membro debaixo d’água. Desviei o rosto.
— É claro que sinto vergonha… — Guilherme falou. Ele desviou um pouco o olhar e percebi seu rosto corar um pouco. Finalmente uma reação minimamente normal! Reparei em choque. Ele parou para pensar. — Olha Daniel, depois que nosso avião caiu, vi você morrer diante dos meus olhos e nós basicamente nos salvamos por um milagre, acabei percebendo que a vida é muito passageira para se preocupar com essas coisas, sabe? — Ele disse naturalmente. Fiquei boquiaberto com tal perspectiva. Não imaginei que algo assim se passava em sua cabeça esse tempo todo.
— Acho que entendo… — Comentei pensativo. Guilherme sorriu. Ele não desviava os olhos de mim por um segundo sequer. Corei, mas, percebendo que ele não pararia, decidi que prosseguiria conversando o olhando nos olhos também.
— É claro, talvez seja um pouco diferente pra você que não se lembra muito bem de tudo que aconteceu, mas é assim que vejo as coisas. — Ele refletiu e parou um pouco para pensar no que dizer. — Pensa assim cara, nos foi dado uma segunda chance na vida. É como se o universo tivesse conspirado para nos colocar aqui nessa ilha, em estado de natureza, livre de amarras sociais e totalmente selvagens! — Ele continuou falando, viajando com muito entusiasmo. Guilherme abria os braços, se movia e gesticulava muito.
— Que bom que consegue extrair algo de positivo dessa coisa toda. — Falei após rir. Guilherme riu de volta. No fundo, até queria pensar daquela forma, mas parecia impossível. Quanto mais olhava para o corpo nú de meu amigo, menos conseguia agir com naturalidade, como se aquela situação fosse normal.
— Claro que sim, cara! Daniel, meu amigo, olha o tanto de coisas loucas que aconteceram em apenas um dia! — Ele falou animado e gesticulando. — Você viu a garota por qual está apaixonado nua, comeu aquelas ostras que o Eric achou na praia, sem falar todas as outras coisas. Tenho certeza de que não sou só eu que penso assim. — Guilherme continuou se explicando.
— Como assim? — Perguntei com curiosidade. Era realmente interessante vê-lo naquela pira, tão sincera quanto desinibida. Além disso, as formas e curvas de sua fisionomia eram interessantes de se olhar. Com curiosidade, fiquei ali parado, dando-lhe atenção enquanto observava como seu peitoral inspirava, seus braços fortes se movendo, sua bunda musculosa e sem pelos e seu penis flutuando na água, flácido e encolhido pelo frio, mas não por isso menos impressionante.
— Bem, se você comparar o Eric que víamos na escola todos os dias com como ele está agora, certamente tem que admitir que há uma diferença. — Argumentou dando de ombros e ativando minhas memórias. — Quando na sua vida você achou que veria aquele moleque recluso usando uma tanguinha de folhas e uma lança no meio do mato como se fosse o rei da selva? Sinceramente eu acho que nunca escutei a voz dele por tanto tempo como hoje e, mesmo menor e mais fraco que a gente, ele parece agir como se fosse nosso líder. — Disse com um olhar reflexivo. Devo admitir, pensar naquilo me fazia sentir um pouco de insegurança. Cara, até mesmo o Eric está tendo mais atitude que eu. Disse a mim mesmo com pesar. O que será que a Carol devia estar achando disso?
— De certa forma, ele sempre agiu como se tivesse razão sobre tudo. — Contra argumentei e era verdade. Guilherme concordou com a cabeça.
— Enfim, dito isso, já falei que acho que você deveria fazer um movimento em direção a Carol. — Comentou com um sorriso. — Aposto que ela deve se sentir assim também, sabendo que os céus deram a ela uma nova chance para sentar na sua cara. — Falou com naturalidade, mas segurando riso. Joguei água nele diante de um comentário tão podre, mas que deixava-me reflexivo, devo admitir.
— Você não tira essa ideia da cabeça, não é? — Disse com desdém e sentindo minhas bochechas esquentarem.
— Claro que não. — Ele falou com um sorriso e então pareceu tomar um susto frente a uma memória que o atingiu de repente. — É verdade! Quase esqueci de te contar, mas, lembra quando você carregou ela no meio da mata? — Perguntou animado.
— Sim, o que tem? — Questionei tentando me fazer de indiferente, quando, na verdade, era todo ouvidos para aquela conversa.
— Claro que lembra, não é mesmo? Ficou com tanto tesão que deve estar com as bolas doendo até agora. — Ele tergiversou, me fazendo corar com o comentário tão verdadeiro. Lhe lancei um olhar mortal que dizia para Guilherme desembuchar logo o que queria me dizer. — Certo. Eu fiquei atrás de vocês até a Andressa me mandar avançar. — Contou, mas se interrompeu brevemente. — Biscate. — Jogou o xingamento aos ventos, o que me fez rir. — Vi claramente que não era só você que ficou excitado com aquilo. — Relatou com um sorriso safado.
— Isso eu já sei. Você também. — Falei revirando os olhos, desdenhando de suas lorotas. A imagem da pica dura de meu amigo ainda gravada em minha memória.
— Não to falando de mim, cara. A buceta da Carol tava tão molhada que dava pra ver a marca nas suas costas. — Contou finalmente, me fazendo arregalar os olhos de susto.
— Impressão sua. — Neguei incrédulo.
— A Andressa também viu. Por isso ela me mandou não ficar atrás de vocês, percebi isso na hora! — Ele argumentou com a agitação de quem desvenda um quebra cabeças complexo, 100% certo do que dizia. Embora fosse difícil de acreditar naquelas coisas todas, quando puxava da memória, me lembro de ter sentido as partes úmidas de Carol contra meu corpo. No momento, me enganei dizendo para mim mesmo que aquilo se tratava de suor. Fiz uma pausa para pensar.
— Some isso ao fato dela não parar de olhar pro seu pau e acho que temos um veredito. — Ele disse sem cerimônias. Caramba. Pensei chocado. Não sabia ainda se ficava constrangido, confuso ou se me sentia orgulhoso. Ali embaixo d’água, lutava para esconder a ereção que começava a aparecer. Olhei para o lado em um reflexo que denunciava meu constrangimento. — Bem, eu já não aguento mais, cara. — Guilherme falou do nada, apoiou os braços em uma pedra que se elevava acima da superfície da água e ascendeu o corpo com um movimento apenas.
— Vai sair? — Perguntei voltando a olhar para seu corpo malhado e bem constituído. Pelo que lembrava, deveríamos demorar mais para que as garotas dormissem antes de deixarmos a água.
— Não. — Meu amigo respondeu de imediato.
Desviei o olhar no susto, mas era difícil que meus olhos não focassem no que Guilherme agora me mostrava. Ele se sentou naquela pedra enorme, bem na minha frente. Uma de suas pernas musculosas estava esticada e a outra dobrou-se um pouco, ambas bem abertas. Espiei sua virilha sem querer. Seu penis estava totalmente duro, a cabeça parcialmente coberta pelo prepúcio e suas bolas fartas e caídas quase encostando na rocha.
Eu nunca ia me acostumar com aquilo. Pensei olhando com o rabo de olho e já me repreendendo mentalmente por ser tão curioso. Ainda assim, era fascinante o quanto seu corpo era diferente do meu. Meu amigo era bastante musculoso, embora mais esguio, sua pele bem mais escura que a minha e, da mesma forma, a rola grossa e enorme no meio de suas coxas torneadas também tinha coloração, formato e tamanho diferente da minha. Em seu corpo, não havia nenhum pelo sequer, exceto os curtos e recém raspados folículos escuros em seu púbis fazendo um formato quase triangular. Por ser um corredor, sabia que Guilherme depilava as pernas. Ao contrário de mim, seus braços não tinham pelos também.
Pressionada contra a rocha, percebi, ele parecia ter uma bunda maior que a minha. Ela era bem redonda, mas musculosa como seu peitoral, pernas e braços. Quando guilherme dobrou o joelho mais, vi também o início de sua nadega esquerda aparecer e seu períneo logo abaixo das bolas depiladas dele surgirem também. Quando se movia muito, coisa frequente em sua linguagem corporal, ali em baixo, conseguia visualizar algumas pregas de seu anus. Desviei o rosto na primeira vez que vi. Como ele estava me deixando ver até uma parte tão íntima de seu corpo? Me perguntei indignado, mas sem conseguir parar de espiar. Ele era homem também, era difícil acreditar que algum cara são permitiria outro o olhar de tal ângulo. Não sabia que ele se depilava até naquela parte que, agora, com o rabo de olho, analisava cada detalhe.
O silêncio se formou. Talvez fosse constrangedor só para mim, uma vez que Guilherme ainda aparentava agir normalmente. Fiquei tão duro que era impossível esconder, me repreendendo mentalmente por perceber que tal imagem tão explícita era a causa. Eu o vi segurar o pau com as pontas dos dedos e puxar seu prepúcio para trás, exibindo por completo a cabeça grande, entumescida e de cor arroxeada. Com a outra mão em formato de concha, ele capturava um pouco de água e a deixava cair sobre a glande de seu penis, a esfregando e lavando na minha frente.
Ele fez isso mais umas três ou quatro vezes, o suficiente, percebi, para que ficasse ainda mais ereto e, em seguida, parecendo satisfeito, simplesmente agarrou seu penis com a mão próxima ao seu ápice e começou o lento movimento. Ele está? Me perguntei chocado vendo-o prosseguir um pouco mais rápido. Meu amigo suspirou com cara de prazer.
— O que está fazendo? — Perguntei atônito e com o rosto vermelho. Guilherme não parou mas olhou para mim de imediato. Eu estava ofegante e com o pau tão duro que chegava a doer.
— Cara, eu vi duas gostosas da nossa sala peladas o dia todo hoje. Não aguento mais segurar. — Falou com a naturalidade de quem fazia algo normal e corriqueiro de se fazer na frente dos outros. Meu rosto esquentou ainda mais. Olhei para ele, desviei o olhar e olhei de novo. Parte de mim ainda descrente.
— Ta batendo uma aqui? Na minha frente? — Fiz perguntas óbvias, incrédulo com o que via.
— Porra Daniel, não consegui nenhum momento pra ficar sozinho desde que te encontrei na praia. — Se justificou com naturalidade. Percebi em seu olhar um pouco de vergonha.
— Você não tá sozinho ainda! — Briguei com ele. Presenciar aquilo era tão estranho e mesmo assim eu não conseguia parar de olhar. Ele parou por um segundo e olhou para mim.
— Cara, eu tentei ficar para trás na floresta com a desculpa de pegar cipó mas você não deixou. — Se explicou. Fiquei chocado em saber que aquele era seu plano. — Olha pra isso cara. Não vou conseguir dormir assim. — Disse ofegante e incentivando com gestos meus olhos a descerem de novo por seu tanquinho e encontrarem sua rola pulsando de tesão. Era tão grande, levemente mais grossa que a minha e levemente curvada para cima. A forma como seu pau ficava apontado para cima quando Guilherme o soltava era uma vista tão erótica. Minha boca se abriu para argumentar e fechou de novo sem deixar escapar nenhuma palavra. Não acreditava no que via ainda. Guilherme estava se masturbando bem na minha frente!
— Porra Guilherme, eu não posso sair daqui! — Lembrei de nosso trato sobre esperar que as garotas dormissem. Parte de mim queria encerrar aquele momento totalmente atípico indo embora. Por outro lado, não sabia por que, não conseguia parar de assistir com muita curiosidade e fascinação. Como deve ser quando ele goza? Quis saber e imediatamente afastei aquele pensamento estranho que nunca deveria ter aparecido em minha cabeça.
— Tudo bem cara. — Ele falou e vi fazer algo que raramente fazia. Meu amigo desviou o olhar levemente, rosto parecendo corar um pouco. — To com um pouco de vergonha, mas admito que dá até mais tesão quando você olha assim. — Falou bem baixinho e respirando pesadamente. O que?
— Para de falar essas coisas estranhas, cara! — O repreendi envergonhado. — Eu não tô olhando… — Me justifiquei logo em seguida e virei o pescoço para o lado, lutando contra meus próprios olhos que não paravam de querer se fixar direcionados a ele. Cara, porque ele falou isso? Me perguntei chocado e constrangido. Tenho que ir embora! Isso… Isso não é certo!
— Foi mal. — O ouvi e falhei em meu esforço vão de dar-lhe o que, agora sabia, ele queria. Sua voz era um pouco tímida, coisa rara de se ouvir, mas, ainda assim, tão familiar, imponente e máscula. O vi parar o que fazia e me encarar por longos poucos segundos.
Não consegui falar nada.
E não consegui parar de olhar para ele também.
— Você tá com vontade também, né? — Perguntou com naturalidade em um esforço para afastar o que parecia ser o último resquício de sua timidez
— N-não! — Disse gaguejando e com timidez, mas ali debaixo d’água, meu pau falava outra coisa. O cobria com as mãos, mas minha pica escapava por entre os dedos, dura e incontrolável. Corei pois soube na hora que meu amigo percebia tal fato.
Guilherme levantou a bunda um pouco, moveu o corpo levemente para o lado, deixando o espaço na pedra que, notei na hora, dava para mais uma pessoa. Ele bateu a palma da mão de leve na área que reservava para mim, olhos convidativos e sorriso levemente tímido nos lábios.
— Vamos mano. Somos amigos afinal, não é? — Ele falou. Droga! O que eu faço? Me perguntei com o coração palpitando. A água nem parecia fria mais, mas morna como a de uma banheira quente.
— Somos, mas não sei cara… É estranho… — Disse com o rosto queimando. Eu estava com tanto tesão que, bem sabia, me aliviar ajudaria realmente. — E se alguém aparecer? — Perguntei procurando desculpas para me parar. Me martirizei mentalmente por sequer considerar a possibilidade de fazer aquilo.
— Ninguém vai ver e se aparecer alguém é só a gente parar. — Ele disse dando de ombros. Não posso! É errado! Pensei.
Fiquei em silêncio por alguns segundos. Não tem nada demais nisso. Ouvi minha cabeça dizer, voz intrusiva lutando contra minha consciência comedida. Quando mais novo, ouvi histórias sobre outros garotos que, embora héteros, em algum momento, chegaram a se masturbar juntos. Nelas, os rapazes achavam uma revista porno ou coisa do tipo e juntos se aliviavam em conjunto. Eu nunca tinha feito nada assim na minha vida. É algo normal. Vamos só tocar uma sem se olhar ou fazer nada estranho e, depois, cada um segue seu caminho. Continuamos ambos tão homens como sempre fomos após isso. Meus pensamentos diziam, justificando a vontade latente de me livrar daquela forte ereção, tesão louco por tentar algo tão diferente.
Droga! Praguejei mentalmente quando subi na pedra e me sentei ao seu lado. Meu corpo todo parecia arrepiar. Percebi. Não ia durar nada daquele jeito. Guilherme vasculhou meu corpo de cima a baixo com os olhos quando subi na pedra. Quase gemi sem querer sentindo sua presença.
— Cara, to com tanto tesão… — Guilherme disse olhando para mim. Ele tentava sorrir ao mesmo tempo que deixava escapar uma nítida expressão de prazer. Eu também estava e, assim como ele, muito envergonhado por ser tão observado, embora fosse nítido que suas óbvias manjadas em meu corpo me faziam ficar ainda mais excitado.
— Só não fica me olhando… — Falei respirando pesado, em nítida contradição interna. Sabia que tinha razão em ressaltar aquilo, precisava ressaltar, aliás. Nós dois éramos héteros. Na teoria, não estávamos fazendo isso por sentir tesão um no outro, mas só porque as circunstâncias levaram a tal situação. Não consegui obter um lugar privado para me masturbar individualmente e por isso estava o fazendo com ele, certo? Me justificava internamente.
— Tá. — Ele respondeu de forma monossilábica, deu uma última espiada no meu pau e, sem me avisar, levantou a cabeça para cima, fechou os olhos e voltou a se masturbar.
A pedra era bem menor do que pensei. Eu estava sentado à sua esquerda, sentindo seu corpo se mexer cada vez mais rápido. As laterais de sua bunda me tocavam, nossas pernas direita e esquerda bem juntas. Tão perto… Reparei quando comecei. Conseguia ouvir seus suspiros, como serrava os dentes e puxava o ar, além do som que seu pau fazia em contato com sua mão úmida que o acariciava mais e mais rápido. Olhei para sua glande inchada que sumia e aparecia na pele de sua pica, para suas bolas gotejando água se movendo e para o pré gozo que escorria por entre seus dedos.
Desviei o rosto quando percebi que estava encarando demais. Ele estava com os olhos fechados, não percebia que eu estava manjando e, portanto, podia ficar olhando o quanto quisesse. Comparei nossos paus, olhando-os ao mesmo tempo. A pica veiuda dele era tão diferente, tão maior. Não! Me repreendi. Daquele jeito dele era melhor. Seria estranho se fizéssemos isso enquanto nos encaramos. Fechei os olhos e comecei a bater minha punheta também.
Na escuridão de minhas pálpebras os sons eram mais nítidos, ouvia o barulho da água, de seus movimentos, sua respiração ofegante e até alguns gemidos abafados. Às vezes sentia nossos cotovelos esbarrar um no outro à medida que se intensificava a cinesia. Sabia que ele sentia também, mas será que também ficava mais perto do climax quanto mais nossas peles roçavam uma na outra também? Meu corpo estava secando com tanto calor emitido.
Espera, eu preciso ficar com os olhos abertos. Me veio o lapso de consciência em meio ao prazer que, sabia, era acompanhada por minha cara de prazer. Se alguém aparecer, tipo o Eric ou as meninas, como vou saber? Concluí e abri os olhos novamente. Olhei em volta sem parar de me tocar com mais e mais intensidade. Não tinha ninguém ali para nos flagrar, porém, quando olhei para Guilherme novamente, tomei um pequeno susto.
Ele estava me encarando! Olhos bem abertos e rosto cheio de tesão direcionados para meu pau. O que? Pensei atônito e cheio de tesão. Meu amigo urrava ao meu lado, ficando ainda mais excitado quando comecei a olhar para seu corpo também. Merda! O que estamos fazendo? Prossegui mais rápido ainda, até que ele subitamente parou.
Não! Pensei de imediato. Estava tão sexy…
Eu parei também logo em seguida. Guilherme cerrou os dentes, como se segurasse um orgasmo que quase veio. Uau! Por que era tão quente ver ele daquele jeito? Me questionei sem tirar os olhos da cena. Ele então me lançou uma longa encarada safada que me fez arrepiar de novo. Era como se me dissesse com os olhos castanhos e profundos que agora que naturalizamos admirar um ao outro sem esconder, tinhamos transposto um caminho sem volta.
— Eu tava pensando… — Disse com a voz grossa e tímida, mas se interrompeu. — Não, esquece. — Se corrigiu em seguida.
— O que? — Perguntei com curiosidade, coração a mil e muito ofegante. No fundo, estava excitado e um pouco aflito por não saber o que sairia de sua boca. Guilherme abaixou a cabeça, reuniu coragem para falar e me olhou nos olhos de novo.
— E se a gente… Tipo… Você bate pra mim e eu pra você? — Propôs com a voz parecendo perder o tranco. Meu rosto desabrochou em espanto, olhos bem abertos e bochechas quentes como nunca senti.
— Cara… Isso é demais, não? — Perguntei sem conseguir tirar os olhos de sua pica latejando de tesão. — A gente é homem. Não vou pegar no seu pau. — Disse em reflexo quando imaginei a cena. Era estranho e errado.
— Tudo bem, foi mal. Só pensei uma coisa sobre… — Falou, mas se interrompeu de novo.
— No que? — Perguntei imediatamente. Eu queria ouvir o que justificaria tal ato, torcendo para que seu argumento me convencesse.
— Aquele papo sobre a gente ter sobrevivido e estar preso aqui sem saber se vamos viver outro dia pra contar história, sabe? — Ele começou. Fiz que sim com a cabeça. No fundo, só queria uma justificativa. Não precisava ser boa. — Tudo bem que somos homens, mas pensa nisso: Quer morrer sem saber como é ter outra pessoa batendo uma pra você? — Concluiu. Meus olhos se abriram em descrença e minha cabeça se inundou com reflexões. — Enfim, melhor não, né? Esquece. Foi mal de novo. — Escusou-se com timidez e arrependimento.
Mais um silêncio surgiu entre nós. Guilherme me olhava diretamente nos olhos, já eu, só conseguia admirar seu corpo gostoso e seu rosto sensual. Eu era virgem ainda, ele tinha razão. Nunca tive a sensação que meu amigo descreveu. Seria só por isso que fariamos algo assim. Nada de gay, certo? Pensei ao mesmo tempo em que minha cabeça gritava que não. Ele ainda me encarava. Devia saber a essa hora o quanto estava em conflito. Um sorriso surgiu em seus lábios e senti seu braço se mover. Afaste-o! Disse a mim mesmo, mas não obedeci. Em poucos segundos, senti.
— Ah… — Gemi sem querer, cheio de vergonha por deixar algo assim escapar, justo naquela hora.
Ele acariciou minhas bolas com os dedos, depois subiu até chegar a cabeça do meu pau onde brincou com o pré-gozo com as pontas dos dígitos. Meu coração acelerou muito e, querendo mais, tirei as mãos do caminho para que meu amigo prosseguisse. Guilherme em seguida fechou a mão agarrando o eixo duro no meio das minhas pernas. Ele está segurando meu pau! Era estranho mas gostoso. Sua mão era um pouco mais grossa que a minha, percebi hiper sensível ao toque ali. Senti a ansiedade subindo e meu amigo segurar meu braço com sua outra mão.
Só precisei de um pouco de ajuda inicialmente para mover meu braço. Uma vez que tinha a mão direita repousando sobre sua coxa, com os dedos fiz um carinho sutil que se aproximou cada vez mais de tocá-lo onde nunca achei que tocaria outro cara.
É quente e macio… brinquei fascinado com seu escroto, fazendo, assim como ele, a subida para onde tanto queria pegar. O imitava, inexperiente, como se Guilherme me seduzisse e me ensinasse como fazer aquilo. Sua pica parecia mais quente ainda, duro, mas, ao mesmo tempo, macio por ser recoberto em sua pele ardente. A sensação era tão diferente ao que experienciava quando tocava a mim mesmo. Minha mão, embora masculina e grande, mal se fechava em torno de sua pica grossa e cheia de veias que, sentia, pulsavam a cada batida de seu coração acelerado.
— Cara, que estranho… — Comentei e o senti começar a me masturbar. Que gostoso!
— Eu sei. É mesmo… — Ouvi sua voz antes que também iniciasse o mesmo movimento. Ele deixou escapar um sorriso.
Com curiosidade, como se a tempo tivesse tais desejos, manipulei com minha mão sua pica de todas as formas que senti necessidade. Acariciei a cabeça, brinquei com seu pré-gozo, passei minha palma e dedos por todo o seu cumprimento e até bati de leve com o mastro enorme em seu tanquinho. A cada movimento, ouvia o que queria: Suspiros e gemidos abafados quentes que já estavam me jogando perto do ápice cada vez mais. Não teve como fazer movimentos leves depois daquilo tudo. Já estavamos ambos tão excitados que aquela não era mais uma opção. Assim, prosseguimos cada vez mais rápido, aspirando e expirando o ar quente com avidez e sem conseguir conter os gemidos abafados que surgiam de nossas bocas.
— Porra Daniel, que gostoso! — Ouvi ele sussurrar. Minha mão ia para cima e para baixo em sua pica gostosa com intensidade.
— Sim… Isso Guilherme! — Respondi com tanto tesão que não mais calculava as palavras. Ele me estimulava de volta, tão bem como nunca senti antes sozinho.
Ele gemeu mais alto e eu também. Em menos de 1 minutos, já estávamos chegando ao limite.
— Isso porra! — Meu amigo falou. Acelerei mais ainda e o vi começar a mover o quadril, como se fodesse minha mão. Ele está perto, bem mais do que eu. Percebi ao ver sua cara de prazer me olhando de volta, tão bonita e tão sexy que me fez involuntariamente chegar mais e mais perto.
Sua mão tocou meu peito! Percebi querendo que me apalpasse mais. Ele assim o fez, apenas um braço disponível me estimulando os mamilos enquanto o outro me punhetava também. Suas agarradas gostosas de homem eram incríveis, tão gostoso que ele demonstrasse seu tesão em mim também daquela forma enquanto no meio do orgasmo quente.
— Oh! Ahh! — Ele gemeu com sua voz grossa e gostosa. Era música para meus ouvidos, mas, percebi, tinha sido bem mais alto do que o aceitável.
— Oh! Mais baixo Guilherme… — O alertei gemendo também só que de forma mais comedida.
Ele cerrou os dentes e o vi e ouvi puxar muito ar com as narinas. Isso, goza pra mim! Pensei, mas não tive coragem de dizer. Senti seu pau inchar e observei suas bolas contraírem-se em direção ao corpo. Sua pica pulsou na minha mão algumas vezes, cada vez mais rápido e, vendo aquela cena linda, desacelerei o movimento da punheta que batia para ele. Sua rola pareceu ainda maior e mais grossa por um momento. Guilherme, ao contrário de mim, só intensificou mais a estimulação. Cara, vou gozar também! Senti que chegava cada vez mais perto.
O primeiro jato de porra grossa não foi muito longe, pulou para fora de sua uretra e me atingiu na mão. Era quentinho. Pensei em me afastar para não me sujar mais e em me aproximar também, para sentir mais de sua virilidade me atingir a pele. Não consegui fazer nenhum dos dois. Os próximos fios de esperma foram em direção a sua barriga e peito. Sabia que tinha mais.
Guilherme, gemendo e fazendo a deliciosa cara de tesão, com a mão disponível, parou de me apalpar no peitoral e empurrou de leve a própria pica que eu segurava, a apontando para mim. Lambi os beiços. Seu orgasmo ejetou os ultimos jatos de porra que me tocaram a cocha, ombro, peito e braço. Um pouco de seu esperma quente ainda caiu sobre a cabeça do meu pau, lubrificando ainda mais a mão amiga que ainda recebia.
Ele gozou em mim! Notei. Era muito quente e gostoso. Estava chegando minha vez de fazer o mesmo.
— Puta merda cara, que delícia! — Ouvi sua voz em meio a suspiros ofegantes. Eu soltei sua pica toda suja de porra, me concentrando na punheta gostosa que recebia.
— Isso Guilherme! Eu vou… — Anunciei, mas ele já sabia. Meu amigo com uma mão estimulava meu cacete e, com a outra, fazia carinho no meu peito, espalhando a própria porra em meu corpo suado e prestes a ter um orgasmo.
Ouvi um som. Eram folhas se mexendo.
— O-o que foi isso? — Perguntei preocupado e com tesão. Olhei para a direção do barulho que parecia não ter nada.
— Nada. — Ele respondeu e prosseguiu. Queria me ver gozar também, disso eu tinha certeza. Eu também queria que ele visse.
Entretanto, do nada, Guilherme parou. Olhei para o mesmo local de onde saia o barulho e vi uma sombra se aproximando. Eric! Vimos o rosto emergir. Quando ele olhou para nós, entramos na água em um pulo imediatamente. Merda! Merda! Pensei assustado.
Um misto de confusão e silêncio pairou sobre o ar. Olhei para Eric que, em pé no meio da escuridão, me olhou de volta. Fiquei tonto de desespero.
— O que estão fazendo? — Ele perguntou com uma tocha na mão, cara de sono e impaciência. Gaguejei ainda em choque. Ele viu? Me perguntei aterrorizado.
— O que você está fazendo aqui, cara? — Guilherme gritou bravo para ele. O menino esfregou os olhos.
— Eu ouvi você gritar e vim ver se algo tinha acontecido. — Eric respondeu com calma esfregando os olhos.
— Bem, é que… Eu bati o pé em uma pedra, só isso. — Mentiu Guilherme, de forma descarada e pouco natural.
— Se machucou? Quer que eu examine? — Eric perguntou após bocejar.
— Não! To bem, cara. Foi só um susto mesmo. — Guilherme respondeu. Eric pareceu indiferente. Ele se virou de costas imediatamente e foi embora.
Ufa! Pensei aliviado, embora ainda não soubesse se aquele garoto realmente tinha visto o que acontecia ali. Olhei para Guilherme, rosto assustado como o meu. Um silêncio reinou entre nós por alguns segundos. Minha ereção se acalmou tão rápido em decorrência do susto que, de imediato, fui invadido por arrependimento.
— Cara, eu te falei pra fazer menos barulho! — Briguei com Guilherme. Fiquei vermelho de vergonha apenas por dirigir a palavra a ele. Ele deu um sorriso amarelo, como se pedisse desculpas com os olhos.
O que foi que eu fiz aqui? Minha consciência disse. De repente, ficou difícil olhar para meu amigo nos olhos também. Toquei meu ombro e senti a porra dele ainda ali. A ressaca só piorava. Imediatamente, comecei a me lavar com a água do rio, mas parecia que aquele líquido branco e viscoso estava em todo o lugar do meu corpo. Puta merda Guilherme, precisava mesmo gozar em cima de mim? Pensei indignado com ele por fazer aquilo e comigo por permitir e, se me lembrava bem, no momento de tesão extremo, tinha até gostado daquilo.
— Foi mal cara… — Se desculpou ao me ver enxaguando o corpo. Corei na hora. Ele se aproximou e tocou minha cintura. Arrepiei na hora, confuso e assustado com tal intimidade. — Quer que te ajude a terminar ainda? — Questionou e senti, em seu rosto, ele estava com vergonha também, talvez até arrependido.
Me afastei. Senti-me feminilizado por seu avanço. A gente não é gay porra! Por que fizemos isso? Me questionava incessantemente. Agora eu já estava totalmente sem clima. Na realidade, até me martirizava pensando no que tinha dado em minha cabeça para deixar algo assim acontecer. Que droga! Pensei com muita vergonha e arrependimento, desviando o rosto de contato visual direto.
— To de boa, cara. — Respondi timidamente. Ele se afastou também e deu um sorriso amarelo. Notavelmente, também não conseguia me olhar nos olhos sem sentir vergonha.
Nós dois voltamos para a fogueira logo em seguida. Não conseguimos trocar nenhuma palavra por todo o trajeto. Tal qual planejado, quando chegamos, todos já estavam dormindo e, portanto, nos deitamos em nossos lugares distantes um do outro e nos cobrimos com folhas. Em alguns minutos, percebi, Guilherme dormia também. Depois de eu ter aliviado a tensão de seu corpo daquele jeito, era de se esperar que adormecesse rápido assim. Lembrei trêmulo, notando que aquilo realmente tinha acontecido, mesmo que negasse. Para piorar, além de culpa, quando lembrava, sentia meu pau reagir.
Demorei um pouco mais para cair no sono, embora ele fosse muito presente. Que dia… Pensei exausto enquanto olhava para o céu estrelado. Não queria pensar em Carol agora. Sentia que, de certa forma, a tinha traído, mesmo que, oficialmente, não fossemos um casal e não soubesse bem se o que fiz com Guilherme realmente contava para tais fins.
Eu procurei os astronautas do Eric, achando aquela estrela estranha da qual ele falava em um local bem distante de onde tinha visto anteriormente. Loucura e realidade pareciam se misturar quando me entreguei escuridão torcendo para que tudo aquilo não passasse de um sonho.
*****
- Não se esqueça de comentar e avaliar o capítulo :D -
Olá leitores(as). Obrigado pelos comentários e avaliações. Espero que gostem dessa parte da história (acho que alguns talvez, pelo que sei sobre vocês kkkkk). Esse capítulo foi bastante trabalhoso de escrever, sendo ele o maior de todo o livro até agora. Porém, foi feito com muito carinho. Mais uma vez, deixe aí sua mensagem se ficou convencido do potencial da obra a qual tenho me dedicado tanto para redigir.
A propósito, postei mais cedo que o combinado o capítulo de hoje pois infelizmente não terei disponibilidade para atualizar a história semana que vem. O próximo capítulo deve sair segunda-feira, dia 14 de julho, ok?
Um abraço a todos(as)!