Eu era jovem naquela época, cheio de descobertas e sentidos à flor da pele. Ela — a amiga da minha irmã — estava sempre lá em casa, quase como parte da rotina. Era loira, a pele clara como porcelana, sempre com um ar tranquilo e um jeito quase despretensioso de estar. As roupas que usava não seguiam o padrão feminino comum; havia algo de espontâneo, quase rebelde, em como se vestia. E ainda assim — ou talvez por isso mesmo — chamava atenção por onde passava.
Lembro que, num certo dia, as duas — ela e minha irmã — discutiram por algum motivo que hoje me escapa. Mas, ao contrário do que imaginei, ela não foi embora. Ficou. Sentou-se na sala, justamente onde eu estava assistindo TV. Nós dois, sozinhos, ocupando poltronas de frente uma para a outra.
Ela usava um short jeans folgado, daqueles que pareciam ter sido jogados por cima do corpo sem muita preocupação. O tecido solto revelava as coxas claras, e de vez em quando, dependendo da forma como se mexia, deixava à mostra ainda mais do que devia. A regata que vestia tinha uma abertura lateral generosa, que escorria pelo corpo e deixava transparecer algo ainda mais inquietante: ela estava sem sutiã. E, conforme mudava de posição — sem o menor sinal de constrangimento — era possível ver, mesmo que apenas por instantes, parte de um dos seios se revelando suavemente pelas laterais do tecido.
Nunca tivemos muita intimidade antes disso. Ela era mais próxima da minha irmã. Mas tinha aquele jeito de quem se tornava amiga de todos, sem esforço, sem medir muito o que causava ao redor.
Naquela tarde, no entanto, havia algo desconcertante. O modo como ela se sentava — relaxada, quase desleixada, como se estivesse sozinha — me deixava profundamente inquieto. Era como se ela não percebesse, ou simplesmente não se importasse, com o quanto sua presença ali, daquele jeito tão natural e exposta, me afetava. Eu me esforçava para manter os olhos na televisão, mas meu corpo inteiro parecia tenso, dividido entre o desejo de não olhar e a inevitável atração por cada movimento dela, por cada descuido proposital ou inocente.
Ficamos assim por alguns minutos — ela na poltrona, o corpo solto, quase escorrendo pelo estofado, e eu fingindo me interessar pela TV. Mas a cada movimento dela, cada pequeno ajuste na postura, meu autocontrole ia se desfazendo em silêncio. O short folgado subia um pouco mais a cada mudança de perna, revelando o contorno claro e suave da coxa. A blusa solta deixava escorregar vislumbres de pele, e por entre a abertura lateral, ora por um ângulo, ora por pura sorte, era possível ver mais do que ela talvez imaginasse — ou quem sabe soubesse exatamente o que fazia.
A tensão se acumulava dentro de mim, quente, latente. Não dava mais para fingir indiferença.
Me levantei devagar, tentando não quebrar o clima, e joguei uma almofada no chão — um gesto simples, quase inocente. Me deitei ali, diante do sofá, com o corpo virado num ângulo onde ela e a TV dividiam minha atenção. Mas era mentira. Naquele momento, ela era tudo o que meus olhos buscavam.
Dali, eu podia a observa com mais liberdade. E o melhor: para ela perceber, teria que virar o rosto, me encarar — não bastava mais aquele jogo de olhos discretos que trocava-mos antes. Senti uma leve eletricidade correr pela pele só de saber disso.
Ela continuava ali, despreocupada, com uma perna dobrada sobre o assento e a outra estendida, o tecido do short mal cobrindo o essencial. A lateral da regata, aberta e generosa, deixava à mostra a curva de um seio, despido, natural, tão próximo quanto inalcançável. Não havia nada explícito — e, ainda assim, era erótico de uma maneira quase insuportável. O ar da sala parecia mais denso, como se cada segundo se alonga-se no calor do que não era dito, mas sentido.
Minha respiração era lenta, mas dentro de mim tudo era pressa. O desejo estava lá — vivo, pulsando — alimentado por cada detalhe que eu podia observar sem pressa, sem interrupção. Eu não sabia se ela fingia não perceber ou se gostava de ser olhada. Mas uma coisa era certa: ela não se escondia.
Fiquei ali por longos minutos, deitado, fingindo que assistia à televisão, quando, na verdade, cada parte de mim estava hipnotizada por ela. Meu olhar percorria cada centímetro do seu corpo com um misto de admiração e desejo crescente, como se eu estivesse diante de uma cena que jamais esperava viver — e, mesmo assim, não queria que acabasse.
Então, sem aviso, ela se levantou e disse, casualmente, que iria até a cozinha. O modo como fez isso já parecia calculado. Mas o que veio a seguir me tirou completamente o fôlego.
Em vez de contornar onde eu estava, ela passou por cima de mim — como se não houvesse qualquer barreira entre nós. E, nesse instante, tudo ficou claro. Bastou um segundo, um movimento, para que o tecido folgado do short se afastasse e revelasse o que eu jamais poderia imaginar: ela também estava sem calcinha. O vislumbre foi rápido, mas intenso. Nítido. O suficiente para me deixar em estado de choque e excitação ao mesmo tempo. A pele lisa, nua, revelada com uma naturalidade quase cruel. Aquilo fez com que minha ereção se tornasse imediata, dura, impossível de ignorar — ou esconder.
Fiquei ali, paralisado. Pensando se ela sabia. Se tinha noção do que estava me mostrando... ou se tudo fazia parte de algo maior, silencioso, construído gesto a gesto.
Minutos depois, ela voltou da cozinha com um copo d’água na mão. Disse que era para mim, num tom casual, quase gentil. Agradeci com a voz embargada pelo turbilhão de pensamentos e pedi para que deixasse no balcão, próximo à TV — eu beberia depois.
Mas, em vez disso, ela se dirigiu até a frente da minha visão, parou ali, e se inclinou levemente à minha frente para colocar o copo na mesinha de centro. Foi nesse momento que tudo ficou claro. Aquilo não era acaso. Era intenção.
O corpo curvado para frente, os braços estendidos, o movimento lento, quase teatral. O short largo, sem nenhum esforço para cobrir o que deveria. Da minha posição, deitado, tive uma visão perfeita do que ela deixava exposto — como um convite silencioso, ousado, delicioso. Cada detalhe parecia calculado, como se ela soubesse exatamente o que eu via, como me sentia, e gostasse disso.
O ar da sala parecia mais quente, mais espesso. O desejo, agora, era uma presença viva entre nós dois.
Foi num impulso, estimulado por tudo o que eu estava sentindo — e vendo — que as palavras escaparam da minha boca. A voz saiu firme, mas baixa, carregada de desejo:
— Calma... A visão da sua pele nua é melhor do que qualquer programa de TV.
Assim que falei, o silêncio me envolveu de novo, só que agora mais denso, mais intenso. O calor no meu peito se misturava ao receio. E se eu tivesse me enganado? E se tudo aquilo não passasse de coincidência, e ela não soubesse do que eu via, do que provocava em mim?
Por um segundo, temi ter passado do ponto. Mas então ela se virou devagar — com um sorriso no canto dos lábios que parecia saber de tudo — e me olhou nos olhos. Chegou ainda mais perto, com a leveza de quem tem controle da situação, mas ainda carrega uma pontinha de timidez que tornava tudo mais instigante.
Ela se virou devagar, com aquele mesmo sorriso insinuante nos lábios, e ficou de pé bem à minha frente, com uma perna de cada lado do meu corpo, o peito dela alinhado com o meu. A posição era precisa, quase cruel em sua ousadia. O short folgado criava uma fresta natural que, daquele ângulo, me oferecia uma visão perfeita da sua intimidade — nua, delicada, exposta como se fosse parte do jogo. A pele lisa e clara contrastava com o jeans solto, revelando mais do que escondendo. E ela sabia. Permanecia ali, imóvel por alguns segundos, como quem permitia que eu olhasse — que desejasse sem pressa — antes de falar.
A voz saiu suave, quase sussurrada, mas firme o bastante para fazer minha pele arrepiar:
— E... de qual visão você está falando?
Havia maturidade no tom, mas também algo cru, provocante — como se ela soubesse exatamente qual era a resposta, mas quisesse ouvir da minha boca. O corpo dela pairava sobre o meu, quente, tão próximo que eu podia sentir o calor da pele, o perfume suave que se misturava ao ar pesado da sala. Tudo nela parecia dançar entre o inocente e o indecente, entre o improviso e o controle.
Respondi sem mais disfarces, sem me esconder atrás de olhares ou meias palavras. Minha voz saiu firme, carregada de vontade, de desejo assumido:
— Eu quero exatamente o que você quer. A visão só não está melhor… porque ainda não está perto o suficiente.
Por um instante, ela me encarou em silêncio, como se deixasse aquelas palavras mergulharem fundo na pele dela. Então, com um meio sorriso nos lábios, inclinou o corpo devagar, trazendo-se ainda mais próxima de mim. A movimentação foi lenta, provocante — e cheia de intenção.
Ela passou a mão na minha cabeça com uma leveza que me arrepiou por inteiro, e com os olhos cravados nos meus, perguntou num tom quase sussurrado, mas carregado de malícia:
— Assim… está melhor?
O calor do corpo dela se aproximando, a maneira como me tocava, e o cheiro da sua pele misturado ao ar denso da sala tornavam impossível pensar em qualquer outra coisa. Ela não precisava dizer mais nada — o desejo dela era claro. E mais do que isso… visível. Pela fresta do short, agora ainda mais próxima de mim, era impossível não notar: sua intimidade estava úmida, brilhando sutilmente sob a luz fraca, como se o próprio corpo dela confessasse o quanto me queria. Aquela visão crua e silenciosa incendiava tudo em mim, tornava cada segundo ali insuportavelmente excitante — um convite direto, sem vergonha, sem recuos.
oloquei minha mão na cintura dela com firmeza, mas suavidade, sentindo a pele quente sob meus dedos. Fui descendo devagar, explorando seu corpo com intenção e cuidado, até alcançar suas coxas. Puxei-a gentilmente para mais perto do meu rosto, guiando seus passos para que ficasse exatamente onde eu queria — onde eu pudesse sentir cada detalhe dela com a boca.
Meus lábios roçaram a parte interna de sua perna, e a cada toque, eu passava a língua de forma lenta, provocante, saboreando a pele macia e sensível que reagia sob o menor estímulo. Era possível sentir os poucos fios claros, quase invisíveis, se arrepiarem a cada deslizar da minha boca. E com isso, ela suspirava — baixo, contido, mas entregue.
Seus quadris começaram a se mover num ritmo lento, ondulado, buscando mais do meu toque, mais da minha língua. O corpo dela parecia se entregar por instinto, cada vez mais próximo, cada vez mais disposto. A folga do short, ali, colado a sua buceta, o centro de seu desejo, me dava passagem livre. E eu aproveitava — explorava com minha boca cada pedacinho de pele exposta, saboreando o gosto quente da sua excitação, sentindo seu cheiro se intensificar a cada segundo.
Sua respiração ficou mais pesada, mais urgente, e seus gemidos baixos vinham entrecortados, abafados pelas próprias mãos, como se tentasse conter o que o corpo já não conseguia mais esconder. Quando ela finalmente cedeu, deixando seu corpo repousar por completo sobre mim, percebi que ela queria tudo. E eu estava pronto para dar.
Minha língua seguiu seu caminho, explorando com mais firmeza, levando a minha língua o mais fundo que eu consegua. Quando toquei o ponto exato que a fazia perder o controle, ela soltou um gemido abafado e se curvou, quase tremendo sobre mim.
Foi então que tudo parou num segundo.
O som da porta do quarto da minha irmã se abrindo cortou o ar como uma lâmina. Ela se afastou de mim num movimento rápido, quase instintivo, e se sentou no sofá como se nada tivesse acontecido — os olhos fixos na televisão, o peito ainda arfando, o desejo ainda queimando em silêncio.
Minha irmã surgiu na porta da sala poucos instantes depois, alheia a tudo. Ela a chamou, e sem hesitar, ela se levantou e foi até ela, como se controlasse perfeitamente cada batida do próprio coração.
Eu fiquei ali, deitado, o corpo ainda quente, a mente em chamas, e uma vontade insuportável pulsando dentro de mim.