No lugar Certo, Na Hora Exata

Da série Desafios CDC
Um conto erótico de Bayoux
Categoria: Heterossexual
Contém 4008 palavras
Data: 05/07/2025 13:55:59

Não era para ser, mas o desejo foi mais forte - e terminou acontecendo.

Doca e Lara eram um casal bonito de se ver. Ambos na casa dos trinta, ele moreno, alto e forte, ela loira, de olhos azuis e um corpo que conservava meticulosamente as formas de sua juventude.

A cumplicidade entre eles se consolidava na cama, quando se amavam perdidamente entre beijos molhados e carícias ardentes. Doca e Lara se entregavam mutuamente com frequência. Mesmo quando chegava tarde e cansado dos bicos que fazia após o expediente, se ela estivesse vestindo uma lingerie erótica ou mesmo não vestindo nada, esse era o sinal de que ele deveria possuí-la.

Ver Lara disposta e desejosa era um prazer que superava qualquer cansaço. Doca não media esforços para corresponder, sempre inventando algo que não haviam feito, muito embora geralmente terminassem com ele deitado sobre ela, beijando-a ao penetrá-la profunda e lentamente, algo que agradava aos dois.

Mas então veio Fatinha…

Foi sua esposa quem os apresentou. A algum tempo ele a ouvia falar sobre a nova amiga, uma mulher que vivia recebendo pensão de um ex-marido abastado. As duas se conheceram na academia, possuíam interesses comuns e saíam juntas, quando os afazeres diários permitiam.

De início, Doca não viu com bons olhos essa amizade. Fatinha era divorciada e independente, uma mulher livre com grana, que poderia facilmente levar Lara pelo mal caminho. Em outras palavras, ele tinha medo da influência da amiga sobre sua esposa e ciúmes por andarem juntas, sem que ele estivesse presente.

Contudo, o homem tinha consciência de que tais sentimentos eram pura insegurança masculina. Lara era uma boa esposa, tinha direito de ter amigas e aproveitar um pouco a vida, mesmo porque ele vivia se dividindo entre o emprego de segurança e uns bicos, não podendo dar a atenção que ela merecia.

Sua primeira impressão foi que a amiga não correspondia à imagem que criara pelas descrições de Lara. Nem tanto fisicamente, era uma morena de cabelos lisos e longos, altura mediana, portadora de seios e quadril um pouco avantajados, mas com um corpo razoavelmente bem distribuído. A diferença estava mais no jeito de ser.

Fatinha não era tão expansiva, agitada e faladora quanto a mulher lhe contara, ao contrário, parecia até meio tímida e recatada. Após o jantar na casa bem decorada de Fatinha, Doca compartilhou este detalhe com Lara, mas a mulher argumentou que a amiga estaria constrangida com sua presença, pois elas costumavam sair sozinhas e raramente falavam com outros homens.

Melhor assim, se Fatinha não representava perigo, Doca podia seguir trabalhando durante o dia e tocando seus bicos à noite, pois nada em sua vida seria alterado. Puro engano, o homem sequer imaginava a trama que se desenrolava às suas costas…

Transcorridos alguns dias desde o jantar, Doca tinha um bico. Saiu do trabalho de vigilância, estacionou o carro num beco deserto e vestiu-se com a roupa negra que levava no porta-malas: coturnos, calça com vários bolsos e um suéter colado ao corpo.

Em seguida, verificou suas ferramentas. O revólver estava limpo e funcionando, num dos bolsos encontrou a lanterna discreta e a faca comprida estava presa ao cinto. Tudo em ordem para o assaltar a casa da tal Fatinha.

Logo após entrar no carro, Doca avisou a esposa que chegaria tarde e deu um suspiro profundo ao desligar. Ser um ladrão era arriscado, mas o trabalho de segurança rendia pouco e tinha a mulher para sustentar. Por isso, tomava os cuidados necessários para que Lara não desconfiasse.

A única ponta solta era ter que levar a esposa quando fazia o reconhecimento dos locais. Doca tinha noção do risco que era envolver Lara nisso, mas também sabia que era mais seguro estar acompanhado de uma mulher: casais despertam menos suspeitas que um homem desacompanhado.

É certo que Doca não deveria assaltar justamente a casa da amiga de sua esposa. Mas naquela noite ela sairia com Lara, tal como averiguou durante o jantar quando, sem que nenhuma das mulheres percebesse, também conferiu o painel de energia, o sistema de alarme, os bens mais valiosos e o cofre atrás de um quadro no corredor.

Sentindo no estômago o misto de excitação e adrenalina que o tomava antes de entrar em ação, chegou até o local. Nestes momentos, ele se transformava num outro homem, frio e calculista, capaz de tudo. Quando vestia a máscara negra envolvendo a cabeça e deixando somente seus olhos atentos à mostra, ele não era mais o Doca.

Após forçar a porta dos fundos, chegou até o painel de luz e desarmou o alarme. A penumbra do local era agradável, segura. Guiado pela luz da lanterna, foi até o corredor com o cofre, acionou o equipamento de decodificação, abriu a portinhola e recolheu para um dos bolsos o dinheiro.

Serviço fácil, conseguira mais de dois mil e tudo corria bem, até chegar na sala e o facho da lanterna iluminar algo imprevisto: paralisada pelo susto, vestindo somente uma roupinha de dormir, ali estava Fatinha. Suas pernas morenas de coxas grossas tremiam, os bicos dos seios estavam ressaltados por baixo da camisola e a boca de lábios carnudos estava aberta, acompanhando sua expressão de incredulidade.

Nos segundos transcorridos até que a morena fizesse menção de gritar, um mar de dúvidas inundou Doca. Aquela era mesmo Fatinha? Mas porque estava ali? Não havia saído com Lara? Ela estava de camisola? Como ele não havia percebido que seu corpo era tão tentador?

Mas agora não havia tempo para reflexões, ele foi arrancado de seus pensamentos pelos primeiros gritos da dona da casa. Com três passadas rápidas, Doca reagiu para aproximar-se de Fatinha, imobilizá-la com um abraço e tapar seus lábios com a mão.

Em meio à sala, os corpos dos dois estavam colados naquele abraço e o homem podia sentir o volume dos seios de Fatinha em seu peito. Apesar da pouca luz, seus olhos se encontraram - e isso foi o início de tudo.

Doca sentiu o corpo teso da morena relaxar-se, enquanto ela se livrava da mão tapando sua boca, suspirava e limitava-se a sussurrar: “Está bem, eu me rendo. Pode me possuir como você quiser, eu sou toda sua!”

Volto a dizer, não era para ser, mas o desejo foi mais forte - e terminou acontecendo entre eles uma união quase espontânea, ocasionada pelo imprevisto de Fatinha estar no lugar errado e na hora errada, onde Doca tampouco deveria estar.

Movido pela adrenalina que fervilhava em suas veias, Doca agiu quase por instinto, ou tesão, se assim preferirem chamá-lo. Subiu a máscara até o nariz, segurou os braços de Fatinha pelas costas com uma das mãos e começou a beijar seu pescoço, enquanto com a mão livre a tocava debaixo da camisola, entre as coxas da mulher.

O encontro inesperado com o um homem sem rosto atingiu a solidão de Fatinha. Sentir a barba mal feita roçando-lhe o pescoço, a mão rude se enfiando em sua lingerie e explorando com avidez sua intimidade, friccionando seu grelo e movimentando-se entre os lábios intumescidos de prazer, quase a fez gozar nas preliminares.

Sendo arrebatada pelas carícias a que dois dedos do homem se dedicavam adentro de seu sexo, Fatinha somente desejava que a urgencia que sentia fosse aplacada e seu sexo fosse tomado, preenchido e inundado. Enfim, necessitava que aquele homem se satisfizesse usando seu corpo para isso.

Apesar de estar inebriado pelo cheiro feminino que exalava do pescoço da mulher, num breve momento de lucidez, Doca se deu conta de que aquilo era tremendamente proibido.

Uma coisa era assaltar a melhor amiga de sua esposa, e outra bem diferente era se aproveitar da ocasião para deleitar-se com aquele corpo moreno e sensual que tinha em mãos, sendo casado.

Porém, essa lucidez se esvaneceu em seguida, quando soltou as mãos de Fatinha e a reação dela, em lugar de tentar fugir, foi de beijá-lo na boca, deixando-o conhecer a sensação de sua língua enroscando-se na dele e de seus lábios sorvendo-o ansiosamente.

Num consenso silencioso, os dois foram se beijando e caminhando abraçados sem rumo pela sala, com Doca ainda atiçando Fatinha com suas carícias e ela demonstrando claramente que desejava tê-lo por inteiro dentro de si.

Este baile excitante os fez encontrar a parede mais próxima, onde o homem a reteve encostada, espremida por seu corpo, os braços levantados e os pulsos seguros por Doca, sem possibilidade de fuga e totalmente vulnerável à fome que lhe despertara.

Fatinha sentia que seu peito iria explodir, presa, imóvel, percebendo que enquanto Doca detia seus pulsos com uma das mãos, com a outra se desfazia do cinto e deixava cair as calças pernas abaixo.

Sentindo o calor de um membro ereto abrir caminho entre suas coxas, a morena chegou ao borde de desmaiar quando deu-se conta de que o falo do desconhecido mascarado já estava em posição - e de que agora não haveria mais retorno: ela seria possuída, profundamente penetrada, ali mesmo, em pé, contra a parede.

Para Doca, ter a uma mulher diferente, deixando que a dominasse desta forma rude que não a permitia manifestar vontades próprias durante o intercurso do coito, era uma novidade completa.

Após anos junto à esposa, o conhecimento sobre o que fazer e como fazer era total entre eles. Não que fosse ruim, mas o que acontecia agora entre ele e Fatinha e a maneira como ela parecia entregue à tudo que ele desejasse, era um outro nível de prazer.

O poder de sentir-se no comando, capaz de dominar a uma mulher sem limites nem convenções, o inebriava. Era como se ela não fosse a amiga de sua esposa, mas apenas uma fêmea, ávida por recebê-lo, sendo levada ao clímax por sua simples presença, incapaz de negar-se, determinada a ceder à tentação de ser invadida.

Doca já se posicionara, a ponta do membro em riste entre os lábios íntimos da mulher sentia a umidade que dali emanava, percebia o pulsar dos fluxos acelerando-se e bastaria um movimento para que a lascívia entre os dois se desencadeasse, rompendo a última amarra que detinha seu encontro carnal.

Ainda retendo sua vítima pelos pulsos acima da cabeça e contra a parede, Doca permanecia beijando seu pescoço moreno quando começou a adiantar a pélvis e permitir a seu membro tomar posse daquela vagina. Fatinha gemeu mais alto neste momento, ao ter o homem possuindo-a com verdadeiro desejo, de uma maneira como não sentia a muito tempo.

Após a penetração, os dois atingiram uma sinergia que os fez seguir num ritmo cadenciado nunca experimentado: Doca entrava em Fatinha golpeando duro de uma só vez, dos lábios até o fundo, a morena sentia o volume daquele homem crescendo e chegava a ser ligeiramente suspensa no ar pelo impacto prazeroso, daí gemia, um pouco mais alto a cada investida, para em seguida sentir o mascarado retrocedendo e se retirando de suas entranhas lentamente.

Durante o sexo entre os dois houve uma entrega progressiva e honesta que só variou quando ele por fim libertou as mãos da mulher para reter o par de nádegas portentoso que ela exibia, ao que a morena respondeu enlaçando o pescoço do amante misterioso e envolvendo-o com as pernas.

Permaneceram assim, com Fatinha apoiada na parede e suspensa, presa por aquele encontro, recebendo as estocadas vigorosas, profundas e velozes do homem e emitindo um único gemido longo e incessante, como se já não respirasse pelo medo de que aquele encontro terminasse.

Quando os dois finalmente chegaram ao limite do prazer carnal, Doca o fez adentro de Fatinha com jorros fartos e um urro plenamente audível, enquanto a morena mordia o pescoço do mascarado, sofrendo os espasmos de um orgasmo poderoso como poucas vezes sentira.

Doca teve um ímpeto de retirar a máscara e revelar sua verdadeira identidade, mas se deteve. Fatinha era amiga de sua esposa, ele fora roubar sua casa e terminara possuindo-a, as consequências poderiam ser desastrosas. Desta maneira, permaneceram uns minutos abraçados até que a respiração de ambos voltasse ao normal e Doca decidisse se retirar.

Contudo, quando fez menção de afastar-se de Fatinha, a morena ainda o reteve pelo pescoço e sussurrou em seu ouvido: “Calma, meu mascarado misterioso. Não pense que vai se livrar assim, tão facilmente!”

Sem entender o que passava, Doca ouviu passos sorrateiros às suas costas e seu coração acelerou ao perceber que não estavam a sós naquela sala. Ao dar meia volta, ainda atordoado pelo susto, o que pôde ver foi estarrecedor: um vulto escuro se movia pela sala, caminhando em sua direção.

Doca permaneceu imóvel, sem reação. Aquele assalto saíra de controle e seu coração quase saltou do peito ao dar-se conta de que, em meio à sala, aproximando-se, estava a silhueta nua de uma mulher loira de curvas acentuadas e um sorriso um tanto perverso no rosto: era ela, Lara!

Doca estava a dois passos de ser descoberto. Quando tentou reagir e empreender fuga, percebeu que não o conseguiria: às suas costas, Fatinha o retinha enlaçando seus braços e ele já não se sentia o homem frio, o mascarado capaz de tudo. Ele voltara a ser somente Doca, o segurança.

Contudo, quando Lara se postou diante dele, a loira apenas se ajoelhou sem dizer palavra, recolheu seu membro com uma mão acariciando os ovos e outra em torno do falo, aproximou o rosto, abriu a boca e começou a sorvê-lo entre seus lábios finos.

Lara sentiu um prazer diferente por saber que aquele homem misterioso estava rendido, preso e entregue ao seu deleite - e que, mesmo após gozar dentro de sua amiga, ele agora teria que submeter-se aos seus desejos voluptuosos.

Como se não bastassem tantas surpresas, Doca ainda constatou que sua companheira, a mulher de sua vida, estava ali, ajoelhada, deliciando-se ao lamber e sugar o pênis de um estranho, um assaltante pego desprevenido por duas mulheres dispostas a ter prazer.

Lara nem parecia a mesma mulher. Sentir poder sobre aquele falo, sua capacidade de fazê-lo crescer a cada investida de seus lábios em torno dele, perceber o fluxo sanguíneo aquecendo aquele membro imerso em sua boca, era algo que movia suas fantasias mais profundas.

Essa outra mulher que Lara descobria despertar dentro de si era ousada, livre, libertina e capaz de loucuras para realizar suas vontades.

Essa mulher, diferentemente dela mesma, foi capaz de reerguer um falo esgotado para seu uso e, quando a ereção pareceu-lhe satisfatória, ainda se permitiu a audácia de colocar a língua para fora e golpeá-la com a cabeça do membro rígido, um ato vulgar que nunca fizera com o marido.

Doca quis alertar sua esposa e revelar sua identidade, a cumplicidade entre os dois assim exigia, mas não pôde.

Apesar de sentir revolta por vê-la se esbaldando ao chupar-lhe os bagos enquanto o punhetava e batia o pênis na própria face, mais parecendo uma dessas mulheres que vendem sexo, Doca não pôde interrompê-la: Dizer a verdade seria assumir que ele não somente era um ladrão, mas que também acabara de possuir sua amiga.

Foi com indignação que Doca viu Lara abusar de seu falo na boca até fartar-se, para então levantar-se e, sem soltar o membro rijo, posicionar-se entre ele e Fatinha. Usando uma linguagem inapropriada, a loira ainda comentou: “Que sorte, hein amiga? Esse é um pau dos bons! Me arrepio só de pensar que isso aí vai me comer!”

A cabeça de Doca girava confusa numa mistura de raiva, decepção, medo, excitação e tesão, tudo ao mesmo tempo.

Sua esposa o estava traindo com outro, ainda que fosse ele mesmo. Além disso, seus modos chulos e a maneira baixa com que ela se entregava à lascívia o chocavam. E não bastasse isso tudo, ali estava ela, nua, em pé, se esfregando e beijando outra mulher, espremida entre dois corpos, enquanto deslizava a ponta do falo entre suas nádegas.

Doca não queria. Sentiu uma certa rejeição, não reconhecia aquela mulher libertina que o estava usando, ela não parecia em nada à sua esposa… E talvez por isso o desejo de possuí-la resultava extremamente tentador!

Por outro lado, ao consumar este ato, talvez as coisas nunca voltassem a ser as mesmas entre eles - e isso poderia arruinar seu casamento.

Nesse momento, como se lesse seus pensamentos hesitantes, Lara sussurrou para Fatinha: “Agora, querida, agora!” - e Fatinha pareceu entender exatamente o que a amiga queria dizer.

As mãos delicadas da morena, que até então se dedicavam a tocar, explorar e apertar cada pedaço da mulher que beijava, quase automaticamente, passaram ao largo do corpo da amiga e se posicionaram sobre as nádegas de Doca.

Aplicando um puxão leve mas decidido, o trouxeram para frente, fazendo-o enfiar-se nas intimidades molhadas de sua esposa. Com as mãos espalmadas na parede e as pernas entreabertas, Lara gemia ao sentir que era invadida.

Fatinha beijava-lhe o pescoço e conduzia as investidas do homem às costas da amiga com uma das mãos, enquanto pela frente bolinava as carnes delicadas da loira.

Volto a repetir, não era para ser, mas o desejo foi mais forte e a partir daí se instaurou entre os três uma harmonia sexual completa.

Entre gemidos de prazer, frases soltas sussurradas e suspiros angustiados, os corpos suados se entregavam às delícias carnais de se permitirem as investidas, toques e carícias imprevistas vindas uns dos outros.

Lara, no centro de das atenções, quase desfalecia pelas ondas cadenciadas entre o membro do mascarado se introduzindo e retrocedendo com vigor em sua vagina e as carícias dos dedos finos de Fatinha sobre o entumecido monte de Vênus, pressionando e friccionando seu ponto erógeno mais vulnerável.

Em correspondência, sem pensar, Lara desceu uma de suas mãos contra a parede e foi deslizando-a sobre o corpo da amiga. Pôde sentir seus seios, os mamilos escuros, tesos e empinados pela excitação, a barriga de pele suave e tenra revelando a respiração descontrolada da morena, seus pêlos bem aparados espetando-lhe a ponta dos dedos, até encontrar o sino da campainha de Fatinha e ali começar a retribuir as mesmas carícias.

Fatinha, contra a parede, era capaz de sentir cada golpe da pélvis do mascarado atrás de sua amiga se traduzir num impacto em seu peito, os seios de Lara se apertando contra os seus, o corpo da loira já desarmado de toda a tensão, solto, deixando-se usar, comandado por seus dedos que ora lhe fustigavam o delicado grelo e ora desciam um pouco mais para sentir como o falo rijo do mascarado penetrando sem piedade as intimidades que lhe eram oferecidas, para seu pleno desfrute.

Quando Lara escorregou uma das mãos sobre seu corpo, explorando seus seios e espremendo um dos biquinhos pequenos e tesos, a pele de Fatinha se arrepiou de prazer. Aquele toque suave se expandiu sobre seu abdômen, para chegar aos seus lábios inferiores e tomar posse de seu ser.

Ali, para Fatinha, já não existia mais nada, somente os dedos de sua amiga oferecendo-lhe um prazer absoluto e reinante, poderoso, capaz de libertar a fêmea indomável que sempre existiu dentro de si.

Doca, por sua vez, no momento em que penetrou Lara pela primeira vez, se transformou novamente, voltando a assumir o personagem misterioso que a máscara de assaltante trazia à tona. Aquele corpo que se entregava a ele para ser imolado não era o de sua esposa, era o de uma mulher desejosa e rendida que necessitava ser tomada sem limites, preenchida à exaustão na busca por se satisfazer.

Segurando-a pela cintura com mãos firmes, Doca colava seu corpo ao dela e a comprimia contra Fatinha, enquanto os movimentos de sua pélvis, comandados pela morena, o levavam a intrometer-se entre as pernas trêmulas da loira, metendo-se imperiosamente ali, dominando aquela vagina e conferindo-lhe domínio sobre o prazer que dali emanava em pequenos jorros, como uma oferenda que saboreava na forma do sacrifício sexual da mulher.

Espasmos. Talvez essa seja a palavra que melhor retrata a cena que os envolveu em seguida.

Os espasmos de Doca, o mascarado, provocados pela sensação de penetrar incansavelmente à Lara, a mulher despudorada e vadia que se entregava à libidinagem de um homem completamente desconhecido.

Os espasmos de Lara, ao ser invadida pelo mascarado às suas costas, tomando aquilo que pertencia somente ao marido e roubando-lhe a fidelidade de que sempre cuidara, sendo comandada pelas carícias impiedosas de Fatinha que resultavam irresistíveis a ponto de provocarem-lhe um orgasmo desconcertante.

Os espasmos de Fatinha que, mesmo após ter permitido ao invasor de seu lar que roubasse sua vergonha num ato selvagem, possuindo-a de pé ao golpear sua vagina num canto da sala contra a parede, agora sentia outra vez o prazer dominando-a a partir das carícias decididas de sua melhor amiga sobre seu monte de Vênus.

A intensidade destes espasmos coloriu o orgasmo coletivo entre os três, levando-os a perder as forças e, apoiando-se uns nos outros, tropegamente, atingiram o piso para entregarem-se à sofreguidão silenciosa do pós-coito.

Mal voltou a si, a consciência da dura realidade atingiu Doca. Ele havia traído sua esposa com sua amiga e também currado sua amada mulher de forma vergonhosa, em pé contra a parede.

Pior ainda, presenciou aquela que era objeto de sua devoção há anos portar-se como uma cadela ao deixar-se manusear livremente por outra mulher e oferecer seu sexo sem pudor a um estranho mascarado - e não importava que fosse ele o tal homem misterioso, pois Lara não sabia disso.

Não bastassem estes acontecimentos, a culpa de ser um ladrão e levar anos invadindo residências para pagar as contas de casa, tudo escondido da esposa, agora o sufocava.

Após aquela noite de lascívia, para Doca, seu mundo estava em ruínas. Seu casamento, até ali tão feliz e perfeito, revelara-se uma farsa.

Ele era um traidor e sua esposa uma completa vadia, de quem escondia suas atividades escusas, mentindo sobre os bicos de segurança desde que estavam juntos. Tudo em sua vida era um engano e, ao dar-se conta disso, entendeu que estava no fundo do poço.

Mas o que o homem não era capaz de perceber é que todos estes sentimentos, a desilusão e a culpa que o acometiam, decorriam de um fato muito simples: ele havia gostado do que aconteceu!

Sim, ele sentira prazer extremo em usar o corpo de uma morena a seu bel-prazer e vê-la se entregando e se permitindo ao desfrute com um desconhecido em meio a penumbra de seu lar.

Sim, ele sentira prazer semelhante ao fustigar a vagina da loira, aquela desconhecida que era sua esposa, em pé espremida contra outro corpo feminino, rendida e oferecida, como uma mulher da vida.

E sobretudo, sim, ele sentira um poder inebriante por ser um assaltante que se deparou com duas mulheres em busca de um prazer diferente, que foram envolvidas por sua presença inesperada de tal maneira que não lhes restou alternativa mais que se oferecerem ao sacrifício de serem abusadas, fosse por medo ou por puro tesão.

Doca seguiu ignorando tais sentimentos por um mês, imerso na escuridão daquele poço, sem ver outra saída que abrir mão de Lara e do casamento para reconstruir sua auto-estima.

Contudo, antes tomasse essa atitude drástica, chegou o dia quando Lara comentou que dormiria na casa de Fatinha, pois a amiga estava guardando certa quantia na cabeceira de seu quarto e não queria passar a noite sozinha, visto que já fora assaltada.

Isso até aumentaria a culpa de Doca, não fossem alguns detalhes: Enquanto Lara dizia essas coisas, um sorrisinho discreto se desenhava em seus lábios e pareceu haver uma piscadela de cumplicidade ao final, ou ao menos assim entendeu o marido.

No início da noite, após repetir todo o ritual de quando partia para um assalto, Doca encontrou a porta dos fundos da casa de Fatinha destrancada. Esgueirou-se silenciosamente pelos corredores e subiu as escadas, todo vestido de negro, lanterna na mão e máscara posta, cobrindo-lhe a face.

Ao ingressar no quarto de Fatinha, a luz da lanterna iluminou duas mulheres, uma morena e uma loira, completamente nuas, de mãos dadas em frente à cama, sorrindo à sua espera e aparentando excitação pelo mascarado misterioso haver retornado.

E ali estava Doca, mais uma vez, no lugar certo, na hora exata, para mais uma noite de prazer.

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Comentários

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UM OLHAR INTELIGENTE SOBRE O TEMA. Se tivesse que definir numa frase o seu conto, seria essa aí. Que texto delicioso! Tem os elementos que eu admiro em seus textos, que é esse toque de humor, mesmo diante de situações tensas. Um erotismo leve, mais marcante. Literatura de primeira qualidade. Não é de hoje que falo sobre a admiração que tenho pelo seu estilo. Nunca me esqueço do primeiro conto seu que me impactou, e até hoje sou um fã confesso. Parabéns cara! O Desafio está apresentando vários textos bons, mas este seu está no Topo. Abraços!

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Fala rapaz! Obrigado pelas palavras, saiba que eu também sou seu fã e há vários contos teus que me impactaram. Aí nos seguimos, escrevendo!

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Muito bom conto! Ótima narrativa e suspense. Lara,já descobrira o que Doca fazia.

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Obrigado Sexurb, fico feliz que tenha gostado!

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Nao entendi muito bem o conto, a Lara traia ou não ele? Ela sabia q era ele ali? Qual a relação dela cm a Fatinha de fato?

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Olá Anjo! Sabe, a ideia desse conto é que os leitores possam tirar suas próprias conclusões. Para mim, por exemplo, Lara sempre soube de tudo e armou o encontro à três.

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