Parte 6
A relação de Dante com a namorada estava… funcional.
Ela era inteligente, bonita, boa de cama. Mas havia algo que ela não conseguia acessar: a profundidade silenciosa onde Dante deixava o que era bruto, sujo, íntimo demais. Isso, só Lucas conhecia.
E, como tudo que se guarda demais, começou a vazar.
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Desconfiança
Era fim de tarde. Dante saía do banho, enrolado na toalha, quando a namorada comentou casualmente:
— Quem é aquele cara que tá sempre por aqui? O… Lucas?
— Ah. Um cara que ajuda com a carne, umas coisas aqui. Gente boa.
— Ele não fala muito. Mas… fica sempre te olhando. Meio estranho.
Dante riu. Jogou a toalha no cesto.
— Tu tá vendo coisa, amor.
Mas o olhar dela persistiu. E aquilo ficou ali, latejando.
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Exibição velada 2.0
No outro sábado, churrasco de novo. Lucas foi “convidado” a ajudar mais uma vez. Chegou cedo, barbeado, limpo… mas carregando Dante dentro dele.
Antes de sair de casa, o ritual foi simples: Dante o comeu de pé, encostado na parede do banheiro, segurando firme sua cintura. Quando gozou, não tirou.
Só disse:
— Não limpa. Não caga. Fica com minha porra em ti. Até amanhã. Isso é ordem.
Lucas assentiu. E foi.
Durante o churrasco, Lucas agia como sempre: prestativo, calado, atento. Mas havia algo diferente. Um brilho no olhar. Uma presença silenciosa de quem carrega algo escondido. Ele andava devagar, o quadril ligeiramente tenso — sabia que qualquer movimento brusco podia provocar um vazamento. E era justamente isso que o deixava duro.
Um dos amigos de Dante, já meio bêbado, fez piada:
— O Lucas ali parece que anda com o cu trancado, mano. Fez merda, foi?
Risos.
Dante riu também. Mas com um canto da boca, um olhar carregado. E respondeu sem pensar muito:
— Às vezes ele só tá cheio demais.
Lucas sentiu o arrepio. Sabia que aquilo era um código. Um risco. Um prazer proibido.
Mais tarde, quando todos saíram, Lucas foi até a varanda, já sem camisa. Dante o seguiu. Ficaram em silêncio por um tempo. Então Dante perguntou:
— Ainda tá com meu leite dentro?
— Sim, senhor.
— Você devia se orgulhar disso. Nenhum deles tem o que você tem.
Lucas olhou pra ele, ofegante, duro.
— Eu tenho você em mim. Te levo o dia inteiro. Te suporto. Te guardo. É meu dever. Sou teu altar vivo.
Dante o empurrou contra a parede e começou a se esfregar nele, por trás.
— Eles acham que sou hétero demais pra isso. E são mesmo burros demais pra entender o que é ser adorado desse jeito.
Lucas gemeu. A leitada antiga começando a escorrer entre as pernas.
Dante viu. Passou o dedo. Fez Lucas lamber. Olhou nos olhos dele.
— Teu cu tá escorrendo meu sêmen de ontem, e você ainda tá pronto pra mais.
— Sempre, senhor. Porque eu sou o lugar onde você mora.
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Suspense crescente
Na semana seguinte, a namorada de Dante mexeu no celular dele. Viu uma notificação estranha de Lucas.
Só um emoji: uma gota. E um horário. 22h.
Ela não entendeu.
Mas algo começou a queimar por dentro. E Dante, mesmo sem saber ainda, estava a um passo de ser descoberto.