Parte 5
Dante estava dividido.
Durante o dia, saía com a mulher que conhecera recentemente. Ela era bonita, sensual, cheia de vida. Alguém que ele podia levar pra encontros, festas, tirar fotos. Era o tipo de relacionamento que se esperava de um cara como ele.
Mas à noite… era Lucas.
E com Lucas, ele não precisava fingir força — porque ele era a força. Não precisava romantizar. Bastava mandar. Usar. Gozar. E Lucas aceitava com gratidão.
Dante nunca falou com ninguém sobre isso. Mas estava começando a se permitir brincar com o risco.
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O churrasco
Era sábado. Churrasco na casa de Dante. Alguns amigos de infância, cerveja, futebol rolando na TV. E Lucas, convidado como quem era “só mais um conhecido”, servindo, calado, olhos sempre atentos.
— Quem é esse aí? — perguntou um dos amigos, entre uma mordida e outra.
— Um conhecido que manja de cortes nobres. Trouxe pra ajudar no churras. Tranquilo. — respondeu Dante, com naturalidade.
Lucas servia as cervejas. Abaixava-se para buscar carne no freezer. Quando passava perto de Dante, deixava o braço roçar sutilmente na perna dele. Uma vez, Dante apertou levemente sua nuca quando passou atrás.
Coisa rápida. Invisível. Mas sabida entre eles.
No fim da tarde, os amigos já bêbados, um deles falou alto:
— Mano, teu “churrasqueiro” é bem prestativo, hein… tá parecendo até mordomo!
Dante riu. E então, com um tom grave, mas irônico, respondeu:
— Ele é mais que prestativo. Ele sabe obedecer. Não precisa de muito.
Todos riram, achando que era piada.
Mas Lucas sentiu o sangue ferver.
Aquele era o maior tipo de exibição: ser usado diante de todos, sem que ninguém realmente soubesse.
Mais tarde, com a casa já vazia, Dante chamou Lucas pra sala. Estava bêbado, excitado, com o olhar lascivo.
— Você gostou, né? De me servir com eles aqui. Ficou duro por baixo daquela calça, né?
Lucas não mentiu:
— Sim, senhor. Me exibir sendo seu objeto… me deixa pulsando.
Dante sorriu. Tirou a bermuda e se sentou no sofá.
— Vem aqui. Vem sentar. Eu quero marcar você enquanto lembro do que eles disseram.
Lucas tirou a calça lentamente, e, sem cerimônia, se montou sobre Dante, encaixando com cuidado aquele pau grosso, quente, que já conhecia o caminho do seu corpo.
Dante segurava a cintura dele, subindo e descendo, gemendo com raiva, com fome.
— Eles nunca vão saber que esse cu… enquanto servia cerveja… tava vazando meu gozo de ontem à noite.
Lucas mordeu os lábios. Chorou de prazer.
— E quando eu olhar pra você na frente deles… só nós dois vamos saber que você já foi preenchido. Já foi usado. Já tá marcado.
Dante gozou dentro dele de novo. Pela terceira vez naquela semana.
E mesmo com outra mulher nos braços durante o dia, era dentro de Lucas que ele escolhia se desfazer.