Parte 2
Na manhã seguinte, Dante acordou antes do sol nascer. A chácara estava silenciosa. Sentia o corpo leve, mas a mente pesada. Foi até a varanda, acendeu um cigarro, e ficou encarando o nada.
O que tinha acontecido na noite anterior… não parecia errado. Só inesperado. Ele não se sentia menos homem. Não se sentia gay. Só… admirado de um jeito novo. Desejado de uma forma que não era sobre conquista, mas sobre culto.
Lucas apareceu, ainda de camiseta e cueca, cabelo bagunçado. Parou à porta, sem saber se podia se aproximar. Dante olhou de lado.
— Vem cá.
Lucas se aproximou em silêncio.
— Foi bom pra você?
Lucas sorriu com a sinceridade de quem não fingia.
— Foi tudo. Eu me senti… no meu lugar.
Dante assentiu. Jogou o cigarro fora e virou-se de frente.
— Eu ainda não entendo isso. Mas tem algo em ver você de joelhos… me olhando como se eu fosse uma porra de um deus… que me deixa duro só de lembrar.
Lucas aproximou-se. Colocou a mão devagar no cós da bermuda de Dante.
— É porque você é. Pra mim, você é. Eu não quero te prender. Só quero servir. Ser útil pro seu prazer. Ser teu… espaço de alívio.
Dante passou a mão pela barba, pensativo. Depois puxou Lucas pela nuca.
— Então deita no sofá.
Lucas obedeceu de imediato. Dante tirou a bermuda e o box, revelando mais uma vez aquele pau grosso, pulsante, já meio duro só pela conversa. Subiu em cima de Lucas, plantando os joelhos dos dois lados do rosto dele.
— Hoje você vai ficar quieto. Só com a boca aberta. Eu quero usar. Não beijar. Não carinho. Só… gozar. Você quer isso?
Lucas assentiu com os olhos. A boca aberta.
Dante enfiou lentamente. A respiração dele ficou pesada. Era como se tomasse o controle da situação com naturalidade, como se tivesse feito aquilo a vida toda, mesmo que ainda estivesse tateando por dentro.
— É isso, porra. Boca quente. Boca que serve. Meu recipiente pessoal.
Ele fodia a boca de Lucas com ritmo firme, sem pressa. Às vezes parava, empurrava mais fundo, segurava na base como se estivesse marcando território.
— Você é isso agora. Meu depósito de porra. Só meu. Só eu uso.
Lucas gemia abafado, sem resistir. Estava entregue. Não queria nada além de servir, de ser aquele lugar onde Dante pudesse despejar tudo — vontade, tensão, leite, dúvida, e até raiva.
E quando Dante gozou de novo, não avisou. Empurrou fundo, segurou a cabeça de Lucas com força e deixou que cada jato descesse direto, quente, pela garganta dele. Lucas engoliu tudo de novo, os olhos fechados em êxtase. Sem medo. Sem nojo. Com devoção.
Depois, Dante se deitou ao lado dele.
Silêncio.
Respiração lenta.
Dante olhou pro teto, depois virou de lado.
— Você não quer que eu te deseje de outro jeito, né?
— Não. Só quero que você deseje usar. Me querer como um corpo a serviço. Se um dia for além disso… vai ser porque você quis. Nunca por cobrança.
Dante tocou o peito peludo, sentindo os batimentos.
Não era amor ainda. Mas não era só tesão.
Era vontade de permanecer.