Eu sempre pensei que meu casamento fosse algo inabalável. Três anos de namoro, e dois de casamento. Eu, Masato, com 25 anos, e a Mika, com 22 anos. Mika, uma esposa exemplar, linda, criada numa família de imigrantes japoneses, que preservava as suas tradições. Eu, filho de japoneses já criados no Brasil. Um jovem promissor na publicidade, já com cinco anos de carreira profissional, desenvolvendo campanhas de sucesso, e muito orgulhoso de minhas criações. Sempre tive uma mente mais aberta, cheia de ideias inovadoras, e pelo fato de ter sido criado com menos rigor do que a minha esposa, sempre fui mais liberal. Ser criativo, me dava uma sensação de poder mágico, de ser sugestionador de desejos, pois eu conseguia transpor ideias e conceitos muito arrojados e inovadores, sem perder a sensibilidade que encanta as pessoas. E eu me sentia muito orgulhoso por isso. Estava em constante ascensão na carreira e buscava sempre mais sucesso.
Trabalho numa agência de propaganda, a Sora Com, cujo dono e fundador, é o Satoshi, um coroa japonês de cinquenta anos, que já teve de tudo um pouco, de pastelaria na Avenida São João, em São Paulo, onde começou a ganhar dinheiro ainda jovem, depois montou uma casa de massagem no bairro da Liberdade, até montar uma gráfica e uma produtora de filmes, aproveitando uma campanha política milionária, onde ele esteve envolvido. Com isso, criou a agência e vive metido em muitos negócios, cheio de ligações com diversas empresas. Solteiro e multi-ativo, comanda sua equipe de jovens criativos na agência com grande capacidade de liderança e gestão. Numa cidade como São Paulo, que é o maior reduto de japoneses e descendentes fora do Japão, que abriga mais de um milhão e meio de japoneses e seus descendentes, os negócios dele nesse nicho prosperaram em velocidade estonteante. Possui ligações com deputados e vereadores.
Um dia, faz poucos anos, eu estava trabalhando diante do meu computador, e parei de teclar, para ler um material impresso que precisava estudar. Com isso, o meu descanso de tela trouxe algumas imagens da minha esposa, fotos que eu mesmo havia tirado no parque do Ibirapuera, e coloquei ali no aplicativo de acesso randômico.
As belas fotos ficavam passando a cada cinco segundos e eu nem reparei que o Satoshi havia se aproximado e ficou ali, observando. Minutos depois ele se foi e eu nem vi.
Estava já trabalhando num texto para um anúncio, quando recebi um pop-up de mensagem pela rede interna da agência, dizendo que o chefe queria falar comigo. Me dirigi à sala dele, achando que ele me daria o briefing de mais algum novo projeto para desenvolver, como sempre fazia. Ao entrar ele me pediu para que me sentasse, e tivemos o seguinte diálogo:
— Masato, você é casado?
— Sim, chefe. Há dois anos.
— Muito bem. E a sua esposa é aquela linda moça que vi na tela do seu computador?
— Sim, é ela. Eu uso como descanso de tela. Eu mesmo fiz as fotos.
— Parabéns, Masato. A sua esposa é muito bela mesmo e você parece que fotografa muito bem.
— Sim, eu adoro fotografia. Sou amador. Ainda não me dediquei, mas às vezes aproveito a minha esposa como modelo, para praticar.
— Isso é muito bom. Eu também gosto muito de fotografia. E sou admirador de ensaios fotográficos. A sua esposa gosta de posar? Como ela se chama?
— Ela é a Mika. Na verdade é formada em moda, mas está sem trabalhar desde que nos casamos. Ela gosta bastante de tirar fotos, temos vários quadros em casa que fiz com as fotos que eu já tirei.
— Isso é ótimo, indica que você tem uma modelo exclusiva para praticar.
— É verdade. Mas meu equipamento não é lá essas coisas. Nem eu sou fotógrafo, apenas um apaixonado pela fotografia. Ainda não pude comprar uma boa câmera, pois pago ainda as prestações do nosso apartamento.
— Está ótimo, é assim que se começa. Primeiro a casa, depois os brinquedos.
Ele interrompeu a conversa, pegou um papel, parecia um folheto, deu uma olhada nele e perguntou:
— Como está a campanha para lançamento daquele perfume? O Sedoux?
— Eu já fiz toda a apresentação, está pronta para mostrar ao cliente.
— Mande pela rede, que eu quero ver. – Ele disse.
Eu saí para ir à minha mesa de trabalho, anexei os arquivos da apresentação e enviei pela rede interna para o computador dele. Depois voltei à sala do chefe.
Quando entrei ele estava abrindo os arquivos de apresentação. Olhou os textos, elogiou as frases:
— Gosto disso: “SEDOUX E BASTA”!
Em seguida, pediu:
— Vou lhe pedir um favor e dar uma sugestão. Como é uma apresentação fechada, só para aprovar nossa ideia, peço que tire a imagem dessa modelo que você utilizou, ela já é bem conhecida. Não terá tanto impacto como se você colocar imagem de uma modelo desconhecida. Minha sugestão é de que use duas imagens daquelas que você fez da sua esposa, por exemplo, aquela que ela está só de camisa branca, e a outra que está só de casaco preto. Trate as imagens para que fique apenas a figura feminina sem nada no fundo. E veja se gosta do efeito. Acho que ficará melhor.
Fiquei admirado olhando para ele. O chefe notou a minha hesitação e disse:
— Vai, confia! Sua mulher é linda, mas a vantagem é que não é uma beleza fabricada, é uma mulher com beleza natural, está quase sem maquiagem nas fotos, o que reforça o impacto do perfume e da chamada. “E basta”. Gostei, pode ser esse o slogan do produto. Aposto que aprovam.
Na hora meu coração batia acelerado. Mas eu sabia que teria que falar com minha esposa. Eu disse:
— Chefe, tenho que consultar minha esposa antes. Não posso usar a imagem dela assim.
O Satoshi me olhou calado, por alguns segundos, pensou um pouco, e disse:
— Faz o seguinte, trabalha as fotos, dá uma “photoshopada”, monta uma ou duas peças de anúncio com as fotos dela, e leva no seu celular. Em casa, você mostra a ela, e pergunta se ela aceita ser a modelo. Se a campanha for aprovada ela pode ser a modelo exclusiva do produto. E ganha um contrato para as fotos profissionais. O que acha?
Nossa! Na hora fiquei totalmente sem saber o que dizer. Eu ficava orgulhoso de ter feito as fotos que poderiam servir para a apresentação. E sabia que se a campanha fosse aprovada minha esposa teria um contrato de exclusividade como modelo, superando as modelos mais cotadas das agências, que tinham sido selecionadas previamente. Mas, teria que vencer uma certa timidez dela. Eu apenas disse:
— Tudo bem, chefe. Obrigado. Vou fazer isso. Tentarei convencê-la.
— Tentar não basta. Acredite. Quero que você consiga. Quando estiver pronto, me mostre que eu quero ver.
Levei umas duas horas trabalhando nas imagens e quando montei as peças, tive que concordar com o chefe. Ele tinha um olhar muito experiente. Mika ficou linda, ligeiramente “flow” com mudança no nível de transparência das fotos sobre o fundo, numa imagem suavizada, sobre um fundo branco, onde o frasco e o nome do perfume em destaque apareciam em primeiro plano. O nome SEDOUX na cor púrpura. Eu fiz isso na foto de fundo branco. Usei fundo preto na foto onde ela estava de preto, de forma que sua imagem se destacava apenas por sobressair discretamente do fundo e as letras em prateado estavam com uma ligeira sombra atrás que lhe dava a sensação de volume. Mandei para o Satoshi pela rede, e esperei.
Ele mandou a mensagem:
— Venha até aqui.
Fui para a sala dele esperando alguma correção ou mudança, pois ele sempre dava algum palpite, mas ele apenas disse:
— Perfeitas. Sua maior missão agora, é convencer sua esposa a ser a modelo da campanha. Eu garanto que aprovo tudo junto ao cliente.
Agradeci, e não pude deixar de me sentir orgulhoso, por tudo, pelas fotos, pela esposa linda, pela campanha, pela criação aprovada. Estava muito feliz. E fui para casa naquele dia num otimismo espetacular.
Na verdade, não foi tão difícil convencer a Mika. Ela adorou o tratamento que fiz das fotos, gostou das peças gráficas criadas, até exclamou:
— Nossa, fiquei bonita! Gostei de ver.
Depois, timidamente, perguntou se eu achava boa aquela proposta. Na mesma hora eu dei a maior força, disse que ela seria fotografada por um profissional experiente, e teria um contrato de exclusividade de imagem com a agência. Seria catapultada para uma posição de modelo consagrada, encarnando uma marca, sem nunca ter sido. A Mika ficou muito satisfeita e se mostrou feliz com as possibilidades. Mas, lembrou que nunca foi modelo e não sabia como agir. Expliquei que ela seria orientada e bem dirigida por profissionais.
No dia seguinte, eu cheguei na agência com a boa notícia de que ela havia aceitado. O Satoshi me deu os parabéns e falou que levaria a apresentação aos clientes naquele mesmo dia. Eu estava super otimista e feliz.
Eu passei o dia muito tenso, ansioso, e finalmente, quando o Satoshi chegou, já perto do final do expediente, me chamou em sua sala, e novamente me deu os parabéns e disse que ganhamos a campanha.
Ele fez um gesto de sigilo, e falou para manter tudo em segredo ainda, pois ele queria que a Mika fosse fazer um primeiro ensaio no estúdio do fotógrafo, para prepará-la, ambientá-la, e para que pudesse ficar mais natural e se soltar. Eu concordei e ele me perguntou se poderia ser no sábado. Era uma quinta-feira, e ele disse:
— Minha proposta é que vocês sejam meus convidados para jantar, amanhã à noite. Temos que comemorar essa conquista. Lançar um produto de luxo é um marco.
Ele deu uma pausa, e vendo minha alegria convidou:
— Venham à minha casa, eu vou mandar preparar um jantar para nós, e com isso, já trocamos ideias sobre o trabalho. Preciso que a sua esposa esteja mesmo encantada em fazer essas fotos.
Eu concordei e disse que falaria com ela. E naquela noite, conversei com a Mika. Ela estava preocupada por não ter roupa elegante para ir ao jantar, e eu disse que era um jantar simples, sem grandes formalidades, apenas para o Satoshi conhecê-la melhor. Afinal, ele estava apostando todas as fichas numa mulher que nunca foi modelo.
Mika concordou e eu disse que viria em casa buscá-la na sexta, trocaríamos de roupa e iríamos ao jantar na casa do Satoshi.
Naquela sexta-feira eu trabalhei empolgado, havia um clima de muita novidade em nossa vida, e minha linda esposa iria estrelar uma campanha de lançamento de um novo perfume de um dos nossos clientes. Uma campanha que eu havia desenvolvido, um produto que eu ajudei a dar nome, criar o logotipo, e projetar todas as peças. Era uma consagração. O jantar na casa do meu chefe, era muito importante e muito significativo para minha carreira também.
No final do dia, fui para casa me arrumar e pegar a Mika que estava pronta me esperando. Estava jovial, com um vestido simples, de malha colante azul marinho, muito bonito, com comprimento no meio da coxa, não era muito curto, e nem era comprido e nem sóbrio demais. Calçava sandálias pretas de salto alto, que realçavam seus lindos pés perfeitos e muito bem tratados, com unhas pintadas de branco. Tinha uma bolsinha preta onde levava documentos e o telefone celular. Ela fizera uma maquiagem muito discreta, apenas realçando os olhos e com um batom de tom claro dando brilho aos seus lindos lábios. E deixara o cabelo preto solto no corte Chanel comprido, muito bem escovado, repartido com um risco ao meio da cabeça, caindo sobre seus ombros. Estava deslumbrante. Eu fui com roupa social, calça cinza chumbo, camisa azul clara e um blazer azul marinho. Calcei sapatos sociais pretos. Estava elegante.
Pegamos um carro de aplicativo para nos levar, e em quarenta minutos estávamos na entrada da casa do Satoshi, na Vila Mariana. Uma bela casa antiga, do início dos anos 20 do século passado, completamente reformada e modernizada.
Satoshi nos recebeu muito simpático, usando um belíssimo quimono de seda preta totalmente estampado com figuras de lutadores de sumô em tons de amarelo e caramelo torrado. Na entrada, descalçamos os sapatos e fomos levados à sala de visitas, onde tomamos um primeiro drinque. Satoshi ficou encantado com a Mika, e a elogiou muito. Ele disse:
— O Masato é um homem de muito talento e sorte. Encontrou a mulher de sangue japonês, mais bela que eu vi nos últimos anos aqui em São Paulo.
Mika agradeceu meio tímida, sorriu, e eu vi que ela gostou do elogio. Na sala, ouvíamos música instrumental e eu identifiquei que era de um álbum do Egberto Gismonti, cujo título é “Solo in Brazil” de 2018. Ficamos ali conversando, e o Satoshi perguntou muitas coisas sobre a Mika, se gostava de ser fotografada, e se ela alguma vez tivera vontade de ser modelo.
Mika disse que gostava muito de fotografar e ser fotografada, que sempre foi muito fotografada desde pequena, contou que seu pai adorava fazer fotos de família. Depois, disse que se casou sem saber com um fotógrafo, e acabou virando modelo exclusiva minha.
Satoshi parecia satisfeito com as respostas, e foi bastante didático, explicando que um contrato de exclusividade de imagem, dá ao contratante o direito de impedir que a modelo publique fotos suas, sem que sejam previamente aprovadas, pois terá sua imagem associada a um produto. Disse que a modelo recebe muito bem por isso. Geralmente, toda a rede social da modelo acaba sendo controlada, e só são divulgadas algumas imagens previamente definidas. Ele questionou se isso a incomodava. Mika disse que não, e nem costumava usar rede social.
Depois de uma hora o jantar foi servido, por um bufê contratado, especificamente para aquela noite, e estava maravilhoso. Comida japonesa no seu melhor e feita com o cuidado de quem cobra o preço da exclusividade. Durante o jantar tomamos saquê. Mika estava já bastante alegre e sorridente, e animada com nossa conversa. Satoshi elogiou muito o meu trabalho e disse que eu tinha um futuro brilhante na minha área de atuação.
Já, no final do jantar, o Satoshi disse:
— Mika, eu preciso que você amanhã, faça um primeiro ensaio fotográfico, num estúdio de um fotógrafo de minha total confiança.
Esperou que ela prestasse atenção, e continuou:
— Ele é muito experiente, antigo na profissão, e vai saber orientar você como explorar melhor a sua imagem diante das câmeras. Servirá para você se familiarizar, e perder a timidez. Pois isso é importante. É o teste definitivo.
Mika disse que eu já havia avisado, e estaria disponível.
Nessa hora o Satoshi perguntou:
— Já fez algum ensaio sensual? Ou fotos de nu artístico?
Vi que a Mika ficou meio embaraçada, e eu respondi:
— Ela fez algumas fotos comigo, um ensaio sensual e algumas de nu. Mas só para nós.
Foi quando ele avisou:
— Muito bem, isso ajuda. Pois amanhã, certamente você será orientada a fazer poses sensuais. O teste é para isso também. A campanha vai explorar esse lado da beleza, a sensualidade e as formas do corpo.
Vi que a Mika me olhou preocupada, e eu, na tentativa de deixá-la mais calma perguntei:
— Mas, ela que estabelece seus limites não?
O Satoshi deu uma tossida, e ficando sério, falou:
— Olha, é tudo muito profissional. Uma modelo tem que passar por esses momentos. Não pode ter timidez ou vergonha de se mostrar. É como uma atriz de teatro ou cinema. Você vai aprender, para saber posar e explorar bem a sua beleza.
Mika me olhava em dúvida. Eu perguntei:
— Mas terá de fazer fotos nuas?
Satoshi fez que sim com a cabeça e disse:
— Se isso for impedimento, acho melhor a gente não continuar. A agência não vai investir num contrato de exclusividade de imagem, com uma modelo que tem restrições a posar nua. Mesmo que nunca seja necessário, tem que ter essa coragem.
Houve um momento de silêncio na sala. Eu fiquei tenso, pois não podia forçar a Mika a fazer algo que ela não quisesse. Permaneci em silêncio, e o Satoshi disse:
— Não se preocupe, Mika, se você não se sente à vontade, procuraremos outra modelo que se encaixe. Você não é obrigada a fazer o que não deseja.
Eu disse a mesma coisa:
— Tudo bem, amor, não precisa se você não quer.
Dava para perceber a expressão de desilusão no rosto do Satoshi, e ele não sorria, ficou sério. Eu fiquei meio incomodado com a situação e minha expressão não era talvez a mais satisfeita. Ouvi a Mika falando:
— Não, tudo bem. Eu aceito fazer. Sei que se eu quero essa conquista, tenho que superar a vergonha. Faz parte.
Um sorriso se iluminou na mesma hora no rosto de Satoshi, e eu também devo ter ficado aliviado. Mika me perguntou:
— Amor, você não se opõe que eu faça isso? Posso fazer esse ensaio sensual com o outro fotógrafo?
Satoshi respondeu antes:
— Ele não vai se opor. Sabe o que representa esse contrato e essa campanha. Sua imagem exclusiva, vai render muito dinheiro, e é uma coisa muito profissional. Sua beleza ficará sempre valorizada.
Eu concordei:
— É verdade amor. Uma chance dessa não aparece nunca. Caiu do céu. Mas a decisão é sua.
— Tudo bem, então. Farei o trabalho. - Ela confirmou.
Satoshi disse:
— Antes de fechar contrato, quero ver o seu teste, quero ver como se adapta, e se vai mesmo encarar a carreira. Certamente terá fotos muito sensuais e prova de foto nua. Faremos o contrato depois desse teste. Estão de acordo?
Esperei que a Mika concordasse. Ela fez que sim, me olhou e perguntou:
— Está de acordo também amor? Tudo bem, para você?
Concordei sem dúvidas, vendo que ela queria mesmo continuar.
A noite terminou com uns brindes pelo agradável jantar, e pela celebração daquele acordo inicial para o ensaio no dia seguinte. Satoshi ao se despedir, falou:
— Amanhã, espero vocês no estúdio às 9 horas.
Fomos para casa satisfeitos, e até um pouco nervosos. Na hora de dormir, estávamos excitados, talvez mais soltos pela bebida, e fizemos um sexo muito gostoso, nada fora do convencional, mas suficiente para nos acalmar e satisfazer. Antes de dormir a Mika perguntou:
— Amor, me fala, você está mesmo favorável para que eu faça essa campanha?
Eu confirmei e respondi:
— Acho que será ótimo para você. Ganhará dinheiro, experiência profissional, e prestígio. E você pode parar quando tiver vontade. Beleza não dura para sempre e a hora é essa.
Mika me beijou e perguntou:
— E você não vai ter ciúme se eu fizer poses sensuais para o fotógrafo?
Eu confirmei:
— Claro que vou sentir um certo ciúme. Imagino que o Brad Pitt sentisse ciúme da Angelina Jolie, quando beijava outro ator em cena de algum filme ou fazia cenas sensuais e de nu. Todos os atores e atrizes passam por isso. Mas faz parte da profissão. Tenho que me controlar e admirar o seu sucesso.
Mika sorriu e falou:
— Eu acho que vou ficar cheia de vergonha.
Eu respondi:
— Você se acostuma. Acho que o teste é para isso mesmo. Ver se você se sentirá bem e à vontade.
Dormimos satisfeitos e cheios de esperança
Na manhã do sábado, fomos para o tal estúdio que o Satoshi havia indicado. Ficava em um prédio antigo, num bairro perto do centro da cidade, um apartamento grande no oitavo andar, de pé direito alto, havia sido adaptado usando uma das salas principais para criar um estúdio de gravação e fotografia. Ao chegarmos, Satoshi já lá estava, acompanhado de um homem de mais de sessenta e cinco anos, mas esbelto, elegante, cabelo baixo, grisalho, bigode e cavanhaque também brancos, os olhos azuis e sorriso jovial. Fomos apresentados ao Leosan.
Satoshi disse:
— Leosan é um parceiro há muitos anos, mais de 45 anos prestando serviços para nós, e com grande prestígio no meio empresarial.
O velho fez uma ligeira vênia, nos cumprimentando, e estendeu a mão para apertos firmes e positivos. Depois nos conduziu para a sala de espera, onde havia um sofá e duas poltronas em couro castanho, e uma mesa baixa entre o sofá e as duas poltronas.
Logo que nos acomodamos, eu e Mika no sofá e o Satoshi numa das poltronas, o fotógrafo trouxe uma bandeja de madeira com um bule de porcelana e quatro xícaras de chá também de porcelana sobre seus pires. Havia também um açucareiro e colherinhas.
Ele serviu o chá para todos e tomamos enquanto o Leosan explicava:
— A Mika vai lá dentro pelo corredor e verá um camarim. Sobre o aparador da pia, tem um saco plástico lacrado, com um roupão branco.
Ele dava orientações sem perder a naturalidade.
— Tem material de maquiagem também nas gavetas. Por favor, você faz uma maquiagem leve, discreta, se despe e coloca o roupão. Quando estiver pronta, me encontrará no estúdio. Nas primeiras fotos, apenas de retrato, o Masato poderá ficar assistindo. Mas depois, para que você se sinta mais à vontade, ele pode ficar aqui nesta sala, e esperar. Quero manter esse teste bem restrito.
Ele virou-se para mim:
— Tem livros, revistas e uma TV na parede ser quiser assistir. Apenas mantenha o volume baixo, tocarei música no estúdio, para ajudar a relaxar e criar clima.
A Mika me deu uma olhada para ver se eu tinha alguma observação, mas eu entendia perfeitamente o que o velho fotógrafo pedia. Eu disse a ela:
— Vá, fique tranquila. Aguardo aqui.
Ela terminou o chá e se afastou indo para dentro por um corredor que levava ao banheiro transformado em camarim.
Fiquei conversando com o Satoshi e o Leosan. O velho grisalho me falou:
— Vi as suas fotos montadas no anúncio demonstração. Gostei muito. Você tem talento para a fotografia.
Agradeci e ele completou:
— Acho que será um teste importante. Vou exigir bastante da sua esposa, poses, posturas, expressões, movimento. Vou pedir que se dispa. Quero ver como ela se comporta. Sei que o começo parece difícil, mas eu a achei muito bela e bem-motivada.
Satoshi disse:
— Se o ensaio ficar como esperamos, você poderá dar umas aulas para o Masato, pois ele parece ter talento e gosta de fotografia.
— Certamente! - Disse o velho fotografo, com expressão simpática.
Nisso, vimos que a Mika já havia se aprontado, e tinha ido para o estúdio. Havia uma porta e uma cortina preta pesada que separava a sala de estar, do estúdio. Ela colocou o rosto para fora da cortina e disse que estava pronta.
Leosan e o Satoshi se levantaram e foram para o estúdio e eu os segui. No começo estava muito pouco iluminado, apenas com duas luminárias de baixa intensidade. No centro do estúdio havia um recamier branco, alto, liso e sem abas laterais. Leosan explicou para a Mika ficar sentada ali. Ela estava ainda com a sandália de salto, e com o roupão branco de seda delicada sobre o corpo, e amarrado com um cinto do mesmo tecido.
O velho fotógrafo indicou duas cadeiras de lona, dessas de produção de cinema, para que eu e o Satoshi nos sentássemos, e foi ligar os projetores de luz, cuja luminosidade era rebatida por sombrinhas prateadas criando um halo luminoso em torno da figura da minha esposa sentada. O resto do estúdio ficou na penumbra. Ela estava mesmo muito bela. O Leosan dava pequenas dicas de como ela deveria olhar, erguer o queixo, virar o rosto um pouco e começou a bater fotos. Tirou fotos dela séria, com expressão admirada, de satisfação, de prazer, sorrindo sutilmente, e depois ironicamente. Mika obedecia aos comandos e o velho fotógrafo parecia satisfeito e ia comandando. Satoshi exclamou ao meu lado:
— Ela é perfeita. Parece que fez isso a vida toda.
Era verdade, eu me surpreendia como a Mika sabia exatamente fazer a expressão necessária que era solicitada. Até que o Leosan disse:
— A série de retrato já está. Agora vamos a poses mais sensuais. Abra um pouco do roupão.
Mika soltou o cinto de tecido e folgou um pouco o roupão nos ombros. Não se mostrava tímida. Apareceu a lingerie por baixo, um sutiã branco de rendas. Mas apenas uma pequena parte aparecia.
O velho fotógrafo batia algumas fotos e ia falando com ela para mudar o olhar, abaixar o rosto como se estivesse pensativa, e que deixasse um ombro de fora do roupão. Ela obedeceu e ele exclamou que estava bem. Tirou mais fotos e solicitou:
— Fique de pé e abra o roupão.
Mika ficou de pé e olhou para onde estávamos e o Leosan disse:
— Não ligue para nada e nem ninguém. Só faça o que eu pedir. Esqueça o resto.
Ela concordou com a cabeça e deixou o roupão se abrir, revelando o seu corpo de pele muito clara e impecável, e uma tanguinha pequenina de rendinha branca que fazia conjunto com o sutiã.
Na hora senti um arrepio enorme em meu corpo. Minha esposa ali, diante dos três, em trajes mais do que sensuais. Ela se mantinha séria, atenta aos comandos do Leosan.
Depois de mais algumas fotos, o fotógrafo pediu:
— Solte o sutiã, mas não retire. Apenas deixe frouxo.
Ela obedeceu e ainda com o roupão aberto, abriu o fecho do sutiã atrás das costas e deixou que se afrouxasse, quase mostrando os peitos.
— Isso, fique assim, olhe para o lado… Pense em algo gostoso… – Comandou o velho fotógrafo.
Eu não sabia por que, mas estava excitado com a cena que eu via, consciente de que minha esposa estava se desnudando com poses sensuais diante da câmera e de mais dois outros homens. Olhei para o Satoshi e ele também parecia hipnotizado ao ver a cena. Discretamente, observei que ele, também como eu, estava com um certo volume se pronunciando dentro da calça. O safado estava de pau duro. E era mais do que normal. Mesmo com algum ciúme, eu estava excitado e admirando como a Mika se portava completamente disciplinada. Mesmo ainda um pouco tímida, ela obedecia.
— Agora, vai soltando o sutiã. Bem lentamente. – Pediu o velho.
Mika hesitou um pouco, dois ou três segundos, depois obedeceu e foi deixando o sutiã sair de cima dos seios. Ao ver os mamilos empinados e túrgidos, percebi que ela também estava excitada. Ela piscava um pouco, de nervosismo, e o fotógrafo dizia:
— Olhe para seus peitos, observe os bicos empinados. Isso, pode ficar excitada. É isso que eu quero. Você tem consciência de que estão admirando seus seios lindos.
Meu pau dava saltos dentro da cueca e meu coração parecia que iria sair pela boca.
Satoshi exclamou bem baixinho só para eu ouvir:.
— É deliciosa! Que tesão é a sua esposa! Ela é perfeita.
Dito ali naquele momento eu entendi que era mais um elogio e uma exclamação admirada do que uma provocação. Eu só fiz: “Hum-hum”.
Ouvi o Leosan pedir:
— Isso, agora retire o sutiã, deixe cair e segure naturalmente, eu quero pegar isso.
Vi acontecer, e ouvi os cliques seguidos da máquina batendo as fotos. Mika estava ali de pé ao lado do recamier, com o roupão aberto naturalmente, apenas de tanguinha, e segurando o sutiã com as duas mãos na altura do umbigo, e seus lindos seios completamente expostos.
Depois de alguns cliques o fotógrafo pediu:.
— Deixe o sutiã no recamier e segure nas laterais da tanguinha, como se fosse retirar.
Mika deu uma ligeira olhada para o nosso lado, antes de obedecer.
O Leosan pediu:
— Por favor, marido, pode ir para a sala de espera? Ela parece intimidada com a sua presença.
Eu me virei disfarçando o volume da minha excitação, e meio a contragosto, saí da sala. Antes de sair dei uma outra olhada.
Reparei que e Mika me olhava serena, disposta a continuar. Ciúme e excitação me deixavam muito tenso, mas eu sabia que era importante aquele teste.
Ouvi o Leosan falar com o Satoshi:
— Vou começar a exigir mais.
— Faz como achar que deve. Ela está disposta. – Respondeu meu chefe.
Enquanto ia para a outra sala eu pude ouvir o Leosan dizer para a Mika:
— Agora, faz a pose para descer a tanguinha. Vai com calma.
Eu ouvia os cliques das fotos. O fotógrafo falava:
— Isso, vai abaixando, lentamente. Isso…
“Click”... “Click”... “Click”...
— Isso, sem vergonha, abaixe agora, mostra essa bocetinha… – Leosan falou.
Meu corpo estava todo arrepiado. Não resisti e fui silenciosamente espreitar pela cortina preta. Uma nesguinha de fresta me deixava ver a cena lá dentro.
“Click”... “Click”... “Click”...
Mika estava com a calcinha de renda abaixada no meio da coxa. Dava para ver seu púbis e os pelos da xoxota apenas aparados com tesoura. Ela não costumava raspar tudo.
Ouvi o Leosan dizer:
— Mas, você não está depilada?
— Eu uso assim, ela disse. Não sabia que tinha que depilar.
Minha esposa não parecia estar com vergonha, estava enfrentando a situação profissionalmente.
Leosan pediu:
— Volte lá no camarim. Tem um aparelho de barbear. Por favor, raspe o máximo que puder.
Mika disse:
— Vou pedir para o meu marido me ajudar.
— Ok, tudo bem. Masato, venha aqui. - chamou o fotógrafo.
Entrei no estúdio e vi que o Satoshi estava vidrado olhando para a Mika, segurando o pau sob a calça. O Leosan pediu:
— Ajude a sua esposa, precisa limpar um pouco desses pelos.
Mika desceu a calcinha e retirou. Ajeitou o roupão e foi para o corredor que levava ao grande banheiro que foi transformado em camarim. Eu fui atrás e lá dentro ela procurou nas gavetas da bancada por baixo da pia, onde encontrou o aparelho de barbear, e um pote com um pincel de barba.
Despejou um pouco de sabonete líquido no pote, fez espuma com um pouco de água, despiu-se do roupão, colocou uma toalha sobre a poltrona e sentou-se com as pernas meio abertas. Ela pediu:
— Me ajuda, amor, raspe os pelos vindo da beiradinha para o meio.
Eu estava admirado como ela agia com tanta naturalidade, eu estava excitadíssimo, mas tentava manter a aparência. Me abaixei na frente da poltrona com ela de pernas abertas e comecei a passar o pincel espalhando a espuma. Olhei na xoxota da Mika e ela parecia bem melada. Perguntei:
— Ficou excitada?
— O que é que você acha? Nunca fiz nada disso na minha vida. – ela respondeu.
— Pois é. Eu até admirei muito a sua coragem. – comentei.
Mika foi orientando como eu deveria raspar e limpar o aparelho. Ela falou:
— Se temos que fazer alguma coisa assim, faremos direito. Eu agora quero fazer essa campanha. Fiquei com vontade de conseguir.
Eu não tinha o que questionar. Fiz a depilação conforme ela me pediu e deixei apenas um pequeno pedacinho de pelinhos em cima da xoxotinha, como um bigodinho retangular. Depois que acabei de raspar, ela molhou uma toalha e se limpou. Pegou uma tesourinha e aparou os cabelinhos bem curtinhos, para que ficassem bem certinhos. Disse:
— Pronto. Assim, está bom. O que você acha?
— Estou cheio de tesão. Nunca vi sua bocetinha assim. Vontade de comer você agora.
Ela riu, e disse:
— Também estou cheia de vontade. A partir de agora vou usar sempre assim. Vamos terminar esse ensaio. Depois a gente brinca.
Ela vestiu o roupão e seguimos de volta para o estúdio. Leosan e Satoshi estavam conversando, e o fotógrafo mostrava algumas das fotos para ele ainda pela tela traseira da câmera. Quando entramos o Leosan perguntou:
— Então, como ficou?
Mika sem nenhum tipo de vergonha, abriu o roupão e exibiu a xoxotinha que eu havia acabado de depilar.
— Ficou bom assim? – Ela perguntou.
— Perfeito, disse o fotógrafo. Vamos continuar.
Reparei que os dois homens apresentavam volumes salientes na frente das calças, e nem disfarçavam. O Leosan usava uma calça moletom onde o pau duro ficou bastante marcado. Mas ele já orientava a Mika em como deveria ficar para as fotos.
Eu não saí mais do estúdio, e vi a sequência em que a Mika se despia lentamente do roupão, fazendo poses sexy, apoiando um joelho sobre o recamier, quase como uma Pin-Up. Depois de várias fotos em pé o Leosan a colocou sentada sobre o recamier, e pediu que ela erguesse uma perna, na pose para desatar a fivela que prendia a sandália. Enquanto ela fazia, mostrando seus lindos pés em destaque, ele clicava sem parar. Depois pediu que despisse o outro pé da sandália. Ao se movimentar, sentada, erguendo a perna, a bocetinha melada da Mika parecia muito. O fotógrafo reparou, pegou um lenço de papel de uma caixinha perto de uma mesinha e entregou para que a Mika se enxugasse:
— Ficar excitada em fotos sensuais é muito natural. Temos que limpar de vez em quando. – Ele disse.
Ela obedeceu, pegou o lenço de papel, se secou e devolveu o lenço para ele, sem se alterar, embora os mamilos empinados e durinhos revelassem que ela ainda estava muito excitada. O Leosan pegou o lenço e colocou sobre um banquinho. Quando ele voltou a fotografar, orientando poses da Mika, ela já descalça, e com as pernas sobre o recamier, numa pose muito bela e sensual, vi o Satoshi pegar o lenço de papel usado e cheirar. Ao ver aquilo, meu coração se acelerou, e nossos olhares se cruzaram. Ele apenas deu um sorriso, uma piscada maliciosa, e continuou cheirando, enquanto o Leosan comandava as mudanças de pose. Eu sentia ciúme e muita tensão, mas também estava excitadíssimo com aquelas coisas muito eróticas.
Foi quando o Leosan pediu:
— Masato, vou fazer fotos com cenas mais arrojadas, quero explorar a sensualidade da Mika. Aconselho que você fique lá fora. Para que não haja inibição dela. Estamos quase acabando.
Mais uma vez, eu me retirei. Mas fiquei quieto na sala de espera, olhando escondido pela frestinha da cortina.
O fotógrafo pegou um frasco de óleo para umedecer a pele e com a Mika completamente nua sobre o recamier, pediu ao Satoshi:
— Por favor espalhe este óleo de massagem sobre o corpo da Mika. Vai suavizar a pele, realçar a luz e dará um brilho especial às fotos de nu.
Na mesma hora eu vi que ela se levantou ficando de pé. Meu chefe pegava o tubo com óleo e derramando na mão começou a passar pelo corpo da minha esposa.
Leosan apenas observava aquilo. Eu vi que a Mika tentava disfarçar, olhava de lado, suspirava, mas estava muito excitada com os toques do meu chefe. As mãos do Satoshi iam espalhando o óleo pelo corpo dela, passavam nas costas, nas nádegas, na barriga, nos seios. A Mika de pé estremecia e suspirava com aqueles toques. Ela estava muito excitada. E reparei que os dois homens também estavam, já não disfarçavam suas ereções. Mas o Satoshi continuou e passou óleo nos seios, acariciando suavemente arrancando um gemido mais alto da Mika. Depois, ele desceu a mão pela barriga, pela virilha e passou sobre a xoxota. Mika soltou outro gemido. Ela naturalmente abriu um pouco as pernas facilitando que ele espalhasse o óleo. Meu chefe, tomado por um tesão enorme, acariciava a bocetinha da Mika, e também, com a outra mão apertava o próprio pau que formava um belo volume em sua calça. Mika continuava ali, suspirando e entregue àquelas carícias.
Eu estava excitadíssimo de ver aquilo, como ela estava suportando tudo aquilo, mas também me angustiava, pois tudo poderia descambar para sexo explícito em segundos. De repente, vendo a Mika sendo bolinada nas partes íntimas na frente do fotógrafo que assistia aquilo e esperava que estivessem prontos, meu ciúme falou mais alto. Eu passei a cortina e entrei no estúdio. Na hora, falei:
— Acho que já chega, não? Ainda tem fotos ou já vão fazer outra coisa?
O Satoshi se virou e com a maior das calmas, disse:
— Tudo faz parte do teste.
E o fotógrafo respondeu:
— Temos que ver a capacidade da Mika a trabalhar sob pressão. Ser modelo é passar por momentos de alta sensualidade também, pois alguns trabalhos exigem isso.
Fiquei parado sem saber o que dizer. O Satoshi falou:
— Volta para a outra sala. Assim você não vê nada e não interfere.
Eu olhei para a Mika, e para minha surpresa, ela pediu:
— Pode ir amor. Agora já estou decidida. Eu quero fazer esse teste completo até no final. Esse trabalho será meu.
Saí da sala, e naquele momento senti mais angústia do que outra coisa. A sensação que eu tinha era de que estava perdendo todos os controles, e minha esposa ia se entregar ao meu chefe.
Ouvi o Leosan fechar a porta do estúdio e trancar. Apurei os ouvidos.
Poucos segundos depois eu voltei a ouvir os cliques da máquina fotográfica, e passei a ouvir alguns comandos do fotógrafo:
— Isso, mostra, abre. Isso… a bocetinha, de pertinho. Agora, de joelhos. Assim, empina a bunda…
Meu coração disparou, eu suava frio, tive até tontura. Imaginava o que eles estariam fotografando. Precisei me recostar no sofá, e com isso deixei de ouvir o que eles falavam com nitidez. Passaram mais alguns minutos, eu ouvia murmúrios, até que ouvi o Leosan falar mais alto:
— Isso, assim, vai, se masturba, isso, está ótimo… Pode continuar.
Meu pau duro e meu coração batendo na garganta. Ouvi muitos gemidos da Mika, e durante um bom tempo ela exclamando:
— Ahhh, que tesão! Estou gozando… Ahh... é bom! Não consigo parar…
Eu fiquei desesperado. Ouvia abafado os sons de “Flap”, “Flap”, Flap”, como se estivessem fodendo. Não tive condições de ficar ouvindo aquilo. A sensação que eu tinha era de que ela estava sendo fodida pelo meu chefe que soltava exclamações como:
“Muito gostosa”… “Isso mesmo” … “Que bom” … “Perfeita” … “Nossa, que delícia”.
No desespero, abri a porta que dava para o corredor dos elevadores e saí, indo me sentar do lado de fora, na escada que ficava entre os dois elevadores. Tampei os ouvidos e queria desaparecer, sumir dali. Estava completamente arrasado, me sentindo um inútil, no fundo poço. Perdi a noção do tempo.
Até que passado um tempo que não sei dizer quanto, vi a Mika já vestida ali na minha frente, me chamando.
— Já acabamos, amor. Podemos ir para casa.
Eu me levantei e vi o fotógrafo e o Satoshi me olhando da porta do estúdio. Meu chefe disse:
— Foi perfeito. Tudo correu muito bem. A Mika é especial, será a modelo exclusiva da campanha. Na segunda-feira, conversaremos sobre o contrato.
Leosan, falou:
— O material fica resguardado comigo, mas se depois você vier aqui eu posso mostrar as imagens a você. E se estiver interessado, posso lhe dar aulas de fotografia e poderá tentar ser meu assistente para a campanha toda.
Eu nem agradeci, nem disse nada. Fomos embora, e eu estava tão destrambelhado das emoções e do medo de saber o que havia acontecido, que não falei quase nada com a Mika. Ela também seguiu calada, mas parecia bem.
Eu que estava muito mal, me sentindo no fundo do poço. Chegamos em casa e ela foi tomar um banho. Eu deprimido. Pensava que meu casamento havia se acabado.
Levaria ainda um bom tempo para ter coragem de saber o que aconteceu naquele estúdio depois que eu saí.
FIM.
(Algum dia, em alguma outra oportunidade, numa outra história, contarei em detalhes o que a Mika me confessou.)
[NOTA DO AUTOR] - Esta história, foi extraída do material que integra um dos meus próximos romances, “Safados Malvistos”, e foi adaptada exclusivamente para fazer parte do desafio15: O fundo do poço, aqui da CDC.
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