Os pecados de um padre — Parte 1
Era uma noite gelada de sexta-feira naquela pequena cidade serrana. O vento assobiava entre as frestas das janelas antigas da igreja matriz. A neblina cobria tudo como um véu denso, abafando os sons, tornando tudo mais íntimo, mais secreto.
Felipe atravessou a praça com as mãos nos bolsos do moletom largo e uma touca cobrindo o cabelo castanho escuro. Seus passos eram rápidos, tanto pelo frio quanto pela ansiedade. Tinha 22 anos, era baixo, apenas 1,60 de altura, com o corpo magro, sem muitos músculos, mas com coxas discretamente grossas e uma bunda empinada que ele escondia sob calças sempre folgadas demais. O rosto era jovem, com bochechas marcadas e olhos vivos que misturavam timidez e provocação.
O destino: o confessionário da igreja, onde o padre Augusto celebrava as últimas confissões do dia.
Padre Augusto, 68 anos, era um homem branco, de estatura baixa e corpo robusto. Os anos lhe haviam dado uma barriga grande e mole, que se projetava sob a batina, os braços gordinhos e uma pele macia e levemente avermelhada pelo frio constante. O rosto era severo, com sobrancelhas cerradas, olhos pequenos e claros, e cabelos todos brancos, cortados curtos, lisos. Mas havia algo nele que despertava um desejo profundo em Felipe: talvez o contraste entre a aparência de severidade e a virilidade que se escondia ali. Diziam pelas fofocas da cidade que ele era "bem-dotado", embora ninguém tivesse provas. Felipe imaginava. Fantasiava. Sonhava.
E agora, ele estava ali, de propósito.
Sentado no confessionário, Felipe falava em voz baixa, como se realmente buscasse redenção. Mas seus pecados... eram provocativos.
— Padre... eu pequei. — disse ele, com a respiração quase trêmula.
— Que tipo de pecado, meu filho? — a voz de Augusto soava grave, abafada pela madeira do confessionário.
— Eu toquei em mim mesmo... pensando em outro homem. — houve silêncio. — Mais de uma vez... E ontem, eu deixei que um cara passasse a mão por dentro da minha calça... dentro do carro dele.
Augusto pigarreou, desconfortável, mas não o interrompeu.
— E o senhor, padre... já sentiu vontade de... de fazer algo errado?
Houve um silêncio longo. A madeira velha do confessionário parecia ranger sozinha no escuro.
— A confissão não é lugar para esse tipo de conversa.
— Me desculpe. — Felipe disse, com falsa vergonha. — É que... eu me sinto muito sozinho.
Quando saiu, Felipe soube que tinha plantado a dúvida. A armadilha.
Na manhã seguinte, um recado simples chegou por bilhete: “Venha à casa paroquial às 20h. Precisamos conversar com calma.” — Pe. Augusto
A casa paroquial era um casarão antigo, de janelas altas e chão de madeira que rangia a cada passo. Móveis de época, um relógio de pêndulo na parede da sala e o cheiro de incenso e madeira encerada. A lareira estava acesa, jogando sombras quentes nas paredes, contrastando com o frio cortante lá fora.
Felipe chegou de moletom e calça de moletom solta, mas por baixo usava apenas cueca fina. Tremia mais de nervoso do que de frio.
Augusto apareceu vindo do corredor, já de banho tomado. Estava de calça de pijama xadrez azul-marinho e uma camiseta branca simples. Sem batina. Sem cruz no peito. Tinha o cabelo úmido, penteado para trás, e o rosto recém-banhado, com um leve brilho. Os pelos brancos do peito eram poucos e finos, e a barriga pendia redonda e macia por baixo da camiseta.
— Sente-se. — disse ele, apontando o sofá de couro gasto.
Felipe obedeceu. O sofá era fundo, e o padre sentou-se na poltrona ao lado, de frente pra ele.
— Eu li nas entrelinhas do que você disse ontem... e achei importante conversarmos sobre isso.
— Achei que o senhor não ia me chamar nunca. — respondeu Felipe, com um sorriso de canto de boca.
— O que você quer de mim, Felipe?
Felipe hesitou por um segundo. Depois, com a voz mais firme, respondeu:
— Eu quero saber o que tem por baixo da sua batina. O que o senhor esconde debaixo da sua santidade.
Augusto o encarou por longos segundos. A tensão entre eles podia ser tocada no ar. O relógio de pêndulo marcava cada batida com força.
— Você é um garoto atrevido.
— Eu tenho 22, padre. Já sei muito bem o que quero.
Augusto se levantou lentamente. O pijama marcava o volume entre suas pernas. Era evidente. Pesado. Real. Aproximou-se de Felipe e, com as duas mãos, tirou a camiseta pela cabeça, revelando o corpo peludo apenas em partes — poucos fios brancos no peito e ao redor dos mamilos rosados, e uma barriga grande e caída que tremia levemente a cada movimento. Mas havia firmeza em seus braços, força nos ombros.
Felipe olhava tudo, hipnotizado. Aquilo era melhor do que ele imaginava.
— Você está com frio? — perguntou o padre, olhando para os lábios de Felipe.
— Um pouco. — mentiu ele.
Augusto se aproximou e, com um gesto lento, puxou o moletom de Felipe pela barra. A camiseta veio junto, revelando o corpo magro, pálido, com o peitoral liso e os mamilos duros pelo frio. O contraste entre os dois era gritante: um corpo jovem, delicado e um corpo velho, forte e decadente.
Sem tocar nele ainda, Augusto murmurou:
— Você quer mesmo isso? Aqui, agora?
Felipe se levantou. Sem uma palavra, apenas abaixou a calça de moletom, revelando a cueca justa por baixo. O volume não era grande, mas já se notava excitado. Os olhos nos olhos.
O padre deu dois passos à frente, até estarem muito próximos. Felipe podia sentir o cheiro de sabonete do banho, misturado com algo mais forte... viril. O corpo quente de Augusto contrastava com o ambiente frio. A barriga do padre roçou na barriga magra de Felipe, e o membro duro por baixo do pijama se encostou de leve na coxa do garoto.
Felipe estremeceu.
Augusto levou uma mão ao rosto do jovem, acariciando sua bochecha. Depois desceu a mão, devagar, pelo peito nu, até o umbigo. Parou ali, por um instante, observando cada reação de Felipe.
— Eu devia resistir. — disse ele.
— Mas não quer. — Felipe respondeu.
O padre sorriu de lado, finalmente encostando a outra mão na cintura de Felipe e o puxando para perto, colando os corpos. A mão mais velha escorregou por dentro da cueca, apertando de leve a bunda firme e pequena do rapaz, que gemeu baixinho, quase sem querer.
Os dois se olharam mais uma vez. E então, o beijo aconteceu. Lento, quente, profundo. A boca madura e carnuda de Augusto engolindo a juventude de Felipe com fome, desejo contido por anos.
Felipe tremia. Mas não era mais pelo frio.
(continua...)