Bom dia/tarde/noite, leitores. Eu me chamo Carlos. Sou um professor universitário cinquentão, meio barrigudinho e calvo com dignidade. Nesta minha série de contos, narro as minhas aventuras tentando comer algumas vizinhas e, quem sabe, conquistar o coração de alguma(s) dela(s) para formar um harém com várias esposas (um objetivo de vida bem fácil, eu sei...). Quem puder ler os primeiros capítulos, só procurar a série.
No mesmo em que este capítulo se passa, eu e a Odete estamos dando entrada no nosso processo de divórcio amigável. Mas isso não quer dizer que estou sozinho. Tenho um pequeníssimo harém de duas mulheres.
A Eliana é minha “namorada”. 30 anos, engenheira. Inteligente, sorridente, decidida quando quer, embora ainda mantenha uma coleira emocional presa ao marido, Leandro. Eles ainda são oficialmente casados. E eu? Sou o “reserva”. O cara que ela ama secretamente, mas não assume publicamente. A Eliana não me impede de me envolver com outras mulheres, porque ela própria também está com dois homens ao mesmo tempo. O corpo dela parece ter sido desenhado com precisão de escultor grego e malícia de deusa pagã. Seios fartos, pesados, redondos, quase exagerados de tão bonitos. Cintura fina, barriga definida, quadril largo, coxas torneadas de academia. O bumbum é grande, firme, empinado. A pele bronzeada, os olhos verdes.
Já a Rebecca é a minha “amiga colorida”. Ela tem 29 anos, é advogada e ainda profundamente religiosa. Casada com Maurício, mas cada vez mais distante dele. A Rebecca é aquele tipo de mulher que parece viver um conflito eterno entre o que sente e o que acha que deveria sentir. Doce, reservada, inteligente. Tem um senso de certo e errado que beira a rigidez, mas aos poucos vai se permitindo viver outras possibilidades. O nosso arranjo é simples, pelo menos em teoria: somos amigos, desses que se contam tudo. E que, de vez em quando, se permitem uma transa carregada de carinho, tensão e um pouco de culpa. Ela quer se divorciar, mas ainda teme o julgamento da família, da igreja, da sociedade. Eu a escuto, a respeito e, quando ela quer, a beijo. E transo com ela com o cuidado de quem segura algo precioso e frágil ao mesmo tempo. Por trás da aparência comportada, ela tem um corpo que desafia todos os estereótipos da mulher recatada. Seios pequenos e firmes. Uma bundinha empinada, arredondada e hipnotizante, que se move com graça involuntária. Pernas bem desenhadas, olhos castanhos que às vezes brilham com uma malícia inesperada.
No conto passado, eu, a Eliana e a Rebecca definimos algumas regras no nosso trisal. A Rebecca ainda está aceitando internamente a ideia de ser parte de um trisal/harém. As duas puseram algumas condições e uma lista (bem restrita) de mulheres que podem entrar no harém. Este é o último capítulo do que posso chamar de “fase da consolidação”, antes da expansão.
Era madrugada de terça-feira. Minha primeira noite dormindo com a Eliana.
A respiração dela ainda estava acelerada quando ela rolou para o meu peito e repousou a perna sobre meu quadril. O lençol escorregou um pouco do corpo dela, revelando aquele par de seios que não cansavam de me surpreender. Eram fartos, simétricos, e tinham um peso gostoso nas minhas mãos. Os mamilos grandes e marrom-escuros me deixavam hipnotizado. A barriga era lisinha, mas não 100% dura: tinha uma maciez sensual. As coxas grossas, torneadas de academia, completavam um corpo dos sonhos de qualquer homem.
Sentia os dedos da Eliana em meu peito, o calor do corpo dela misturado ao meu. Ela passava as unhas suavemente pela minha barriga, distraidamente, como quem tenta desenhar pensamentos com toques. Sorri para ela e percebi que ela também estava acordada quando retribuiu o sorriso com aquele brilho travesso nos olhos verdes.
— A gente se encaixa muito bem, sabia? — disse ela, encostando o queixo no meu peito. — No sexo, nas conversas...
Passei os dedos pelos cabelos dela.
— Eu sei. Só não me acorde desse sonho.
Eliana riu e mordeu meu peito de leve.
— Engraçadinho... Mas falo sério.
Ela riu de novo e me deu um tapa carinhoso. Depois ficou em silêncio. Sentia que vinha algo.
— Posso te perguntar uma coisa mais pessoal?
— Acho que, nesta altura do campeonato, é meio complicado dizer que não temos intimidade para esse tipo de coisa.
Ela deu um sorriso, mas não o manteve por muito tempo.
— Você já teve muitas amantes, não teve?
Me mexi um pouco na cama. Não de desconforto, mas para pensar. Não era uma pergunta acusatória, ainda.
— Tive. Nem tantas quanto as lendas diriam... A grande maioria foram lances de uma transa só. Mas amantes no sentido que você está pensando, tive algumas sim.
Ela se ergueu um pouco, me olhando de lado, apoiada no cotovelo. O cabelo caía sobre o ombro como numa pintura. Aquela beleza me deixava mais vulnerável do que eu gostaria de admitir.
— Te incomoda? — perguntei.
— Não — respondeu, sincera. — Me deixa curiosa. Como elas eram?
Fiquei em silêncio por alguns segundos. Não era um assunto que eu evitava, mas também não ficava revisitando.
— Você ainda fala com alguma?
Suspirei. Aquela linha de conversa podia ir a muitos lugares. Mas eu devia a ela sinceridade.
— Perdi contato com a maioria. Algumas se casaram, mudaram de cidade, mudaram de vida. Prefiro não cutucar. Cada uma teve um lugar no meu passado. E eu não quis atrapalhar a vida de ninguém.
Ela assentiu, mas o silêncio pesou um pouco.
— E alguma você ainda vê? Ou viu recentemente?
Demorei um pouco mais. Eu podia omitir, mas não era o tipo de relação que eu queria construir com ela.
— Revi duas, há algumas semanas. Creuza e Joana.
Ela ergueu as sobrancelhas, mas manteve a calma.
— Reviu como? Pra transar?
— Almocei com cada uma delas, separadamente. Queria saber como estavam. Ver se estavam bem. Mas também queria aprender com o passado. Quis entender o que eu fiz certo e o que fiz errado. Ouvi-las. Saber o que eu deixei de ver. Porque eu não quero cometer os mesmos erros. Com você. Com a Rebecca. Com ninguém.
Ela me encarou por alguns segundos.
— Você quer entender seus erros com elas?
— Eu quero entender meus erros pra não os repetir com vocês.
Ela apoiou o queixo na mão e ficou em silêncio por um tempo.
— Quero conhecer uma delas.
— O quê? — perguntei, me endireitando um pouco na cama.
Silêncio. Não esperava aquilo. Minha mente imediatamente foi a Creuza. Ela talvez topasse. Mas o que poderia acontecer disso? E se Eliana não gostasse dela? Ou se elas gostassem demais uma da outra? Ou se ficassem comparando quem eu era antes e quem eu sou agora?
— Uma delas. A que você acha que mais tem a dizer sobre o que você foi. A que te conheceu de um jeito que eu talvez não conheça ainda. Quero saber com quem eu estou lidando de verdade.
— Eliana... — comecei, mas não terminei.
— Eu não quero comparação. Mas se você diz que está buscando não repetir os mesmos erros... deixa eu ver de onde você veio. Entender o que te moldou.
— Isso é mais complicado do que parece. Eu não sei como elas se sentiriam.
— Você acha que elas ainda te amam?
— Não. Mas não sei se ficariam confortáveis com isso. Pode parecer intrusivo.
Ela se aproximou mais, encostando o rosto no meu.
— Então fala com uma delas. A mais tranquila. E pergunta se podemos marcar um café, um papo simples. Eu prometo não transformar isso num arranca-rabo.
— Posso ver com a Creuza.
— Então, marca com ela. No fim de semana. Pode ser um almoço? Sábado?
Hesitei por mais alguns segundos. Depois, suspirei, rendido.
— Tudo bem. Eu marco. Mas só com uma condição.
— Qual?
— Que depois você não fique criando teorias. Nem sobre mim, nem sobre ela. Aceita o que vier como parte de mim, mas do passado.
Ela me beijou o peito e sussurrou:
— Já aceitei faz tempo. Só quero ouvir da fonte o quanto você mudou.
Suspirei. Ela estava confiante. Ela sempre sabia virar uma discussão para o lado dela sem parecer manipuladora. Quando percebi, já estava cedendo.
Quarta-feira à tarde.
Eu estava na minha sala do departamento de engenharia elétrica. O dia todo eu havia hesitado, a cabeça cheia de pensamentos conflitantes. Suspirei fundo e peguei o celular. Não demorou muito pra ela atender.
— Carlos! — a voz de Creuza soou do outro lado, tão familiar e ao mesmo tempo distante. — Só você, em pleno século 2025, fazendo ligação no lugar de mandar um zap como qualquer ser humano normal.
— Sou traumatizado com os dois tiques azuis — brinquei.
— Aconteceu alguma coisa, Carlos? Sua voz parece estranha.
Eu hesitei por um momento, tomando fôlego.
— A minha namorada, Eliana, quer te conhecer — disse numa lapada. — Coisa tranquila. Só quer conhecer outra ex minha que não se chame “Odete”.
— Ela é ciumenta? Preciso ir preparado pro pior ou dá pra ir tranquila?
Dei uma risada nervosa, tentando parecer mais relaxado do que realmente estava.
— Não, Creuza. Ela é de boas. Sem encrenca.
— Tem certeza?
— Absoluta. Ela só quer conhecer você e bater um papo.
Ela fez uma pausa e então, com um tom mais suave, respondeu:
— Então, tá certo. Que dia pode ser? Que tal sábado de noite? Conheço um barzinho ótimo e não muito caro.
— Sábado é uma boa. Vou falar com ela.
— Olha, Carlos, você tá interessado demais em fazer as vontades dessa namorada nova. Não sei não, hein...
— Acho que já passei da idade de errar e fazer besteira, Creuza. Tô tentando acertar dessa vez.
Ela riu do outro lado da linha, divertida.
— Você amadureceu, quem diria, Carlos? Sonhava que ainda veria esse dia.
Nós dois rimos. Esperava que fosse uma piada irônica, mas nunca se sabe. A pessoa imatura costuma ser a última a se perceber como tal.
— Então, Carlos, tem mais uma coisa... Tô namorando.
— Namorando?
— Sim, tá rolando. Não é nada demais, mas vou levar ele no encontro. Tem problema?
— Não, Creuza. Que nada. Na verdade, acho que vai ser até melhor assim. Todo mundo fica mais à vontade.
Creuza não perdeu a oportunidade de brincar.
— Sei não, viu? Isso tem cara de que vai terminar numa troca de casais num motel.
— Isso não vai acontecer, Creuza. Não sou mais o mesmo cara que você conheceu. Eu nem posso encostar o dedo em você. Digamos que fiz uma promessa para duas mulheres importantes.
— Você não é o cara que me conheceu. Tá todo maduro. Mas está COM DUAS. Notou a incongruência?
Ela riu.
— A gente se vê sábado, então. Vai ser ótimo.
— Isso aí, Carlos. Até lá. Cuide-se.
— Pode deixar. Até mais, Creuza.
E assim, a ligação terminou.
Já de noite, naquele mesmo dia, eu estava no sofá do meu apartamento, assistindo uma série, quando a Odete surgiu do quarto dela com a testa franzida e um papel na mão.
— Carlos, tu viu essa multa aqui? — perguntou, balançando a folha como se fosse um panfleto qualquer.
Peguei o papel e fiz uma leitura diagonal.
— Estacionaram o meu carro na vaga de idoso sem cartão. Quem terá sido?
A Odete se sentou no braço da poltrona, ajeitando a camisola de algodão com um ar de despreocupação blasé que só ela conseguia ter mesmo quando culpada.
— Mas eu só parei lá por um minutinho! Foi na farmácia, quando pegar meus remédios. Por que nos multaram? Nós somos idosos!
— A gente tem cinquenta e poucos anos, Odete. Pro Detran, idoso é acima dos sessenta.
Ela arregalou os olhos, visivelmente surpresa.
— Tem certeza? Achei que era acima dos cinquenta!
— Posso até ter cara de cansado, mas não tenho os requisitos legais ainda, não.
Odete bufou.
— Ah, besteira. Não vamos brigar por isso. Eu pago essa multa e tá tudo certo. Fui eu, eu resolvo. Sem drama.
— O problema é que, como anotaram só a placa, a multa veio no nome do dono do carro. Mas, deixa pra lá. Como você disse, sem drama.
Conhecendo a Odete, a menos que acontecesse algo que a fizesse esquecer imediatamente disso, ela ia querer ir ao Detran mudar a multa ou outra maluquice assim. Como a campainha tocou, ela e eu acabamos esquecendo.
Abri a porta e era a Jéssica, ainda com a roupa de quem acabou de chegar do hospital, cabelo preso num coque frouxo e olheiras pesadas como se carregassem as doze horas que ela claramente acabara de viver.
— Oi, Carlos. Tô morta. — Ela nem entrou. Ficou parada ali como se as pernas não tivessem forças pra mais um passo.
— Entra, garota. Quer água? Um café?
— Não, não, obrigada. Só vim pra uma rapidinha.
— Como? — ouviu Odete, imediatamente.
— Não isso, sua tarada — brincou Jéssica olhando pra Odete. Depois, se voltou pra mim. — Tu vai estar ocupado na sexta à noite?
— Sexta? — Cocei o queixo, pensando. — Acho que não. Por quê?
— Um café nós dois. Tem umas coisas que eu queria conversar, mas hoje eu não consigo nem pensar.
— Claro. Onde e que horas?
— Aquele café do Centro Cultural, às sete tá bom?
— Combinado.
Ela assentiu, os olhos quase fechando sozinhos. Depois se virou pra Odete e fez um leve aceno com a cabeça, como se isso já exigisse energia demais.
— Odete, cê consegue encontrar comigo e com a Andréia no domingo?
— Posso, sim. De manhã ou à tarde?
— À tarde. Eu mando mensagem.
— Estarei viva e disponível.
— Perfeito. Beijo pros dois — murmurou Jéssica.
— Pode ser na boca? — provocou Odete.
— Vai pro caralho.
Quando a porta fechou, nos olhamos pensando a mesma coisa.
— Essa guria precisa de férias, viu — comentou Odete.
Sexta à noite.
Fazia 23 minutos que eu estava no Café do Centro Cultural. Meu olhar se alternava entre o movimento suave do café e o relógio no celular. A Jéssica atrasada há 20 minutos. Não era o estilo dela.
Peguei o celular, quase por reflexo. Nenhuma mensagem nova dela. Nenhum aviso, nenhuma desculpa. Cogitei mandar um “está tudo bem?”, mas hesitei. Podia parecer cobrança. Podia ser algo urgente, podia ser só um imprevisto banal. Resolvi esperar mais um pouco.
Foi quando ouvi meu nome.
— Carlos? — ouvi uma voz familiar e jovem atrás de mim.
A voz me fez virar antes mesmo de pensar. Mas a dona da voz já estava vindo em minha direção com passos decididos e um sorrisinho curioso nos lábios. Letícia. E, naquela noite, ela parecia deliberadamente provocativa.
Sempre me impressionava o quanto aquela garota parecia carregar uma espécie de descuido sensual, uma beleza que não parecia trabalhada, mas simplesmente explodia dela com naturalidade.
Trazia uma camiseta preta enorme, com uma estampa rasgada de uma banda punk das antigas. A gola meio gasta e as mangas descendo até perto dos cotovelos. Mas era o comprimento da camiseta que mais chamava a atenção: parava no meio da coxa, como um vestido acidental. Debaixo, apenas o fiapo desfiado de um short jeans azul claro traía sua existência. As pernas dela, longas, firmes, torneadas, ganhavam um destaque quase desonesto ali, com os joelhos e mais da metade da coxa expostos.
O coque bagunçado no alto da cabeça, com a franja dividida em cortina caindo pelos lados do rosto, dava um ar casual, como se ela tivesse saído de casa sem pensar duas vezes. Mas cada detalhe me dizia o contrário. Aquela despretensão tinha intenção.
— Que coincidência. — Posso sentar? — perguntou já puxando a cadeira.
— Claro, por favor.
Ela se sentou de frente pra mim, cruzando as pernas com naturalidade, mas de forma a puxar um pouco mais da camiseta pra cima. Ou talvez fosse só minha imaginação.
— Marcou um encontro? — perguntou, pegando o cardápio da mesa. — Eliana ou Rebecca?
— Sim. Mas com a minha amiga Jéssica. Amiga mesmo. Marcamos esse café faz uns dias. Mas já tá com quase meia hora de atraso e nem sinal dela. Estranho.
— Então está livre. Me sinto menos culpada agora.
— Nem tem por que se sentir culpada.
— Pior que eu também levei um bolo. — Ela fez uma careta divertida. — Marquei com o Antônio, mas ele acabou de dizer que esqueceu completamente e saiu com uns amigos.
— Que timing, hein?
— Pois é. — Ela apoiou o queixo na palma da mão, encarando o cardápio. — Então, vamos transformar esses dois bolos num encontro nosso.
— Claro. Você é uma companhia sempre bem-vinda.
Enquanto olhávamos o cardápio, ela riu, encostando os cotovelos na mesa e me olhando com um brilho malicioso nos olhos.
— Engraçado... Acho que esta é a primeira vez que a gente sai só nós dois, né? Até parece um date.
Dei uma risadinha, meio sem graça, mas antes que eu pudesse responder algo:
— Tô brincando, professor. Relaxa. — Ela manteve os olhos em mim, sondando minha reação.
Ri com ela. Não havia como negar o quanto aquele clima leve e despreocupado fazia bem.
— Bom... às vezes o acaso monta as melhores companhias.
Ela riu. E dessa vez foi genuína.
— E as novidades, Letícia? Como está a última semana de férias?
— Estão relaxantes. Só estou numa mistura de ansiedade e empolgação. Amanhã, vai ter uma... festinha com o pessoal da faculdade.
— Isso é legal.
— Tomara que seja. A gente tinha combinado isso no fim do período, mas só marcaram pra valer esta semana. — Enquanto falava, ela puxou o celular do bolso e deu uma olhadinha rápida. Seus olhos acompanharam algumas mensagens e o dedo deslizou, respondendo algo antes de guardar de novo. O rosto dela mostrava interesse, mas não era comigo naquele momento.
— Eram eles — justificou.
— Eu mal tive férias essa semana. Fui pra faculdade três vezes por semana pra resolver pepino. Aliás, hoje de manhã, finalmente eu e a Odete conseguimos dar entrada no processo de divórcio. Oficialmente.
Ela sorriu. Poucos divórcios foram tão comemorados.
— Ainda bem que terminou de forma tão amigável — suspirei.
— E a Rebecca, ajudou? Ela vai ser sua advogada ou da Odete?
— Não, ela não se sentiu confortável eticamente. E também não é a área dela, né? Mas indicou umas pessoas boas. Gente rápida, eficiente. Vai ser simples. A gente já estava separado de fato, agora vai ser no papel.
— Entendi. — Letícia mexeu distraidamente no elástico preto que trazia no punho. Típico dela.
— E você? — perguntei. — O que mais anda te ocupando a cabeça?
A Letícia girou o canudo do porta-açúcar entre os dedos, os olhos ainda cravados em mim, com aquele jeito meio hipnótico de quem sempre parece saber mais do que diz.
— As férias foram ótimas para me desestressar. O estágio também entrou de recesso e isso ajudou. Estou muito melhor que estava mês passado.
— Mas?
— Estou preocupada já com o projeto do TCC. Não quero deixar pra última hora. Falta um ano ainda, mas sabe como é. Tem o TCC 1 e 2.
Ela riu, jogando um pouco o corpo pra trás na cadeira, alongando-se. A camiseta subiu ainda mais e eu desviei os olhos rapidamente. Mas o sorriso que ela deu em seguida me disse que ela notou.
— Acho que vou pedir um capuccino — disse ela, como quem muda de assunto.
— Boa escolha. Talvez eu pegue um segundo espresso.
Ela levantou o dedo e chamou o garçom. Nesse instante, o celular dela vibrou de novo. A Letícia olhou a tela e seus olhos brilharam por um segundo. Leu, deu zoom em algo, inclinou o olhar, digitou algo rapidamente, e voltou a guardar.
— O povo me mandando foto — comentou, com um sorrisinho enviesado.
Eu apenas balancei a cabeça, sorrindo.
A conversa com a Letícia seguia e já tinham passado mais de 20 minutos desde que ela se sentou comigo sem sinal da Jéssica. Talvez ela tivesse se enrolado com alguma emergência médica ou com o Rogério.
A beleza da Letícia sempre me chamara atenção. Mas ali, sentada à minha frente com as pernas cruzadas, rindo com um canto da boca, o rosto levemente inclinado... Os olhos castanhos puxando pro mel, vivos, atentos. A pele jovem, bochechas rosadas naturalmente. O rosto dela era lindíssimo. Belos lábios que já tinha beijado mais de uma vez. No passado.
Ela falava com um brilho nos olhos, os cotovelos apoiados na mesa, mexendo o dedo de leve na borda da xícara dela. O celular vibrava a cada cinco minutos, e cada vez que ela pegava, vinha um sorrisinho diferente, ora curioso, ora atento, ora satisfeito. Era o mesmo grupo da faculdade falando da festinha que ela iria no dia seguinte.
— Estão escolhendo o lugar. Não acredito que deixaram pra última hora.
De tempos em tempos, ela digitava algo com os dois polegares e voltava pra conversa. Estava mais solta. Cruzava e descruzava as pernas, inclinava o corpo, ria de qualquer coisa. Até que, do nada, soltou:
— Queria que o Antônio fosse mais como você.
Levantei a sobrancelha e brinquei:
— Calvo, com dor na lombar e três cafés por dia? Sério?
Ela riu alto, jogando a cabeça pra trás.
— Não, seu bobo. Tô falando de maturidade, da forma como você trata as pessoas. É um elogio. Tipo... Você veio aqui encontrar uma amiga, chegou no horário, esperou, manteve o plano. O Antônio é uma roleta-russa. Nunca dá pra saber se ele vai aparecer ou não. Às vezes, ele mesmo esquece que marcou. Eu também não sou nenhuma santa, confesso que já desmarquei muito em cima da hora, mas eu queria, sei lá, algo mais previsível. Menos “chumbo trocado não dói”, sabe?
— Entendo. Você quer estabilidade. Nem sempre significa monotonia.
— Isso. Exatamente isso. — Ela fez uma pausa, pegou o celular, digitou, sorriu com o canto da boca e voltou. — Você e a Odete têm isso? Digo, tiveram? Como foi essa coisa de relação aberta? Quem teve a ideia?
— Boa pergunta. Nem lembro mais de quem partiu. A gente era jovem e meio safado, pra ser sincero. A ideia apareceu naturalmente. Nenhum de nós tinha aquela necessidade de exclusividade. E funcionou por muito tempo.
Ela coçou o canto do olho, pensativa.
— Acho que o meu é unilateralmente aberto. — disse com um sorriso seco.
— Como assim?
— Digo... nunca traí o Antônio. Nunca. — Ela se ajeitou na cadeira e ergueu a mão, como quem se protege. — Aqueles beijos no carnaval, e no cinema aquele dia, não contam, ok? Eram brincadeira. E eu te considero um amigo. Um bom amigo. Sem ofensas.
— Relaxa, Letícia. Não me ofendi. Mesmo.
— Se aqueles beijos no carnaval contassem, eu seria uma hétero que traiu o namorado com mais mulheres que homens. Afinal, Eliana e Andréia. Se bem que ninguém me culparia. Duas gostosonas. Aliás, já disse que te shippo com a Eliana e a Rebecca?
— Obrigado.
— Que bom. — Ela sorriu, e o celular vibrou de novo. Ela olhou, leu, respondeu e voltou. — Mas voltando, o Antônio já me traiu várias vezes. Várias. Eu sei. Mulheres da faculdade, do nosso prédio... Ele se acha tão esperto que jura que eu nunca percebi. Acredita?
— E você não confronta?
— Já confrontei algumas vezes. Mas ele dá um jeito de distorcer, dizer que eu tô exagerando, que sou insegura, que ele é homem e não fez nada demais... — Ela suspirou. — E, sinceramente, eu acho ele tão egocêntrico e imaturo às vezes.
Ela mexia o cabelo, eu tentava manter o foco. Às vezes conseguia. Noutras vezes, parte de mim só pensava em beijá-la ali mesmo. A Eliana e a Rebecca tinham sido claras: eu estava proibido de dar em cima da Letícia enquanto ela não terminasse com o Antônio. Mas ela parecia disposta a encerrar. Bastava que eu dissesse as palavras certas para corroer o pilar já trincado daquele namoro.
E, pra piorar, outra parte de mim se perdia na ideia de um ménage entre eu, Eliana e Letícia. Deve ser por causa dos beijos triplos no carnaval e no cinema. Só imaginar aquilo já me tirava a concentração. A Letícia mordia o lábio inferior. Ela pegava o celular, lia rapidamente alguma mensagem e digitava. Depois guardava o aparelho e fingia que nada tinha acontecido.
No entanto, o meu lado mais correto e menos imaturo venceu a guerra interna contra o lado safado e sem-vergonha. Eu respirava fundo e escolhia a honestidade.
— Bem, eu sou uma das últimas pessoas que podem julgar o Antônio. Meu comportamento na idade dele não era diferente. Mesmo hoje, você sabe, duas namoradas e uma ex-esposa ainda em processo de divórcio...
— Mas você foi honesto com todas. Com todas! Todas sabem o que tá rolando e todas escolheram estar nessa situação. Entende a diferença? Honestidade! Igualdade!
— Er...
— Várias vezes eu penso sério em terminar. Mesmo. Nem é pra ficar com outra pessoa. É pra ter paz. Me concentrar nesse último ano, sem ele me enchendo o saco, sem essas traições. Só... focar em mim.
— Pode ser que ele melhore. Pode ser uma fase. Ele pode estar sobrecarregado da faculdade.
— Sim, mas daqui pra frente na vida essas fases só pioram, né? Se em toda fase difícil ele ficar ausente, que tipo de namorado ele vai ser? — Ela deu de ombros e encostou as costas na cadeira. — Às vezes eu acho que tô carregando a relação sozinha. Que se eu parar de tentar, morre.
Enquanto ela falava, eu só ouvia. Mas pensava. Pensava na Eliana, que jamais deixaria uma relação definhar nesse silêncio. Pensava na Rebecca, que aprendera a buscar a própria voz. Pensava que talvez a Letícia estivesse mesmo despertando para algo novo.
— Você já tentou dizer isso pra ele?
— Já. Mas ele desconversa. Aí me sinto mal. Como se estivesse sendo dramática. Mas depois passa dois dias sem mandar uma mensagem. Aí eu volto a pensar tudo de novo.
— Entendo...
Ela me olhou. Os olhos mel, atentos. Mordeu o canto da boca.
— Por que você tá defendendo ele?
— Não tô defendendo. Só gosto de oferecer um contraponto justo quando a outra pessoa não está presente. Mesmo quando não concordo com as atitudes dela.
Ela riu, balançando a cabeça.
— Isso é influência da Rebecca. Ela é toda da imparcialidade compassiva.
— Talvez. Ou só mania minha de querer ver os dois lados.
O celular vibrou de novo e ela puxou com agilidade, desbloqueando com o polegar. Os olhos se estreitaram levemente enquanto lia. Mordeu levemente o lábio inferior e digitou rápido, com os polegares indo de um lado pro outro. Não pude evitar de olhar para o rosto dela enquanto digitava. A expressão concentrada, os olhos escuros focados na tela, a franja um pouco desalinhada moldando o rosto, o arco do cupido marcado quando ela apertava os lábios... Depois, ela bloqueou o aparelho e o largou na mesa.
— Eles tão marcando a hora agora. Deixaram pra última hora mesmo. — Ela girou a xícara com a ponta dos dedos. — Sabe, eu gosto de conversar com você. É tranquilo. Não sinto que preciso me explicar o tempo todo.
— Fico feliz. Também gosto de conversar com você.
Ela sorriu de novo, largo dessa vez, e empurrou os cabelos que escapavam da franja pra trás da orelha. Antes que a coisa continuasse, meu celular tocou. Toque de chamada do WhatsApp.
— Nossa, quem é o idoso que ainda LIGA em pleno século 2025? — provocou Letícia, brincando.
Olhei a tela.
— Minha amiga sumida. — Atendi. — Jéssica?
— Carlos? Onde cê tá, pelo amor de Deus? Eu tô aqui faz mais de uma hora. Achei que tinha acontecido alguma coisa.
— Como assim? Cê quem tá atrasada. Eu tô no café do Centro Cultural desde antes do horário.
— Carlos, eu te disse Café Cultural, aquele da esquina da Branca de Neve com a Sete Anões.
— Cê disse “Café do Centro Cultural”. Eu juro que ouvi o Centro.
— Eu não falei “Centro”! Poxa, Carlos...
— Calma, calma. Vamos decidir quem vai pra onde.
— Moedinha?
— Moedinha.
Peguei uma moeda do bolso. Entreguei pra Letícia.
— Cara, eu vou. Coroa, eu fico.
A Letícia sorriu e jogou a moeda pra cima com um estalo. A moeda caiu na palma da mão dela. Ela abriu devagar e anunciou:
— Cara. Ela ganhou.
— Jéssica, você venceu. Tô indo aí.
— Te espero. Beijo.
— Beijo. Até já.
Desliguei e olhei pra Letícia, que já estava com o celular nas mãos de novo, mordendo o canto do lábio e digitando com dedicação. Esperei ela terminar antes de falar qualquer coisa.
Ela largou o aparelho, me olhou.
— Era a Jéssica. A gente marcou em lugares diferentes. Vou ter que ir pra lá agora.
— Ah, o destino intervindo — disse com um sorriso leve. — Vai lá então. Mas confessa: não foi tão ruim me encontrar, vai.
— Não foi mesmo. Foi uma ótima surpresa.
Chamamos o garçom, pedimos a conta. Cada um pagou o seu, apesar dos protestos educados dela sobre ela sempre pagar o do casal no primeiro date. “Uma subversão do padrão sexista esperado”, brincava.
Na porta do café, ela se virou pra mim. O coque alto dela já estava meio despencado, o que só aumentava aquele charme casual.
— Boa noite e bom café com a doutora. Manda um abraço pra ela.
— Tem hora que esqueço que vocês são amigas de academia.
— Não muito próximas. Todo grupo tem suas mini-panelinhas.
Nos despedimos com um beijo no rosto de cada lado. O perfume dela ficou comigo por alguns segundos enquanto eu atravessava a rua em direção ao carro.
No carro, notei o quão longe era o café que ela tinha ido. O Waze marcava 22 minutos, mas com um pouco de sorte e um certo abuso das leis de trânsito, talvez eu chegasse em 15. Chegar é uma coisa. Achar vaga pra estacionar era outra bem diferente. Não cheguei. 25 minutos e ainda rodava as ruas laterais procurando uma vaga.
Achei um lugar estreito numa rua paralela, à duas quadras da cafeteria. Estacionei na marra, saí correndo e tropecei na guia. Quando finalmente empurrei a porta de vidro da cafeteria certa, com o sininho tilintando no alto, vi a Jéssica.
De costas, mas com o perfil bem definido, ela estava encostada de leve no balcão de madeira, mexendo no celular com uma mão e segurando um copo com a outra. Não pude evitar o olhar de cima a baixo. A blusa cropped, de fundo cru, moldava o busto de forma eficiente. O decote quadrado deixava os ombros totalmente expostos, e as mangas bufantes davam um ar quase inocente à sensualidade daquilo tudo. A barra franzida da blusa terminava logo abaixo do busto, revelando um pedacinho de pele entre a blusa e o shorts. O short alvo, cintura alta. Terminava no alto da coxa, moldando perfeitamente aquele corpo dela: a cinturinha bem marcada, o quadril proporcional, as coxas torneadas de quem corre e ainda faz academia por prazer.
— Oi, atrasado — disse ela, virando-se para mim com um sorriso.
Fui até ela. Abracei forte, como a gente sempre fez. Amigo que é amigo se abraça com o corpo todo, e a gente se encaixava sem nem pensar.
Pegamos uma mesa nos fundos, perto de uma estante cheia de livros que provavelmente ninguém lia.
— E então, você precisa de ajuda “naquele assunto”? — perguntei, sendo o mais discreto e sussurrante que pude.
Ela soltou um riso nervoso e desviou o olhar.
— Não. Não, não, não, não, não, não, não... — disse, sorrindo. — Isso está em pausa por enquanto. Tenho outras preocupações no momento.
Suspirei.
— Você não está maquinando nenhum plano mirabolante, com o nível de elaboração de um plano infalível do Cebolinha, para impedir o divórcio meu e da Odete não, né?
— Juro que não — disse, rindo. — Falei com o Rogério. Ele me convenceu a não interferir. Disse que vocês dois têm que seguir seus caminhos, que não cabe a mim salvar um casamento que já não existe.
Respirei aliviado, me recostando na cadeira.
— Ainda bem.
Ela apoiou os cotovelos na mesa e inclinou levemente o corpo pra frente, me olhando com uma cara de quem ia aprontar.
— Agora, eu tenho um plano extremamente elaborado pra te apresentar à Luciana.
— Quem é a Luciana?
— Colega minha do hospital. Linda. Jovem. Apenas 43 anos. Inteligente, afinal é médica, e não vai se importar com sua aparência atual.
— Obrigado pelo carinho.
— Talvez ela também esteja um pouco fora de forma — continuou, dando de ombros. — Mas só um tiquinho. Sem falar que, no ritmo atual, daqui a seis meses ou um ano, os dois estarão bem bonitões. Acho que vocês combinam. Posso marcar um encontro? Posso ser a madrinha do casamento?
Me encolhi na cadeira.
— Jéssica, você não precisa se preocupar com a minha solteirice.
— Me preocupo com o que é melhor pros meus amigos. A Luciana teve um probleminha de autoestima depois que um certo cafajeste iludiu ela, comeu e descartou.
— Foi o Enéias?
Ela olhou pro lado, constrangida, e disse rápido:
— Sim.
Mudou o assunto imediatamente:
— Vai ser ótimo. Estou on fire nos últimos dias. Vou juntar você com a Luciana e a Lorena com o Miguel.
— Não precisa se preocupar comigo. Sério. Agradeço, mas não posso sair com a Luciana.
— Por que não?
— Porque não posso. Dei minha palavra.
Ela me olhou com uma sobrancelha arqueada.
— Você já tem alguém?
— Eu...
— Já tem. Sabia!
— Eu não disse nada.
— Você tá tentando me enrolar sem mentir para mim. Te conheço, criatura!
— Mas...
— Quem é a felizarda?
— Não posso...
— Não pode contar AGORA. Mas vai contar no nosso próximo café.
— É complicado.
— Aqui. Próxima sexta. 20h. Tem uma semana pra me contar tudinho. Ou eu mesma vou fazer seu próximo exame de próstata. Com o pé.
— Assustadoramente específico.
Ela riu.
Falamos de outras coisas. Trabalho, academia, comida japonesa, o novo filme do Almodóvar.
No final da conversa, a Jéssica olhou pros lados, como se quisesse ter certeza de que não havia ninguém conhecido. Então, se inclinou pra frente, olhou pros lados mais uma vez, depois pra mim.
— Tenho uma pergunta muito importante e secreta pra ti. Mas preciso que jure que você não vai contar isso pra absolutamente ninguém.
— Juro.
— Jura mesmo?
— Por tudo que há de mais sagrado.
Ela abaixou a voz até virar um sussurro:
— É normal homem casado transar de meia?
Sábado de manhãzinha.
O relógio ainda marcava pouco mais de seis horas quando saí pela portaria do prédio. Seu Geraldo, como sempre, me deu aquele aceno de respeito cúmplice. Aquele era o melhor horário da semana para correr na praça perto do condomínio: pouco trânsito, poucas pessoas, até o Sol ainda sonolento.
Minhas passadas ganharam ritmo quando virei a esquina e alcancei a pracinha. Nela, poucos vultos se mexiam, ainda incertos sob a luz morna do sol nascente. Foi quando meus olhos quase saltaram do rosto.
Ali, bem diante de mim, estavam três figuras femininas de tirar o fôlego. Literalmente.
Lorena, com aquele corpo magro, mas definido, usava um top colado e uma legging cinza-clara que moldava a bunda pequena e empinada como se tivesse sido desenhada à mão. Os cabelos presos num rabo de cavalo se balançavam a cada risada que ela dava. Os seios pequenos mas firmes desenhavam-se sob o tecido colado, visíveis o bastante para desviar minha atenção por longos segundos.
Ao lado dela, Sarah. Com uma legging vinho escura, quase preta, com recortes laterais e transparência discreta nas coxas, e um top preto colado, sem bojo, que moldava perfeitamente os seios grandes e cheios dela. Seu corpo lembrava muito o da prima Carolina, mas com uma aura mais insegura, quase distraída. A cintura fina destacava o volume arredondado do quadril e dos seios. A calça revelava os contornos da bunda.
Carolina. Aquela mulher era meu ponto fraco desde o primeiro olhar. Usava um conjunto azul-marinho, de top decotado e legging de cintura alta. Os seios fartos pareciam querer escapar do top a cada movimento. Mesmo se estivesse vestida com um saco de batatas, eu ainda teria dificuldade de tirar os olhos dela, mas ali, daquele jeito, suada e viva, era quase uma provocação.
Nos encaramos, meio surpresos.
— Você? — perguntou Carolina, ajeitando o elástico do cabelo.
— Eu quem devia perguntar. Costumo vir todos os sábados.
— Primeira vez nossa. Né, garotas?
Lorena e Sarah confirmaram com um gesto e um sorriso. A Lorena ainda completou:
— Vamos ver se a gente aguenta pelo menos umas vinte voltas.
— Dez? — ri. — Tão animadas assim?
A Sarah deu de ombros:
— A Carolina que insistiu. Eu e a Lorena viemos na onda.
Fizemos um alongamento rápido. Me senti ainda mais velho do que realmente era quando tentei encostar os dedos dos pés e ouvi alguma coisa estalar.
— Ai, ai, ai — resmunguei.
— Isso foi o quadril ou o ego? — provocou Lorena.
— Um pouco dos dois, acho.
Começamos a trotar. Elas no ritmo delas, leve e constante. Eu, logo atrás, seguindo no meu ritmo de sempre. Mas, aos poucos, fui ficando para trás.
Claro que não reclamei. A vista era maravilhosa.
Três bundinhas rebolando na minha frente, moldadas por leggings coloridas e elásticas. Nenhuma tinha uma raba como as da Andréia, Natália ou Eliana. Mas era lindas e bem-feitas. A da Carolina, empinadinha. A da Sarah, bem proporcional e com um balançado natural. E a da Lorena, bem-feita, pequena, mas empinada, quase insolente.
O sol começava a subir e com, quando eu completava a oitava volta, as garotas me ultrapassaram. Vi a Lorena me dar um tchauzinho fingidamente piedoso enquanto passava.
— Força, Carlos! — ela disse, rindo.
— Isso é bullying.
Na décima sexta volta, mais uma ultrapassagem. Não sei se era o cansaço ou o meu ego me pregando peças, mas jurei ver a bunda da Carolina me dando um “oi”.
Na vigésima, finalmente parei. Tinha completado o mesmo tanto de volta que elas. Cinco a mais que o meu normal semanal.
O corpo suado, o coração aos pulos, mas a cabeça leve. As garotas já tinham completado o tempo dela e ido embora há uns minutos, claro. Provavelmente tavam na casa de uma dela, tomando suco verde e conversando. Eu comecei a voltar pra minha, com a camiseta encharcada, mas sorrindo.
Me sentia feliz porque tinha feito um desafio para mim mesmo e vencido. Não queria impressionar ninguém, nem mesmo a Eliana. Se consegui 20 voltas naquele sábado, conseguiria nos próximos. E depois 25, 30...
Depois disso, fui para casa descansar um pouco porque de noite teria o encontro com a Creuza e seu namorado, Everton.
Cheguei bem cedo ao Bar do Tito, onde marcamos. Era um daqueles barzinhos entre o vintage e o boteco pé sujo. Luz amarela e mesas de madeira pesada que já ouviram todo tipo de confidência. Um samba de raiz tocava baixinho ao fundo e a cerveja descia gelada, sem cerimônia. Já havia tomado uma long neck quando vi a Creuza e o, supus, Everton se aproximando, procurando alguém.
Acenei e eles vieram direto para a minha mesa, sorrindo. O Everton usava uma calça jeans escura e uma camisa polo azul. Tinha um porte atlético apesar dos 46 anos. Era um cara simpático, sorriso fácil, desses que parecem já amigos de sempre depois de dez minutos de conversa.
Já a Creuza continuava como dantes, apesar dos 45 anos. Morena com pele cor de jambo, cabelo cacheado que batia nos ombros, batom escuro. Vestia uma blusinha vermelha colada ao corpo e uma calça preta justa tipo couro, que desenhava suas curvas com precisão.
— Apostei com o Everton que você ia ficar assim, boquiaberto — disse Creuza, após nos cumprimentarmos e depois deles sentarem.
— Você ficou linda, Creuza. Com todo o respeito — respondi.
A Creuza me lançou um olhar de canto, entre malicioso e divertido, e respondeu:
— É bom ver os velhos amigos animados, né? Mas eu tô comportada hoje, viu? Por enquanto!
De alguma forma, isso nos arrancou risadas, e ali já se dissolvia qualquer possível tensão que o encontro poderia ter gerado. O Everton das provocações dela, e não parecia intimidado pela nossa história. Apesar do tempo que havia se passado desde que ela fez parte do meu antigo harém, a verdade era que nosso laço tinha sido sempre mais de parceria e sexo do que de paixão, amor, apego ou possessividade.
Com Everton, ela parecia à vontade, solta. E eu percebia, feliz, o quanto ela estava feliz e o quanto os dois combinavam. Era um belo casal e ele parecia ser tudo que a Creuza merecia num homem, um amante e um companheiro. Muito diferente de mim e do ex-marido babaca que ela conheceu depois de mim.
Pedi mais uma rodada de cerveja e, entre goles e causos do passado, a conversa fluiu fácil. Everton contou como conheceu a Creuza durante uma confraternização em que os trabalhos de ambos reservaram mesas no mesmo restaurante.
Apenas depois da terceira cerveja que a minha namorada chegou ao bar. A Eliana vinha andando com aquela postura de quem sabia que estava chamando atenção e não ligava. Usava uma calça legging preta fina, que moldava cada detalhe da bunda arredondada e firme. A blusa era curta, de alcinha. A aliança de casada convenientemente guardada na bolsa. Ela tinha esse magnetismo que misturava sensualidade e doçura. Cabelos soltos, levemente ondulados, olhos verdes faiscantes.
— Uau, Carlos! Apenas... Uau! Eu não sabia que a sua namorada era tão... Uau! — falou Everton, muito mais boquiaberto que eu.
Enquanto eu me levantava para cumprimentá-la com um beijo demorado, o coitado entregou discretamente uma cédula de dez reais pra Creuza. Tinham apostado que ele ficaria mais boquiaberto com a Eliana que eu com ela.
Logo, ele abriu espaço pra minha namorada se sentar ao lado da Creuza e os dois foram apresentados à sorridente Eliana.
Ela não quis perder tempo, sabia que mais cervejas viriam e estava querendo resolver o que queria com a Creuza o mais rápido possível. Começaram a conversa contando as histórias uma da outra comigo.
— Então, você e o Carlos se conheceram na faculdade? — perguntou Creuza, ajeitando um cacho rebelde atrás da orelha.
Eliana riu, meio sem jeito, mas respondeu com leveza:
— Fui aluna dele, sim. Mas a gente só ficou junto agora, anos depois. Eu sempre tive uma queda na época, mas era platônico. Ele nunca percebeu.
— Um mulherão desses afim dele e ele nunca percebeu??? — Creuza deu uma risada. — Era um tapado mesmo.
A Eliana riu também e eu fiz uma careta contida, mas não disse nada. Eliana olhou pra mim, depois pra ela, e sorriu, divertida:
— E como foi o seu namoro com o Carlos?
Creuza girou o copo de cerveja nas mãos.
— Era diferente da sua. A gente saia pouco para encontros. A maior parte das vezes, só nos encontrávamos para ir ao motel ou pra conversar safadezas. Eu era uma das amantes do harém dele.
Eliana reagiu estava mais divertida do que chocada.
— Um harém com mais de uma mulher ao mesmo tempo? — Eliana olhou pra mim de novo. — Certas coisas nunca mudam...
— Mais ou menos isso. — Ela riu, mas sem deboche. — Era divertido. Não era uma coisa impositiva. Do nosso lado, a gente via mais como um clube feminino secreto. Um anfitrião junto com mulheres que sabiam o que queriam, sem cobranças, sem relacionamento.
— O que aconteceu para acabar?
— Sem relacionamento, sem vínculo, cada uma foi saindo ao seu tempo. O Carlos nunca foi mau. Ao contrário, sempre foi carinhoso, gentil. Mas sexo pelo sexo só basta por um tempo. No fim do dia, todo mundo queria um vínculo, queria alguém e todas sabiam que ele não oferecia isso.
Suspirei.
— Eu era egoísta — admiti.
Creuza tocou minha mão de leve.
— Você nunca mentiu para nenhuma de nós. Todo mundo ali era maduro suficiente pra saber que tinha prazo de validade. Todos ficaram enquanto foi do nosso agrado. O que você quer com ela é diferente. É algo duradouro. Como o que tenho com o Everton.
— Ele tem feito um esforço bonito — disse Eliana. — Ainda falta muito pra melhorar. Mas eu prometi a ele um tempo pra ver se essa barriga diminui. A calvície, depois que emagrecer, vejo se ele fica mais bonito na máquina zero.
A Creuza olhou para mim como quem avaliava e votou pra que eu raspasse a careca. As duas riram mais uma vez.
— Obrigada pelos esclarecimentos, Creuza.
Depois disso, conversamos de forma mais livre. As risadas iam ficando mais soltas, as palavras mais íntimas, os olhares mais demorados. A Creuza, sempre espirituosa, virou-se para mim e disse:
— Lembra daquela vez em que você quase caiu da rede lá na chácara da Roberta?
— Quase? Eu caí da rede, você que fingiu que não viu! — retruquei, rindo.
— Eu vi sim, mas fiquei quieta porque o barulho foi tão feio que achei que você tinha morrido. — Ela soltou uma gargalhada gostosa.
— Você era cruel. Ainda é. — Bebi mais um gole da cerveja.
Enquanto isso, Everton puxava papo com Eliana, que ouvia com atenção:
— E você é engenheira? — perguntou ele, sorrindo.
— Trabalho pra uma multinacional de mineração — começou ela, contando toda sua história.
O assunto passou pra cervejas e bebidas em geral.
— E cerveja artesanal?
— Paixão antiga. IPA, Stout, Red Ale... Tô dentro — respondeu Eliana, animada.
— Aí sim! A Creuza me conquistou numa dessas. A gente estava numa feirinha de cervejas e ela me fez tomar uma que parecia gasolina.
— Mas era maravilhosa! — defendeu Creuza.
— Maravilhosa e traiçoeira. Saí de lá tropeçando nos cones. — disse Everton.
As duas mulheres se entreolharam, rindo, e a Creuza puxou Eliana pela mão:
— Vem cá, me ajuda a retocar o batom. Vamos ali no banheiro. A gente já volta, rapazes.
Quando elas se afastaram, ainda ouvimos Eliana perguntar:
— Seu batom é aquele vermelho sangue? Sempre quis usar um assim, mas acho que não combina comigo.
— Mulher, com essa boca e essa pele? Combina sim. Vou te emprestar o meu. Vai sair daqui virando pescoço.
As duas desapareceram no banheiro, trocando risinhos cúmplices. Fiquei olhando até sumirem, e comentei com Everton:
— Já reparou que elas se entenderam rápido demais?
— Fiquei surpreso — respondeu, balançando a cabeça. — Jurava que ia ter climão entre as duas. Ou as duas contra você quando a Eliana soubesse do tal harém.
— Ela já sabia.
— Mesmo assim, meu amigo, você gosta de viver perigosamente.
Voltamos a rir, já mais soltos. Assim, passamos algumas horas papeando e tomando cerveja ou caipirinha. E, aos poucos, um olhava para mulher do outro com sacanagem no olhar. A cada ida delas ao banheiro, comentávamos sobre seus corpos e suas bundas gostosas, enquanto suponho que suas idas cada vez mais frequentes estavam relacionadas a isso.
Depois de algumas horas, com o papo esquentando, o Everton e a Creuza nos convidaram para irmos terminar a noitada em um motel, no mesmo quarto.
— Mas cada uma com o seu próprio namorado? — perguntou Eliana.
— Claro, claro — respondeu Everton, meio triste por não comer aquela gostosa que era uma em um milhão. — Vocês topam?
Eu e a Eliana nos olhamos em silêncio por alguns instantes e topamos.
Meia-hora depois, estávamos num motel. Everton e Creuza foram no carro dele, enquanto eu e Eliana fomos no meu.
Quando chegamos, o tesão de todos já estava evidente. Se o meu pau queria pular pra fora da cueca, o do Everton estava fazendo um volume e tanto. E isso porque está estávamos vendo as duas rebolando suas bundas deliciosas e vestidas. Por enquanto.
As duas sentaram na cama primeiro e começaram a tirar as suas roupas, bem devagar e com um sorriso bem safado nos lábios. Faziam anos que eu não via a nudez da Creuza e era a primeira vez que o Everton via a Eliana peladinha.
A Eliana tinha cabelos escuros, pele bronzeada, seios enormes e bicudos, de tamanho perfeito para uma espanhola, uma barriga enxuta, bundinha redonda, branca e volumosa, e um par de coxas firme. Sua bucetona inchada, de lábios volumosos, tinha pelinhos ralinhos morenos. A Creuza não resistiu e deu um tapinha na bunda dela.
— Que raba enorme e gostosa! O Carlos ganhou na loteria quando te conquistou! Aquele tapado...
A Creuza já tinha 45 anos, mas estava com tudo em cima. Tinha seios firmes pra idade, com bicos grossos. Uma bundinha de quem ainda se exercita bem e uma buceta lisinha que combinava com sua pele jambo.
Depois de tirarem tudo, as duas nos chamaram e fomos para cima delas, tirando nossas roupa e indo cada um para sua mulher. Começamos a nos beijar, sem parar de olhar o outro casal se atracando na cama. Nesse começo, um estava imitando o outro. Quando o Everton começou a chupar os seios da Creuza, troquei olhares pra Eliana e deu uma chupada nos seios dela. Logo, as duas tiraram as nossas cuecas revelando nossos paus em riste.
Diferente de mim, o Everton raspava tudo. Nossos paus não eram muito diferentes. Mais ou menos o mesmo tamanho. O meu talvez fosse um pouco mais grosso e o dele um pouco mais cabeçudo. Nenhum dos dois estava interessado em prestar muita atenção em diferenças com aquelas duas dando sopa.
Ele logo deu de mamar pra namorada, que pegou com as duas mãos e já foi mamando com propriedade. A Eliana viu os dois empolgados e caiu de boca no meu caralho. Ah, aquela boquinha. A Eliana tinha um dos melhores boquetes que já tinha recebido na vida.
Logo, pedi pra ela parar porque queria retribui. Deitei a Eliana na cama e cai de boca, a beijando e a chupando todinha. Da sua língua às suas coxas. Seu corpo é maravilhoso. Eu chupava, lambia, mordicava cada canto dela. Da boca, queixo, pescoço, ombros, seios, barriga, virilha e descendo. Ela se contorci toda, gemendo alto.
Enquanto isso, a Creuza não largava o pau de Everton. Minha ex-amante abocanhava todo o cacete do namorado, fazia uma verdadeira garganta profunda.
Foi quando o Everton se sentou, apoiado na cabeceira da cama e a Creuza sentou nele, deixando seu pau entrar na sua buceta bem lentamente. Ela sentou até o fim, sentindo o cacete dele a preenchendo todinha. Só depois, começou a rebolar. Ela se virou de costas pro Everton, sentando e rebolando enquanto ele a segurava pela cintura.
Do nosso lado, a Eliana me pediu para comer ela de quatro e se virou, com as mãos apoiadas na cabeceira da cama. Não resisti e comecei a foder aquela gostosa com vontade, que rebolava bastante a cada estocada.
Se eu e a Eliana estávamos metendo de camisinha (por causa do Leandro e da Rebecca, que podia ainda transar com o Maurício), nós víamos a Creuza e o Everton metendo sem camisinha à vontade.
A Creuza olhava para mim e pra Eliana enquanto dava cada sentada forte no Everton. Isso nos empolgava e passei a foder a Eliana no mesmo ritmo das sentadas. Foi quando a Creuza e Everton mudaram de posição e ela ficou de quatro na cama também. Agora, nós dois comíamos nossas mulheres nessa posição.
O Everton não resistiu mais e gozou enquanto metia na Creuza de quatro. Ele foi se limpar no banheiro, e a Creuza ficou deitada nos assistindo. Logo, ela se aproximou perigosamente da Eliana.
A minha ex-amante segurou o rosto da minha atual, se aproximou lentamente de sua boca e deu um selinho. Em seguida, sussurrou algo no ouvido da Eliana. Nesse momento, eu entendi onde isso ia acabar.
Guiados pela Creuza, parei de meter na Eliana e me ajoelhei na cama. As duas se olharam e começaram a revezar para chupar o meu pau. Começaram com beijinhos na cabeça e logo passaram a engolir o meu pau com suas bocas gostosas, enquanto a outra segurava e lambia meu saco.
As duas se revezavam mamando o meu cacete e não viram quando o Everton voltou pro quarto.
Enquanto as duas me mamavam, ele deu uma olhada na bucetona convidativa das duas, que estavam de quatro, rebolando. O Everton já estava com o pau duro novamente. Quando o vi encapando uma camisinha, entendi o que acontecer. Ele se aproximou por trás da Eliana, se ajeitou entre suas pernas, e lentamente começou a pincelar a bucetinha dela com meu pau.
A Eliana reagiu abocanhava meu cacete bem fundo. Parecia que o Everton tinha dado um choque nela. Como ela não disse “não”, ele seguiu em frente e enfiou sua rola de uma vez na bucetona melada da minha namorada.
— Estava louco para comer essa buceta!
— Então, come seu safado! — respondeu a Eliana, olhando pra ele. — Mete com força e come a minha buceta, filho da puta.
Quando ela se voltou para mim, olhei nos olhos dela. A Eliana não disse nada, mas seu olhar, seus gemidos e a respiração cortada deixavam claro que ela estava adorando a foda com o Everton.
As duas revezavam entre me punhetar e me mamar enquanto o Everton fodia a buceta da Eliana com estocadas fortes. Ele foi se debruçando lentamente sobre a Eliana, e beijando suas costas e nuca. Até que virou seu corpo pra ele e, a olhando nos olhos, e tascou um beijaço dentro da boquinha da minha namorada.
Ele continuava metendo com força enquanto as duas línguas se digladiavam. Enquanto os dois se beijavam, a Creuza, safada como sempre, aproveitava pra chupar segurando a minha rola com vontade, como se quisesse que eu gozasse rápido para que a minha porra ficasse apenas para ela.
O Everton soltou a Eliana, mas continuou a fodendo. Ela voltou a me mamar junto com Creuza. Mas ela estava cada vez mais entregue, dando e recebendo prazer, com gemidos maiores.
Logo, o Everton passou a introduzir, bem aos poucos, um dos seus dedos no cuzinho da Eliana. Aos poucos, fez uns vaivéns e o deixou lá, como que para acostumar o cuzinho dela.
— Ei, aí não! — interrompeu Eliana. — Sou virgem aí.
— Peraí. Você é virgem no cu?
— Sim.
— Jura que se guardou para mim? — brincou Everton.
— Não. Me guardei todos esses anos pro Carlos.
Na hora, eu não sabia se ela tava brincando, falando sério, sendo irônica, se declarando pra mim. Só soube que meu pau começou a dar solavancos doidos de excitação ao ouvir isso.
O Everton respeitou a vontade da Eliana e continuou apenas metendo em sua buceta com vontade. Estocava de fazer barulho. A Eliana e a Creuza aproveitaram meu pau ainda mais duro e continuaram a revezar o boquete. Sempre uma com o pau e a outra com as bolas.
Não demorou muito para que a Eliana gozasse gostoso. Pelos urros e gemidos do Everton, ele também não aguentou mais e devia estar injetando muita porra dentro da camisinha na buceta dela. Eu também não aguentei ver a cena e explodi minha porra na boca da Eliana e da Creuza.
Ainda sob efeito do próprio orgasmo, a Eliana ouviu a Creuza a pedindo para ajudá-la a limpar o meu pau com as suas línguas. As duas continuaram me chupando até deixar meu cacete limpinho. Quando terminaram, a Creuza beijou a Eliana na boca e, depois, virou a cabeça de Eliana para trás para que ela beijasse o Everton na boca também.
Ficamos os quatro deitados, exaustos, lado a lado na cama., conversando sobre a transa. A Eliana olhava para a Creuza e o Everton como dois novos amigos, enquanto o Everton a olhava como uma amiga que ele estava iniciando na vida liberal sem preconceito.
— Você gostou? — perguntou Creuza pra Eliana.
— Estou morrendo de vergonha — iniciou Eliana. — É a primeira vez que transo com alguém que acabei de conhecer. Nem sei como eu deixei rolar... Mas gostei sim.
Ficamos ali conversando por uns deliciosos momentos. A Creuza e o Everton comentaram que estavam pensando em se casar. Não agora, agooooora. Mas em alguns meses. Morar juntos em um apartamento melhor, mas mais baratos que a soma dos alugueis atuais era o primeiro passo. Depois, economizar um pouco e fazer uma cerimônia simples no civil. Coisa bem simples mesmo. Só pra família.
— Mas quando nos mudarmos, vocês sempre serão bem-vindos ao nosso apê — disse Creuza.
— Só não prometemos sexo sempre — brincou Everton. — Casual é legal. O tempo todo fica estranho.
À medida que o tempo passou, aos poucos fomos nos animamos de novo. Meu pau deu sinais de vida e do Everton também.
Logo, nós dois encapamos nossos paus com camisinhas e nos sentamos com as costas apoiadas na cabeceira da cama.
— Hora de cavalgar! — disse.
A Eliana e a Creuza se olharam entendendo o recado. A Eliana se sentou no colo do Everton e a Creuza veio para mim, sentando no meu colo.
Creuza trincou os dentes enquanto meu cacete entrava novamente nela depois de anos. Depois que entrou tudo, comecei a bombar e a Creuza foi sendo tomada pelo prazer. Senti meu pau ficar mais duro do que nunca dentro daquela buceta. Ela não hesitou e passou a cavalgar com muita vontade. Sentadas como as que tinha dado no Everton.
Eliana e Creuza estavam cavalgando como loucas. Eu e Everton alternávamos entre deixar elas livres e conduzir o ritmo das suas sentadas e reboladas, com nossas mãos em suas cinturas. Aos poucos, nós íamos enfiando mais fundo e mais rápido nas duas bucetas. Em dado momento, a Creuza se inclinou pra Eliana e a beijou. Pra minha surpresa, a Eliana a beijou de volta com a mesma vontade.
As duas já tinham se beijado algumas vezes quando o Everton gemeu forte.
— Eu quase gozando...
— Goza na minha buceta — respondeu Eliana.
Ao ouvir isso, o Everton segurou a Eliana pelo quadril e empurrou fundo na buceta dela. Ele grunhiu alto, enquanto seu corpo estremecia e sacudia todo. Devia ter gozado o que restava de porra quente na camisinha dentro da buceta da Eliana. Ela escorregou do colo do Everton e sentou ao lado dele.
Isso pareceu me ativar, que alertei a Creuza.
Não demorou quase nada e, com um grande gemido, senti vários jatos da minha porra preenchendo a camisinha dentro da buceta da minha ex-amante.
Depois disso, eu tirei o cacete da buceta da Creuza e nós dois, eu e Everton, tiramos as camisinhas e jogamos fora.
Permanecemos deitados e nus na cama. Eu abraçado com a Creuza, o Everton abraçado com a Eliana. Relaxamos e conversamos um pouco. A Eliana já tinha perdido completamente sua timidez inicial.
— Tirando o Carlos e o meu ex, fazia quase uns 10 anos que eu não transava com outro homem — confidenciou Eliana.
— Espero que a experiência tenha sido boa — brincou Everton.
— A gente sacou que vocês iam querer brincar de trocar casal quando vimos que estavam metendo de camisinha — explicou Creuza.
— Mas eu só percebi que era a primeira vez da Eliana no swing pelo jeito dela depois — completou Everton. — Se eu soubesse, teria feito umas preliminares mais tradicionais para ela se acostumar.
Surpresa. Na visão deles, a iniciativa tinha sido nossa, enquanto nós dois achávamos que a ideia tinha partido deles.
— Para a Eliana ser completamente iniciada, agora só está faltando o anal e uma DP — comentou Everton, rindo.
— Já tem duas bucetas gostosas pra comer e ainda quer comer o meu cu — reclamou Eliana, brincando. — Você é meio doente, amigo.
Nós todos, incluindo Everton, rimos.
— Se servir de consolo, o Carlos nunca me comeu por trás — disse Creuza. — Só buceta e boca na época dele.
— Então, pronto. Um dia, mas só depois que a Eliana tiver perdido essa virgindade anal pro Carlos, a gente marca um remember nós quatro — sugeriu Everton, brincando. — Aí, um come o fiofó da mulher do outro.
— Pode ser — respondeu Eliana.
Apesar dessa aparente fixação em querer enrabar a minha namorada, o que deixava a Eliana segura (e um pouco confusa) era que, mesmo abraçado nu com ela, era para a Creuza quem ele olhava de forma apaixonada. Para a Eliana, ele olhava como uma amiga. Uma nova amiga bem gostosa, mas “apenas” uma amiga.
Ficamos mais um tempinho lá e fomos tomar uma ducha os quatro juntos. Já era tarde, então todos se vestiram. Eu acabei passando meu contato de WhatsApp para o Everton, enquanto a Eliana trocou contatos de WhatsApp tanto com Everton quanto com Creuza. Nos despedimos do Everton e da Creuza como dois casais de amigos comuns fazem, com abraços simples e beijos de rosto protocolares.
A Eliana esperou até entrar no carro para comentar.
— Isso saiu completamente do controle. Não era o que eu tinha planejado para hoje.
— Eu sei.
— Eu não transo com outro cara, sem ser você ou o Leandro faz uns 8 ou 9 anos.
— Quase o mesmo tempo que eu não transava com a Creuza.
— Eu ainda não acredito que fiz isso. — Ela levou a mão no rosto, envergonhada. — Meu Deus, eu sou casada! Casada com o Leandro! Eu agi tão bem como “apenas” sua namorada hoje que esqueci disso completamente.
Não tive coragem de dizer isso, mas, para ser sincero, eu tinha sérias dúvidas de que a Eliana amasse o Leandro tanto quanto dizia. A forma como ela me olhava e como olhava ele eram nitidamente diferentes. Podia ser a minha esperança falando, mas ela parecia estar apenas empurrando uma relação fria com a barriga há tempos.
— A culpa foi minha também.
Ela ficou em silêncio por um tempo enquanto o carro atravessava a cidade. Depois de absorvido a culpa, já devia estar se sentindo melhor. Pelo menos, o suficiente para saciar sua curiosidade.
— Quem você preferiu na cavalgada? Eu ou a Creuza? Ela rebola tão gostoso...
— Ela é ótima, Eliana, mas você é insuperável. O Everton tirou a sorte grande hoje.
— Sei não... A Creuza é mais experiente e te conhece melhor do que eu.
— Por enquanto. E você conhece o meu eu mais atual muito mais que qualquer uma.
— Vamos aceitar que empatamos hoje. — Ela riu. — Agora, como nós vamos explicar isso pra Rebecca???
A Eliana estava certa. Eu tinha quebrado a regra e comido uma mulher fora da lista. Mesmo sendo uma ex-amante e tido a anuência da Eliana, não tive autorização da Rebecca. Ela iria ficar furiosa.
— Eu assumo a responsabilidade — disse.
— Eu também tava lá. A gente explica isso juntos e leva o esporro juntos.
Pois bem, leitor. Nos próximos capítulos, as coisas vão ficar ainda mais loucas. Acabarei transando com duas mulheres da lista das permitidas, mas isso pode não ser algo que a Eliana e a Rebecca deixariam barato. O aniversário do Rogério está chegando e eu vou começar a arcar com as consequências de uma besteira que fiz neste capítulo. E, claro, a Jéssica não desistiu dos seus planos de me apresentar uma amiga.
No capítulo 12, eu e a Rebecca vamos nos meter numa transa a quatro com uma troca de casais inesperada. Enquanto no capítulo 13, eu acabarei comendo mais uma das quatro mulheres da lista permitida.
Algumas questões que gostaria que os leitores especulassem nos comentários:
1) As duas próximas transas serão relações de uma transa só ou as duas mulheres entrarão para o harém?
2) Creuza e Everton voltarão um dia (ou só para um cameo no meu casamento com a Eliana)?
3) A Eliana trocando contatos com Creuza e Everton foi algo inocente ou malicioso?
NOTA DO AUTOR: Os eventos deste capítulo se passam durante o “Sábado das Surubas”, onde no mesmo sábado as séries do condomínio apresentam diferentes surubas (diferente do crossover anterior, são aventuras independentes). As histórias participantes são:
* Eu e Minha Esposa Pulamos a Cerca... E o Caos Explodiu - Parte 06
* Passando a Vara nas Vizinhas. Ou Não. - Capítulo 11
* Quem Vai Comer a Advogada Evangélica? - Capítulo 06 (ainda não publicado).
* No surubão do arraial do hospital, vou tentar comer minha amiga gostosa (ainda não publicado).
* Eu, a esposa gostosa do meu chefe e os vizinhos dela – Parte 01 (ainda não publicado).
Coloquem nos comentários para o que vocês torcem que aconteçam nos próximos capítulos. Daqui a duas semanas, teremos a continuação.